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Fármacos colinérgicos

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Relembrando: 
Os fármacos que afetam o sistema nervoso autônomo (SNA) são 
divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de neurônio envolvido 
nos seus mecanismos de ação: fármacos colinérgicos que atuam em 
receptores que são ativados pela acetilcolina (ACh), e os fármacos 
adrenérgicos atuam em receptores que são estimulados pela 
norepinefrina ou pela epinefrina. 
 
Mediadores químicos e receptores 
 SN autônomo SN somático 
 Simpático Parassimpático 
Mediador Pré-
ganglionar 
Acetilcolina 
(receptor 
nicotínico) 
Acetilcolina 
(receptor 
nicotínico) 
Acetilcolina 
(receptor 
nicotínico) 
Mediador Pós-
ganglionar 
Norepinefrina 
(receptores 
adrenérgicos α 
e β) 
Acetilcolina 
(receptor 
muscarínico). 
 
Acetilcolina 
(receptores 
muscarínicos) 
 
 
 
Sistema cardiovascular 
• vasodilatação (a regulação da reatividade 
vascular depende do SN simpático, não tem 
grande repercussão do SN parassimpático, 
então a vasodilatação é gerada por agonistas 
muscarínicos, primariamente do subtipo M3, 
ou inibidores da AChE). 
• diminuição da frequência cardíaca (efeito 
cronotrópico negativo); 
• diminuição da força de contração cardíaca 
(efeito inotrópico negativo). 
A injeção intravenosa de uma pequena dose de ACh provoca a queda 
transitória da pressão arterial decorrente da vasodilatação generalizada 
(mediada pelo NO endotelial vascular), que, em geral, é acompanhada de 
taquicardia reflexa. 
 
Trato urinário 
•A inervação parassimpática sacral promove 
a contração do músculo detrusor; 
•Aumenta a pressão miccional e causa o 
peristaltismo ureteral; 
•Redução da capacidade vesical. 
 
Trato gastrointestinal 
•Aumento do tônus, a amplitude das 
contrações, peristaltismo e motilidade 
intestinal; 
•Náuseas, vômito e diarreia. 
•Aumento das secreções glandulares 
 
Sistema respiratório 
 
•Broncoconstrição; 
•Aumento da secreção traqueobrônquica; 
 
Olhos 
•Produz miose por contração do músculo 
esfincter da pupila; 
•Acomodação da visão para perto por 
contração do músculo ciliar; 
•Facilita drenagem do humor aquoso. 
Efeitos secretores 
• Além das secreções traqueobrônquicas e GI, 
aumenta secreções lacrimais, nasofaríngeas, 
salivares e sudoríparas. 
 
Junção neuromuscular e SNC 
• Neuromuscular: prolonga e intensifica o 
efeito da ACh, aumenta a força de contração 
muscular (importante o uso de inibidores da 
AChE para miastenia gravis) 
•SNC: aumenta neurotransmissão colinérgica 
(importante o uso de inibidores da AChE para 
Alzheimer). 
Termos importantes: 
Fármacos colinomiméticos: atuam de forma direta ou indireta nos 
receptores colinérgicos (nicotínicos ou muscarínicos). 
Parassimpatomiméticos: reproduzem as respostas produzidas pelo 
estímulo do SN parassimpático (agonistas muscarínicos). 
Parassimpatolítico: fármacos que inibem ações do sistema nervoso 
parassimpático (antagonistas muscarínicos). 
 
Alguns fármacos são capazes de influenciar a transmissão colinérgica 
tanto agindo como agonistas ou antagonistas sobre os receptores pós-
sinápticos da ACh quanto afetando a liberação ou a destruição da ACh 
endógena. 
 
Agonistas colinérgicos de ação direta 
Colinérgicos diretos ou colinomiméticos diretos. São frequentemente 
denominados parassimpatomiméticos, porque os principais efeitos que 
produze se assemelham aos resultantes da estimulação parassimpática. 
Estes fármacos podem ser classificados em dois grupos: 
1) ésteres da colina endógenos, que incluem a ACh e ésteres sintéticos 
de colina, como o carbacol e o betanecol; 
2) alcaloides de ocorrência natural, como a nicotina e a pilocarpina. 
 
Alguns dos fármacos terapeuticamente mais úteis (pilocarpina e 
betanecol) se ligam preferencialmente aos receptores muscarínicos, e 
algumas vezes são referidos como fármacos muscarínicos. 
 
