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Resuminho - Parasitoses intestinais

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Parasitoses intestinais 
AMEBÍASE 
AE: Entamoeba histolytica. 
Estágios evolutivos 
Cistos: forma infectante, eclode no ID. 
Trofozoíta: vivem como comensais ou invadem a 
parede do intestino causando colite. Pode se 
disseminar no fígado, pulmão ou encéfalo pela CS. 
Modo de transmissão: água ou alimentos 
contaminados. 
Quadro clínico 
Forma intestinal: invade o IG causando colite (dor 
abdominal, diarreia mucossanguinolenta de pequeno 
volume e múltiplos episódios). 
Aguda: diarreia mucossanguinolenta, náuseas, 
vômitos, cefaleia, febre, tenesmo, cólicas. 
*O hemograma não apresenta eosinofilia. 
Crônica: desconforto abdominal e irregularidade do 
hábito intestinal. 
Ameboma: granuloma que pode semiocluir o cólon. 
Forma extraintestinal: abcessos pulmonares, 
cerebrais e hepáticos (dor em HD, hepatomegalia, 
febre, sudorese noturna). 
 
ANCILOSTOMÍASE 
AE: Necatur americanos e Ancylostoma duodenalis. 
Estágios evolutivos: ovos excretados com as fezes > 
eclodem em larva rabditoide L1 > larva rabditoide L2 
> Larva filarióde L3 (forma infectante, penetra na 
pele, atinge CS e são atraídas pelo O2) > Larva 
filarióde L4 (ascendem pela árvore traqueobrônquica 
e são deglutidas) > verme adulto se instala no 
duodeno e jejuno. 
Modo de transmissão: pés descalços (espaços 
interdigitais e folículos pilosos). 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: Possuem peça bucal que se adere à 
mucosa formando lesões inflamatórias (enterite 
catarral). 
Gastroenterite: náuseas, vômitos, diarreia, dor 
abdominal, flatulência. 
Crônico expoliativo: anemia ferropriva, 
hipoalbuminemia, desnutrição proteica, anasarca, 
síndrome disabsortiva e déficit físico e mental em 
crianças. 
*Pode causar síndrome de Loeffler (ciclo 
pulmonar). 
*O hemograma apresenta eosinofilia. 
 
ASCARIDÍASE 
AE: Ascaris lumbricoides. 
Modo de transmissão: água ou alimentos 
contaminadas, mãos no solo contaminado. 
Estágios evolutivos: ovos eclodem no intestino > 
larva penetra a mucosa e atinge CS > nos pulmões 
rompem capilares > ascendem pela árvore 
traqueobrônquica > são deglutidas > verme adulto se 
instala no ID (jejuno e íleo). 
*Não se reproduzem no ser humano, o nº de 
vermes corresponde ao nº de ovos ingeridos. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: dor abdominal, diarreia, náuseas e 
anorexia. 
*Pode causar obstrução intestinal (valva 
ileocecal). 
*Obstrução do ducto pancreático pode causar 
pancreatite aguda. 
*Pode causar síndrome de Loeffler (tosse seca, 
broncoespasmo e RX: infiltrados instersticiais ). 
 
ENTEROBÍASE 
AE: Enterobius vermicularis (Oxiúro). 
Estágios evolutivos 
Ingestão de ovos > eclosão das larvas pela ação do 
suco digestivo > se alojam temporariamente no IG > 
fêmeas migram para o ceco e eliminam ovos na 
região anal > prurido contaminada às mãos. 
Modo de transmissão: fecal-oral. 
Quadro clínico 
Prurido anal que exacerba à noite, irritabilidade, 
desconforto, sono intranquilo, vômitos, dor 
abdominal e tenesmo. 
*As escoriações do prurido podem resultar em 
infecções secundárias. 
*Os vermes podem invadir o aparelho genital 
feminino causando prurido, corrimento, aumento 
da excitação sexual e onanismo. 
 
