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Bactérias Potencialmente Patogênicas ao Trato Reprodutor Masculino e Feminino

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Bactérias Potencialmente Patogênicas ao Trato 
Reprodutor Masculino e Feminino 
Imunidade de mucosas rede imunológica do 
organismo, que é especializada e acompanha todo 
o trato mucoso. Diferenças entre a imunidade de 
mucosa no trato Urogenital masculino e feminino 
está na preferência por evitar infecções, associada 
a anatomia 
Trato Urogenital Feminino 
Apresenta maior quantidade de tecido mucoso, 
portanto possui uma rede imune mais complexa, 
além de papel importante na proteção da mãe 
contra ISTs e no desenvolvimento do feto durante 
a gestação. As estruturas e a organização dessa rede 
imune também sofre influências de eventos 
fisiológicos, como a fertilização, alterações 
hormonais e gestação. 
Vagina: por cima tem epitélio escamoso/ 
estratificado, no meio são células parabasais e perto 
da lâmina as células basais. Devido a quantidade 
maior de células, existe uma rede de tecido linfoide 
mais vasta 
Endocérvice (zona de transição): células menos 
estratificadas e mais finas 
Útero: epitélio de células colunares 
 
a) MALT (tecido linfoide associado a mucosa): 
barreira física protetora contra patógenos. 
Formado por diversas células epiteliais que 
possuem receptores TLRs que vão 
identificar os PAMPs (associados a 
patógenos), produzindo citocinas e 
quimiocinas, atraindo ou ativando células 
inatas e adaptativas, a fim de uma resposta 
inflamatória mais rápida com citocinas pró-
inflamatórias para eliminar o invasor. TLR 
4 reconhecem LPS das bactérias gram 
negativas/ TLR 5 reconhecem a flagelina/ 
TLR 3 reconhecem a fita dupla de RNA 
viral 
b) Imunidade Inata: secreção de peptídeos 
antimicrobianos (defensina, lisozima, 
lactoferrina, antileucoproteinase) sofrem 
influência hormonal do ciclo menstrual, 
sendo mais secretados nos períodos de 
maior vulnerabilidade, ou seja, um pouco 
antes da ovulação e logo ao final do ciclo. 
Essa liberação também é muito elevada 
durante o trabalho de parto 
 
