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Semiologia Cardiovascular

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Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Aula teórica 16/09: Cardiovascular I 
 
Sintomatologia 
Anamnese 
No raciocínio diagnóstico são importantes todos os elementos: 
- Identificação, antecedentes pessoas e familiares, hábitos de 
vida, condições socioeconômicas e culturais do paciente, idade. 
- Crianças e jovens, predominam as anomalias congênitas e os 
episódios iniciais da moléstia reumática. 
- De 20 aos 50 anos de idade a doença de chagas e hipertensão 
arterial 
- Acima da quinta década de vida, a doença arterial coronariana: 
angina de peito e infarto agudo do miocárdio. 
 Sexo 
As lesões mitrais, especialmente a estenose e o 
prolapso da valva mitral, ocorrem mais em mulheres 
jovens, enquanto a aterosclerose coronária predomina 
no sexo masculino até os 45 anos de idade. 
 Fator racial 
A hipertensão arterial, além de ser mais frequente nos 
negros, aparece em faixas etárias mais baixas e 
apresenta evolução mais grave nestes indivíduos. 
 Profissão 
Esforço físico intenso relação com insuficiência 
cardíaca. Estresse emocional ou que o provocam 
constituem um fator importante no aparecimento de 
hipertensão arterial e cardiopatia isquêmica, 
 Naturalidade/local de residência 
Relacionam-se com as doenças endêmicas, 
salientando-se em determinadas regiões a alta 
incidência da doença de chagas. 
 Antecedentes familiares 
Hipertensão arterial essencial e na cardiopatia 
isquêmica. 
 Hábitos de vida 
Tabagismo, alcoolismo e o sedentarismo, relacionados 
com o aparecimento de aterosclerose e hipertensão 
arterial. 
 Condições socioeconômicas e culturais 
Classe B-C nas doenças reumáticas 
Classe D-E endemia chagásica 
 
 
Miocardiopatia chagásica 
45 anos, dispneia progressiva, astenia, distensão abdominal 
(pois pode ter o megacolon e megaesôfago chagásico). 
Sinais e sintomas 
Variados sinais e sintomas, alguns originados no próprio 
coração, outros em diferentes órgãos nos quais repercutem 
com mais intensidade as alterações do funcionamento cardíaco. 
- Dor cardíaca - palpitações 
- dispneia - tosse 
- chieira - hemoptise 
- desmaio (lipotimia: alteração súbita da consciência e síncope: 
perda da consciência) 
- alterações do sono - edema 
- astenia - posição de cócoras 
Observação: dor precordial (dor no peito entre o 4 e 5 EI) não 
é sinônimo de dor cardíaca 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
 
Isquemia miocárdica 
Ocorre quando o fluxo de sangue para o coração é reduzido, 
evitando que ele receba oxigênio. 
- dor na isquemia miocárdica 
 Substâncias que estimulam as terminações nervosas: 
ácido lático, potássio, cininas, prostaglandinas e os 
nucleotídeos. 
Infarto agudo do miocárdio por aterosclerose coronária, 
assumindo características especiais na angina de peito. 
Dor precordial, caraterísticas importantes: 
- localização: retroesternal, podendo ser sentida à esquerda ou, 
mais raramente, à direita da linha esternal. 
Observação: a dor perimamilar ou por debaixo do mamilo 
quase nunca é de causa cardíaca, podendo ser de origem 
emocional ou provocada por osteoartitre, distensão do 
estômago ou do ângulo esplênico. 
Observação: dor nas articulações condroesternais que piora à 
palpação caracteriza a osteocondrite (síndrome de tietze) 
- irradiação: típica: pescoço, poupa o mamilo, e irradia para 
parte ulnar do braço esquerdo 
Mas pode irradiar também: pavilhões auriculares, maxilar 
inferior, nuca, região cervical, membros superiores, ombros, 
região epigástrica e região interescapulovertebral. 
 
