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RENÚNICA, PERDÃO E PEREMPÇÃO

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Brenda Amengol 
1 
 
RENÚNCIA, PERDÃO E PEREMPÇÃO 
* Diferentemente da ação penal pública, onde predomina os princípios da obrigatoriedade 
e indisponibilidade, na ação penal privada é possível que o ofendido ou seu representante 
legal, mesmo possuindo elementos suficientes para iniciar a demanda, opte por não agir, 
utilizando-se do princípio da oportunidade/conveniência ou até mesmo desistir da ação 
que haja interposto (princípio da disponibilidade). É de extrema importância entender os 
institutos da renúncia e do perdão, dentro da ação penal privada e o que estão relacionados 
a esses princípios. 
* A Renúncia materializa a ideia de oportunidade, ao passo que o Perdão e a Perempção 
materializam a ideia de disponibilidade. De todo modo, todos estes três institutos resultam 
na extinção da punibilidade do querelado. 
RENÚNCIA é o ato unilateral do ofendido (ou seu representante legal), abdicando do 
direito de promover a ação penal privada, extinguindo-se por consequência, o direito de 
punir do Estado. 
Características da Renúncia 
* Em regra, só é cabível na Ação Penal Privada, contudo, excepcionalmente é cabível na 
Ação Penal Pública Condicionada a Representação, nos crimes de menor potencial 
ofensivo (art. 74 da Lei 9099/95); 
* É um instituto pré-processual (ocorre antes do oferecimento da denúncia ou queixa); 
Obsta a formação do processo penal; 
Renunciando, expressa ou tacitamente, o direito de queixa não pode ser exercido (art. 104 
do CP); 
* A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu 
representante legal, ou procurador com poderes especiais (art. 50 do CPP); 
* A renúncia do representante legal do menor, não privará este do direito de queixa 
quando completar 18 anos, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro 
(Súmula 594 do STF); 
* A renúncia tácita é a prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de 
queixa (ex. nas infrações de menor potencial ofensivo, a composição civil gera a renúncia 
tácita); 
* Segundo o parágrafo único do art. 104, CP, não implica em renúncia tácita o fato do 
ofendido receber indenização do dano causado pelo crime; 
Brenda Amengol 
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* No concurso de agentes, a renúncia ao direito de queixa em relação a um dos autores 
do crime, a todos estenderá, importando em renúncia tácita (Princípio da Indivisibilidade, 
art. 49 do CPP). Havendo 2 vítimas, a renúncia de uma não prejudica o direito da outra, 
possuindo cada qual direitos autônomos; 
* No caso de morte da vítima, a renúncia do direito de queixa por parte de um dos seus 
sucessores não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitado o prazo legal; 
* É ato unilateral, independe da vontade do querelado. Opera-se pela prática de ato 
incompatível com a vontade de ver processado o infrator. Quando a vítima se recusa a 
tomar providência contra o seu agressor; ANTES DE AJUIZADA A AÇÃO. (Princ. da 
oportunidade) 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do 
crime, a todos se estenderá. 
PERDÃO do ofendido é ato bilateral, pelo qual o ofendido ou seu representante legal, 
desiste de prosseguir com o andamento do processo já em curso, desculpando o ofensor 
pela prática do crime, dependendo de aceitação do ofendido. 
Características do Perdão: 
• Cabível somente na Ação Penal Privada; 
• Pode ser processual ou extraprocessual; 
• Pode ser expresso ou tácito; 
• É ato bilateral, sendo indispensável que o perdão seja aceito expressa ou 
tacitamente pelo querelado; 
• Tanto o perdão quanto a aceitação são atos incondicionais (perdoa-se sem 
exigências, aceita-se sem condições); 
• Pode ser oferecido depois do início da ação penal, até o trânsito em julgado da 
sentença (não é admissível o perdão depois de transitada em julgado a sentença); 
• O perdão concedido a qualquer dos querelados a todos aproveita; 
• O perdão concedido por um dos querelantes não prejudica o direito do outro. 
• Perdão ocorre quando a vítima não deseja prosseguir com a ação, perdoando o 
querelado. DEPOIS DE AJUIZADA A AÇÃO. (Princ. da disponibilidade) 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e 
o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, 
todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
Brenda Amengol 
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• Decadência é a perda do direito potestativo, ou seja, extingue-se o direito após 
escoar o prazo previsto em lei. Devemos salientar que o objeto da decadência é 
o direito, diferente da prescrição que atinge a pretensão. 
PEREMPÇÃO é a perda do direito do autor renovar a propositura da mesma ação. 
Embora a perempção cause a perda do direito de ação, nada impede que a parte invoque 
