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METODOLOGIA DO TREINO PERSONALIZADO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Definição de Resistência Meios de Trabalho Cardiovascular Benefícios de um treino Cardiovascular Métodos de Treino Contínuos Métodos de Treino Intervalados Treinos Contínuos vs Treinos Intervalados Melhor Forma de Perder Gordura KEY POINTS 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO O treino cardio-respiratório, também denominado por treino cardiovascular ou aeróbio, é um indicador da capacidade do coração bombear sangue rico em oxigénio para os músculos. 1. Resistência Quando se fala de uma actividade onde predomina o trabalho cardiovascular é impossível de desassociar o termo Resistência. A resistência está relacionada directamente com a capacidade de resistir à fadiga e depende de muitos factores tais como a velocidade, a força muscular, as capacidades técnicas de execução de um movimento, o estado psicológico, etc... 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Definição de resistência “Limite de tempo sobre o qual o trabalho a uma intensidade constante se pode realizar.” (Bompa, 1983) “Capacidade de realizar uma prestação a uma determinada intensidade sem deterioramento da eficiência mecânica, apesar da acumulação de fadiga.” (Alves, 1998) 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Tipos de trabalho cardiovascular A escolha do treino adequado depende de muitos factores, tais como: ▪ Idade; ▪ Sexo; ▪ Níveis de condição física; ▪ Problemas declarados de saúde; ▪ Risco de doenças cardiovasculares. Quando se programa, deve-se ter em conta o nível inicial de aptidão, para que as cargas (intensidades) possam ser aplicadas de forma progressiva. Se se prescrever de acordo com os sistemas fisiológicos de cada indivíduo, será seguramente mais específico. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Meios de Trabalho: Ergómetros O ergómetro (ergo = trabalho, metro = medida) é um dispositivo mecânico/electrónico onde é possível realizar exercício físico, de uma forma controlada, alternando os esforços aplicados de maneira directa e standartizada. Existem ergómetros com programas de treino pré- programados, onde a intensidade (resistência) criada pelo ergómetro varia ao longo do tempo. Tipos de Ergómetros: ▪ Passadeira; ▪ Step; ▪ Elíptica/Cross-trainer; ▪ Remo; ▪ Bicicleta. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Medição da intensidade da actividade cardiovascular A intensidade costuma ser especificada sob a forma de uma função máxima (FC Máx. ou VO2 Máx.) o que implica o cálculo destes 2 parâmetros. A intensidade de treino é calculada a partir de equações conhecidas: • FC máxima - Equação de Tanaka FC Máx. = 208 –0,7 x idade Substitui a antiga equação de determinação da FC máxima: 220 – idade. • FC de treino - Equação de Karvonen FCT = (FC Máx – FC Repouso) x intensidade(%) + FC Repouso Nota: A equação (FC Máx – FC repouso) designa-se de FC reserva 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Adaptações à prática da actividade cardiovascular O treino cardiovascular desempenha nos dias de hoje grande importância em qualquer Health Club, particularmente na modalidade Cardio-Fitness ou Cardiovascular. Na grande maioria, as pessoas que se dedicam à prática deste tipo de modalidade, têm como objectivo a diminuição da massa corporal (perdendo gorduras em excesso), ou a melhoria em prestações desportivas, sendo o treino cardiovascular, por excelência, o melhor método para o concretizar. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Fibras Musculares Os atletas que têm mais resistência cardiovascular possuem uma % maior de fibras de contracção lenta (tipo I), enquanto que aqueles que são mais rápidos e/ou explosivos possuem maior % de fibras de contracção rápida (tipo II). Treino de resistência de média e longa duração: •estimula fundamentalmente as fibras de tipo I e a sua capacidade aeróbia Treino de resistência de curta duração e de velocidade: •estimula as fibras de tipo II e a sua capacidade metabólica anaeróbia 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Dependendo da % de fibras de cada indivíduo, este responderá de forma diferente ao mesmo tipo de treino. Um atleta com uma % menor de fibras rápidas fatiga-se mais rapidamente em esforços curtos e de grande