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4o_periodo_Imunologia


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1 
Imunologia – Avaliação 1 
RENATO E. RODRIGUES – BIOMEDICINA XXIII - UFTM 
 
Conteúdo 
T1 – Propriedades gerais das respostas imunes 
T2 – Imunidade inata 
T3 – Células do sistema imune 
T4 – Tecidos do sistema imune 
T5/T6 – Anticorpos e antígenos 
T7 – Complexo de histocompatibilidade principal 
T8 – Processamento dos antígenos e a apresentação aos linfócitos 
 
P1 – Reação de aglutinação direta 
P2 – Tipagem de células 
 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 1 – Propriedades gerais das respostas imunológicas 
 
- Imunidade: reação a substancia estranha, incluindo microrganismos e macromoléculas e pequenas substancias 
químicas que não são reconhecidas como elementos estranhos. 
- Vacinação: método mais eficaz para combater infecções. 
 
- Imunidade natural (inata ou nativa): é a linha de defesa inicial contra microrganismos, consistindo em mecanismos 
de defesa celular e bioquímicos, que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção e que estão programa-
dos para responder rapidamente as infecções. 
-- Principais componentes: 
1. Barreiras físicas e químicas 
2. Céls fagocitárias 
3. Proteínas do sangue 
4. Citocinas 
 
- Imunidade adaptativa (adquirida ou específica): forma que se desenvolve em resposta a infecções e se adapta a 
ela. Possui alta especificidade, memória (respondendo com mais intensidade a exposições subsequentes). 
-- Principais componentes: 
1. Linfócitos e seus produtos, como os anticorpos (ac). 
-- O sistema da imunidade adquirida usa três estratégias principais para combater a maioria dos micróbios: 
1. Anticorpos secretados ligam-se aos micróbios extracelulares, bloqueiam a sua capacidade de infectar céls do 
hospedeiro, e promovem sua ingestão e subsequente destruição por fagócitos. 
2. Fagócitos ingerem os micróbios e os destroem, e as céls T auxiliares aumentam as capacidades microbicidas 
dos fagócitos. 
3. CTLs destroem as céls infectadas por micróbios que são inacessíveis aos anticorpos. 
- Uma característica do sistema imunológico adquirido é que ele produz grande numero de linfócitos durante a ma-
turação e depois da estimulação por antígeno, e seleciona as céls mais úteis para combater os micróbios. 
 
- Anticorpos: produzidos apenas por linfócitos B. 
-- Mecanismo de ação: 1) reconhecem antígenos, 2) neutralizam a infecciosidade dos organismos, 3) os preparam 
para ser eliminados. 
 
- Naïve (ou virgem): indivíduos ou linfócitos que não tiveram exposição a um antígeno em particular. 
- Imune: indivíduos que responderam a um antígeno microbiano e estão protegidos contra exposições posteriores. 
 
- Imunidade ativa: tipo de imunidade que é induzida pela exposição a um antígeno estranho. O indivíduo imunizado 
apresenta um papel ativo na resposta ao antígeno. 
- Imunidade passiva: quando o recipiente torna-se imune a um antígeno em particular sem nunca ter sido exposto 
ou apresentar uma resposta a ele. Ex.: transferência de anticorpos maternos para o feto. 
 
User
Lápis
2 
- Linfócitos: no sangue e em órgãos linfoides. 
- Células apresentadoras de antígenos (APCs): em órgãos linfoides. 
- Epítopos (ou determinantes): partes dos antígenos que são reconhecidas especificamente pelos linfócitos. 
 
- Memória imunológica: as céls de memória são mais eficazes para combater micróbios do que os linfócitos naïves, 
porque essas células representam um fundo geral expandido de linfócitos antígenos-específicos, e respondem mais 
rápida e eficazmente contra o antígeno do que as céls naïve. 
 
 Imunidade adquirida 
 Imunidade humoral Imunidade celular 
Função Eliminar os diversos tipos de microrganismos. 
Mediação 
Por céls presentes no sangue e secreções 
das moléculas, chamadas anticorpos. 
Mediada por linfócitos T. 
Principal mecanismo contra microrga-
nismos extracelulares e suas toxinas. 
Promove a destruição dos microrganismos localiza-
dos em fagócitos ou a destruição das céls infectadas 
para eliminar os reservatórios da infecção. 
Teoria 
A imunidade é mediada por substancias 
presentes nos fluidos corporais. 
As células do hospedeiro seriam os principais media-
dores da imunidade. 
Principais 
características 
1) Especificidade: respostas únicas para cada antígeno. 
2) Diversidade: resulta da variabilidade das estruturas dos locais de ligação de antígenos dos 
receptores de antígenos dos linfócitos. 
3) Memória: a exposição do sistema imunológico a um antígeno estranho aumenta sua habilida-
de de responder novamente aquele estimulo (respostas secundárias mais rápidas e intensas que 
as respostas primárias). 
4) Expansão clonal: os linfócitos sofrem considerável proliferação em seguida a exposição a um 
antígeno. 
5) Especialização: resposta distinta e especial para cada microrganismo. 
6) Autolimitação e homeostasia: há diminuição da resposta imunológica com o passar do tempo, 
visando a homeostasia. 
7) Tolerância a antígenos próprios: não ocorre desenvolvimento de reações lesivas as substanci-
as antigênicas do hospedeiro. 
Componentes 
celulares 
Linfócitos, APCs e células efetoras. 
Linfócitos: são as células que reconhecem e respondem especificamente a antígenos estranhos e 
são os mediadores da imunidade humoral e celular. 
APCs: céls que capturam os antígenos e os apresentam a linfócitos específicos. Céls dendríticas 
são as APCs com maior grau de especialização. 
Células efetoras: células que participam na eliminação de antígenos. 
Linfócitos B: únicos que produzem anti-
corpos. 
 