 
 
 
 
 
 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
 
Acetilcolina 
É um composto amônio quaternário que não consegue penetrar 
membranas. Embora seja o neurotransmissor de nervos 
parassimpáticos e somáticos, bem como dos gânglios autônomos, não 
tem importância terapêutica, devido à sua multiplicidade de ações (que 
provoca efeitos difusos) e à sua rápida inativação pelas colinesterases. 
A ACh tem atividade muscarínica e nicotínica. Suas ações já foram 
descritas acima. 
 
Ésteres de colina Suscetibilidade à AChE Ação muscarínica Ação nicotínica 
Acetilcolina ++++ +++ +++ 
Metacolina + ++++ nenhuma 
Carbacol Irrisória ++ +++ 
Betanecol Irrisória ++ nenhuma 
 
 
Betanecol 
O betanecol é um éster carbamila não substituído, relacionado 
estruturalmente com a ACh. O betanecol não é hidrolisado pela AChE 
(devido à esterificação do ácido carbâmico), embora seja inativado por 
meio de hidrólise por outras esterases. Ele não tem ações nicotínicas 
(pela presença do grupo metila), mas apresenta forte atividade 
muscarínica. 
-Estimula o músculo liso intestinal, aumentando motilidade e tônus. 
- Aumenta o tônus do esfíncter esofágico. 
- Estimula o músculo detrusor da bexiga e relaxa os músculos trígono e o 
esfíncter. 
 
Aplicações terapêuticas: 
-Tratamento de atonia ou paralisia do estômago ou intestino 
subsequente a cirurgia; megacolon. 
- Tratamento da esofagite por refluxo. 
- Estimular a bexiga atônica, particularmente na retenção urinária não 
obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório. 
 
Efeitos adversos: queda na pressão arterial, sudorese, salivação, 
náuseas, dor abdominal, diarreia e broncoespasmos. 
 
Contraindicação: úlcera péptica, asma, DPOC e hipotensão. 
 
 
Pilocarpina 
O alcaloide pilocarpina é uma amina terciária e resiste à hidrólise pela 
AChE. Comparado com a ACh e seus derivados, a pilocarpina é muito 
menos potente; porém, por não possuir carga elétrica, penetra no SNC 
nas dosagens terapêuticas. A pilocarpina apresenta atividade 
muscarínica e é usada primariamente em oftalmologia. É um agonista 
parcial, é menos potente que a acetilcolina, mas não é hidrolisada por 
acetilcolinosterase. 
 
- Aplicada localmente no olho, a pilocarpina produz rápida miose e 
contração do músculo ciliar. Quando o olho está em miose, ocorre 
espasmo de acomodação. 
- Potente estimulação das secreções, como suor, lágrimas e saliva, mas 
seu emprego para esses efeitos é limitado devido à sua falta de 
seletividade. 
 
 
Aplicações terapêuticas: 
-glaucoma (efeito de diminuição da pressão intraocular pela drenagem 
do humor aquoso) e indução de miose. 
- promoção da salivação nos pacientes com xerostomia resultante de 
irradiação na cabeça e no pescoço. 
-Tratamento da síndrome de Sjögren, caracterizada por xerostomia e 
falta de lágrima. 
•Categoria de risco na gravidez: C 
•Colírio: 1%, 2% e 4% 
•Se atravessar a barreira hematoencefálica, causa convulsão. 
 
Outros fármacos: 
 O carbacol tem alta potência, inespecificidade por receptor e duração 
de ação relativamente longa, por isso, raras vezes é usado em 
terapêutica. O carbacol e a metacolina são utilizados como ferramentas 
experimentais. A cevimelina (seletividade, muscarínico M3) é um 
fármaco colinérgico que também pode ser usado para Síndrome de 
Sjögren. 
 
Agonistas colinérgicos de ação indireta 
Inibidores da acetilcolinesterase, colinérgicos indiretos ou 
anticolinesterásicos promovem ações colinérgicas indiretamente, 
prevenindo a degradação da ACh. Isso resulta em acúmulo de ACh na 
fenda sináptica. Portanto, esses fármacos podem provocar uma 
resposta em todos os colinoceptores do organismo, incluindo os 
receptores muscarínicos e nicotínicos do SNA. 
Essa inibição pode estar acontecendo na placa motora, que é 
interessante para miastenia gravis, ou no SNC, por fármacos que 
atravessam a barreira hematoencefálica para tratamento de Alzheimer. 
 