- caráter: a dor anginosa é quase sempre do tipo constritiva 
(aperto) 
Observação: outros tipos de dor são: queimação ou ardência 
no precórdio, formigamento ou facada. 
- intensidade: dor leve: paciente sente, mas não se fixa nela 
(sensação de peso/desconforto); dor moderado: incomoda 
bastante e agrava-se com exercícios físicos; dor intensa: 
grande sofrimento, obrigando o paciente a ficar o mais quieto 
possível (acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e 
sensação de morte). 
- duração: 
 a dor da angina de peito tem duração curta, em geral 
de 2 a 3 min, raramente ultrapassando 10min: hipóxia 
miocárdica, sem alteração necrótica (dor relacionada 
a esforços, repouso atenua a dor) 
 angina instável: a dor é mais prolongada chegando a 
durar 20min (já há alterações histológicas). (passou 
de grandes esforços para pequenos esforços). 
 No infarto agudo do miocárdio: ocorrem alterações 
necróticas, a dor dura mais de 20min podendo chegar 
a algumas horas. 
- frequência: 
- fatores desencadeantes/agravantes: 
 Dor da angina: ocorre quase invariavelmente após 
esforço físico 
 No IAM: a dor costuma ter inicio com o paciente em 
repouso 
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-fatores atenuantes: exercício físico 
Observação: A dor torácica, em consequência das mudanças 
de decúbito ou de movimentos do pescoço, origina-se na coluna 
cervical/dorsal; A dor retroesternal e epigástrica durante a 
deglutição é causada por espasmo esofágico ou esofagite; a dor 
de que agrava com a tosse pode ocorrer em virtude de 
pericardite, pleurite, ou compressão de uma raiz nervosa. 
Sinal de Levine: paciente leva a mão ao peito como se tivesse 
apertando 
- sintomas concomitantes: precordalgia intensa, acompanhada 
de náuseas, vômitos e sudorese fria, sugere infarto agudo do 
miocárdio; dor precordial durante crise de palpitações pode 
decorrer de isquemia provocada por taquiarritmia. 
Dor de origem pericárdica 
 É mais aguda que a da angina, na região retroesternal 
junto do rebordo esternal esquerdo e irradia-se para 
o pescoço e as costas. 
 Podem ser do tipo “constritivo”, “peso”, “opressão”, 
“queimação” e apresentar grande intensidade. 
 Costuma ser continua (o que diferencia da angina) – 
durante várias horas -, não se relaciona com os 
exercícios, agrava-se com a respiração, com o 
decúbito dorsal, com movimentos na cama, deglutição 
e movimentação do tronco. 
 Alivio quando inclina o tórax para frente ou ao se 
colocar na posição genupeitoral. 
 Mecanismo de dor: atrito entre as membranas do 
pericárdio. 
Dor de origem aórtica 
 Os aneurismas da aorta geralmente não provocam 
dor, mas a dissecção aguda da aorta (camada intima 
rasga) determina quadro doloroso importante, com 
inicio súbito, muito intenso, do tipo lancinante, de 
localização retroesternal ou face anterior do tórax, 
com irradiação para o pescoço, região interescapular 
e ombros. 
Observação: após um eletrocardiograma não vê sinal 
de isquemia 
Dor de origem psicogênica 
 Indivíduos com ansiedade/ e ou depressão= neurose 
cardíaca 
 Localização na ponta do coração 
 Tipo surda. 
 Persistindo por horas ou semanas 
 Acentuando-se quando o paciente sofre 
contrariedades ou emoções desagradáveis 
 Não está relacionada com exercícios e pode ser 
acompanhada de hipersensibilidade do precórdio 
 A dor alivia-se parcialmente com repouso, 
analgésicos, tranquilizantes e placebos. 
Palpitações 
São contrações cardíacas mais fortes e mais intensas, lentas 
ou rápidas, rítmicas ou arrítmicas, decorrentes de transtornos 
do ritmo ou da frequência cardíaca. 
Percepção incômoda dos batimentos cardíacos: “batimentos 
mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no 
coração”, “coração deixando de bater”, “coração aos pulos”. 
 
Há três tipos principais de palpitações: 
- as palpitações ao esforço 
- as que traduzem alterações do ritmo cardíaco 
- as que acompanham os transtornos emocionais 
Dispneia 
Preciso diferenciar da astenia e da fatigabilidade, o quese 
consegue ao perguntar aos pacientes as características de sua 
queixa. Dispneia é a sensação consciente e desagradável do ato 
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de respirar. Designação de cansaço, canseira, falta de ar, fôlego 
curto, fadiga ou respiração difícil. 
Semiologicamente, apresenta-se de 2 maneiras: 
Subjetiva: dificuldade respiratória sentida pelo paciente. 
Objetiva: se evidencia pela aceleração dos movimentos 
respiratórios (taquipneia). 
- Os dados que possibilitam reconhecer os seguintes tipos de 
dispneia: dispneia de esforço, dispneia de decúbito dorsal 
(ortopneia), dispneia ao decúbito lateral (trepopneia), dispneia 
paroxística noturna e dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes. 
 
 
 
Tosse e expectoração 
 No edema pulmonar agudo, a tosse acompanha-se de 
expectoração espumosa de cor rósea. 
 Ruptura de vasos endobronquiais dilatados, na 
estenose mitral, e necrose hemorrágica dos alvéolos, 
nos casos de infarto pulmonar. 
 Nos aneurismas da aorta, pericardite e grande 
dilatação do átrio esquerdo, podem ocorrer acessos 
de tosse por compressão brônquica, irritação do vago 
ou do ramo concorrente. 
Sibilância/chiado 
 Ruído pela passagem de ar, alta velocidade, 
através de vias respiratórias estreitadas. 
 À ausculta, é possível encontrar expiração 
prolongada e sibilos 
 O sibilo é um som musical, continuo prolongado, 
predominantemente expiratório, e pode ocorrer 
também durante a inspiração. 
 Dispneia paroxística noturna na asma cardíaca, 
quando a congestão pulmonar se acompanha de 
broncoespasmo por edema da mucosa brônquica 
pela bronco constrição reflexa. 
 Asma cardíaca: costuma surgir na posição 
deitada e melhora quando o paciente senta-se ou 
fica em pé, sendo acompanhado por taquicardia, 
ritmo de galope e estertores finos nas bases 
pulmonares. 
 Asma brônquica: a dispneia não é aliviada pela 
mudança de posição, os sibilos são disseminados 
e predominam sobre os estertores. 
 Radiografia simples do tórax evidenciará 
congestão pulmonar de asma cardíaca, enquanto, 
na asma brônquica, encontra-se hiperinflação 
pulmonar. 
Hemoptise 
É a expectoração ou eliminação de sangue pelas vias respiratórias, 
procedente da traqueia, dos brônquios ou pulmões. 
- estenose mitral pode causar hemoptise 
- considera-se hemoptise a eliminação de mais de 2ml de sangue, podendo, 
em certas situações, ser grande o volume de sangue, chegando a ser fatal 
em alguns casos 
- diferencia hematêmese e epistaxe 
Síncope e lipotimia 
Lipotimia é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular 
postural (síncope). 
Causas de redução da irrigação cerebral: 
- Transtornos do ritmo cardíaco; condução do estímulo; débito cardíaco; 
redução do retorno venoso; hipovolemia; desordens metabólicas; síndrome 
do seio carotídeo. 
Cianose 
Coloração azulada da pele e das mucosas, como consequência do aumento 
da Hb reduzida= 5g/100ml. 
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Exame físico cardiovascular I 23/09 
 