ESQUISTOSSOMOSE 
AE: Schistossoma mansoni. 
Estágios evolutivos 
Ovos eclodem > miracídios penetram no caramujo > 
esporocistos > cercarias liberadas na água > perdem a 
cauda durante penetração > esquistossomulos 
atingem a circulação > circulação porta, forma adulta 
> pares de vermes migram para vênulas mesentéricas 
do intestino e reto > liberação de ovos 
Modo de transmissão: penetração ativa da cercaria 
na pele. 
Quadro clínico 
Fase inicial 
Assintomático 
Sintomático: dermatite cercariana (pápulas 
eritematosas e pruriginosas), febre de Katayama 
(linfoadenopatia, febre, cefaleia, anorexia, dor 
abdominal). 
Fase tardia 
Hepatointestinal: diarreia, epigastralgia, 
hepatomegalia com nodulações (fibrose de 
Symmers). 
Hepática: assintomática ou semelhante a 
hepatointestinal. 
Hepatoesplênica compensada: hipertensão porta, 
esplenomegalia, varizes de esôfago, dor abdominal, 
desconforto em HE. 
Hepatoesplênica descompensada: hemorragia 
digestiva, hematêmese ou melena. 
 
ESTRONGILOIDÍASE 
AE: Strongyloides stercoralis. 
Estágios evolutivos 
Larva filarioide L2 penetra na pele > atingem CS > 
ascendem pela árvore traqueobrônquica > são 
deglutidas > adultos no ID (duodenojejuno) > ovos 
na luz intestinal > larvas rabditoides L1 > eliminação 
com as fezes > larva filarióide L2 ou verme adulto de 
vida livre (ovos>L1>L2) 
*Podem realizar autoinfestação interna e externa. 
Modo de transmissão: penetração na pele. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: dor epigástrica que piora com a 
ingestão de alimentos, diarreia, mal-estar, sonolência, 
náuseas, síndrome disabsortiva. 
Estrongiloidíase disseminada: febre, peritonite, 
meningite e sintomas respiratórios, carreia bactérias 
entéricas para diversos órgão gerando infecções 
secundárias e sepse. 
*Leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda. 
*Pode causar síndrome de Loeffler 
 
GIARDÍASE 
AE: Giardia lamblia (protozoário). 
Estágios evolutivos 
Cisto eliminado nas fezes > contaminação da água > 
ingestão > trofozoíta aderido ao ID (duodeno e 
jejuno) 
Modo de transmissão: ingestão de água não filtrada 
ou alimentos não cozidos contaminados, transmissão 
anal-oral e sexual. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: diarreia (esteatorréia), dor abdominal, 
fadiga, anorexia, flatulência e distensão abdominal. 
*Prejudica absorção de vitaminas lipossolúveis, 
cobalamina e folato. 
LARVA MIGRANS\TOXOCARÍASE 
AE: Toxocara canis, t. catis e Ascaris suum. 
Estágios evolutivos 
Ingestão de ovos > larvas > perfuração da parede 
intestinal > CS > invadem tecidos. 
Modo de transmissão: manipulação do solo 
contaminado, ingestão de ovos. 
*Não existe contaminação direta com o hospedeiro 
canino. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: febre, queda do estado geral, 
irritabilidade, hepatomegalia, rash cutâneo 
pruriginoso, convulsões, dispneia, tosse não 
produtiva, estertores. 
 