Linfócitos T: céls da imunidade celular. Reconhecem 
os antígenos de microrganismos intracelulares, des-
truindo-os ou destruindo as céls infectadas. 
Elas não produzem anticorpos e não respondem a 
antígenos solúveis, apenas aqueles associados à su-
perfície celular. 
- Linf. T auxiliares: em resposta a estimulação anti-
gênica, eles secretam proteínas (citocinas), cuja fun-
ção é estimular a proliferação e a diferenciação das 
céls T, assim como a ativação de outras céls (linf. B, 
macrófagos e outros leucócitos). 
- Linf. T citolíticos (citotóxicos ou CTLs): destroem as 
céls que produzem antígenos estranhos, como as 
céls infectadas por vírus ou outros organismos intra-
celulares. 
- Linf. T reguladores: função de inibir as respostas 
imunológicas. 
 
3 
 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 2 – Imunidade natural 
 
- Imunidade natural: é a primeira linha de defesa contra as infecções. Os mecanismos da imunidade natural existem 
antes do encontro com os microrganismos e são rapidamente ativados por eles antes do desenvolvimento das res-
postas imunológicas adquiridas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A resposta imunológica adquirida acentua as funções antimicrobianas da imunidade natural e proporciona tanto a 
memoria do encontro com o antígeno quanto à especialização dos mecanismos efetores. 
- Desempenha duas importantes funções: 
1) É a resposta inicial aos microrganismos que impede, controla ou elimina a infecção do hospedeiro. Quando os 
microrganismos têm estratégias para resistir à resposta natural, as respostas adquiridas tem grande importância 
para a eliminação destes microrganismos, visto sua potencia e especialização. 
2) A resposta natural estimula as respostas imunológicas adquiridas e pode influenciar na natureza destas, para tor-
na-las otimamente eficazes contra os diferentes tipos de microrganismos. 
 
- Alguns componentes da resposta imune natural funcionam o tempo todo, mesmo antes da infecção, tais como as 
barreiras a entrada de microrganismos (pele, trato gastrointestinal e respiratório). 
- Outros componentes encontram-se normalmente inativos, são eles os fagócitos e o sistema complemento. 
 
CARACTERISTICAS DO RECONHECIMENTO NA IMUNIDADE NATURAL 
- O sistema imunológico natural (SII) reconhece apenas um numero limitado de produtos de microrganismos. 
- As substancias dos microrganismos que estimulam a imunidade natural são chamadas de padrões moleculares 
associados a patógenos (PAMPs), e os receptores que se ligam a essas estruturas preservadas são chamados de 
receptoresde reconhecimento padrão. 
- O SII é capaz de distinguir o “próprio” do “não próprio”. No sistema imune adquirido (SIA), a distinção é baseada 
não na especificidade herdada para microrganismos, mas na eliminação ou ativação de linfócitos específicos para 
antígenos próprios. 
- O SIN reconhece produtos microbianos que são frequentemente essenciais para a sobrevivência dos microrganis-
mos. 
- As moléculas reconhecedoras de padrão do SIN incluem receptores de reconhecimento de padrão associados a 
células, expressos na superfície de vários tipos celulares, e proteínas solúveis no sangue e líquidos extracelulares. 
Esses receptores podem desemprenhar uma ou ambas de duas funções importantes: 
1) Traduzir sinais que ativam funções antimicrobianas e pró-inflamatórias das céls nas quais eles são expressos. 
2) Facilitar a captação dos micróbios para dentro das células. 
4 
- Os receptores de reconhecimento de padrões do SIN são codificados na linhagem germinativa, mas possuem um 
repertorio de especificidade limitado, cerca de 103 padrões moleculares de microrganismos, contra 107 ou mais do 
SIA. 
- Além de produtos microbianos, o SIN também pode reconhecer céls do hospedeiro estressadas ou lesadas, pois 
estas expressam moléculas não encontradas em abundancia nas céls sadias. 
 
RECEPTORES CELULARES DE RECONHECIMENTO PADRAO 
- Uma ampla variedade de tipos de céls expressam receptores de reconhecimento padrão, tais como: neutrófilos, 
macrófagos, céls dendríticas, céls endoteliais, céls epiteliais, linfócitos e outros tipos celulares. 
-Esses receptores reconhecedores de padrão associado a células estão presentes na superfície celular, em vesículas 
endossomicas e no citoplasma, prontos para reconhecer micróbios em qualquer uma dessas localizações. 
 
Receptores semelhantes à Toll (TLRs) 
- São expressos em muitos tipos celulares (incluindo macrófagos, céls dendríticas, neutrófilos, céls epiteliais mucosas 
e céls endoteliais), e desempenham papeis essenciais nas respostas imunes naturais aos micróbios. 
- Onze TLRs foram identificados, denominados TLR1 a TLR11. São capazes de reconhecer micróbios em diferentes 
localizações celulares. 
 
OUTROS RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PADRAO 
- Alguns desses outros receptores transmitem sinais de ativação que promovem respostas inflamatórias e intensifi-
cam a destruição de micróbios. Outros receptores participam principalmente na captação de micróbios para dentro 
dos fagócitos. 
 
Lecitinas tipo C 
- São uma grande família de moléculas ligadoras de carboidrato cálcio-dependente. 
5 
- Presentes nas membranas plasmáticas de macrófagos, células dendríticas e outros leucócitos. 
- Exemplos de lecitinas tipo C: receptor a manose, dectina1. 
 