c) Imunoglobulinas: células B plasmáticas 
secretam ativamente IgA em resposta a 
estimulação, assim o transporte de IgA 
através da camada epitelial para a parte de 
mucosas, porém essa secreção de IgA 
também é afetada pelos hormônios 
femininos, coincidindo com as fases de 
maior vulnerabilidade (antes da ovulação e 
ao final do ciclo). Na parte da endocérvice 
também há um alto nível de produção de 
imunoglobulinas, a fim de prevenir os 
patógenos que entram pelo tecido mucoso 
d) Células dendríticas e macrófagos: as células 
dendríticas se distribuem ao redor das 
parabasais e no epitélio estratificado, sendo 
que sua presença é importante para ativar 
mais rapidamente a resposta imune 
adaptativa e para manter a homeoastasia do 
tecido. Já os macrófagos tem ênfase na 
fagocitação dos organismos estranhos e, 
também para o remodelamento do epitélio 
(alterações do ciclo), além da regulação da 
resposta imunológica com a liberação da 
IL-10 (principalmente na implantação do 
óvulo) 
e) Células NK: estão em grande quantidade e 
tem função de citotoxicidade celular 
dependente de anticorpos e produção e 
liberação de IFN-gama. Associadas a várias 
patologias, incluindo abortos e pré-
eclâmpsia. Tem um papel muito importante 
no início da gestação, pois ficam ao redor 
dos trofoblastos visando proteger os tecidos 
fetais contra doenças infecciosas e da 
resposta imune da mãe (feto poderia ser 
reconhecido como objeto estranho na 
implantação). São rigorosamente reguladas 
durante a gestação, pois ocorre uma 
mudança na expressão do MHC dessas 
células, sendo expresso o MHC de classe I 
HLA-G, que inibe a citotoxicidade das 
células NK, auxiliando no desenvolvimento 
placentário e na vascularização 
f) Células T e imunidade adaptativa: tanto na 
camada parabasal como na estratificada, 
são encontrados ambos linfócitos Th CD4 e 
Th CD8, visando a eliminação dos 
microrganismos. Devido à falta de 
estruturas linfoides bem organizadas, as 
células T estão dispersas em toda a lâmina 
Trato Urogenital Masculino 
Existe toda essa rede imunológica que há no 
feminino, porém em menor quantidade devido a 
quantidade de tecido mucoso. NK tem uma função 
um pouco diferente, sendo mais relacionada a 
citotoxicidade. 
Manutenção da tolerância em relação ao feto 
Resposta imunológica deve ser firmemente 
regulada, pois esse tecido imunológico é 
diferenciado, uma vez que está preparado tanto 
para combate de infecções quanto a presença de 
tecidos fetais. O feto é considerado semi-alogênico, 
ou seja, possui antígenos paternos e maternos, 
podendo assim ser reconhecido como algo estranho 
a ser combatido. Linfócitos gerados pela mãe são 
capazes de reconhecer o feto como estranho, mas 
sem reagir de maneira inflamatória, apenas se 
tornam tolerante a ele até o fim da gestação. 
Durante a fase de pré-implantação: blastocisto em 
desenvolvimento e o trofoblasto são protegidos do 
sistema imunológico materno pela zona pelúcida. 
Posteriormente, começa o mecanismo de tolerância 
que envolve sinais fornecidos por ambos os tecidos 
fetais e maternos, principalmente pela placenta 
(endométrio recebe vários sinais, provocando um 
microambiente tolerogênico) 
Trofoblasto libera indoleamina 2, 3-dioxigenase 
que diminui a proliferação dos linfócitos e a 
expressão do MHC de classe I e II, assim ao invés 
de expressar HLA-A e HLA-B (associados a 
rejeição do aloenxerto tecidual), expressam HLA-
C e, principalmente, HLA-G (inibem a atividade 
citotóxica da NK). 
HLA-C e HLA-G também desencadeiam uam via 
de sinalização chamada Fas, que está associada a 
indução de apoptose das células NK e ativação de 
linfócitos T reguladores 
Devido a multiplicidade de sinais, muitos 
leucócitos que residem na placenta e no endométrio 
acabam se tornando imunorreguladores, ou seja, 
células T reguladoras (inclui células dendríticas e 
macrófagos). Isso se deve a expressão de IL-6 e IL-
10, ao invés de TNF e INF-gama com atividade 
pró-inflamatória 
Na placenta, ocorre expressão do EPF (fator de 
gestação precoce), potente fator imunorregulatório, 
com função de diminuir a ativação da resposta 
imunológica das células T e a indução da 
tolerância. Estudos mostram que a não expressão 
desse EPF, está associado a abortos espontâneos. 
Além disso, a resposta imune desse ambiente 
tolerogênico gestacional também se inclina mais 
para a resposta do tipo Th2, ao invés de resposta 
imunológica Th1 
Streptococcus agalactiae 
Coccus gram positivos agrupados em cadeias, 
catalase-negativos. Nutricionalmente exigentes, 
sendo necessário ágar-sangue e caldo nutriente 
com glicose no meio de cultura. São anaeróbios 
facultativos e fazem parte da microbiota normal. 
Fatores de virulência dos streptococcus do grupo 
B 
 Apresentam tropismo para o SNC 
 Possuem fatores de virulência que 
diminuem a ativação do sistema 
complemento, favorecendo a invasão de 
células epiteliais 
 Apresentam receptores de superfície que 
ajudam na invasão de células endoteliais, 
principalmente do epitélio vaginal e das 
células epiteliais que compõe a cérvice 
 Possuem Pili, grande capacidade de 
formação de biofilme (agregados 
bacterianos que facilitam a evasão da 
resposta imunológica e a penetração da 
barreira hematoencefálica) 
 Fatores de aderência 
 Fatores de invasão 
 Fatores de colonização 
Os fatores de virulência auxiliam na destruição das 
células epiteliais, com posterior migração e 
internalização dos streptococcus, ativando a 
resposta imunológica (neutrófilos, linfócitos, 
mastócitos residentes) 
Esse Streprococcus pode estar no trato respiratório 
superior, intestinal baixo e região vaginal, porém 
no caso das gestantes, com o desenvolvimento de 
um ambiente tolerante, essa bactéria pode 
proliferar e causa infecção em recém nascidos 
São os principais causadores de sepse puerperal e 
infecções neonatais ou perinatais (bacteremia, 
pneumonia e meningite do RN) 
Maioria são beta-hemolíticos, facilitando a 
identificação laboratorial 
Colonização pode ser assintomática nasmulheres e 
causar infecções graves nos RNs (associado a 
imaturidade imunológica) 
Patogênese Devido ao microambiente de 
tolerância durante a gestação, a colonização por 
Streptococcus agalactiae aumenta na região reto-
vaginal materna, podendo romper as membranas 
placentárias e facilitando a colonização fetal, 
aderindo-se portanto, aos epitélios vaginal, 
placentário, células epiteliais da boca e faringe e 
epitélio e endotélio alveolar do feto. 
Também há evidências de sua entrada mantendo a 
cavidade amniótica íntegra, podendo causar 
infecções fulminantes no feto 
Aspiração do líquido amniótico contaminado, pode 
levar a bactéria até os alvéolos pulmonares, 
desencadeando pneumonias e o acesso da bactéria 
à corrente sanguínea 
 