seu eventual direito material em defesa, quando sobre ele vier a se abrir processo por 
iniciativa da outra parte. 
Em suma, a decadência é um prazo estabelecido pela lei para exercício de um direito, 
não praticado dentro do prazo, ter-se-á extinção do direito, ao passo que, a prescrição é 
um prazo dentro do qual se pode exigir em juízo uma prestação, se não fizer, o autor 
perderá o poder de exigi-la judicialmente. Já à preclusão deriva do fato do autor ou réu 
não ter praticado um ato processual no prazo em que ele deveria ser realizado e a 
perempção a perda do direito de ação do autor que abandonou a causa três vezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Renúncia, Perdão e Perempção 
Todos são institutos da Ação Penal Privada. Trata-se de tema correlato ao Princípio da 
Disponibilidade (princípio que, a propósito, é exclusivo da Ação Penal Privada). 
A Renúncia materializa a ideia de oportunidade, ao passo que o Perdão e a Perempção 
materializam a ideia de disponibilidade. De todo modo, todos estes três institutos resultam 
na extinção da punibilidade do querelado. 
1) RENÚNCIA 
Renúncia é apenas “não processar”, ou seja, é somente deixar de processar o ofensor pelo 
fato. Assim, a renúncia ocorre antes da propositura da Ação Penal Privada. 
A Renúncia Pode ser expressa ou tácita. Será expressa se o ofendido disser que renúncia 
ao direito de oferecer a queixa-crime. Será tácita quando o ofendido deixar escoar o prazo 
Trata-se de ato unilateral. Exemplo: André xinga Bruno, Bruno não se incomoda e não 
entra com a ação: houve renúncia. É um ato unilateral de Bruno. André não pode obrigar 
Bruno a entrar com um processo. 
2) PERDÃO (PROCESSUAL) 
Ocorre durante o decorrer da Ação Penal (Privada). É uma espécie de desistência: o 
querelante (ofendido que já ingressou com a queixa-crime) desistindo da Ação Penal 
Privada. 
Deste modo, “Perdão” é o perdão do querelado pelo querelante. 
Este perdão pode ocorrer no bojo do processo, por meio do advogado do querelante 
(Perdão Endoprocessual), mas também pode ocorrer fora do processo, de modo 
extrajudicial (Perdão Extraprocessual). 
Diferente da Renúncia, o Perdão é um ato bilateral, depende da concordância do 
querelado. Voltemos ao nosso exemplo: André xinga Bruno, Bruno se incomoda e entra 
com um processo contra André. Agora, para que haja o perdão, é necessário que André 
concorde. 
Brenda Amengol 
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E porque André não concordaria? André pode querer levar o processo adiante para provar 
sua inocência – aceitar o perdão de Bruno seria o mesmo que admitir sua culpa (embora 
houvesse extinção da punibilidade). 
Falamos do Perdão Processual, este não se confunde com o Perdão Judicial. 
3) PEREMPÇÃO 
Perempção ocorre quando o querelante é desidioso e negligente com a Ação Penal 
Privada. 
De acordo com o art. 60 do CPP, existem quatro hipóteses de Perempção: 
i) Ação Penal Privada fica parada por 30 dias dependendo de atuação/manifestação de 
vontade do querelante; 
ii) Processo fica parado por 60 dias dependendo da habilitação dos sucessores;iii) Querelante deixa de comparecer a algum dos atos do processo a que ele deveria se 
fazer presente. 
iv) Por razão das alegações finais o querelante não pede a condenação. 
Sobre a habilitação dos sucessores: se o querelante for uma pessoa física seus sucessores 
serão os CADI (Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão; se o querelante for uma 
pessoa jurídica, e ela se dissolver, seus sucessores serão aqueles previstos no seu Estatuto 
Social. Os sucessores, sejam da pessoa física ou da pessoa jurídica, possuem 60 dias para 
se habilitar sob a pena de Perempção. 
4) DECADÊNCIA 
Decadência é a perda do direito potestativo, ou seja, extingue-se o direito após escoar o 
prazo previsto em lei. Devemos salientar que o objeto da decadência é o direito, 
diferente da prescrição que atinge a pretensão. 
 
ATUALIZAÇÃO: Informativo 547 do STJ (20/08/2014): Consequências da 
proposta de composição civil feita apenas para parte dos querelados 
Se o querelante oferece queixa-crime contra três querelados e propõe a composição civil 
dos danos apenas para dois deles, isso significa que ele renunciou tacitamente ao direito 
de ação (art. 104 do CP), devendo essa renúncia ser estendida ao terceiro querelado para 
quem a proposta não foi feita. Na ação penal privada, vigora o princípio da 
indivisibilidade segundo o qual se, houver dois ou mais querelados e o querelante 
manifestar a sua intenção de não processar uma parte dos envolvidos, essa manifestação 
Brenda Amengol 
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se estenderá aos demais. Assim, a renúncia em relação ao direito de processar um dos 
querelados beneficia todos os envolvidos.

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