Noções anatomia e fisiologia 
 O coração é envolvido por uma membrana chamada de 
pericárdio 
 É constituído por um músculo chamado de miocárdio 
 É dividido em dois lados pelo septo 
 Formado por dois átrios: direito – recebe sangue da 
VCS e VCI e o esquerdo pelas veias pulmonares 
 Formado por dois ventrículos: direito – por onde o 
sangue sai pela artéria pulmonar e esquerdo – por 
onde o sangue sai pela aorta 
 Artérias: aorta – sai do VE para todo o corpo e artéria 
pulmonar – sai do VD para o pulmão. 
Sistema de condução 
Geração espontânea de um potencial de ação no nó sinusal, que 
se propaga pelos átrios, nó AV, feixe de his, e fibras de purkinjie. 
 
- Primeira bulha: fechamento da valva mitral e tricúspide 
- Segunda bulha: fechamento da valva aórtica e pulmonar 
Inspeção 
Observar a atitude do paciente: 
Identificando alguns sinais, por exemplo: 
 Sinal de Levine: dor precordial 
 Posição genopeitoral: derrame pericárdico 
 Ortopneia: ICC congestiva 
 
Deformidades torácicas 
 
 
Exame direto do tórax 
Médico se posiciona à direita e aos pés do paciente (que está 
em decúbito dorsal) e observa o tórax frontal e 
tangencialmente, buscando impulsos (ictus cordis – pulso apical 
do coração). 
- Pode variar com biótipo, normalmente no quinto espaço 
intercostal esquerdo (mediolineo) entre a linha paraesternal e 
intermamilar, ou seja linha hemiclavicular. (nem sempre é 
visível). 
 Brevelíneo: no 4º espaço intercostal e 2cm para fora 
da linha hemiclavicular 
 Longilíneo: no 6º espaço intercostal e 1-2cm para 
dentro da linha hemiclavicular. 
Abaulamento precordial 
Cardiomegalia, derrame pericárdico, aneurisma de aorta, 
deformidade torácica. 
Batimento fúrcula esternal 
Pessoas normais (pulsação crossa da aorta). Aneurisma da 
crossa da aorta, HAS, alongamento da aorta em idosos. 
Pulsações epigástricas 
Pulsação da aorta 
 
 
 
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Palpação 
Confirmar a localização do ictus cordis (médico com a mão 
espalmada) 
 
- extensão normal: 2 polpas digitais 
- mobilidade: varia com posição do paciente (vai observar o 
ictus em posições diferentes). O normal é o ictus se mover, 
algumas patologias podem impedir essa mobilidade. 
- intensidade e impulso: palpação com a palma das mãos ou com 
dois dedos 
- frequência e ritmo: através da ausculta 
Observação: O ictus cordis pode ser não palpável em 50% dos 
pacientes (não patológico). Situações que dificultam a palpação: 
DPOC, obesidade, músculo desenvolvidos, mamas. 
 
Deslocamento ICTUS= estenose aórtica, insuficiência aórtica ou 
mitral, HAS, cardiomiopatia! 
Bulhas cardíacas 
 Podem ser palpadas como choque valvar (nos focos da 
ausculta). 
 Utilizar região palmar das cabeças dos ossos 
metacarpais. 
 Indivíduos magros, sem aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax (condição normal). 
 Em condições patológicas essa palpação é facilitada. 
B1: fechamento das valvas atrioventriculares marca o 
início da sístole, ápice cardíaco. Patológico: estenose 
valvar (por calcificação ou fibrose). B2: fechamento 
semilunar, marca a diástole, base cardíaca. Timbre 
mais agudo e seco – TA. Patológico: aumento da 
pressão sistólica. 
 
 
Frêmito cardiovascular 
- É a sensação tátil determinada por vibrações produzidas no 
coração ou grandes vasos. 
- Ao encontrar frêmito caracterizar: localização (áreas da 
ausculta), situação no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico, 
sistodiastólico) e intensidade (+ a ++++) 
- os frêmitos correspondem ao sopro cardíaco 
Se o paciente possui frêmito na base cardíaca (ou seja, nos 
focos pulmonar e aórtico)... 
 Na diástole: insuficiência valvar 
 Na sístole: estenose valvar 
Se o paciente possui frêmito no ápice cardíaco (focos tricúspide 
e mitral)... 
 Na sístole: insuficiência valvar 
 Na diástole: estenose valvar 
 
 
 
Ausculta cardíaca 
- A posição do paciente para a realização do exame 
cardiovascular: decúbito dorsal com a cabeceira elevada a 30° 
- Sentado com inclinação leve para frente= base do coração 
(focos aórtico e pulmonar) 
- decúbito lateral esquerdo= auscultar fenômenos na área 
mitral 
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Estetoscópio 
 