Diagnóstico do S. agalactiae 
Teste do fator CAMP: fator de virulência 
expressado pela bactéria que possui a capacidade 
de potencializar a ação hemolítica da beta-lisina de 
S. aureus. Em uma placa de ágar-sangue, faz-se 
uma estria no meio de S. aureus e, 
perpendicularmente e sem encostar na estria do 
meio, as que se suspeita ser S.agalactiae. Caso se 
forme uma região de potencialização de beta-
hemólise, forma-se uma seta e significa CAMP 
positivo 
 
 
Neisseria gonorrhoeae 
Diplococcus gram negativo, mais achatadas nas 
laterais, oxidase positivas e catalase positivas 
Grande importância na saúde pública atual, devido 
ao aumento do número de casos 
Gênero Neisseria contém dois importantes 
patógenos humanos Neisseria meningitidis e 
Neisseria gonorrhoeae 
Neisseria meningitidis tem receptores para 
atravessar a barreira hematoencefálica, tendo um 
potencial de infecção mais destrutivo (meningite e 
meningococemia) 
Além da gonorreia nos adultos, também pode 
causar conjuntivite/oftalmia neonatal e doença 
inflamatória pélvica (DIP). Devido a seu período 
de incubação de 2 a 8 dias, a criança pode evoluir 
para cegueira em poucos dias 
Fatores de virulência da N. gonorrhoeae 
 Presença de adesinas (ancoragem da 
bactéria) 
 Captação de DNA do meio extracelular 
 Formação de porinas (poros hidrofílicos 
que passam nutrientes e produtos 
metabólicos, auxiliam na penetração da 
bactéria e impedem a formação do 
fagolisossomo) 
 LOS (endotoxina que induz os danos 
celulares, produção de TNF, proteases e 
fosfolipases, danificando assim o epitélio) 
 IgA1 protease (enzima com função de 
quebrar o IgA) 
Patogênese por contato sexual, ocorre a infecção 
no trato urogenital, iniciando com aderência íntima 
da bactéria, endocitando o gonococco e atingindo 
as camadas mais internas, onde é capturada por 
fagócitos, desencadeando intensa resposta 
inflamatória e migração leucocitária, além de 
descamação epitelial e formação de microabcessos 
com exsudato 
No homem, é mais comum a presença de exsudato 
(principalmente matinal), devido a uretrite 
(processo inflamatório agudo e piogênico) 
Na mulher, é mais comum a ocorrência de cervicite 
e assintomática no início 
No recém-nascido, é mais comum a oftalmia 
neonatal por infecção na hora do parto 
Características da infecção: 
 Colonização de trato urogenital, 
nasofaringe e reto (manchas avermelhadas 
no palato, parte interna da garganta e reto) 
 Raramente invade a corrente sanguínea 
(fatores de virulência) 
 Facilita a transmissão do HIV (ao promover 
lesões no epitélio e quebrar as IgAs, 
diminui a proteção do organismo, além do 
desencadeamento de processo inflamatório, 
que atrai linfócitos, justamente os alvos do 
HIV) 
Manifestações clínicas em mulheres: 
Normalmente, assintomáticas e, quando aparecem 
sintomas, são na endocérvice. Presença de 
corrimento vaginal e disúria. Após anos de 
infecção assintomática, pode-se observar casos de 
infertilidade, salpingite (inflamação nas trompas) e 
Doença Inflamatória Pélvica (DIP) 
Manifestações clínicas em homens: 
Descarga purulenta, contendo grande número de 
bactérias e leucócitos. Se não for tratada 
rapidamente, pode se espalhar para próstata, 
vesícula seminal e epidídimo, estenose 
(estreitamento dos ductos) e infertilidade 
Manifestações clínicas em RN de parto normal de 
mães com gonorreia: oftalmia neonatal, podendo 
levar a cegueira 
 
