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Dor torácica É um dos temas mais importantes da Medicina Quase todo o resto perde importância quando estamos frente a um quadro de dor no peito, pois a avaliação imprecisa deste sintoma pode ter sérias consequências Doença coronariana é a principal causa de morte no mundo Dor Isquêmica É a desproporção entre a oferta e a demanda de oxigênio ao nível da fibra miocárdica Hipóxia Celular Na isquemia miocárdica, ocorre estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio músculo por substâncias químicas liberadas durante a contração Causas Redução da oferta quase sempre está relacionada ao aumento da resistência coronária: Anatômico (aterosclerose e/ou trombose) Funcional (vasoespasmo) Aumento do consumo de O2 Elevação da contratilidade Elevação da FC Elevação da pré-carga Elevação da pós-carga Características Semiológicas da Dor Isquêmica Localização retroesternal / precordial Com ou sem irradiação Irradiação: Membros Superiores Ombros Região cervical Mandíbula Nuca Região epigástrica Região interescápulovertebral Quase sempre do tipo constritivo, em “aperto”, “opressão”, “peso” Início gradual Para caracterizá-la, o paciente leva a mão fechada ao peito Outros tipos são a dor em queimação ou ardência, formigamento ou facada Angina de Peito (Angina Estável) Sua origem é “apenas” a hipoxia miocárdica, sem alteração necrobiótica Ocorre por obstrução fixa de uma artéria coronária caracterizada por dor torácica, em geral retroesternal, desencadeada por esforço físico, refeições volumosas ou estresse emocional Duração de 30 segundos a 15 min Alívio pelo repouso ou uso de nitrato sublingual Sem alteração de suas características por pelo menos 2 meses Aparecimento regular Angina instável Situada no meio do espectro clínico da cardiopatia isquêmica, incluindo desde a angina de peito de início recente até dor intensa e prolongada em repouso, às vezes indistinguível clinicamente do infarto agudo do miocárdio Em geral, a duração da dor ultrapassa 20 min A angina instável relaciona-se com a fissura ou ruptura de uma placa ateromatosa, local em que se instala trombose, acompanhada quase sempre de espasmo coronário Início recente Fatores desencadeantes ou agravantes A dor da Angina de Peito ocorre quase invariavelmente após esforço físico, mas pode ser desencadeada por todas as condições que aumentam o trabalho cardíaco, tais como emoções, taquicardia, refeição copiosa. Infarto agudo do miocárdio Trata-se de uma área de necrose do miocárdio consequente a uma isquemia intensa, causada por oclusão súbita de um ramo principal de uma das artérias coronárias Embora, em pequeno número de pacientes, possa ficar sem manifestação dolorosa, a dor é o sintoma principal desta afecção Características Semiológicas Surge, em geral, com o paciente em repouso Apresenta duração prolongada (várias horas, geralmente) Não alivia com nitritos sublinguais, necessitando de opiáceos para desaparecer Mal-estar, sudorese profusa e ansiedade A expressão facial do paciente pode ser de sofrimento intenso, o pulso radial torna-se mais rápido e costuma haver queda da pressão arterial À ausculta do coração, é possível constatar diminuição de intensidade das bulhas cardíacas Sintomas Concomitantes Náuseas, vômitos Sudorese fria Ansiedade/agitação Palpitação Dispnéia Síncope / lipotimia Equivalente Anginoso “Infarto sem dor” Mulheres, idosos, diabéticos Náuseas Dispneia Sudorese Eructações “Indigestão” Dor Pericárdica Agrava-se com a respiração e com o decúbito dorsal O paciente tem alívio quando inclina o tórax para frente ou ao se colocar na posição genupeitoral Pericardites ou derrame pericárdico volumoso Dor contínua Localizada em qualquer ponto da região precordial, sendo mais comum na borda esternal esquerda, na altura do 2º, 3º e 4º intercostos Piora com a inspiração profunda Sem relação com o esforço. Sem irradiação Pode haver febre Ausculta = atrito pericárdico, raro de conseguir auscultar Menos comum que a isquêmica Dor Aórtica Dissecção aguda de um aneurisma de aorta. Início súbito, muito intensa, do tipo lancinante Localização retroesternal ou face anterior do tórax Durante a crise dolorosa o paciente fica inquieto Separação das camadas da parede arterial, particularmente da adventícia, com súbita distensão das terminações nervosas Palpitações Percepção incomoda dos batimentos cardíacos Causas Taquicardia Pausas compensatórias Estados hipercinéticos Hipertrofia ventricular Início súbito de uma bradicardia causada por bloqueio completo Consumo de substâncias estimulantes Esforço físico Ansiedade Interrogar ao paciente Número (isolada ou em salva) Frequência Horário de aparecimento Duração Fatores desencadeantes Sintomas associados: síncope, lipotimia, dor torácica Dispneia Dispneia de Esforço Grandes esforços Subir escadas Andar depressa Caminhar em uma rampa Praticar um esporte Médios esforços Andar em local plano a passo normal Subir alguns degraus Arrumar a cama Varrer a casa Pequenos esforços Tomar banho Trocar de roupa Mudar de posição na cama Caminhar pequenas distâncias Repouso Ao falar Ao comer Dispneia de decúbito Dispnéia ao deitar Uso de vários travesseiros Ortopneia Obriga o paciente a sentar Mãos na borda do colchão Pernas para fora da cama Dispneia Paroxística Noturna Ocorre com mais