intensidade. Se, pelo contrário, dispuser de maior % de fibras rápidas, fatiga-se mais depressa em esforços de longa duração. É essencial aquando de um tipo de treino de resistência cardiovascular, conseguir distinguir atletas “rápidos” (com predominância de fibras de tipo II - rápidas) e atletas “resistentes” (com predominância de fibras tipo I – lentas). Fibras Musculares 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO (Adaptado de Dirix, Knutten et al., 1988). Quadro 15. Predominância das fibras de contracção lenta entre atletas de alto nível. Fibras Musculares 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Frequência Cardíaca Em repouso a FC tem os valores médios de 80 Bpm no caso das mulheres e de 72 Bpm no caso dos homens, mas esta varia com a idade e com alterações ambientais (temperatura e altitude). Os sedentários podem ter valores próximos dos 100 Bpm, enquanto que os atletas podem apresentar valores abaixo dos 40 Bpm. A FC diminui com o treino de endurance. Um indivíduo sedentário vê a sua FC diminuir com o exercício em cerca de 1 batimento/minuto por semana, durante as primeiras semanas. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Os atletas bem treinados podem ter uma FCR muito baixa (podendo ser inferior a 40 Bpm), mas durante o exercício a FC aumenta rapidamente, sendo directamente proporcional à intensidade do mesmo. Esta intensidade está relacionada com as necessidades de consumo de oxigénio. Um atleta pode quintuplicar a sua FC em esforço, enquanto que uma pessoa destreinada tem uma FCR de 70 Bpm e só consegue triplicar a sua FC em esforço. Após o exercício, a FC volta rapidamente aos valores normais. Frequência Cardíaca PRÁTICA 1 Tabata burpees 5 min shuttle run 1min on/ 30seg off 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos de Treino Cardiovascular 1. Contínuos (Sem pausa) 1.1. Intensidade Uniforme 1.2. Intensidade Variável 2. Intervalados (Pausa lucrativa) 2.1. Extensivo (distâncias longas) 2.2. Intensivo (distâncias curtas) 3. Repetitivos (Pausa óptima ou completa) 4. Competitivos ou de controlo (Pausa completa) 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Contínuo Uniforme Variado Extensivo Tipo I Intensivo Tipo II Intervalos Intervalado Repetições Extensivo Intensivo Longas Médias Longo Curto I Curtas Médio Curto II Métodos de Treino Cardiovascular Contínuos Intervalados 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo •Caracteriza-se por ser um trabalho sem intervalos de descanso. •A duração do treino é normalmente superior a 30 minutos. •Este tipo de duração longa, dependendo da intensidade utilizada, provoca uma acção de maior economia dos movimentos e contribui para o desenvolvimento da resistência aeróbia. •É preferencialmente utilizado nas modalidades cíclicas de longa duração (atletismo de fundo e meio fundo, ciclismo, canoagem,...). •Para outras modalidades é utilizado para desenvolver a resistência de base, durante os períodos preparatórios. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Principais adaptações: •Melhoria e aperfeiçoamento da capacidade aeróbia •Adaptação funcional dos sistemas relacionados com o transporte de O2 (volume sistólico, cavidades cardíacas e capilarização); •A estabilidade do rendimento conduz a uma consolidação da técnica •Economia do gesto desportivo •Tolerância ao trabalho monótono. Limitações: •As reservas de glicogénio (sobretudo no regime intensivo); •A taxa de degradação dos substractos (hidratos de carbono e ácidosgordos); •O sistema cardiovascular e o volume de sangue circulante. Método Contínuo Uniforme 1.1. Método Contínuo de Intensidade Uniforme (Sem pausa) Exemplo 2min a marchar a 6kmh + 10min a correr a 13kmh (75% a 95% VO2máx) Método Contínuo Uniforme 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo uniforme extensivo Duração 30 – 120 min Intensidade 60 – 80% da velocidade de competição % do VO2 Máx 45 - 65 FC 125-160 Efeitos ▪ Aumento metabolismo aeróbio, especialmente pela melhoria de oxidação dos lípidos; ▪ Diminuição FC em esforço e em repouso (economia do trabalho cardíaco); ▪ Melhoria da circulação periférica. Efeitos: •Economia do rendimento cardiovascular; •Melhoria da circulação periférica; •Melhoria do metabolismo lipídico (oxidação das gorduras); •Melhoria do metabolismo aeróbio; •Melhor estabilização do nível aeróbio alcançado; •Melhoria