Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo Abdome vascul! - Ocorre por redução do fluxo sanguíneo intestinal causada por obstrução arterial, venosa ou vasoespasmo arterial. ⇢ Etiologias: trombose arterial, embolia arterial, isquemia mesentérica não olcusiva e trombose venosa. Principais artérias do abdome • O tronco celíaco, e as artérias mesentéricas superior e inferior são principalmente as que dão suprimento sanguíneo do abdome. • A drenagem venosa é paralela às artérias e leva o sangue até o sistema venoso portal. • A A. mesentérica superior e inferior se comunicam por colaterais na base do mesentério (Arco de Riolan) e na borda mesentérica através da A. marginal de Drummond. O fluxo colaterla entre a AMI e A. ilíaca ocorre por vasos retais superior/ médio/ inferior. • Maior tendência a isquemia: áreas irrigadas pelos principais vasos como a flexura esplênica e junção retossigmoide. • Ponto de Griffiths: separa as áreas de irrigação das artérias mesentéricas, que é a área crítica de fraqueza do suprimento sanguíneo (na flexura esplênica). • Ponto de Sudeck: também é um ponto crítico na junção retossigmoide. Separa as áreas de irrigação entre as A. sigmoideas e retal superior. Aguda - mais comum em idoses com comorbidades como HAS, DM, dilipidemias e arritmias Crônica - mais comum em mulheres idosas com aterosclerose Embolia arterial Aterosclerose Trombose arterial outras causas Não oclusiva - Trombose venosa - Tronco celíaco A. hepática comum + A. gástrica esquerda + A. esplênica supre o estômago, fígado, baço e pâncreas, pode ser colateral quando há obstrução de A. mesentérica superior A. mesentérica superior A. pancreaticoduo denal inferior, A. cólica média, A. cólica direita, A. ileocólica e ramos jejunais e ileais Suprem jejuno, íleao e a ileocólica supre íleo distal, ceco e cólon ascendente proximal A. mesentérica inferior, continua como A. retal superior A. cólica esquerda e A. sigmoides Supre 6 a 7 cm abaixo da mesentérica superior, supre sangue ao cólon transverso Página de 1 4 Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo Isquemia mesentérica aguda Fisiopatologia e etiologias - Redução súbita do fluxo sanguíneo mesentérico com hipoxemia no início que pode evoluir para necrose transmural. - Ocorre vasoespasmo arterial e peristalse intestinal, causando dor abdominal, vômitos e diarreia. - Pode evoluir para peritonite e sepse, por quebra da barreira mucosa intestinal. • Hipoperfusão com hipóxia: redução > 50% de oxigenação. • Reperfusão: devido à ação de espécies reativas de O2: degradação de O2 ⇢ radicais livres ⇢ lesão. ⇢ Etiologias Fatores de risco - HAS, tabagismo, doença vascular periférica, coronariopatia, história recente de evento cardíaco, embol ismo, aterosc l erose, distúrbios de coagulação, uso de ACO (estrogênio). Clínica - P r i m e i r o s s i n a i s e s i n t o m a s s ã o inespecíficos, inicialmente o abdome parece estar normal, peristalse normal ou aumentada inicialmente (a primeira reação à hipóxia é o peristaltismo). - Com progressão da isquemia, temos: d i s tensão abdomina l , t impan i smo aumentado e diminuição de RHA. - Fezes sanguinolentas indicam necrose. - Dor súbita, intensidade moderada a grave, difusa, constante e desproporcional ao exame físico. - Vômitos e diarreia transitória podem ocorrer. - Pode haver evolução para choque séptico, apresentando seus sinais e sintomas, é sinal de mau prognóstico. - Tríade clínica típica de embolia arterial mesentérica: paciente idoso + fibrilação a tr i a l + d o r a b d o m i n a l i n t e n s a desproporcional ao exame físico. • A dor abdominal - Início súbito: êmbolos/trombos em território arterial. - Início insidioso: trombose da VMS. - Intensidade branda: isquemia da artéria mesentérica não oclusiva. - Intensa: êmbolos e trombos Embolia arterial oclusão parcial ou total