Receptores varredores (scavenger) 
- Céls com característica comum de mediar a captação de lipoproteínas oxidadas para dentro das céls. 
- Expressos nos fagócitos CD36, CD68, SRB1. 
- Eles também reconhecem e medeiam a captação de micróbios para dentro dos fagócitos como parte das respostas 
imunes naturais. 
 
Receptores a N-formil Met-Leu-Phe 
- Reconhecem peptídeos curtos que contem resíduos N-formilmetionil. 
- Exemplos: FPR e FPRL1, que são expressos por neutrófilos e macrófagos, respectivamente. 
 
NLRs (NACHT-LRRs) 
- Servem como sensores intracelulares de infecção bacteriana. 
- Vários membros dessa família são conhecidos por se ligarem a ligantes específicos dentro das céls e iniciar cascatas 
de sinalização que ativam respostas inflamatórias. 
- Subconjunto das NLRs = Nods (Nucleotide-binding oligomerization domain, domínio de oligomerização ligador de 
nucleotídeo). 
 
Proteínas que contem domínio de ativação e recrutamento de caspase (CARD) 
- São receptores citoplasmáticos que ligam RNA viral. 
- Essas vias ativam os fatores de transcrição IFR-3 e NF-B, os quais estimulam a expressão de interferons tipo 1 anti-
virais. 
 
COMPONENTES DO SISTEMA IMUNOLOGICO NATURAL 
- Consistem em barreiras epiteliais, céls circulantes e teciduais e proteínas plasmáticas. 
- Principais céls efetoras: neutrófilos, fagócitos mononucleares e céls NK. 
- Inflamação: consiste no recrutamento de leucócitos e no extravasamento de varias proteínas plasmáticas em um 
local de infecção e na ativação de leucócitos e proteínas para eliminar o agente infeccioso. 
 
Barreiras epiteliais 
- Formam barreiras físicas entre os microrganismos do ambiente externo e os tecidos do hospedeiro. 
- Os epitélios, como alguns leucócitos, produzem peptídeos que possuem uma função de antibiótico natural. As duas 
famílias de peptídeos antimicrobianos são as defensinas e as catelicidinas. 
 
-- As defensinas são produzidas pelas céls epiteliais de superfícies mucosas e por leucócitos que contém grânulos, 
incluindo neutrófilos, céls NK e linfócitos T citotóxicos. 
--- A secreção de defensinas pode ser aumentada por citocinas ou produtos microbianos. 
--- As ações protetoras das defensinas incluem tanto a toxicidade direta aos micróbios, incluindo bactérias e fungos, 
quanto à ativação de céls envolvidas na resposta inflamatória aos micróbios. 
 
-- As catelicidinas são expressas pelos neutrófilos e vários epitélios de barreira, incluindo pele, céls mucosas gastroi-
ntestinais e céls mucosas respiratórias. 
--- Exercem funções para proteger contra infecções: toxicidade direta para uma ampla variedade de microrganismos, 
e a ativação de varias respostas nos leucócitos e outros tipos de céls que promovem a erradicação de micróbios. 
 
- Os epitélios de barreira e as cavidades serosas contem, respectivamente, linfócitos T intra-epiteliais e a subpopu-
lação B-1 de células B, e essas céls podem reconhecer e responder a microrganismos comumente encontrados. 
-- Os linfócitos T podem atuar na defesa do hospedeiro mediante a secreção de citocinas, ativação de fagócitos e 
morte de céls infectadas. 
 
- Uma terceira população de céls presentes sob muitos epitélios e nas cavidade serosas são os mastócitos, que se-
cretam citocinas e mediadores de lipídeos que estimulam a inflamação. 
 
6 
Células efetoras 
Fagócitos e respostas inflamatórias 
- Os fagócitos, incluindo os neutrófilos e macrófagos são céls cuja função principal é identificar, ingerir e destruir 
microrganismos. 
-- As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em passos sequenciais: 1) recrutamento 
ativo das céls para os locais de infecção, 2) reconhecimento dos micróbios, 3) ingestão por fagocitose, 4) destruição 
dos micróbios ingeridos. 
- Os fagócitos também produzem citocinas. 
 
Neutrófilos 
- São leucócitos polimorfonucleares. 
- População mais abundante de céls sanguíneas brancas circulantes. 
- Medeiam as fases mais iniciais das respostas inflamatórias. 
- Núcleo segmentado em três a cinco lóbulos conectados. 
- São produzidos na medula óssea. 
- Alta produção diária: 1011/dia em um adulto. E cada um circula no sangue por apenas 6 horas. 
- Podem migrar para locais de infecção dentro de poucas horas após a entrada de microrganimos. Mesmo depois de 
entrar nos tecidos, os neutrófilos funcionam durante algumas horas e a seguir morrem. 
 
Fagócitos mononucleares 
- As céls do sistema fagocitário mononuclear se originam na medula óssea, circulam no sangue e são ativadas em 
vários tecidos. 
-- O primeiro tipo celular que entra no sangue periférico depois de deixar a medula é incompletamente diferenciado 
e é chamado de monócito (núcleo em forma de feijão e citoplasma finamente granuloso). 
-- Uma vez que entram nos tecidos, essas céls maturam e se tornam macrófagos. Os macrófagos podem assumir 
diferentes formas após ativação por estímulos externos. 
-- Macrófagos em diferentes tecidos receberam nomes especiais para designar localizações especificas: céls micro-
gliais, céls de Küpffer, macrófagos alveolares, osteoclastos, entre outros. 
 