Diagnóstico laboratorial 
No homem, a presença de sintomas associada aos 
diplococcus gram negativos, o diagnóstico é 
presuntivo. Já nas mulheres pode ser um falso 
positivo, uma vez que sua microbiota possui outros 
diplococcus normalmente, sendo necessária a 
cultura em meio específico (thayer-martin) 
**Lembrando que se um for diagnosticado, é 
necessário tratar o parceiro também 
Problema com a Neisseria gonorrhoeae 
resistência das cepas aos antimicrobianos 
 
Dosagem sub-inibitória dosagem não letal 
Pressão seletiva elimina-se as mais fracas e 
restam as mais resistentes, justamente as que vão 
colonizar o epitélio 
A resistência da N. gonorrhoeae pode ser: 
 Adquirida 
o Plasmídeo: penicilina e tetraciclina 
o Modificação cromossomal: 
penicilina e cefalosporina 
 Seleção: azitromicina, penicilina e 
ciprofloxacina (dois últimos por mutação 
em múltiplos genes) 
 
Treponema spp. 
Membros da microbiota oral de indivíduos sadios e 
podem estar associados a biofilmes e periodontites 
Possuem morfologia alongada e helicoidal 
Agente da sífilis venérea, parasita intracelular, 
apresenta baixa variabilidade genética com alguns 
polimorfismos conhecidos 
Enfermidade infecciosa sistêmica e de evolução 
crônica 
Alterna períodos de atividade e aparente 
inatividade (períodos de latência) com 
características clínicas, imunológicas e 
histopatológicas distintas 
Epidemiologia: a sífilis é uma IST e sistêmica, 
sendo o homem seu único hospedeiro. Possui 3 
fases: primária, secundária e terciária. População 
de maior risco de contaminação são pessoas com 
menor nível econômico, usuários de drogas e com 
comportamento sexual de risco 
Imunopatogênese e fatores de virulência: grande 
capacidade de evasão da resposta imune, porém 
com patogênese pouco conhecida. A penetração 
pode ocorrer via mucosa e/ou pele lesionada, sendo 
o período de incubação de aproximadamente 3 
semanas 
Fases da infecção pelo Treponema palidum 
 