Diafragma: ruídos de alta frequência 
Campânula: sons de menor frequência 
 
Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito, justaesternal.Foco pulmonar: localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, 
junto ao esterno (foco que tem as condições ideais para a 
análise da 2º bulha pulmonar). 
Foco tricúspide: corresponde à base do apêndice xifoide 
(ligeiramente para esquerda). 
Foco mitral: situa-se no 5º espaço intercostal esquerdo na 
linha hemiclavicular (ictus cordis/ponta do coração). 
Foco aórtico acessório: 3º espaço intercostal entre os focos 
pulmonar e tricúspide 
Observação: A ausculta cardíaca deverá ser realizada em 
outras áreas 
- regiões laterais do pescoço (sopro de estenose aórtica) 
- região axilar E (sofro insuficiência mitral) 
Primeira Bulha (B1): Timbre mais grave e duração pouco maior 
que a 2º - TUM. 
 Hiperfonese B1: estenose valvar 
 Hipofonese B1: obesidade, tórax em tonel, tórax 
musculoso, miocardiopatias/IAM. 
Segunda Bulha (B2): Timbre mais agudo e seco – TA. 
(desdobramento fisiológico é comum nas crianças: TRA ou TLA). 
 Hiperfonese de componente realizada durante 
desdobramento e não pelo foco da ausculta 
 Hiperfonese: A2= HAS; P2= HP 
 Hipofonese: estenose aórtico, hipotensão arterial 
Desdobramento fisiológico (mais fácil de reconhecer no 
foco pulmaro): quando ocorre a inspiração profunda ocorre 
um aumento do retorno venoso e causa um atraso do 
fechamento da valva pulmonar por isso a valva aórtica se fecha 
antes que a pulmonar. 
Ritmo cardíaco e frequência cardíaca 
- Regular (bulhas ocorrem em intervalos fixos): Ritmo cardíaco 
em dois tempos 
 - Irregular: 
 Regularmente irregular (irregularidade repetida de 
forma não aleatória): extrassístole 
 Irregularmente irregular (Ritmo completamente 
aleatório) Avaliar frequência cardíaca em precordio e 
evitar pulso. 
- Frequência normal: 60-100 bpm 
- Ritmos tríplices (presença de B3 ou B4): pode ser fisiológico 
ou patológico. 
Terceira bulha (B3): Ruído protodiastólico de baixa frequência 
(ocorre no inicio a diástole e é melhor audível pela campânula 
no foco mitral). São vibrações da parece ventricular distendida 
pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante 
enchimento ventricular rápido. 
Quarta bulha (B4): Ruído telediastólico ou pré sístole. 
 
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- ritmos de galope: geralmente associado à patologia: presença 
de B3 – ventricular; presença de B4 – atrial; presença de soma: 
B3 + B4. 
Pulsos 
- pulso radial: entre apófise estiloide do rádio e tendão dos 
flexores; usar polpas dos dedos indicador e médio; comparar 
com artéria homóloga. 
 
 
 
- pulso venoso: 
Pulso jugular é o reflexo da função e anatomia das cavidades 
direitas do coração 
 Cabaceira elevada (30-45) 
 Estimar pressão venosa centrar (pressão de 
enchimento do átrio direito) 
 Avaliar se há frêmito e sofro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 24/09: Alterações do exame físico cardiovascular 
 
 
Pulso radial 
 A artéria radial situa-se entre a apófise estiloide do 
rádio e o tendão dos flexores 
 Polpas do indicador e médio. O examinador usa a mão 
direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e 
vice-versa. 
Pulso carotídeo 
 As pulsações das artérias carótidas podem ser 
visíveis, principalmente após exercício, emoções e em 
patologias, como a hipertensão e hipertireoidismo. 
 A gente tem um triângulo no nosso pescoço que é 
composto pelo esternocleiodomastóideo, traqueia e o 
ramo da mandíbula, e nesse triangulo que a artéria 
carótida está. 
 Ocorrência de frêmito, que pode ter origem na própria 
carótida (estenose ou oclusão) ou ser irradiado de 
uma lesão estenótica da valva aórtica. 
 Tanto a palpação como a ausculta deve ser feita ao 
longo das 2 artérias carótidas, desde a fossa 
supraclavicular até o ângulo da mandíbula. 
Pulso capilar 
É um rubor intermitente e sincrônico com o pulso radial que se 
observa em certas regiões principalmente nas unhas. Não é 
palpável na maioria das pessoas, só em condições patológicas. 
 
 
Semiotécnica 
- Compressão sobre a borda ungueal até a aparição pulsátil que 
marca a transição da cor róseo-clara. 
- Situações patológicas como anemia e hipertireoidismo: nítida 
pulsação 
 
Ingurgitamento e pulsação das veias jugulares 
 Pulso venoso reflete a dinâmica do coração direito 
 Fluxo retrógrado 
 Varia com a respiração: Cai na inspiração e aumenta 
na expiração 
 Aumenta com a compressão abdominal 
 Mais visível do que palpável – baixa tensão 
Refluxo hepatojugular 
Visto na ICC; tamponamento cardíaco, pericardite constritiva e 
regurgitação tricúspide. 
O médico comprime a região hepática, no rebordo costal direito 
(com o paciente em decúbito dorsal em cabeceira elava 45°), na 
palpação aumenta o ingurgitamento. 
Ausculta 
 
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Alterações da ausculta cardíaca 
 
Ritmo de galope (3º bulha patológica) 
 Quase sempre associado à taquicardia 
Ritmo de galope atrial (B4 em ritmo de galope) 
 Pode ocorrer com ou sem descompensação cardíaca 
 Indicativo de insuficiência ventricular iminente 
Ritmo de galope de soma 
 Fusa de B3 e B4 pela elevação da Fc 
 Ritmo em quatro tempos 
 