- Os macrófagos respondem tipicamente aos microrganismos quase tão rapidamente quanto os neutrófilos, mas 
persistem por muito mais tempo no local de infecção. 
- Ao contrário dos neutrófilos, os macrófagos podem sofrerdivisão celular em um local inflamatório. Portanto, são as 
céls efetoras dominantes nos estágios mais tardios da resposta imunológica natural, um ou dois dias após a infecção. 
 
Células dendríticas 
- Desempenham papeis importantes nas respostas naturais a infecções, e na conexão de respostas imunes naturais e 
adquiridas. 
- São amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima dos órgãos. 
- Expressam receptores de reconhecimento padrão e respondem aos micróbios secretando citocinas. 
- Servem a uma função crítica nas respostas imunes adquiridas, ao capturarem e apresentarem os antígenos micro-
bianos aos linfócitos T. 
 
Recrutamento de leucócitos para os locais de infecção 
- Os neutrófilos e macrófagos são recrutados do sangue para os locais de infecção por ligação a moléculas de adesão 
em células endoteliais e por quimioatraentes produzidos em resposta a infecção. 
 
1) Rolagem dos leucócitos sobre o endotélio mediada por selectinas 
- As céls endoteliais que revestem a vênulas pós-capilares no local de infecção aumentam rapidamente a expressão, 
na superfície, de proteínas chamadas selectinas. 
- Os dois tipos de selectinas expressos pelas céls endoteliais são a selectina P, que é rapidamente redistribuída a 
superfície em resposta a produtos microbianos e citocinas, e a selectina E, que é sintetizada em resposta a IL-1 e 
TNF, bem como produtos microbianos, e é expressa na superfície celular dentro de 1 a 2 horas. 
- As interações selectina-ligante de selectina são de baixa afinidade, com uma taxa de afastamento rápida, e são 
facilmente rompidas pela força de cisalhamento (“corte”) do sangue fluente. Como resultado, os leucócitos repetiti-
vamente se destacam e se ligam novamente e assim rolam ao longo da superfície endotelial. 
7 
 
2) Aumento na afinidade das integrinas mediado por quimiocinas 
- A principal função das quimiocinas é estimular a quimiotaxia de céls. 
- As quimiocinas produzidas em um local de infecção são transportadas para superfície luminal das céls endoteliais 
das vênulas pós-capilares, onde elas são ligadas e exibidas em altas concentrações. Nessa localização, as quimiocinas 
se ligam a receptores específicos a quimiocinas na superfície dos leucócitos em rolagem. Os leucócitos expressam 
uma família de moléculas de adesão chamadas integrinas, as quais estão em um estado de baixa afinidade nas céls 
não ativadas e são ineficazes para mediar interações de adesão. Duas consequências da sinalização dos receptores a 
quimiocinas são afinidade aumentada das integrinas dos leucócitos pelos seus ligantes, e agregação das integrinas 
na membrana, resultando em atividade aumentada da ligação, medida pelas integrinas, dos leucócitos a superfície 
endotelial. 
 
3) Adesão estável dos leucócitos no endotélio mediada por integrinas 
- Os leucócitos se fixam firmemente ao endotélio, seu citoesqueleto é reorganizado e eles se espalham sobre a su-
perfície endotelial. 
 
4) Transmigração de leucócitos através do endotélio 
- As quimiocinas então atuam sobre os leucócitos aderentes e estimulam as céls a migrar através dos espaços inte-
rendoteliais segundo o gradiente de concentração química (i.e., na direção do local de infecção). 
- Assim, eles afinal se acumulam no tecido extravascular em torno dos micróbios infecciosos. 
 
 
Fagocitose de microrganismos 
- O primeiro passo é o reconhecimento do micróbio pelo fagócito. 
- Os neutrófilos e macrófagos expressam receptores que reconhecem especificamente os micróbios, e esses recepto-
res são ligados funcionalmente aos mecanismos de fagocitose. 
-- Alguns desses receptores são os receptores de reconhecimento padrão (como lecitinas e scavengers). Esses recep-
tores só contribuem para a fagocitose em organismos que expressam padrões moleculares particulares, como a ma-
nose. 
-- Outro grupo de receptores nos fagócitos reconhecem certas proteínas do hospedeiro que revestem micróbios. 
Essas proteínas são chamadas de opsoninas. O processo de revestir um micróbio para torna-lo um alvo para fagoci-
tose é chamado de opsonização. 
 
- Os fagócitos possuem receptores de alta afinidade que se ligam especialmente a moléculas de anticorpo, proteínas 
do complemento e lecitinas; esses receptores são críticos para a fagocitose de muitos micróbios diferentes. 
-- Um dos sistemas mais eficientes para opsonizar micróbios é revesti-los com anticorpos. 
8 
-- As moléculas de anticorpo possuem locais de ligação de antígeno em uma extremidade, e a outra extremidade, 
chamada região Fc, interage com as céls efetoras e moléculas do sistema imunológico natural. 
-- A opsonização mediada por anticorpo contribui para a fagocitose de uma variedade maior de micróbios do que os 
receptores de reconhecimento padrão. 
- Uma vez que um micróbio ou partícula se ligue a receptores em um fagócito, a membrana plasmática na região 
engloba a estrutura, formando um fagossomo. Os micróbios fagocitados são destruídos. Ao mesmo tempo, peptí-
deos são gerados a partir das proteínas microbianas e apresentados aos linfócitos T para iniciarem respostas imunes 
adquiridas. 
 