TENÍASE 
AE: Taenia solium (gado suíno) e Taenia saginata 
(gado bovino). 
Estágios evolutivos 
Ingestão de carne contaminada > digestão libera 
cisticercos > escólex se fixa ao ID > formação de 
proglotes (adulto) > proglotes distais são liberadas > 
liberam ovos > hospedeiro intermediário ingere os 
ovos ou proglótes > no intestino liberam embriões > 
penetram a parede intestinal > CS > larvas 
amadurecem nos tecidos (cisticerco). 
Modo de transmissão: ingestão de carne crua ou 
mal passada de suínos e bovinos. 
*O homem pode ser hospedeiro intermediário do 
T. solium, albergando a larva Cysticercus 
cellulosae (cisticercose) ao ingerir os ovos ou 
proglotes em água ou alimentos contaminados. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: tontura, fraqueza, insônia, cefaleia, 
irritabilidade, anorexia, bulimia, náuseas, vômitos, 
distensão e dor abdominal. 
Cisticercose: principal apresentação no SNC, crises 
epiléticas generalizadas ou focais, mais comum focal 
com generalização secundária, hidrocefalia (HIC, 
papiledema, rebaixamento do nível de consciência). 
 
TRICURÍASE 
AE: Trichuris trichiuria. 
Estágios evolutivos 
Ingestão de ovos > liberação de larvas no ID > fêmea 
ancora na mucosa do IG > liberação dos ovos nas 
fezes 
Modo de transmissão: água e alimentos 
contaminados. 
Quadro clínico 
Assintomático 
Sintomático: ulceração e erosão da mucosa, anemia 
ferropriva, diarreia crônica, tenesmo, enterorragia, 
prolapso retal, mucosa retal edemaciada, ulcerada, 
hemorrágica e contendo vermes adultos presos. 
 
Diagnóstico - EPF 3 amostras 
 Método de Hoffman, Pons e Janer, da 
sedimentação espontânea, de Faust: pesquisa 
de cistos de protozoários e ovos de helmintos. 
 Método de Baermann-Moraes: pesquisa de 
larvas de Strongyloidessp. nas fezes e de larvas 
de nematoides do solo. 
 Método de Kato-Katz: pesquisa qualitativa e 
quantitativa de ovos de S. mansoni e outros 
helmintos. 
 Método de Graham (fita adesiva ou gomada) 
e Método de Hall (swab anal): pesquisa de 
ovos de Enterobius Vermicularis (Oxiuríase) 
 Método de tamização das fezes: pesquisa das 
proglotes de Taenia sp. 
 
Tratamento 
Protozoários (Giárdia e ameba): metronidazol. 
 Adultos: 250mg 2cp 8/8h 7 dias; 
 Crianças: solução 40mg/ml: Peso/3 = dose em 
ml de 8/8h por 7 dias, até no máximo 10ml 
Helmintos (exceto esquistossomose): Albendazol. 
 Adultos: 400mg 1cp 3 dias consecutivos e 
repetir após 14 dias. 
 Crianças: 400mg/10ml: 10ml dia por 3 dias e 
repetir após 14 dias. 
Esquistossomose: Praziquantel ou Oxaminiquine. 
 
Crianças: não há evidências sobre a segurança de 
antielmínticos em <1 ano. 1-2 anos: albendazol, 
mebendazol e metronidazol. 
Gestantes: nenhuma droga 100% segura. Parasitose 
intestinal na gestação não compromete a gravidez ou 
concepto. Só tratar se quadro clínico exuberante ou 
infecções maciças e após o 1º trim. A lactação deve 
ser interrompida para o uso dos fármacos. 
 
Nitazoxanida: droga de amplo espectro com 
comodidade posológica (500mg ou 7,5 mg/kg, de 
12\12h por 3 dias) EA leves e transitórios e taxa de 
cura de 81-94%. Efetivo contra nematódeos, 
cestódeos e trematódeos e protozoários. 
 
Desparasitação profilática periódica (OMS) 
Desparasitação de rotina para população em risco que 
vive em áreas endêmicas com anti-helmínticos 
anualmente nos países com taxas de prevalência de 
infecções por helmintos transmitidos pelo solo na 
comunidade >20% e semestral se >50%. 
Pessoas em situação de risco: crianças de idade pré-
escolar, crianças em idade escolar e mulheres em 
idade fértil.

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