do processo de regeneração (recuperações mais rápidas). Método Contínuo Uniforme 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Trabalho realizado com condições de maior intensidade do que no Método Contínuo uniforme Extensivo e, como consequência, com uma duração proporcionalmente menor. A duração varia de 30 minutos a 1 hora (podendo no entanto chegar a 1 ½ hora, em casos específicos). A intensidade é moderada/alta e corresponde a 90-95% da velocidade de competição. Método Contínuo Uniforme Intensivo 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo uniforme intensivo Duração 30 – 60 min (podendo chegar aos 90 min) Intensidade 90 – 95% da velocidade de competição % do VO2 Máx 60 - 90 FC 140-190 Efeitos ▪ Melhor aproveitamento do glicogénio em regime aeróbio; ▪ Esgotamento das reservas de glicogénio; ▪ Regulação da produção/eliminação de lactato; ▪ Hipertrofia do miocárdio; ▪ Capilarização dos músculos esqueléticos. Efeitos: •Maior aproveitamento da glicose; •Melhor remoção do lactato; •Desenvolvimento do limiar anaeróbio; •Maior velocidade em condições de limiar anaeróbio; •Melhor compensação láctica durante intensidades elevadas; •Conservação de uma intensidade elevada em esforços prolongados; •Hipertrofia do músculo cardíaco; •Aumento do VO2 Máx. devido ao aumento de capilares e à melhoria do rendimento cardíaco. Método Contínuo Uniforme Intensivo 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo Variado Esforço de longa duração (entre 30 a 1 hora) durante o qual se procede a variações da intensidade, isto é, há períodos de treino em que a intensidade é moderada e outros em que a intensidade é elevada. • intensidade é ligeira, entre os 45 e os 50% do VO2 Máx; • moderada entre os 50 e os 75%, • alta entre os 75 e os 90%. As variações de intensidade podem ser determinadas por: ▪ Factores externos (perfil do terreno no caso de corrida ou ciclismo); ▪ Factores internos (vontade do atleta); ▪ Factores planificados (decisão de programação para variar as intensidades). A duração do esforço com a intensidade mais elevada oscila entre 1 a 10 minutos, alternando com os esforços moderados com uma duração suficiente para permitir uma ligeira recuperação do organismo antes do próximo aumento. 17 Exemplo. 3x (3min a correr a 15kmh (75% a 90%VO2máx) + 2min a marchar a 6kmh) Método Contínuo Variado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 1.2. Método Contínuo de Intensidade Variável (Sem pausa) 17 17 1.2. Método Contínuo de Intensidade Variável (Sem pausa) Exemplo. 10min a subir escadas a correr (<90%VO2máx) e descer a marchar (60%VO2máx) 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo Variado 17 17 1.2. Método Contínuo de Intensidade Variável (Sem pausa) Exemplo. Kayak, remar (60 a 85%VO2máx) e a cada 20min a descansar 2min. Método Contínuo Variado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Efeitos: ▪O sistema ondulatório e rítmico da alternância de intensidades facilita um elevado volume de trabalho, em que a capacidade cardio-respiratória e do SNC melhoram significativamente; ▪Adaptação à mudança da solicitação de diferentes vias de produção energética; ▪Capacidade de alterar ritmos de execução (o que é uma limitação em muitas modalidades desportivas de carácter cíclico); ▪Melhora a remoção do lactato durante as fases de intensidade moderada e ligeira; ▪Aceleração da regeneração durante as cargas ligeiras e baixas; ▪Adaptações cardiovasculares idênticas ao treino extensivo e intensivo. Este método pode-se aplicar tanto a desportos cíclicos como também a outros (desportos de equipa, luta, judo, etc...) ao contrário dos métodos uniformes que se aplicam só a desportos cíclicos. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo variado Duração 30 – 60 min Intensidade 60 –95% da velocidade de competição % do VO2 Máx 45 - 90 FC 130-175 Efeitos ▪ Todos os dos métodos anteriores assim como adaptações às mudanças de utilização dos diversos regimes energéticos. Método Contínuo Variado PRÁTICA 2 Treino contínuo 20min 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3 voltas de: 50 jumping jacks 40 power lunges 30 mountain climners 20 push ups 10 burpees 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método intervalado Caracteriza-se por exercícios onde o organismo é submetido a períodos curtos, regulares e repetidos de trabalho