Existem dois tipos de colinesterases: 
(1)Acetilcolinesterase (AChE): verdadeira, presentes nas sinapses, 
degradam rapidamente a acetilcolina. 
(2) Butirilcolinesterase: plasma, tecido e fígado. 
 
Alguns fármacos serão seletivos para AChE, outros não terãoessa 
seletividade e irão abranger as colinesterases. 
 
Os anticolinesterásicos podem ser reversíveis ou irreversíveis: 
Reversíveis Irreversíveis 
Fisostigmina (Eserine®) Ecotiofato 
Neostigmina (Prostigmine®) Paration 
Piridostigmina (Mestinon®) Soman 
Edrofônio (Tensilon®) Malation 
Rivastigmina (Exelon®, Prometax®) 
 
Os anticolinesteráricos não é uma estratégia interessante para terapia, 
mas tem importância toxicológica (agrotóxicos e armas químicas), com 
exceção do ecotiofato. 
 
Fisostigmina 
É um éster nitrogenado do ácido carbâmico encontrado em plantas e é 
uma amina terciária. Ela é substrato da AChE, com quem forma um 
intermediário carbamilado relativamente estável, que, então, se torna 
reversivelmente inativado. O resultado é a potenciação da atividade 
colinérgica em todo o organismo. 
- Contração do músculo visceral. 
- Miose, hipotensão e bradicardia. 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
- ampla faixa de efeitos como resultado de sua ação. 
 
Aplicações terapêuticas: 
- Aumenta a motilidade do intestino e da bexiga, servindo no tratamento 
de atonia nos dois órgãos. 
- Tratamento de glaucoma por causar miose e contração do músculo 
ciliar, com melhor drenagem do humor aquoso e diminuição da pressão. 
- Tratamento de doses excessivas de fármacos com ações 
anticolinérgicas, como a atropina. 
 
Efeitos adversos: Pode causar convulsões quando são usadas dosagens 
elevadas. Bradicardia e queda da pressão arterial também podem 
ocorrer. 
Duração: 30 min a 2h. 
 
Neostigmina 
Ao contrário da fisostigmina, a neostigmina tem um nitrogênio 
quaternário; por isso, ela é mais polar, é pouco absorvida no TGI e não 
entra no SNC. Seu efeito nos músculos esqueléticos é maior do que o da 
fisostigmina e pode estimular a contratilidade antes de paralisá-la. 
 
Aplicações terapêuticas 
- Tratamento de atonia do intestino e bexiga. 
-Antagonista de fármacos bloqueadores musculares competitivos 
(Reversão do efeito de agentes bloqueadores neuromusculares não 
polarizantes). 
- Tratamento da miastenia gravis (prolonga ação da ACh, aumenta a 
força muscular). 
 
Efeitos adversos: incluem os da estimulação colinérgica generalizada, 
como salivação, rubor, redução da pressão arterial, náusea, dor 
abdominal, diarreia e broncoespasmo. 
• É contraindicada quando há obstrução do intestino ou da bexiga. 
Duração: 30 min a 2h. 
 
 
Piridostigmina 
Tem maior duração de efeito que a sisostigmina e a neostigmina. Os 
efeitos adversos desses fármacos são similares aos da neostigmina. 
 
Aplicações terapêuticas: 
- Tratamento da miastenia grave 
- Reversão de efeito de bloqueadores neuromusculares. 
 
Duração: 3-6 horas 
 
 
Edrofônio 
Ele é absorvido rapidamente e tem duração de ação curta (10-20 
minutos), devido à eliminação renal rápida. O edrofônio é uma amina 
quaternária, e suas ações são limitadas à periferia. É usado no 
diagnóstico da miastenia grave. 
 
Aplicações: diagnóstico e avaliação 
- Miastenia grave 
-avaliar o tratamento inibidor da colinesterase, para diferenciar entre 
crises colinérgicas e miastênicas e para reverter os efeitos de 
bloqueadores neuromusculares não despolarizantes após a cirurgia. 
 
Inibidores dirigidos contra ACh no SNC 
Fármacos utilizados no tratamento da Doença de Alzheimer. Apesar de 
donepezila, rivastigmina e galantamina retardarem o avanço da doença, 
nenhum evitou sua progressão. O efeito adverso primário desses 
fármacos é o distúrbio gastrintestinal. 
 