de artérias mesentéricas, mais frequente por trombo desalojado do átrio esquerdo, VE, válvulas cardíacas ou aorta proximal. Os êmbolos são mais facilmente alojados em pontos de estreitamento. A AMS é mais suscetível a trombos Trombose arterial Estreitamento severo, geralmente por conta de aterosclerose, mais comum na AMS com alto potencial de gravidade. Pode ocorrer por trauma abdominal, vasculite, aneurisma e dissecção de aorta e trombose de stent previamente colocado Isquemia mesentérica não oclusiva Ocorre geralmente por vasoespasmo causando redução na perfusão intestinal, está associada a instabilidade hemodinâmica, uso de drogas vasoativas, digitálicos, ergotamina e cocaína Trombose venosa Principalmente causada por coagulopatias (anemia falciforme e trombofilias), medicamentos como ACO, câncer, infecções intra- abdominais, hipertensão portal e traumas abdominais Página de 2 4 Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo Diagnóstico - Tempo de diagnóstico é relacionado ao prognóstico. - Mortalidade alta: cerca de 30% em trombose venosa de 75-80% em obstrução arterial atribuído ao diagnóstico tardio. • Exames laboratoriais - Leucocitose - Acidose metabólica com lactato elevado - Hemoconcentração - O PH normal varia entre 7,35 e 7,45. • Exames de imagem 1 . R a d i o g r a f i a d e a b d o m e : b a i x a sensibilidade, afasta pneumoperitônio. 2. TC de abdome com contraste endovenoso: a l t a m e n t e d i a g n ó s t i c a , c o m a l t a sensibilidade e especificidade. 3 . Angiograf ia : a l ta sens ib i l idade e especificidade. É o padrão-ouro para oclusão arterial. Porém é muito invasivo e necessita uso de contraste nefrotóxico para ser realizado. 4. USG com doppler Conduta • Tratamento clínico - Controle da dor - Antibioticoterapia de amplo espectro para evitar translocação bacteriana - Uso de anticoagulantes - Reposição hidroeletrolítica • Tratamento específico - Êmbolo: laparotomia com embolectomia - Trombo: angioplastia com stent ou revascularização - Ressecção intestinal: se houver infarto/ perfuração. ⇢ Evitar vasopressores para não exacerbar a isquemia. ⇢ Pacientes estáveis: uso de anticoagulantes + observação, se houver persistência de s intomas, recomenda-se intervenção cirúrgica endovascular. ⇢ Candidatos à cirurgia: pacientes com s ina i s e s in tomas de per i ton i te ou pneumatose extensa. • A intervenção vascular objetiva restaurar o fluxo sanguíneo intestinal rapidamente. • A cirurgia pode ser aberta, endovascular ou combinada. Tratamento medicamentoso Papaverina Inibidor da fosfodiesterase que causa relaxamento das artérias, aumenta fluxo sanguíneo dos acometidos e reduz a isquemia. É via intra- arterial por angiografia Trombolíticos Para embolia arterial mesentérica até 8h do início dos sintomas. Utiliza alteplase, reteplase e tenecteplase. Via infusão intra-arterial por arteriografia. Contra- indicado para casos de peritonite e necrose intestinal Página de 3 4 Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo Intervenção endovascular - Para pacientes hemodinamicamente estáveis que não apresentam sinais clínicos e radiográficos de isquemia avançada. - Trombectomia farmacológica ou mecânica - Angioplastia com balão, geralmente com colocação de stent. - Acesso pela A. femoral ou braquial. Tratamento cirúrgico - Imediata para pacientes com sinais de isquemia avançada (peritonite, sepse, pneumatose intestinal). - Revascularização. - Embolectomia mesentérica.- Bypass mesentérico ⇢ Cuidados pós-procedimento - Laparotomia de segunda observação - U s o d e W a r f a r i n a o u n o v o s anticoagulantes orais - Terapia antiplaquetária e terapia com estatina. Anticoagulantes Tratamento inicial da trombose venosa mesent. Heparina não fracionada usada em dose de ataque e manutenção. Depois convertido para Warfarina oral Página de 4 4
Compartilhar