alternados com períodos de repouso adequados. Entre as fases de esforço e descanso não se alcança uma recuperação completa dos sistemas cardio-circulatórios e ventilatórios. A intensidade é inversa: quanto mais longo for o período de esforço, menor é a intensidade; quanto menor o período, maior é a intensidade. Os tempos de pausa dependem da duração e da intensidade do esforço, isto é, se a duração for maior e a intensidade menor, o tempo de pausa é reduzido, se a duração for menor e a intensidade maior, o tempo de pausa é maior. A pausa pode ser activa ou passiva, dependendo do treino. Num treino com pausas reduzidas, não há tempo para uma recuperação activa. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO A duração dos descansos entre repetições pode durar de 10 segs até vários minutos em função da intensidade, duração do esforço e nível de condicionamento do atleta. A duração do intervalo de descanso calcula-se através da FC. O critério básico é que a FC deve recuperar até às 120- 130 Bpm, altura em que o novo intervalo de esforço deve começar. Em geral, com a aplicação do método intervalado consegue-se uma ampliação do nível funcional dos diferentes sistemas fisiológicos. Ao nível técnico, os movimentos ocorrem em condições mais difíceis como o esgotamento das reservas de fosfato. O treino por intervalos pode-se também realizar sob a forma de séries. Este ocorre especialmente quando a duração de cada repetição é menor e a intensidade é maior. As pausas entre séries são de maior duração com a finalidade de retardar o cansaço que tende a se acumular mais rapidamente. Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Segundo a intensidade podem-se distinguir 2 tipos: ▪Intervalado extensivo; ▪Intervalado Intensivo. Segundo a duração do esforço podem-se agrupar em: ▪Intervalado curto (de 15 a 60 segs); ▪Intervalado médio (de 1 a 3 minutos); ▪Intervalado longo (de 2 a 15 minutos). Da combinação destes tipos e agrupamentos podem-se assim criar as seguintes variantes: ▪Método intervalado extensivo longo (IEL); ▪Método intervalado extensivo médio (IEM); ▪Método intervalado intensivo curto (IIC). Método intervalado 17 2.1. Método Intervalado Extensivo (Pausa Lucrativa) Exemplo. 3séries de 10min a correr a 13kmh (<80%VO2máx) com 3min de descanso activo) 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método intervalado 1720 2.1. Método Intervalado Extensivo (Pausa Lucrativa) Exemplo. A cada 2km marchar durante 1 minuto 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULARE MÉTODOS DE TREINO Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Treino intervalado extensivo com intervalos longos (IEL) Duração de cada esforço Entre 2 e 15 minutos, sendo mais usual 2 a 3 minutos. Intensidade Moderada (70 – 85% da velocidade de competição); % do VO2 Máx 50 a 85% Frequência Cardiaca ▪ 160-165 em esforço; ▪ 120 em descanso. Duração do descanso Entre 2 a 5 minutos Volume de treino ▪ 45 a 60 minutos de tempo total de treino (incluindo descanso); ▪ 6 a 10 reps (depende da duração de cada esforço). Quadro 21. Características do método intervalado extensivo com intervalos longos (IEL). Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Efeitos: •Melhoria da capacidade aeróbia (através do aumento do VO2 Máx); •Aumento do limiar anaeróbio (melhor capacidade de adaptação e remoção do ácido láctico); •Melhoria da irrigação periférica; •Melhoria da capilarização; •Aumento do glicogénio nas fibras contracção lenta; •Aumento do tamanho do coração Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Treino intervalado intensivo com intervalos curtos (IIC) Duração de cada esforço Entre 15 a 60 segundos, sendo mais usual 20’’ a 30’’. Intensidade Quase máxima (90 – 95% da velocidade de competição). % do VO2 Máx 100% Frequência Cardiaca Variável no esforço (máx. ou quase), 120 em descanso Duração do descanso ▪ 2 a 3 minutos entre reps (apesar de o tempo de repouso puder ser mais do que o dobro do tempo de esforço mas isto não significa recuperação completa); ▪ 10 a 15 minutos entre séries. Volume de treino ▪ 25 a 35 minutos de tempo total de treino; ▪ em geral é realizado por séries (3-4 séries de 3-4 reps). Treino intervalado intensivo com intervalos curtos (IIC) Método intervalado 2.2. Método Intervalado Intensivo (Pausa Lucrativa) Exemplo. 3x200m à máxima velocidade possível (100%VO2máx) + 3min de intervalo. Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Efeitos: • Aumento da potência anaeróbia láctica (através do aumento da produção de lactato); •Aumento da capacidade anaeróbia lactica (através do aumento de tolerância ao lactato, pelo organismo); •Aumento da capacidade aeróbia (através do aumento do VO2 máx); •Aumento do miocárdio; •Melhor circulação central; •Alguma capilarização; •Maior utilização de fibras de contracção rápida Método intervalado 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos de Repetições Método por intervalos com pausas completas, isto é, períodos de repouso que permitem uma recuperação completa dos parâmetros cardiovasculares. Utiliza distâncias mais curtas ou mais longas do que as de competição e de forma mais intensa. As repetições mais longas provocam uma forte solicitação da componente aeróbia, pois a velocidade de treino aproxima-se bastante da velocidade de competição. Por outro lado as repetições mais curtas desenvolvem a componente anaeróbia uma vez que os esforços são realizados com défice de oxigénio. Neste último caso a intensidade é ligeiramente mais elevada do que a de competição. O volume total do treino pode ser de 4 a 8 vezes a distância da prova, com um descanso que pode oscilar entre 5 a 10 minutos, dependendo da distância e da intensidade. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Método das Repetições Longas (RL) Duração de cada esforço Entre 2 a 3 minutos (até 8 minutos). Intensidade Quase máxima (80 - 90% da velocidade de competição). Frequência Cardiaca ▪ 190 a 210 em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 10 a 12 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (3 a 5 reps) devido à intensidade alta. Distinguem-se 3 variantes de acordo com a duração (e não segundo a intensidade): •Longa; •Média; •Curta. Métodos de Repetições 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Efeitos: ▪Maior produção de lactato; ▪Maior tolerância ao lactato por parte do organismo; ▪Maior efectividade da via energética mista anaeróbia- aeróbia; ▪Aumento da potência aeróbia (graças ao aumento do VO2 máx); ▪Aumento da capacidade anaeróbia láctica (através da melhoria da tolerância láctica). Métodos de Repetições 3. Método Repetitivo (Pausa óptima ou completa) Exemplo. 5x40m à velocidade máxima (100%VO2máx) + 2min30s de intervalo. Métodos de Repetições 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Método das Repetições Médias (RM) Duração de cada esforço Entre 45 segs a 1 minuto. Intensidade Quase máxima (90 - 95% da velocidade de competição). Frequência Cardiaca ▪ 190 a 210 em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 8 a 10 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (4 a 6 reps) devido à intensidade alta. Efeitos: ▪Melhoria da potência anaeróbia láctica; ▪Deplecção dos depósitos de glicogénio das fibras contracção rápida; ▪Maior tolerância ao lactato. Métodos de Repetições 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Método das Repetições Curtas (RC) Duração de cada esforço Entre 20 a 30 segs. Intensidade Quase máxima (90 - 100% da velocidadede competição). Frequência Cardiaca ▪ Muito variável em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 6 a 8 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (6 a 10 reps) devido à intensidade alta. Efeitos: •Melhoria da via de produção energética anaeróbia aláctica; •Melhor activação das fibras contracção rápida e produção rápida de lactato; •Aumento dos depósitos de fosfato; •Melhoria da capacidade anaeróbia aláctica; •Melhoria da potência anaeróbia láctica. Métodos de Repetições 4. Método Competitivo ou de Controlo (Pausa óptima ou completa) Exemplo. Teste Cooper. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos de Repetições 4. Método Competitivo ou de Controlo (Pausa óptima ou completa) 53 Exemplo. Teste Incremental. 