Ação irreversível 
Compostos organofosforados sintéticos apresentam a propriedade de 
ligar-se covalentemente à AChE. O resultado é um aumento de longa 
duração nos níveis de ACh em todos os locais onde ela é liberada. 
 
Obs.: o uso de pralidoxima desloca o organofosforado recente, mas não 
faz efeito se a reação envelheceu. 
Fármaco de importância clínica: 
 
 
Ecotiofato 
Liga covalentemente no local ativo da AChE por meio do seu grupo 
fosfato. Após a modificação covalente da AChE, a enzima fosforilada 
libera lentamente um de seus grupos etila. 
- o ecotiofato raramente é usado, devido ao perfil de efeitos adversos, 
incluindo o risco de causar catarata. Seu efeito tem longa duração (1 
semana). 
 
Reativadores da acetilcolinesterase 
A pralidoxima (2-PAM) pode reativar a acetilcolinesterase (AchE) inibida. 
Contudo, ela é incapaz de entrar no SNC e, por isso, não é útil no 
tratamento dos efeitos dos organosfosforados no SNC. Ela desloca o 
organofosforado, desde que administrada antes do envelhecimento da 
ligação. 
 
Termo geral para os fármacos que se ligam aos colinoceptores 
(muscarínicos ou nicotínicos) e previnem os efeitos da acetilcolina (ACh) 
ou outros agonistas colinérgicos. 
Os fármacos deste grupo clinicamente mais úteis são os bloqueadores 
seletivos dos receptores muscarínicos. Por isso, pode ser chamados de 
antimuscarínicos (termo mais preciso) ou parassimpaticolíticos. Um 
segundo grupo de fármacos, os bloqueadores ganglionares, mostra 
preferência pelos receptores nicotínicos dos gânglios simpáticos e 
parassimpáticos. Por fim, uma terceira família de compostos, os 
bloqueadores neuromusculares (BNMs) (principalmente antagonistas 
nicotínicos), interferem com a transmissão dos impulsos eferentes aos 
músculos esqueléticos. 
Alcalóides (naturais) 
Atropina e escopolamina (hioscina) 
Aminas terciárias Aminas quaternárias 
Homatropina Ipatrópio 
Pirentropina Tiotrópio 
Diciclomida Propatelina 
Tropicamida Bultilbrometo de escopolamina 
Benztropina 
 
Os antagonistas dos receptores muscarínicos incluem: 
• os alcaloides de ocorrência natural, atropina e escopolamina; 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
• derivados semissintéticos desses alcaloides, que diferem basicamente 
dos compostos originais por sua distribuição no organismo ou pela 
duração da ação; 
• derivados sintéticos, alguns dos quais têm limitada seletividade por 
certos subtipos de receptores muscarínicos. 
 
Entre as duas últimas categorias, destacam-se homatropina e 
tropicamida, que têm ações menos duradouras do que a atropina, e 
metescopolamina, ipratrópio, tiotrópio, aclidínio e umeclidínio, que são 
aminas quaternárias que não atravessam a barreira hematencefálica ou 
atravessam membranas facilmente. Os derivados sintéticos que têm 
alguma seletividade por subtipo de receptores incluem a pirenzepina, 
antagonista preferencial em receptores M1, e darifenacina e solifenacina, 
com seletividade pelos receptores M3. 
 
Sistema cardiovascular 
•Aumento da frequência cardíaca, efeito 
cronotrópico positivo. 
 
 
Sistema Respiratório 
•Relaxamento dos músculos lisos da árvore 
brônquica. 
•Broncodilatação 
•Diminui secreções traqueobrônquicas 
Trato gastrointestinal 
•Redução do peristaltismo e motilidade 
intestinal (Dosagens relativamente altas são 
necessárias para produzir essa inibição, 
provavelmente porque o sistema nervoso 
entérico regula a motilidade independente do 
controle parassimpático). 
•Redução da secreção glandular (inibe parcialmente a resposta 
secretora ácida do estômago à atividade vagal porque a estimulação 
vagal da secreção de gastrina não é mediada pela ACh, mas por 
neurônios peptidérgicos que liberam GRP); 
 
Sistema urinário 
•Diminuem o tônus normal e a amplitude das 
contrações dos ureteres e da bexiga 
•Redução da pressão miccional. 
•Aumento da capacidade vesical. 
Olhos 
•Dilatam a pupila (midríase) e paralisam a 
acomodação (cicloplegia). 
•O cristalino é fixado para visão distante. 
•A ampla dilatação da pupila gera fotofobia. 
•Fármacos tipo atropina em geral podem ser 
usados de forma segura em glaucoma de 
ângulo aberto particularmente se o glaucoma 
estiver sendo tratado adequadamente. 
 