 
A morte de microrganismos fagocitados 
- Neutrófilos e macrófagos ativados destroem microrganismos fagocitados mediante a ação de moléculas microbici-
das dos fagolisossomos. 
- Mecanismos microbicidas: 
-- Os fagócitos produzem enzimas proteolíticas que funcionam para destruir micróbios. 
-- Os fagócitos convertem o oxigênio molecular em derivados reativos do oxigênio (ROS), os quais são altamente 
reativos na oxidação de agentes que destroem microrganismos e outras céls. O processo pelo qual os ROS são pro-
duzidos é chamado explosão respiratória. 
-- Os fagócitos também produzem intermediários reativos do nitrogênio, principalmente o óxido nítrico (NO), pela 
ação da uma enzima chamada óxido nítrico sintase induzida (iNOS). 
 
- Quando neutrófilos e macrófagos são fortemente ativados, eles podem provocar lesão de tecidos normais do hos-
pedeiro por liberação de ROS, oxido nítrico e enzimas lisossômicas. Os produtos microbicidas dessas céls não distin-
guem entre tecidos próprios e microrganismos. Como resultado, esses produtos entram no ambiente EC e são capa-
zes de causar lesão tecidual. 
 
Células Natural Killer (NK) 
- É uma linhagem de céls relacionadas com linfócitos que reconhecem céls infectadas e/ou estressadas e respondem 
destruindo essas céls e secretando citocinas inflamatórias. 
- Concentram-se principalmente no sangue e baço e são raras em outros órgãos linfoides. 
- São uma fonte importante de IFN-, o qual ativa os macrófagos para destruir os micróbios ingeridos. 
- Não são linfócitos T nem B. 
 
Reconhecimento de células infectadas e estressadas pelas células NK 
- A ativação de céls NK é regulada por um balanço entre os sinais que são gerados de receptores de ativação e de 
receptores de inibição. 
- Quando uma célula NK interage com outra célula, o resultado é determinado por uma integração de sinais gerados 
a partir de uma variedade de receptores inibidores e ativadores que podem ser expressos simultaneamente pela 
9 
célula NK e simultaneamente interagir com ligantes na outra célula. Em geral, os sinais ativadores tem que ser blo-
queados por sinais inibidores, a fim de evitar ativação e ataque das céls NK contra as céls normais. 
- Céls NK usam tipos de receptores fundamentalmente diferentes das céls T para reconhecer moléculas MHC classe I 
ou semelhantes à classe I. 
 
Funções efetoras das células NK 
- As funções efetoras são destruir céls infectadas e ativar os macrófagos para destruírem microrganismos fagocita-
dos. 
- O mecanismo da citotoxidade medida pela célula NK é essencialmente o mesmo dos CTLs. 
-- Quando as céls NK são ativadas, a exocitose de grânulos libera proteínas nas adjacências da célula alvo. Uma pro-
teína do granulo da célula NK, chamada perforina, facilita a entrada de outras proteínas de grânulos, denominadas 
granzimas, no citoplasma da céls-alvo. 
-- As granzimas são enzimas que induzem a apoptose das céls-alvo.- Mediante a eliminação das céls infectadas por vírus e bactérias intracelulares, as céls NK destroem os reservatórios 
de infecção. 
 
Moléculas de reconhecimento de padrão e proteínas efetoras circulantes da imunidade natural 
- As proteínas de reconhecimento de padrão solúveis e moléculas efetoras associadas são às vezes chamadas de 
ramo humoral da imunidade natural, análogo ao ramo humoral da imunidade adquirida mediado pelos anticorpos. 
- Os principais componentes do sistema imune natural humoral são o sistema do complemento, as colectinas, as 
pentraxinas e as ficolinas. 
 
O sistema do complemento 
- Consiste em varias proteínas plasmáticas que são ativadas pelos microrganismos e promovem a destruição destes e 
a inflamação. 
- O reconhecimento de microrganismos ocorre de 3 maneiras: 
1) Via clássica: utiliza uma proteína plasmática chamada C1 para detectar anticorpos IgM, IgG1 ou IgG3 ligados a 
superfície de um microrganismo ou outra estrutura. 
2) Via alternativa: é desencadeada pelo reconhecimento direto de certas estruturas da superfície microbiana. 
3) Via da lectina: é desencadeada por uma proteína plasmática chamada de lectina de ligação a manose (MBL) que 
reconhece resíduos terminais de manose em glicoproteínas e glicolipídios microbianos. A MBL ligada aos microrga-
nismos ativa uma das proteínas da via clássica. 
- O reconhecimento por qualquer uma dessas vias resulta no recrutamento e na reunião sequencial de proteínas 
adicionais do complemento em complexos de proteases. A proteína central do sistema do complemento, C3, é cliva-
da e seu fragmento maior C3b é depositado na superfície microbiana onde o complemento é ativado. O C3b torna-se 
covalentemente ligado aos microrganismos e atua como uma opsonina para promover a fagocitose dos microrga-
nismos. Um fragmento menor, C3a, é liberado e estimula a inflamação agindo como um quimioatrativo para neutro-
filos. O C3b liga-se a outras proteínas do complemento para formar um protease que cliva uma proteína chamada 
C5, gerando um peptídeo secretado (C5a) e um fragmento maior (C5b) que permanece fixado as membranas celula-
res microbianas. O C5a estimula a entrada de neutrófilos no local da infecção, bem como o componente vascular da 
inflamação aguda. O C5b inicia a formação de um complexo das proteínas do complemento C6, C7, C8, C9, as quais 
são reunidas em um poro de membrana que causa a lise das céls onde o complemento é ativado. 
 
10 
Pentraxinas 
- Várias proteínas plasmáticas que reconhecem estruturas microbianas e participam na imunidade natural perten-
cem à família das pentraxinas. 
- Exemplos: proteína C reativa (CRP), amiloide P sérico (SAP) e pentraxina longa PTX3. 
- A CRP e o SAP ligam-se a diversas espécies de bactérias e fungos. 
 