Cliques e estalidos 
Estalidos diastólicos 
- podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral e tricúspide 
- ruído seco, agudo e de curta duração. 
- “TEP” 
- 3º ou 4º EIC e no foco mitral 
Cliques sistólicos 
Sãos ruídos de ejeção, de alta frequência, agudos e intensos, 
produzidos na artéria pulmonar e na aorta. 
 O clique protossistólico pulmonar 
- presenta na estenose pulmonar, hipertensão 
pulmonar grave. 
- mais audível no foco pulmonar e na borda esternal 
esquerda, diferenciando-se de B1 pelo timbre mais 
agudo. 
 O clique protossistólico aórtico 
- presente na dilatação ou aneurismas de aorta, 
tetralogia de Fallot 
- mais audível no 4º EIC esquerdo, borda esternal até 
a área mitral. 
Atrito pericárdico 
- origina-se do roçar de folhetos pericárdicos 
- em geral é um ruído perceptível na sístole e na diástole, sem 
relação constante e fixa com as bulhas cardíacas. 
- é mais audível entre o ictus e a borda esternal esquerda 
Sopros 
Produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo 
sanguíneo, que em condições patológicas adota um caráter 
turbilhonar, deixando de ser laminar, surgindo ruídos 
denominados sopros. 
O sopro pode surgir dos seguintes mecanismos 
 Aumento da velocidade da corrente sanguínea 
(exercício físico, hipertireoidismo, febre). 
 Diminuição da viscosidade sanguínea (anemia) 
 Passagem do sangue por uma passagem estreita 
(estenoses). 
 Passagem do sangue por zona dilata (aneurisma) 
 
Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados: 
1. Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, 
diastólico, sistodiastólico ou contínuos. 
2. Duração: proto, meso, tele, holo 
3. Frequência: alta, média, baixa. 
4. Configuração: crescente, decrescente, platô, variável. 
5. Localização: qual foto de ausculta o sopro é mais 
audível 
6. Irradiação: deslocar o estetoscópio em varias 
direções para identificar irradiação 
7. Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ 
a ++++) 
8. Resposta às manobras: com o ciclo respiratório, 
posição do paciente. 
9. Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser 
suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar 
Tipos de sopro 
Sistólicos (coincide com o pulso): Mesossitólicos (estenose 
aórtica), Telessistólico (começa no final da sístole e terminaem 
B2); Holossistólicos (insuficiência mitral). 
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Diastólicos (sempre patológicos): protodiastólico (insuficiência 
aórtica); mesodiastólicos (começa um pouco depois da B2); 
telediastólico (estenose mitral). 
 
Patologias 
Estenose aórtica 
O sopro da estenose aórtica é tipicamente sistólico, mais 
intenso na base do coração e em formato de diamante, ou 
crescendo-decrescendo. Tem como característica se encerrar 
antes da segunda bulha, o que a diferenciar do sopro sistólico 
regurgitativo da insuficiência mitral. 
Insuficiência aórtica 
O sopro da insuficiência aórtica é um sopro diastólico, de alta 
frequência e que se inicia logo após ao componente A2 da 
segunda bulha. É aspirativo e em decrescendo, estando a 
gravidade mais correlacionada à duração do sopro do que a 
intensidade do mesmo. 
 
Estenose mitral 
A estenose mitral, classicamente causa um sopro diastólico tipo 
ruflar, que, na presença de ritmo sinusal vem acompanhado de 
reforço pré-sistolico (pelo aumento do fluxo transmitral 
durante a contração atrial). Em valvas doentes, mas não tão 
calcificadas, é possível ouvir, antes do sopro, um estalido de 
abertura. 
Insuficiência mitral 
O sopro é tipicamente holossistólico regurgitativo, ou seja, de 
intensidade contínua do início ao fim. Ocorre borramento da 
segunda bulha e esse fato ajuda a diferenciar do sopro da 
estenose aórtica que é em diamante e deixa a segunda bulha 
bem, nítida na ausculta. 
Insuficiência tricúspide 
O sopro da insuficiência tricúspide é sistólico e com maior 
intensidade na borda inferior esquerda do esterno (foco 
tricúspide). Como na IM, também é um sopro contínuo e leva a 
um borramento da B2, mas tem variação da intensidade de 
acordo com o ciclo respiratório. Ao inspirar profundamente o 
sopro aumenta de intensidade, ocorrendo o contrário na 
expiração (manobra de river-carballo). 
Sopros – manobras 
 
 
Arritmias 
 Arritmias e alterações da condução são causadas por 
anormalidades na geração ou na condução desses 
impulsos elétricos ou ambas. 
 Qualquer doença cardíaca, incluindo alterações 
congênitas estruturais ou funcionais, pode alterar o 
ritmo. 
 
 
 
 
 
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Síndromes cardiovasculares I 
 
Aula 16/10 
DOR TORÁCICA 
 
Caso clínico 
HDA: Paciente refere, há quatro semanas, dor retroesternal, 
graduada em 5 (cinco) na escala analógica de dor, descrita 
como em aperto, sem irradiação ou relação com a respiração, 
duração aproximada de 10 minutos, sempre desencadeada por 
esforço físico e aliviada após 5 minutos de repouso. Há 1 
semana vem notando que os episódios de dor vêm aumento de 
frequência e intensidade, surgindo episódio com irradiação para 
o braço esquerdo e região dorsal do tórax, com duração de 15-
20 minutos, associada a sudorese profusa e dispneia. 
 