Infecção inicia pela aderência as células epiteliais 
da mucosa, produzindo a mucopolissacaridase 
(fator de virulência associado, uma vez que quebra 
as GAP junctions e permite o Treponema invadir) 
Período de incubação de 10 a 90 dias 
Manifestação da sífilis primária: lesões na região 
genital, dentro da ulcera está o exsudato (muito 
cuidado na manipulação devido à alta carga viral 
presente). “Cancro duro”. A cura das lesões 
ocorre de forma espontânea, uma vez que o 
tropismo para outros tecidos se inicia e a lesão 
regride, fazendo com que as pessoas acreditem que 
acabou o problema 
Sífilis secundária: geralmente, de 6 a 8 semanas após 
as lesões primárias terem desaparecido. Tropismo 
para o tecido subcutâneo, causando manchas na 
palma da mão, no tronco. Também regridem, 
dando início a próxima fase 
Sífilis latente: depende do estado imunológico do 
portador. Alguns pacientes evoluem para cura 
espontânea, outros para sífilis latente persistente 
(tem relação com a ação do sistema imunológico no 
controle da proliferação) sendo um grande 
problema para gestação, podendo ocorrer 
transmissão congênita (provocando 
hepatoesplenomegalia, meningites). Uma grande 
parcela dos pacientes, também evoluem para sífilis 
terciária (1 a 10 anos após a manifestação primária) 
que é a migração do Treponema para diversos 
outros tecidos (fígado, ossos, coração e SNC, 
causando neurossífilis) 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
 Microscopia 
o Microscopia direta em campo 
escuro 
o Imunofluorescência direta (fases 
sintomáticas) 
 Sorologia 
o Teste não treponêmico: VDRL e 
tituláveis 
o Teste treponêmico: FTA-Abs, 
TPHA e teste rápido (permanecem 
positivos até a fase terciária) 
Manifestações clínicas da sífilis congênita: 
manifestações de fase tardia (semelhantes a sífilis 
terciária, alteraçõesósseas, surdez neurológica, 
déficit de aprendizado e comprometimento 
nervoso) 
 
Chlamydia trachomatis 
Bactérias muito pequenas, essencialmente 
intracelulares. 
Epidemiologia é considerada uma IST que causa 
infecção cervical, que possui afinidade por células 
de epitélio colunar (parte mais interna). Alta 
frequência na população feminina, podendo ser 
oligo ou assintomática 
Parasita 
intracelular 
obrigatório, 
coccos 
minúsculos 
gram 
negativos, 
apresentando 
mais de 15 
sorotipos que 
podem causar 
diversas 
patologias 
distintas 
50% dos RNs de parto normal de uma mãe com 
Chlamydia trachomatis, apresentam conjuntivite 
de inclusão (adquirida durante a passagem no canal 
vaginal) (diferente da oftalmia pela Neisseria) 
Tracoma endêmico conjuntivite 
granulomatosa, na qual as cicatrizes 
produzem deformidades que 
evoluem para retração da pálpebra 
(entrópio) e dos cílios (triquíase) 
 
 
Conjuntivite de inclusão 
5 a 19 dias após o parto. 
Secreção mucopurulenta 
 
Síndrome de Reiter reação inflamatória em 
qualquer local do corpo, associada a pré-disposição 
genética (HLA B27), podendo se alojar em 
articulações, olhos, ossos e genitais 
Linfogranuloma Venéreo 
Associado ao sorotipo L1, L2 e L3 
 
 Fase primária: 
surgimento de pápula 
pequena ou úlcera 
herpetiforme (3 -30 
dias do contato inicial), poucos sintomas, 
com cura espontânea (tropismo), sem 
formação de cicatriz 
 Fase secundária: migração da bactéria 
para os linfonodos mais próximos, se 
multiplicando e causando linfadenopatias, 
além de sintomas sistêmicos. Gânglios 
linfáticos separados (sinal patognomônico), 
não dolorosos à 
palpação e recoberto por 
pele eritematosa. Em seu 
interior, se forma uma 
massa inflamatória que 
se fusiona, podendo 
formar abcessos e/ou 
fístulas. Os sintomas 
sistêmicos são febre, 
cefaleia e mialgia. O 
Sinal de Groove é um sulco formado entre 
os dois gânglios linfáticos femoral e 
inguinal, sendo um sinal patognomônico da 
doença. 
 Fase terciária: hipertrofia granulomatosa 
crônica com ulceração nos gânglios e 
genitais externos e a obstrução linfática 
pode 
conduzir à 
edema 
localizado 
Ciclo de vida possui duas fases distintas: 
A. Corpo reticulado (CR): ativa, sem parede 
celular e é intracelular 
B. Forma intermediária 
C. Corpo elementar (CE): inativa, tem 
parede celular e é extracelular 
 