frequência à noite Sua característica principal consiste no fato de o paciente acordar com intensa dispneia, a qual se acompanha de sufocação, tosse seca e opressão torácica, sendo obrigado a sentar-se na beira do leito ou levantar-se da cama Lipotímia Obnubilação paroxística e rápida da consciência Visão turva / borrada Perda parcial do tônus muscular dor membros, com ou sem queda do corpo Não ocorre a perda completa da consciência Dura segundos Rapidamente reversível Síncope Perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postural Queda completa do corpo Quase sempre o quadro evolui rapidamente para a recuperação da consciência Em geral não ocorre a liberação de esfíncteres Sintomas premonitórios são frequentes, mas não universais: sensação de fraqueza, tonturas, sudorese e palidez Análise do episódio Tempo de duração Ocorrência ou não de convulsão Incontinência fecal ou urinária Mordedura da língua Sudorese e palidez Sintomas que precederam o icto (palpitação, dor torácica, escotomas, movimentos involuntários) Manifestações surgidas após a recuperação da consciência (estado pós-ictal) Condições gerais do doente Tempo decorrido desde a última alimentação Grau de hidratação Tensão emocional Histórico de doença recente ou prévia No período pós-sincopal, pode haver confusão mental, cefaleia, tonturas e mal-estar, mas o paciente pode voltar a si sem sentir praticamente nada (≠ paralisia de Todd) Causas cardiovasculares (diminuição do fluxo sanguíneo cerebral) Arritmias e distúrbios da condução Diminuição do débito cardíaco (IAM, TEP...) Estenose aórtica Hipotensão postural ou ortostática Hipovolemia aguda Obstruções “extracardíacas” do fluxo de sangue Aterosclerose cerebral e de vasos da crossa da aorta Reflexo da tosse Tamponamento cardíaco Manobra de Valsalva Metabólicas Hipoglicemia Alcalose respiratória por hiperventilação (ansiedade) Hipoxia Síncope neurogênica Síndrome do seio carotídeo Síncope vasovagal Síncope da “micção” Epilepsia Psicogênica Edemas Edema na Insuficiência Cardíaca Principalmente membros inferiores, pela ação da gravidade Perimaleolar pernas coxas raíz de coxas parede abdominal Em geral é bilateral Intensifica-se com o decorrer do dia, chegando à máxima intensidade no período da tarde (edema vespertino) Diminui ou desaparece com o repouso noturno Pacientes acamados: regiões sacral, glútea e parede abdominal Cacifo ou “Sinal de Godet” Refluxo Hepatojugular Nos pacientes com cardiopatia, deve-se fazer a compressão da superfície hepática com a palma da mão Após uma compressão firme e contínua, o examinador observa se há enchimento e turgência da veia jugular externa direita (o paciente deve ter a cabeça voltada à esquerda,para facilitar a observação) Em caso positivo, diz-se que há refluxo hepatojugular, o que representa um dos sinais da insuficiência ventricular direita Hipoalbuminemia Causas Síntese diminuída Cirrose Perda de parênquima hepático Catabolismo aumentado Desnutrição proteica Doenças inflamatórias agudas ou crônicas Aumento da perda Síndrome nefrótica Enteropatia perdedora de proteínas Queimaduras extensas (perda exsudativa) Drenos Cirúrgicos Distribuição alterada: aumento do fluxo de proteínas para o interstício Alteração da permeabilidade capilar Função linfática alterada Exame Físico Ictus cordis = Ponta do coração Avalia-se a extensão do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a 1 ou 2 polpas digitais Hipertrofias Ventriculares Aumento da intensidade Choque brusco e menos amplo Impulsiona as polpas digitais com maior vigor Ictus propulsivo ou cupuliforme Dilatações ventriculares Choque forte, porém permanece maior tempo em contato com a mão Não é brusco e é bastante amplo (três ou mais polpas digitais) Ictus globoso ou difuso Bulbas As válvulas atrioventriculares se fecham, é o primeiro tum que se ausculta Diástole ventricular - Logo depois o ventrículo relaxa, as válvulas semilunares se fecham, é o Ta, segunda ausculta Focos de ausculta Estenose Aórtica É um estreitamento da válvula aórtica. Essa válvula é a que permite o fluxo de sangue desde o ventrículo esquerdo do coração até a aorta, e dela para o corpo A estenose impede a válvula de abrir corretamente, forçando o coração a trabalhar mais para bombear o sangue através da válvula Causas Moléstia reumática Valva aórtica bicúspide Degeneração senil Achados Sopro sistólico de ejeção, com máxima intensidade na área aórtica Irradiação para o pescoço Sopro mesossistólico em diamante (crescendo-descrescendo) Insuficiência Aórtica Transtorno da válvula aórtica caracterizado pelo retorno do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo do coração durante a diástole ventricular Causas Moléstia reumática Endocardite infecciosa LUES Degeneração senil Dissecção Achados Sopro diastólico na área aórtica ou aórtica acessória Irradiação para baixo Alta frequência, aspirativo Estenose Mitral Causas Moléstia reumática Degeneração senil Anomalia congênita Achados 1ª bulha hiperfonética Estalido de abertura mitral (início da diástole) Sopro mesodiastólico com reforço pré-sistólico na área mitral (ruflar diastólico). DLE de Pachon Insuficiência Mitral Causas Moléstia reumática Prolapso Valva Mitral Endocardite Infecciosa Achados Sopro sistólico de regurgitação Mais audível na área mitral O sopro pode recobrir a 1ª bulha