 
Angina típica, atípica e dor não anginosa 
Características: 
1. Desconforto retroesternal de qualidade (em aperto) e 
duração característico (20 – 30min). 
2. Desencadeada por esforço físico ou estresse 
emocional 
3. Aliviada com repouso ou nitratos 
- Antiga típica: apresentam os três itens acima. 
 Na angina típica vários são os adjetivos utilizados 
pelos pacientes na descrição: sufocamento, 
queimação, opressão e peso. 
 Usualmente incide sobre a região retroesternal tendo 
irradiação para o pescoço, mandíbula, epigástrico ou 
membros superiores. 
 Desencadeada ou agravada com o esforço físico ou 
estresse emocional 
 A duração da dor anginosa é breve, não mais do que 
dez minutos na maioria dos casos, de início gradual e 
progressivo. 
- Angina atípica: dois dos três critérios 
- não anginosa: preenche apenas um ou nenhum dos critérios 
acima 
- dissecção aórtica: o incomodo decorrente da dissecção 
aórtica, costuma ter inicio súbito, grande intensidade, do tipo 
lancinante, localização retroesternal ou face anterior do tórax, 
podendo irradiar para pescoço, região interescapular e ombros. 
- dor pericárdica: “constritivas”, “peso”, “opressão”, 
“queimação”, costuma ser contínua, durando várias horas, 
agrava-se com a respiração, em busca de alívio o paciente 
inclina o tórax para frente ou adota a posição genupeitoral. 
Logo, para definir o diagnóstico diferencial, é 
imprescindível ser avaliado na história da doença atual, 
pelo menos, a intensidade, duração, início, sintomas 
associados, qualidade e irradiação do desconforto. 
CARACTERIZAÇÃO DA DOR 
 
 Escala verbal numérica (0 a 10) 
- dor fraca: até 3 
- dor moderada: de 4 a 6 
- dor intensa: de 7 a 10 (possíveis causa de dor 
intensa: dissecção de aorta, IAM, perfuração 
esofágica) 
 Duração 
- 2-3 min: angina estável 
- até 20 min: angina instável 
- várias horas: IAM 
 Inicio 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
- súbito: TEP (trombo embolismo pulmonar); dissecção 
de aorta; dissecção de aorta; perfuração esofágica. 
- gradual/progressivo: dor anginosa 
 Fatores precipitantes ou de piora 
- esforço físico/frio/estresse emocial: dor anginosa 
- alimentação copiosa: DRGE 
- Inspiração (ventilatória dependente): TEP; fratura de 
costela; pneumonia; pneumotórax. 
- posição supina: pericardite 
 Fatores de alivio: 
- Repouso e o uso de nitratos: dor anginosa 
- posição inclinada pra frente: pericardite 
 Sintomas associados 
- dispneia: dor anginosa; TEP; pneumotórax 
- diaforese (transpiração excessiva): dor anginosa 
- dor epigástrica: dor anginosa e DRGE 
- vômitos: IAM; doenças gastrointestinais e ruptura 
esofágica. 
 Qualidade: 
- aperto ou opressão ou constrição: dor anginosa e 
pericardite 
- queimação: DRGE 
- lancinante/dilacerante: dissecção aorta 
 Irradiação 
- braço esquerdo / pescoço / mandíbula: dor 
anginosa 
- dorso / abdome: dissecção de aorta 
 
Achados do exame físico 
- Diferença marcante de pulso ou pressão arterial entre os dois 
braços sugere dissecção de aorta 
- Erupção cutânea local remete a herpes zoster 
- Isquemia pode resultar em um sopro de insuficiência mitral, 
ou em sons acessórios, como B4 ou B3 
 