Colectinas e ficolinas 
- As colectinas constituem uma família de proteínas que contem um domínio semelhante ao colágeno. 
-- Três membros dessa família servem como moléculas de reconhecimento de padrão solúveis no sistema imunológi-
co natural: MBL e as proteínas surfactantes pulmonares SP-A e SP-D. 
--- A MBL (Lectina de ligação a manose) é uma proteína plasmática que atua como uma opsonina. É um receptor 
solúvel de reconhecimento de padrão que se liga as células microbianas, mas não de mamíferos. 
--- SP-A e SP-D: funções principais são de moduladores de respostas imunes naturais no pulmão. Elas se ligam a vá-
rios organismos e também atuam como opsoninas, facilitando a ingestão pelos macrófagos alveolares. 
 
- As ficolinas ligam-se a diversas espécies de bactérias, opsonizando-as e ativando o sistema complemento de uma 
maneira semelhante a da MBL. 
 
CITOCINAS DO SISTEMA IMUNOLOGICO NATURAL 
- Elas recrutam e ativam leucócitos e produzem alterações sistêmicas, incluindo o aumento na síntese de céls efeto-
ras e proteínas que potencializam as respostas antimicrobianas. 
- Na imunidade natural, as principais fontes de citocinas são os macrófagos, os neutrófilos e as céls NK. 
- Servem para comunicar informações entre céls inflamatórias entre si e entre céls inflamatórias e céls teciduais res-
ponsivas, tais como céls do endotélio vascular. 
 
O PAPEL DA IMUNIDADE NATURAL NA ESTIMULACAO DAS RESPOSTAS IMUNOLOGICAS ADQUIRIDAS 
- A resposta imunológica natural fornece sinais que agem de comum acordo com o antígeno para estimular a prolife-
ração e a diferenciação de linfócitos T e B antígenos-específicos. 
- A ativação linfocitária requer dois sinais: 
-- Sinal 1: antígeno, assegurando que a resposta seja específica. 
-- Sinal 2: componentes da resposta imunológica natural ao microrganismo ou as céls lesadas. Assegura que as res-
postas adquiridas sejam induzidas quando há uma infecção perigosa, e não quando os linfócitos reconhecem antíge-
nos inofensivos, inclusive antígenos próprios. 
- As moléculas que funcionam como segundo sinal para a ativação linfocitária são os co-estimuladores (para céls T), 
as citocinas (para céls T e B) e os produtos de degradação do complemento (para as céls B). 
 
- Os segundos sinais gerados durante as respostas imunológicas naturais a diferentes microrganismos não acentuam 
somente a magnitude da resposta imunológica adquirida subsequente, mas também influenciam na natureza da 
resposta adquirida. 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 3 – Células e tecidos do sistema imunológico adquirido 
 
- As céls do sistema imunológico adquirido em geral estão presentes no sangue e na linfa como células circulantes, 
em coleções celulares anatomicamente definidas nos órgãos linfoides e disseminadas em quase todos os tecidos. 
- Os antígenos que são transportados para os órgãos linfoides são exibidos pelas céls apresentadoras de antígenos 
(APCs) para reconhecimento por linfócitos específicos. 
- Os linfócitos naïves migram através desses órgãos linfoides periféricos, onde reconhecem os antígenos e iniciam as 
respostas imunológicas. 
 
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO ADQUIRIDO 
- Céls envolvidas na resposta adquirida: 
-- Linfócitos específicos para os antígenos 
-- APCs 
-- Céls efetoras 
 
Linfócitos 
- São as únicas céls do corpo capazes de reconhecer e distinguir de modo específico diversos determinantes antigê-
nicos, sendo responsáveis por duas características definidoras das respostas adquiridas: a especificidade e a memó-
ria. 
-- Receptores específicos para os antígenos são produzidos pelos linfócitos, mas não por outras células. 
 
Classes de linfócitos 
- Linfócitos B 
-- Produzem anticorpos. 
-- Estágios iniciais de desenvolvimento na medula óssea. 
-- Principais subconjuntos: céls B foliculares, céls B da zona marginal e céls B B-1. 
 
- Linfócitos T 
-- Amadurecem no “t”imo. 
-- Principais subconjuntos: linf. T auxiliares, linf. T citolíticos (citotóxicos ou CTL). Esses dois expressam um receptor a 
antígeno chamado receptor . Existem linfócitos T que expressam receptores . 
-- Tantos os linfócitos T quanto os B possuem receptores de antígenos distribuídos em clones, ou seja, existem mui-
tos clones dessas céls com especificidades antigênicas diferentes. 
-- A maioria das céls T auxiliares expressam uma proteína de superfície chamada CD4, enquanto a maioria dos CTLs 
expressa uma proteína de superfície diferente, chamada CD8. 
--- CD = cluster of differentiation, ou seja, grupo de diferenciação. 
 
- Células NK 
-- descrita anteriormente. 
 
- Células NKT 
-- Céls que compartilham características das céls NK e das céls T. 
 
Desenvolvimento dos linfócitos 
- Como todas as céls sanguíneas, os linfócitos se originam de céls-tronco da medula óssea. 
- Os linf. B maturam parcialmente na medula óssea, entram na circulação e povoam os órgãos linfoides periféricos, 
onde completam sua maturação. Os linf. T completam o seu desenvolvimento no timo, entram na circulação e vão 
semear os órgãos linfoides periféricos. 
- Céls que completaram o seu desenvolvimento são chamadas linfócitos naïves. 
 