Glândulas sudoríparas e lacrimais 
 
• A secreção salivar, por sua vez, é 
particularmente sensível à inibição pelos 
antagonistas do receptor muscarínico que 
podem abolir completamente a secreção 
aquosa abundante induzida pela estimulação 
parassimpática. 
• Tambémocorre inibição da atividade das glândulas sudoríparas, a 
sudorese pode ser deprimida a ponto de elevar a temperatura corporal. 
 
 
Atropina 
A atropina é um alcaloide amina terciária da beladona com alta afinidade 
pelos receptores muscarínicos. Liga-se competitivamente à ACh e 
impede sua ligação a esses receptores. A atropina atua central e 
perifericamente. Em geral, seus efeitos duram cerca de 4 horas, exceto 
quando é aplicada topicamente no olho, onde seu efeito pode durar dias. 
 
Aplicações terapêuticas: 
- Oftálmico: No olho, a atropina tópica exerce efeito midriático e 
cicloplégico, permitindo a mensuração de erros de refração sem 
interferência da capacidade adaptativa do olho (porém fármacos de 
duração mais curta substituíram a atropina). 
- Antiespasmódico: A atropina é usada como antiespasmódico para 
relaxar o TGI. 
- Cardiovascular: A atropina é usada para tratar bradicardias de várias 
etiologias. 
- Antissecretor: Algumas vezes, a atropina é usada como antissecretora 
para bloquear as secreções do trato respiratório superior e inferior, 
previamente à cirurgia. 
- A atropina é usada no tratamento da intoxicação com organofosforados 
(inseticidas, gases de nervos), das dosagens excessivas de 
anticolinesterásicos usados na clínica (como a fisostigmina), e de alguns 
tipos de envenenamentos por cogumelo. 
 
Efeitos adversos: Dependendo da dose, a atropina pode causar 
xerostomia, visão turva, sensação de “areia nos olhos”, taquicardia e 
constipação. Os efeitos no SNC incluem intranquilidade, confusão, 
alucinações e delírio, podendo evoluir para depressão, colapso dos 
sistemas circulatório e respiratório e morte. 
 
Efeitos da atropina em relação à dose 
Dose (mg) Efeitos 
0,5 Leve redução da frequência cardíaca; algum ressecamento da 
boca; inibição da sudorese. 
1 Ressecamento marcante da boca; sede; aceleração da 
frequência cardíaca, algumas vezes precedida por 
desaceleração; leve dilatação das pupilas. 
2 Frequência cardíaca alta; palpitações; ressecamento acentuado 
da boca; dilatação das pupilas; alguma turvação da visão de 
perto. 
5 Intensificação de todos os sinais e sintomas descritos 
anteriormente; dificuldade em falar e deglutir; agitação e fadiga; 
cefaleia; pele seca e quente; dificuldade em urinar; redução da 
peristalse intestinal. 
≥10 Intensificação de todos os sinais e sintomas descritos 
anteriormente; pulso rápido e fraco; íris praticamente fechada; 
turvamento visual acentuado; pele ruborizada, quente, seca e 
escarlate; ataxia, agitação e excitação; alucinações e delirium; 
coma. 
 
Embora a resposta dominante seja taquicardia, muitas vezes as doses 
clínicas médias causam bradicardia transitória. Ocorre sem alteração na 
pressão arterial ou no débito cardíaco e em geral não ocorre com 
@waleska112 
Med IX - UFOB 
injeção intravenosa rápida. Esse efeito inesperado é atribuído ao 
bloqueio de receptores muscarínicos M1 pré-sinápticos nos terminais 
nervosos pós-ganglionares parassimpáticos no nó SA, o que 
normalmente inibe a liberação de ACh. 
 
 
Escopolamina 
Alcaloide amina terciária de origem vegetal – produz efeitos periféricos 
similares aos da atropina. Contudo, a escopolamina tem maior ação no 
SNC e duração de ação mais longa. 
 
Aplicações terapêuticas: 
- Prevenção da cinetose (disponível como adesivo tópico, eficaz por até 
3 dias). 
- Prevenção de náuseas e emeses pós-cirúrgicas. 
-OBS: produz sedação, mas, em doses mais elevadas, pode produzir 
excitação. Ela pode causar euforia e é sujeita a abuso. 
 