 
EDEMA 
Caso clínico 
Mulher, 65 anos 
QP: falta de ar há um ano 
HDA: Relata que há 1 ano vem apresentando dispneia aos 
grandes esforços (quando andava a pé 5 quarteirões), mas que 
há cerca de 1 mês passou a sentir o mesmo sintoma aos médios 
esforços (atividades diárias de casa). O quadro piora com a 
posição em decúbito dorsal e melhora ao dormir com dois 
travesseiros. Relata 2 episódios de dispneia paroxística 
noturna. Ainda, refere edema em membros inferiores, que 
surgiu também há 1 anos. Menciona piora do inchaço ao final do 
dia, quando termina os afazeres de casa, e melhora com a 
elevação dos membros. Nega sinais flogísticos no local. 
Exame físico: 
Sinais vitais: FC: 80 bpm; FR: 18ipm; T° axilar: 36,5°; PA: 150 x 
100mmHg 
Geral: BEG, orientado e cooperativo, eupneico, hidratado, 
normocorado, anictérico, acianótico e afebril ao toque. 
Cardiopulmonar: RCR, 3T (presença de B3 que pode ser causado 
por hipertrofia do ventrículo esquerdo), BNF e sem sopros. MVU 
presentes e simétricos, com estertores crepitantes em bases 
(relacionado a edema pulmonar). 
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Abdome: Ausência de cicatrizes e deformidades; Flácido. 
Hepatomegalia dolorosa. 
Extremidades: pulsos periféricos palpáveis e simétricos. Sinal 
do cacifo + em regiãopré-tibial (++/++++) . 
CARACTERIZAÇÃO DO EDEMA 
 Localização: 
- localizado x generalizado 
- ortostase x decúbito (pior sentado ou deitado ou em 
pé) 
- facial x MMII 
 Intensidade: 
- utiliza-se a técnica de digito pressão que 
corresponde ao sinal do cacifo ou godet 
 Consistência: 
- mole x endurado 
 Elasticidade 
- elástico x inelástico 
 Alterações da pele adjacente: 
- temperatura, sensibilidade, colocação, textura e 
espessura. 
ETIOLOGIAS 
 Edema generalizado: cardíaca, renal e hepática 
- edema cardíaco: um dos sinais cardiais da insuficiência 
cardíaca; o edema é caraterístico da IC direita, enquanto que na 
IC esquerda predomina a dispneia. 
- Na maioria dos casos ele é generalizado, acumulando-se 
inicialmente nos membros inferiores, ascendente, gravitacional 
e progressivo, podendo evoluir para anasarca, com ascite e 
derrame pleural bilateral. 
- Presença de turgência jugular, hepatomegalia, taquicardia, 
terceira bulha, e estertores crepitantes nos casos de IC 
esquerda associada. 
- características: intensidade variável, consistência mole, 
inelástico, temperatura normal, indolor, pele lisa e brilhante. 
 Edema localizado: 
- as principais etiologias que cursam com edema 
localizado são a vascular, a alérgica e o linfedema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Síndromes cardiovasculares II 
Caso clínico I 
ID: L.M.V, sexo masculino, 65anos, pardo, casado 3 filhos, 
católico, aposentado 
QP: escurecimento, inchaço e dor no dedo do pé direito e 
“batata da perna” direita há 15 dias. 
HDA: Paciente procurou assistência médica devido 
escurecimento, dor e edema no hálux direito, além de hiperemia 
em dorso do pé e face anterior do terço distal da perna direta 
há 15 dias, com piora progressiva. Paciente refere que 
apresenta dificuldade para caminhar devido a dor no pé e 
panturrilha, que a dor é pior ao movimento e tem alívio com o 
repouso. Paciente refere que apresenta dificuldade de 
cicatrização e que com frequência apresenta lesões nos 
membros inferiores com redução da sensibilidade nesses 
membros. 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome da insuficiência arterial 
periférica (etiológico: doença arterial obstrutiva periférica 
crônica: aterosclerose e pé diabético); síndrome infecciosa (pé 
diabético). 
 Oclusão arterial aguda 
- Etiologia embólica – foco emboligênico conhecido 
(fibrilação atrial, IAM) 
- inicio súbito (paciente relata o momento exato do 
inicio dos sintomas) 
- dor, alteração da cor e da temperatura da pele, 
contratura muscular, bolhas e ausência de pulsos 
periféricos, distalmente à oclusão arterial (contratura 
isquêmica de Volkmann), 
- ausência de claudicação 
- pulsos contralaterais normais 
 Sintomas: Arteriais: ausência de pulsação à palpação das 
artérias tibial posterior, pediosa e/ou artéria femoral; sopro na 
artéria femoral; baixa temperatura da pele do membro; palidez 
ou cianose do membro. Neurológicos: dor aguda e intensa no 
membro afetado (não melhora com repouso), mesmo em 
repouso, que pode ser precedida por: distúrbios sensoriais da 
perna, fraqueza da perna/pé, comprometimento do sistema 
nervoso periférico provocando perda da sensibilidade térmica, 
tátil, dolorosa e dos movimentos. 
 Doença arterial obstrutiva crônica 
- Principal característica: claudicação intermitente 
(dor no pé, panturrilha e piora a movimentação, 
melhora no repouso). 
- outros sinais e sintomas que podem aparecer ao 
longo da historia da doença são: menor pressão 
arterial, escassez de pelos nas pernas ou pés, 
palpação dos pulsos diminuídos ou ausentes das 
artérias no membro acometido, musculas da 
panturrilha hipotrofiado, úlceras dolorosas nos pés ou 
dedos dos pés, palidez da pele ou cianose, unhas dos 
dedos dos pés quebradiças. 
- Nos casos mais avançados: disfunção erétil, dor em 
repouso, redução da temperatura das pernas, 
parestesia e eventualmente aparecimento de lesões e 
áreas de necrose. 
- Aterosclerose: Fenômeno em que ocorre o acúmulo 
de placas de ateroma na parece dos vasos 
sanguíneos. Consequência clinica da aterosclerose: 
angina – infarto do miocárdio – hipertrofia VE – 
insuficiência cardíaca – AVC – insuficiência renal – 
doença vascular periférica. 
- 10 a 25% na população acima de 55 anos 
- 70 a 80% dos pacientes são assintomáticos 
- mais frequente em homens 
- os membros inferiores são a localização mais 
comum arterial obstrutiva em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Caso clínico II 
ID: L.G.F, 40 anos, feminino, casada, 1 filha, espirita, comerciante 
QP: dor e inchaço na perna esquerda há 02 dias 
HDA: paciente refere que há 02 dias iniciou quadro de dor e 
edema assimétrico em membro inferior esquerdo, a dor piora 
com a mobilização do membro e alivia no repouso. Refere mal-
estar inespecífico. A paciente realizou cirurgia plástica 
(lipoaspiração) há 02 semanas e que está a maior parte do 
tempo acamada e sem realizar esforço. 
Antecedentes ginecológicos: faz uso de ACO há 10 anos 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome da insuficiência venosa por 
causa da trombose venosa profunda 
Trombose venosa profunda: coagulação intravenosa do sangue 
com obstrução parcial ou total do lúmen de uma veia 
Os fatores mais importantes para o desenvolvimento são: 
aumento da coagulabilidade sanguínea, diminuição do fluxo 
sanguíneo e lesão do endotélio vascular. (tríade de virchow) 
 
