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Frase motivacional: como já dizia a filosofa contemporânea Inês Brasil “o decair é do homem, mas o levantar é de deus”. Dor Visceral A dor visceral possui cinco importantes características: 1. Não é evocada por todas as vísceras (órgãos sólidos como fígado, rins, parênquima pulmonar não são sensíveis à dor). Algumas vísceras apresentam deficiência de receptores sensoriais ou as propriedades funcionais de seus receptores periféricos não evocam a percepção consciente ou não são receptores sensoriais verdadeiros; 2. Não está sempre associada à lesão visceral. Um estímulo de baixo limiar pode provocar ativação de aferentes sensoriais da víscera, como a pressão gasosa intraluminal; 3. É difusa e pobremente localizada devido à organização das vias nociceptivas viscerais no SNC, que ascendem conjuntamente com as de origem somática; 4. É referida em outros locais, provavelmente relacionada à convergência das fibras nervosas viscerais e somáticas ao conectarem no corno dorsal da medula espinhal; 5. É acompanhada de reflexos autonômicos e motores, que servem como sistema mantenedor e facilitador da transmissão dolorosa. Sensibilização Periférica dos Neurônios Aferentes dos Intestinos Existe uma grande quantidade de mediadores periféricos (bradicinina, citocinas, prostaglandinas, serotonina, ATP, prótons H+) que agem diretamente nos receptores nociceptivos gastrintestinais e inicia a transmissão dolorosa. Podem ativar imunócitos locais ou outras células, como mastócitos e varicosidades simpáticas, que liberam interleucinas e substâncias adrenérgicas, perpetuando e facilitando, assim, a hiperexcitabilidade neuronal. Na sensibilização periférica ocorre, então, redução da intensidade dos estímulos necessários para iniciar a despolarização neuronal e aumento do número ou da amplitude de descarga neuronal, em resposta a certos estímulos químicos ou mecânicos. As neurocininas (fator de crescimento nervoso - FCN) estão presentes no tecido intestinal e mastócitos e são liberadas durante a degranulação mastocitária. Estão envolvidas na plasticidade neuronal e podem alterar a distribuição de nociceptores, e o limiar de sensibilidade para os estímulos mecânicos e químicos. Em decorrência das fibras C intestinais possuírem muitos “receptores silenciosos” para as neurocininas, essas substâncias possuem um papel importante na transmissão das mensagens nociceptivas do intestino. A serotonina, dentre os mediadores, é o único que parece ter alta seletividade para a nocicepção visceral. É liberada no intestino pelas células enterocromafins, plaquetas e degranulação dos mastócitos e, subseqüentemente, age nos aferentes viscerais através de receptores específicos, expressados também no SNC (estruturas límbicas, tronco cefálico e cordão espinhal). O peptídeo relacionado ao gen - calcitonina (CGRP) – está presente na maioria dos aferentes esplâncnicos e, quando liberado perifericamente, pode modificar a descarga sensorial, causando alterações no fluxo sangüíneo, contração da musculatura lisa, reação imune e desgranulação dos mastócitos. A sensibilização periférica pode também ser mediada através de canais de sódio resistente a tetrodoxina (TTX). Esses canais estão presentes nos aferentes nociceptivos no cólon e aumentam em densidade após a aplicação de mediadores inflamatórios in vitro. Sensibilização Central A sensibilização central é um processo resultante da atividade sustentada que acontece na fibra aferente primária, após a sensibilização periférica, favorecendo a liberação de neurotransmissores excitatórios. Estes aumentam Frase motivacional: como já dizia a filosofa contemporânea Inês Brasil “o decair é do homem, mas o levantar é de deus”. a eficácia da transmissão sináptica entre os neurônios aferentes primários e os do corno dorsal, envolvendo, portanto, receptores pré e pós-sinápticos específicos. Embora o mecanismo de sensibilização visceral central não seja totalmente conhecido, acredita-se que alguns mediadores como a substância P, CGRP, aspartato, glutamato, neurocininas, somatostatina e VIP estejam envolvidos no desenvolvimento e manutenção da