Efeitos adversos: são similares aos da atropina. 
A Escopolamina é o enantiómero da hioscina, indicada para 
tratamento dos sintomas de cólicas gastrintestinais (estômago e 
intestinos), cólicas e movimentos involuntários anormais das vias 
biliares e cólicas dos órgãos sexuais e urinários. 
 
 
Ipratrópio e tiotrópio 
São derivados quaternários da atropina. Esses fármacos estão 
aprovados como broncodilatadores para o tratamento de manutenção do 
broncoespasmo associado com a (DPOC). O ipratrópio também é usado 
no tratamento agudo do broncoespasmo na asma. Ambos são 
administrados por inalação. Devido às suas cargas positivas, esses 
fármacos não entram na circulação sistêmica e nem no SNC. 
 
 
Tropicamida e ciclopentolato 
Esses fármacos são usados como soluções oftálmicas, para midríase e 
cicloplegia. A duração da ação é menor do que a da atropina. A 
tropicamida produz midríase por 6 horas e o ciclopentolato, por 24 
horas. 
 
 
Benzotropina e triexifenidila 
São úteis como complemento de outros antiparkinsonianos no 
tratamento do mal de Parkinson. 
 
Darifenacina, fesoterodina, oxibutinina, solifenacina, 
tolterodina e cloreto de tróspio 
Estes fármacos tipo atropina, sintéticos, são usados no tratamento da 
doença da bexiga superativa. Bloqueando os receptores muscarínicos na 
bexiga, diminui a pressão intravesical, aumenta a capacidade da bexiga e 
diminui a frequência de suas contrações. Os efeitos adversos desses 
fármacos incluem xerostomia, constipação e visão turva, o que limita a 
sua tolerância se forem usados continuamente. 
 
 
 
 
 
 
 
Fármaco Aplicações 
Agonistas colinérgicos de ação direta 
Acetilcolina 
É usada para produzir miose em 
cirurgias oftálmicas. 
Betanecol 
Atonia ou paralisia do estômago ou 
intestino subsequente a cirurgia; 
megacolon; esofagite por refluxo; 
bexiga atônica, na retenção urinária 
não obstrutiva no pós-parto ou pós-
operatório. 
 
Pilocarpina 
Glaucoma e indução de miose; 
promoção da salivação na xerostomia 
por irradiação na cabeça e no 
pescoço; síndrome de Sjögren. 
Carbacol 
Produz miose durante a cirurgia 
ocular; usado topicamente para 
diminuir a pressão intraocular de 
ângulo amplo ou estreito em 
pacientes tolerantes a pilocarpina. 
Agonistas colinérgicos de ação indireta 
Fisostigmina 
Aumenta a motilidade do intestino e 
da bexiga; tratamento de glaucoma; 
Tratamento de doses excessivas de 
fármacos com ações anticolinérgicas. 
Neostigmina 
Tratamento de atonia do intestino e 
bexiga; antagonista de fármacos 
bloqueadores musculares 
competitivos; tratamento da 
miastenia gravis. 
Piridostigmina 
Tratamento da miastenia grave; 
reversão de efeito de bloqueadores 
neuromusculares. 
Edrofônio 
Miastenia grave; avaliar o tratamento 
inibidor da colinesterase; diferenciar 
entre crises colinérgicas e 
miastênicas; reverter os efeitos de 
bloqueadores neuromusculares não 
despolarizantes após a cirurgia. 
Rivastigmina Tratamento da Doença de Alzheimer 
Ecotiofato 
É usado no tratamento do glaucoma 
de ângulo amplo; ampla duração. 
Antagonistas colinérgicos 
Atropina 
Como antiespasmódico do TGI; 
tratamento da intoxicação com 
organofosforados; suprimir as 
secreções respiratórias antes 
de cirurgias; tratar bradicardia; 
Escopolamina 
Prevenção de cinetose; A hioscina 
(seu enantiômero) é indicada para 
tratamentos dos sintomas de cólicas 
gastrintestinais, cólica e movimentos 
das vias biliares e cólicas dos órgãos 
sexuais e urinários. 
Ipratrópio, Tiotrópio Tratamento da DPOC 
Benzotropina e triexifenidila Tratamento do mal de Parkinson 
Oxibutinina, Darifenacina etc 
Tratamento da bexiga urinária 
hiperativa 
 
@waleska112 
Med IX - UFOB

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