 
Características da infecção: 
 Período de incubação: 6 a 14 dias 
 Portadores assintomáticos com infecção no 
TRI (60 – 70% dos casos), o problema é que 
são transmissores 
 Portadores assintomáticos com infecção no 
TRI podem ter ascensão da infecção, 
resultando em DIP (doença inflamatória 
pélvica), que deixam sequelas em até 30% 
dos casos 
As manifestações da infecção por Chlamydia 
trachomatis dependem do alvo: 
Puerpério endometrite puerperal 
RN conjuntivite de inclusão (50%) e pneumonia 
(18%). Em casos de transmissão vertical, o feto 
sofre de baixo peso, prematuridade, natimortos ou 
abortos 
Mulheres férteis síndrome uretral aguda 
(disúria, polaciúria e piúria, porém com urocultura 
negativa), salpingite, maior risco de esterilidade e 
de gestação ectópica, cervicite (presença de muco 
amarelado ou esverdeado, ectopia cervical com 
edema e eritema acentuado, atipias relacionadas a 
reparação do processo infeccioso e ausência de 
vaginite 
Realizar exames laboratoriais de rotina previne as 
complicações obstétricas pela Chlamydia (coleta 
cuidadosa na endocérvix, uretra e urina) 
Haemophylus ducreyi 
Bacilos gram negativos pequenos, por transmissão 
sexual exclusiva, possuindo período de incubação 
de 3 a 10 dias. Infecção conhecida por “cancro 
mole’ 
Patogênese aderência da bactéria as células 
epiteliais e formam-se pápulas com progressão 
para úlcera, essas lesões podem ser únicas ou 
múltiplas. A diferença clínica principal dessa para 
a sífilis, é que as lesões são muito dolorosas, 
possuem bordas irregulares, com fundo necrótico e 
exsudato amarelado e fétido. 
Linfonodomegalia inguinal (bulbão) é uma das 
possíveis consequências (50%), com liquefação e 
fistulização por orifício único, geralmente, após 2 
semanas. O aumento do bulbão pode dificultar os 
movimentos da perna para andar, devido ao 
inchaço e a dor. 
Além de febre, dor de cabeça, fraqueza e mal estar 
generalizado 
Incubação pápula pústula ulceração 
adenite satélite 
 
 
Diagnóstico: coloração de gram, apesar de acultura 
ser de difícil realização 
Mycoplasma e Ureaplasma 
Não possuem distinção de parede celular no 
GRAM, pois são muito pequenos e altamente 
pleomórficos. Não são invasivos, simplesmente se 
ligando a superfície celular e produzindo produtos 
tóxicos 
Infecções no trato genital (Mycoplasma genitalium, 
Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum) 
associados a uretrites não gonocócica, DIP, febre 
pós parto, infertilidade, esterilidade, aborto 
espontâneo e síndrome uretral aguda 
Klebsiela granulomatis (granuloma venéreo) 
Bacilo gram negativo, causa o granuloma venéreo 
ou inguinal (doença granulomatosa de evolução 
crônica), com período de incubação de 30 dias a 6 
meses). É pouco frequente, ocorrendo mais em 
climas tropicais e subtropicais. Possui o nome 
antigo de Donovanose 
 
 
 
 
Diagnóstico por biópsia com presença de corpos 
intracitoplasmáticos em mononucleares 
Gardnerella vaginalis 
Pequeno bacilo pleomórfico e gram variável, sua 
síndrome clínica é denominada de vaginose 
bacteriana (já que não há sinal de infecção) e, é a 
causa mais comum de ardor e corrimento vaginal 
anormal. 
Normalmente, as bactérias Lactobacillus são 
substituídas por outros tipos de bactérias que 
normalmente estão presentes em menor 
concentração na vagina “mistério ecológico” 
Atuam sinergicamente com outras bactérias, 
produzindo corrimento fétido 
Fatores de risco: múltiplos parceiros sexuais sem 
proteção, relação sexual com um novo parceiro 
sem proteção, tabagismo, ducha vaginal e o uso de 
DIU. Na gestação, está associada a prematuridade, 
ruptura prematura da placenta e infecções uterinas 
no pós parto 
Ficam aderidas às células epiteliais, isso é chamado 
de Clue cells 
 
Bacilos de Doderlein (lactobacillus acidophilus) 
Bacilos gram positivos, tem a função de manter o 
ph vaginal mais ácido, a fim de auxiliar no combate 
de possíveis bactérias patogênicas. Essa acidez é 
mantida por conversão de glicogênio em ácido 
lático) 
 
Resumo . . .

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