0-3min a 8kmh PSE=13 3-6min a 9kmh PSE=14/15 6-9min a 10kmh PSE=16/17 9-12min a 11kmh PSE=18/19 153 bpm 164 bpm 175 bpm 182 bpm 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos de Repetições 54 Valdivieso FN., Manso JG. Metodologia del entrenamiento para el desarrollo de la resistencia. Master en Alto Rendimiento - Primer Curso, 2009 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 55 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO PRÁTICA 3 Treino intervalado 15min 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3 voltas de: 1 min bike 1min squat com press ombros c/ disco 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos contínuos vs intervalados Os métodos contínuos são mais aconselháveis para o desenvolvimento da capacidade central de transporte de oxigénio, através das alterações adaptativas do próprio músculo cardíaco. Os métodos intervalados podem desenvolver de um modo mais selectivo a capacidade do músculo utilizar oxigénio e provocar baixos níveis de lactatémia durante esforços sub- máximos (adaptações locais). Os métodos intervalados permitem a realização de um maior volume de trabalho, simultaneamente com uma maior intensidade. Muitas modalidades caracterizam-se por esforços intermitentes, logo, os métodos intervalados permitem uma estimulação mais próxima da intensidade e da velocidade de competição. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Os métodos intervalados podem ser utilizados para recrutar especificamente as fibras de contracção rápida. Os métodos intervalados permitem que se alcance maior volume de trabalho, em simultâneo com uma maior intensidade (pode ser 2,5 vezes superior ao que acontece num exercício contínuo, para uma mesma lactatemia. Quando o intervalo de esforço e a pausa são curtos, a utilização de glicogénio pode ser inibida e a utilização dos ácidos gordos favorecida. As melhorias são semelhantes em relação ao VO2 Máx. Uma metodologia correcta combina os 2 métodos– o desenvolvimento óptimo de um tipo de resistência requer sempre uma combinação de vários métodos específicos. Métodos contínuos vs intervalados 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Qual a melhor maneira de “queimar” gordura? A grande dúvida que muitas vezes surge é: para se conseguir perda de massa gorda com um cliente é mais importante, trabalhar com o máximo de utilização de gorduras, ou com um total de calorias gastas? Durante um exercício de longa duração e de baixa intensidade (50% VO2 máx.) a gordura produz uma grande % do dispêndio energético. Durante um exercício de média duração e de alta intensidade (80%> VO2 máx.) a gordura produz uma pequena % do dispêndio energético A gordura queima 3 a 5 calorias/min. num exercício de baixa intensidade enquanto que num exercício de alta intensidade a % de gordura utilizada é menor mas o dispêndio energético é de 7 a 9 calorias/min. À medida que um exercício se torna mais intenso, menos gordura é utilizada por cada caloria gasta mas o nº total de calorias conseguidas no final do exercício através da degradação de gorduras é superior. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Num estudo de Melby (1998), que comparou as calorias utilizadas durante o exercício, constatou-se o seguinte: Calorias usadas durante o exercício: ▪Aeróbio = 210 ▪Anaeróbio = 650 Calorias adicionais usadas 2 horas depois: ▪Aeróbio =25 ▪Anaeróbio =150 Calorias adicionais usadas 3 a 15 horas depois: ▪Aeróbio =0 ▪Anaeróbio =260 Os benefícios pós exercício de um treino muito intenso são significativos sendo que, no período de descanso, a recuperação é realizada sobretudo pela utilização das reservas de gordura. As evidências sugerem que a perda de gordura pode ocorrer num treino de alta intensidades, apesar da fonte energética utilizada durante o exercício serem os carbohidratos. Qual a melhor maneira de “queimar” gordura? 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Escolha do método de treino A dificuldade que muitas vezes se impõe é a escolha do tipo de método que se deve seleccionar para determinado cliente. Essa escolha está sempre condicionada por vários factores, entre os quais: •Objectivos a atingir; •Tempo disponível; •Limitações ou patologias; •Grau de motivação; •Nível de treino… O Personal Trainer pode, inclusive, fazer a conjugação entre os diferentes tipos de treino. O importante é que, além de ter em conta os factores acima mencionados, tenha também consciência da necessidade de: •Estabelecer zonas de treino (ex: entre 50%-85% FCM); •Utilizar um cardio- frequencímetro; •Utilizar as diferentes técnicas de medição de intensidade (% FC, RPE, Talk Test); •Utilizar um ponto de partida seguro e progredir depois para Intensidades mais elevadas; •Manter sempre a cautela; •Educar o cliente. Métodos mais utilizados Treino Contínuo ex. 5000m