. 
Quadro clínico: 3 tipos clínico (conforme a localização da 
trombose) 
 Tipo indeterminado: 
- ausência de qualquer sintoma característico, 
devendo-se pensar nesta enfermidade em pacientes 
acamados por doença debilitante ou por cirurgia que 
apresentem febrícula, taquicardia, taquipneia e mal-
estar geral. 
 Tipo localizado: sintomas gerais + local da trombose 
ou no território drenado pela veia comprometida 
- dor é de intensidade variável, podendo, quando 
intensa, levar à impotência funcional. Geralmente seu 
inicio é súbito, piora com a movimentação e melhora 
com repouso e elevação do membro comprometido. 
- edema é o sinal mais característico. Localiza-se na 
região imediatamente abaixo da trombose e quando 
esta acomete ambas as leias ilíacas ou a VCI, o edema 
chega ao períneo, à região glútea e aos membros 
inferiores. 
- diminuição da temperatura da pele (vasoespasmo 
reflexo) – aumento da temperatura no membro ou no 
local comprometido. 
- palidez no membro afetado. A alteração de cor mais 
frequente é a cianose, em razão da estase venosa. 
- quando ocorre trombose em veias profundas, o 
retorno venoso passa a ser feito pelas veias 
superficiais, as quais ficam muito ingurgitadas. 
 
 Tipo tromboembólico: fragmentos do trombo se 
desprendem e se alojam no pulmão 
- êmbolos pequenos localizam-se nas artérias 
pulmonares mais periféricas, provocando dor do tipo 
pleurítica, dispneia e tosse, se houver infarto 
pulmonar, aparece escarro hemptoico 
- em decorrência do comprometimento da pleura, é 
possível ouvir atrito pleural 
- êmbolos maiores causam importante 
comprometimento da circulação pulmonar, surgindo 
então dor na região precordial ou diafragmática, de 
caráter constritivo, semelhante a dor anginosa, 
taquicardia, taquipneia, cianose, agitação, sudorese, 
choque e insuficiência ventricular direita aguda 
- quadros mais graves ou morte súbita são 
provocados por grandes êmbolos capazes de 
ocasionar oclusão total ou subtotal do tronco da 
artéria pulmonar. 
 
Trombose venosa profunda: Phlegmasia cerulea 
dolens é um quadro de trombose venosa profunda e 
superficial com bloqueio quase totaldo retorno 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
venoso, que se manifesta por edema intenso a partir 
da raiz da coxa, cianose intensa, diminuição da 
temperatura, flictenas e áreas de necrose que podem 
acometer todo o membro. 
Phlegmasia alba dolens: é um quadro de trombose 
venosa da veia ilíaca e/ou femoral caracterizado por 
edema desde a raixa da coxa, dor, colaração 
esbranquiçada da pele e aumento da temperatura no 
membro afetado. 
 
TVP 
Sinal de Homans: Dorsiflexão forçada do pé em 
paciente com suspeita de trombose venosa profunda, 
se a manobra provocar dor intensa na panturrilha ele 
é positivo indicando possibilidade de TVP. 
Sinal da bandeira: menor mobilidade da panturrilha 
acometida, que se encontra empastada, quando 
comparada ao membro contra-lateral 
Sinal de bancroft: dor à palpação da musculatura da 
panturrilha acometida, 
 
Caso clínico III 
 
ID: F.O.S, 54 anos, masculino, viúvo sem filhos, sem 
religião, padeiro 
QP: dor no peito de inicio há 01 hora 
 
HDA: paciente vem ao PA com queixa de dor torácica 
retroesternal de forte intensidade (10/10) de inicio há 
01 hora. Refere uma “faca enfiada no peito”. Associado 
a dor, apresenta sudorese e tontura. 
 
- apresenta palpitação, tabagista (25 maços/ano), 
sedentário. 
- sopro holossitolico (4/6+) audível em foco aórtico 
- redução da amplitude do pulso radial e braquial, 
perfusão periférica reduzida, palidez excessiva e 
redução da temperatura no membro. 
 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome aórtica aguda, 
etiológico: dissecção da aorta. 
- Inicio após lesão da camada intima da aorta com 
exposição da camada media e formação de uma falsa 
luz. 
 
 
 
Classificação: 
- aguda < de 2 semanas 
- quanto ao local da aorta envolvido no processo de 
dissecção 
- classificação de stanford é a mais utilizada e divide 
as dissecções agudas de aorta em 2 grupos 
Tipo A: quando há envolvimento da aorta ascendente 
no processo de dissecção (tipo I e II de Bakey) 
Tipo B: quando a dissecção não envolve a aorta 
ascentende (tipo III de Bakey) 
- dor súbita de forte intensidade desde o inicio. A 
qualidade da dor é descrita como “rasgando” ou como 
se “enfiassem uma faca no meu tórax”. 
- Tipo A: dor se localiza no tórax, mandíbula e pescoço 
- Tipo B: a dor é dorsal e abdominal 
- Associado a sudorese e hipertensão 
- outras apresentações menos comuns são: sintomas 
de insuficiência cardíaca congestiva, sincope, AVC, 
isquemia arterial periférica e paraplegia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2

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