Populações de linfócitos distinguidaspela história de exposição a antígeno 
- A ativação de linfócitos obedece alguns passos: 
1) Síntese de novas proteínas, como receptores para citocinas e citocinas. 
13 
2) Expansão das céls naïve (expansão clonal) 
3) Concomitante com a expansão clonal, linfócitos estimulados por antígeno diferenciam-se em céls efetoras, cuja 
função é eliminar o antígeno. Uma parte da progênie dos linfócitos B e T estimulados por antígeno diferencia-se em 
céls de memória de vida longa, cuja função é mediar respostas rápidas e intensificadas a exposições subsequentes 
de antígenos. 
 
- Linfócitos naïve 
-- São céls T ou B maturas emigrantes de órgãos linfoides geradores que nunca encontraram antígeno estranho. 
-- Os linfócitos naïve e de memória são chamados de linfócitos em repouso, porque não estão se dividindo ativamen-
te nem estão desempenhando funções efetoras. 
-- Antes da estimulação antigênica, os linfócitos naïve estão em estado de repouso, ou na fase G0 do ciclo celular. Em 
resposta a estimulação, eles entram na fase G1 do ciclo celular antes de começarem a se dividir. 
-- Os linfócitos ativados são maiores, possuem mais citoplasma e organelas e quantidade aumentada de RNA cito-
plasmático, e são chamados de grandes linfócitos, ou linfoblastos. 
 
- Proteínas secretadas chamadas citocinas são também essenciais para a sobrevida dos linfócitos naïves, e as céls T e 
B naïves expressam constitucionalmente receptores para essas citocinas. 
-- Exs de citocinas: IL-7 (interleucina-7), fator ativador de células B (BAFF). 
 
Células efetoras 
- Depois que linfócitos naïve são ativados, eles se tornam maiores e proliferam, e são chamados de linfoblastos. Al-
gumas dessas céls diferenciam-se em céls que tem a capacidade de eliminar antígenos estranhos; os linfócitos efeto-
res incluem céls T auxiliares, CTLs e céls B secretoras de anticorpos. 
-- Céls T auxiliares são geralmente CD4+, expressam moléculas de superfície como o ligante CD40 e secretam citoci-
nas que interagem com macrófagos e linfócitos B, levando à sua ativação. 
--- Um subconjunto de céls CD4+ chamadas céls T reguladoras, que são distintas e suprimem as céls T efetoras, ex-
pressam constitucionalmente CD25. 
-- CTLs contem grânulos com proteínas que destroem céls infectadas por vírus e céls tumorais. 
-- Muitas céls B secretoras de anticorpos são identificáveis como plasmócitos. 
 
- Células de memória 
-- Podem sobreviver em estado quiescente ou de ciclagem lenta durante muitos anos depois que o antígeno é elimi-
nado. 
-- Elas podem ser identificadas pela expressão de proteínas de superfície que as diferenciam das céls naïve e dos 
linfócitos efetores recém-ativados. 
 
Células Apresentadoras de Antígenos (APCs) 
- São céls especializadas em capturar microrganismos e outros antígenos, apresenta-los aos linfócitos e fornecer 
sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. 
- APC geralmente se refere a células que possuem antígenos para linfócitos T. 
- Principal tipo de APC é a célula dendrítica. 
-- Macrófagos apresentam antígenos para os linfócitos T durante a resposta imunológica celular. 
-- Linfócitos B desempenham papel de APC para céls T auxiliares durante a resposta imunológica humoral. 
- Uma célula especializada, chamada célula dendrítica folicular, apresenta antígenos para os linfócitos B durante 
determinadas fases da resposta imunológica humoral. 
- As APCs ligam o sistema imunológico natural às respostas do sistema imunológico adquirido, e por essa razão po-
dem ser consideradas como componentes de ambos os sistemas. 
 
- Células dendríticas 
-- Função de capturar antígenos estranhos e seu transporte para os órgãos linfoides periféricos. 
-- Expressam vários receptores de superfície (como TLRs), os quais reconhecem padrões moleculares associados a 
patógenos (PAMPs) e transduzem sinais ativadores para dentro das céls. 
 
- Fagócitos mononucleares 
-- Desempenham o papel de APCs nas respostas imunológicas adquiridas medidas pelas céls T. 
14 
-- Macrófagos contendo microrganismos ingeridos apresentam os antígenos microbianos para as céls T efetoras. 
Essas, por sua vez, ativam os macrófagos para eliminar os microrganismos. 
-- Suas funções efetoras na imunidade natural incluem a fagocitose de microrganismos e a produção de citocinas que 
recrutam e ativam outras céls inflamatórias. 
-- Imunidade adquirida: na imunidade celular, as céls T estimuladas por antígenos ativam os macrófagos para que 
destruam os microrganismos fagocitados. Na imunidade humoral, os anticorpos opsonizam os microrganismos e 
promovem sua fagocitose por meio de receptores de superfície dos macrófagos para anticorpos. 
 
- Células dendríticas foliculares 
-- Não derivam de precursores da medula óssea e não tem nenhuma relação com as células dendríticas que apresen-
tam antígenos aos linfócitos T. 
- Aprisionam antígenos associados a anticorpos ou produtos do complemento e os apresentam em sua superfície 
para serem reconhecidos pelos linfócitos B. 
 
ANATOMIA E FUNÇÕES DOS TECIDOS LINFOIDES 
- Os linfócitos e as APCs concentram-se em tecidos ou órgãos anatomicamente definidos, para os quais os antígenos 
estranhos são transportados e concentrados. 
- Essa compartimentalização anatômica não é fixa, pois muitos linfócitos se movem constantemente entre os tecidos 
e a circulação. 
- Classificação dos tecidos linfoides: 
-- Órgãos geradores (ou órgãos linfoides primários), onde os linfócitos expressam inicialmente os receptores de 
antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional. Ex.: medula óssea e timo. 
-- Órgãos periféricos (ou órgãos linfoides secundários), onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são 
iniciadas e desenvolvidas. Ex.: linfonodos, baço, sistema imunológico cutâneo e sistema imunológico associado às 
mucosas. 
 