sensibilização central induzida pela inflamação. A ação desses neuromediadores em receptores específicos ionotrópicos (AMPA, cainato) e metabotrópicos (NMDA) ativa segundos mensageiros (cAMP, PKC, fosfatidilinositol, fosfolipase C) para abertura de canais de cálcio e entrada dessas substâncias para o interior das membranas celulares. Ocorre então produção de outros mediadores (óxido nítrico e metabólitos do ácido araquidônico) e formação de oncogenes (cfos, fos B, C jun, jun B e D), que provavelmente alteram a transmissão do potencial de ação e ultra- estrutura dos nervos e suas sinápses, sensibilização medular e fenômeno de wind up (aumento da duração da resposta de certos neurônios). Dor Referida É transmitida pela via visceral propriamente dita, que leva à percepção da sensação dolorosa em regiões distantes do órgão de origem da dor no ponto do segmento medular onde ela se insere no corno posterior da medula. É sentida como se fosse superficial, porque esta via faz sinapse na medula espinhal com alguns dos mesmos neurônios de segunda ordem que recebem fibras de dor da pele. Assim, quando as viscerais para a dor são estimuladas, os sinais de dor das vísceras são conduzidos por pelo menos alguns dos mesmos neurônios que conduzem sinais de dor procedentes da pele. Frequentemente, a dor visceral referida é sentida no segmento dermatotópico do qual o órgão visceral se originou embriologicamente. Isso se explica pela área que primeiro codificou a sensação de dor no córtex cerebral. Um exemplo, seria o caso do infarto do miocárdio onde a dor é sentida na superfície do ombro e face interna do braço esquerdo. Um outro caso é a cólica de origem renal que é comum o paciente sentir dor na face interna da coxa. São exemplos de dor referida: dor na face mediai do braço (dermátomo de T1) em pacientes com infarto agudo do miocárdio, epigástrica ou periumbilical (dermátomos de T6-T1 O) na apendicite, no ombro (dermátomo de C4) em indivíduos com doença diafragmática ou irritação do nervo frênico. Dor Irradiada Caracteriza-se por ser sentida a distância de sua origem, porém ocorre obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em nervo cuja estimulação nóxica é responsável pela dor. Um exemplo clássico é a ciatalgia, provocada pela compressão de uma raiz nervosa por uma hérnia de disco lombar. É transmitida pela via parietal, a partir do peritôneo parietal, pleura ou pericárdio, que leva à percepção da dor diretamente sobre a área dolorosa. Diferença entre Visceral e Somática A dor causada pela presença de um estímulo doloroso em nociceptores denomina-se dor nociceptiva. A dor nociceptiva, na sua forma aguda, desempenha geralmente uma função biológica importante (ou evolutiva), uma vez que alerta o organismo para o perigo iminente e informa-o da ocorrência da lesão ou dano tecidular. A dor nociceptiva é dividida, então, em somática e visceral. A dor somática subdivide-se em dor superficial (dor cutânea) que ocorre ao nível da pele ou membranas mucosas (por ex., pequenas feridas, queimaduras de primeiro grau) ou dor profunda ao nível dos músculos, ossos, articulações, ligamentos, tendões, vasos sanguíneos, fáscias (por ex., rupturas, fracturas ósseas, dor miofascial) A dor somática profunda tende a ser surda, enquanto que a dor superficial apresenta inicialmente uma instalação aguda, Frase motivacional: como já dizia a filosofa contemporânea Inês Brasil “o decair é do homem, mas o levantar é de deus”. podendo tornar-se subsequentemente numa dor surda. A dor visceral provém das vísceras ou órgãos. Um exemplo deste tipode dor é a dor abdominal ou torácica. Caracteriza-se por dor surda, difícil de localizar, que é frequentemente acompanhada de reacções nervosas autonómicas. A dor visceral pode irradiar para as correspondentes regiões cutâneas de referência (“dor referida”). Dor visceral ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm das vísceras. Ela pode ser: representada ou direta referida. Ex: dor de cálculos renais, vesiculares, de úlceras e de apendicites (vísceras). Ao contrário da dor somática, a dor visceral é causada quase unicamente por distensão ou estiramento dos órgãos.