Remo para tempo Efeitos de treino Resistência Média duração Trabalho Força Resistência Média duração Resistência Curta Duração Resistência Muscular Resistência Longa duração EMOM 10min (Every minute on the minute) ex. A cada minuto: 100m Remo + 5 Deadlifts@80%RM Treino Intervalado intensivo ex. 3x500m Remo i=1min High Intensity Power training ex. 3 Rounds para tempo (time cap = 8min) 250m Remo 10 Thrusters@50%RM 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO MÉTODOS DE TREINO PRÁTICA 4 Individual Escolhe um dos 4 métodos de treino abordados e elabora um programa de treino 20 min 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Métodos de Treino Treino Contínuo Uniforme Treino Contínuo Variado Treino Intervalado Treino Repetições Duração de cada esforço Intensidade % do VO2 Máx Frequência Cardiaca Duração do descanso Volume de treino Sequência de Exercícios 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo uniforme extensivo Duração 30 – 120 min Intensidade 60 – 80% da velocidade de competição % do VO2 Máx 45 - 65 FC 125-160 Efeitos ▪ Aumento metabolismo aeróbio, especialmente pela melhoria de oxidação dos lípidos; ▪ Diminuição FC em esforço e em repouso (economia do trabalho cardíaco); ▪ Melhoria da circulação periférica. Método Contínuo uniforme intensivo Duração 30 – 60 min (podendo chegar aos 90 min) Intensidade 90 – 95% da velocidade de competição % do VO2 Máx 60 - 90 FC 140-190 Efeitos ▪ Melhor aproveitamento do glicogénio em regime aeróbio; ▪ Esgotamento das reservas de glicogénio; ▪ Regulação da produção/eliminação de lactato; ▪ Hipertrofia do miocárdio; ▪ Capilarização dos músculos esqueléticos. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Contínuo variado Duração 30 – 60 min Intensidade 60 –95% da velocidade de competição % do VO2 Máx 45 - 90 FC 130-175 Efeitos ▪ Todos os dos métodos anteriores assim como adaptações às mudanças de utilização dos diversos regimes energéticos. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Treino intervalado extensivo com intervalos longos (IEL) Duração de cada esforço Entre 2 e 15 minutos, sendo mais usual 2 a 3 minutos. Intensidade Moderada (70 – 85% da velocidade de competição); % do VO2 Máx 50 a 85% Frequência Cardiaca ▪ 160-165 em esforço; ▪ 120 em descanso. Duração do descanso Entre 2 a 5 minutos Volume de treino ▪ 45 a 60 minutos de tempo total de treino (incluindo desc); ▪ 6 a 10 reps (depende da duração de cada esforço). Método Treino intervalado intensivo com intervalos curtos (IIC) Duração de cada esforço Entre 15 a 60 segundos, sendo mais usual 20’’ a 30’’. Intensidade Quase máxima (90 – 95% da velocidade de competição). % do VO2 Máx 100% Frequência Cardiaca Variável no esforço (máx. ou quase), 120 em descanso Duração do descanso ▪ 2 a 3 minutos entre reps (apesar de o tempo de repouso puder ser mais do que o dobro do tempo de esforço mas isto não significa recuperação completa); ▪ 10 a 15 minutos entre séries. Volume de treino ▪ 25 a 35 minutos de tempo total de treino; ▪ em geral é realizado por séries (3-4 séries de 3-4 reps). 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Método das Repetições Longas (RL) Duração de cada esforço Entre 2 a 3 minutos (até 8 minutos). Intensidade Quase máxima (80 - 90% da velocidade de competição). Frequência Cardiaca ▪ 190 a 210 em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 10 a 12 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (3 a 5 reps) devido à intensidade alta. 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO Método Método das Repetições Médias (RM) Duração de cada esforço Entre 45 segs a 1 minuto. Intensidade Quase máxima (90 - 95% da velocidade de competição). Frequência Cardiaca ▪ 190 a 210 em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 8 a 10 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (4 a 6 reps) devido à intensidade alta. Método Método das Repetições Curtas (RC) Duração de cada esforço Entre 20 a 30 segs. Intensidade Quase máxima (90 - 100% da velocidadede competição). Frequência Cardiaca ▪ Muito variável em esforço; ▪ < 100 em descanso; Duração do descanso 6 a 8 minutos (até recuperação total) Volume de treino Baixo (6 a 10 reps) devido à intensidade alta. OBRIGADO PELO VOSSO ESFORÇO E ATENÇÃO 3. ACTIVIDADE CARDIOVASCULAR E MÉTODOS DE TREINO
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