Medula óssea 
- São geradas todas as células sanguíneas circulantes do adulto. 
- A hematopoese ocorre principalmente nos ossos chatos, como esterno, vertebras, ilíacos e costelas. 
- Todas as céls sanguíneas se originam de uma célula tronco hematopoética que se compromete com a diferencia-
ção em uma linhagem em particular. 
- A proliferação e o desenvolvimento de céls precursoras na medula óssea são estimuladas pelas citocinas. 
- Além das células tronco auto-renováveis e sua prole diferenciada, a medula óssea contém numerosos plasmócitos 
(que são céls produtoras de anticorpos). 
 
Timo 
- Local de desenvolvimento das céls T. 
- Os linfócitos T do timo estão em vários estágios de desenvolvimento. 
 
Linfonodos e Sistema linfático 
- Os antígenos são transportados para os linfonodos principalmente pelos vasos linfáticos. 
- O líquido intersticial absorvido, chamado linfa, flui pelos capilares linfáticos para vasos convergentes, progressiva-
mente maiores. Esses vasos confluem para vasos linfáticos aferentes, que drenam para os seios subcapsulares dos 
linfonodos. 
- Do ducto torácico, a linfa é esvaziada para a veia cava superior, assim devolvendo o líquido à corrente sanguínea. 
- A função de coletar os antígenos a partir das suas portas de entrada e os entregar aos linfonodos é efetuada em 
grande parte pelo sistema linfático. 
- Os linfonodos estão interpostos ao longo dos vasos linfáticos e agem como filtros que testam a linfa antes de che-
gar ao sangue. Dessa maneira, os antígenos capturados nos locais de penetração são transportados aos linfonodos, e 
sinais moleculares da inflamação também são fornecidos aos linfonodos de drenagem. 
- As respostas imunológicas adquiridas aos microrganismos que entram pelos epitélios ou que são encontrados em 
tecidos são iniciadas nos linfonodos. 
 
15 
- Diferentes classes de linfócitos são sequestradas em regiões distintas do 
córtex dos linfonodos. Os folículos são as zonas de células B dos linfonodos. 
Os folículos primários contem principalmente linfócitos B naïves desenvol-
vidos. Os centros germinativos desenvolvem uma resposta à estimulação 
antigênica. Eles são locais de proliferação acentuada das céls B, seleção de 
célulasB que produzem anticorpos de grande afinidade e geração de céls B 
de memória. 
- A segregação anatômica das diferentes classes de linfócitos em áreas dis-
tintas dos linfonodos depende das citocinas. 
 
-- As céls T naïve expressam um receptor chamado CCR7 que liga as quimio-
cinas CCL19 e CCL21 produzidas nas zonas de céls T do linfonodo. 
 CCL19 e CCL21 atraem as céls T naïve para a zona de céls T. 
-- As céls dendríticas também expressam o CCR7 e é por isso que migram 
para a mesma região do linfonodo como o fazem as céls T naïve. 
 
-- As céls B naïve expressam outro receptor de quimiocinas, o CXCR5, que 
reconhece a quimiocinas CXCL13 produzida somente nos folículos. Assim, 
as céls B são atraídas para os folículos, que são as zonas de céls B dos linfo-
nodos. 
 
- A segregação anatômica das céls T e B assegura que cada população de 
linfócito está em contato íntimo com as céls APCs apropriadas (i.e., as céls T 
com as céls dendríticas e as céls B com as céls dendríticas foliculares). 
 
Baço 
- É o principal local de respostas imunológicas a antígenos provenientes do 
sangue. 
- As regiões do baço ricas em linfócitos, chamadas polpa branca, é arquite-
tada de forma análoga aos linfonodos, com zonas segregadas de céls T e B. 
- A quimiocinas CXCL13 e o seu receptor CXCR5 são requeridos para a mi-
gração de céls B para dentro dos folículos, e CCL19 e CCL21 e o seu receptor 
CCR7 são requeridos para migração de céls T naïves para dentro da bainha 
periarteriolar. 
- A função da polpa branca é promover respostas imunes adquiridas aos antígenos transportados pelo sangue. Esses 
antígenos são liberados para dentro do seio marginal por céls dendríticas circulantes, ou são amostrados pelos ma-
crófagos na zona marginal. 
- O baço também é um importante filtro sanguíneo. Alguns dos ramos arteriolares da a. esplênica terminam, em 
última análise, em extensos sinusóides vasculares, distintos dos seios marginais, dispersos entre os quais há grande 
número de eritrócitos, macrófagos, céls dendríticas, linfócitos esparsos e céls plasmáticas, estes constituem a polpa 
vermelha. 
- O baço também é o principal local de fagocitose de microrganismos opsonizados. 
 
Sistema imunológico cutâneo 
- A pele contém um sistema imunológico especializado constituído de linfócitos e APCs. 
- Os principais tipos de céls na epiderme são os queratinócitos, os melanócitos, as céls de Langerhans da epiderme e 
as céls T intra-epiteliais. 
-- As céls de Langerhans são as céls dendríticas imaturas do sistema imunológico cutâneo. 
-- Os linfócitos intra-epidérmicos constituem somente cerca de 2% dos linfócitos associados à pele e a maioria é 
composta de céls T CD8+. 
- A derme contém linfócitos T (CD8+ e CD4+) e macrófagos espalhados. 
 
Sistema Imunológico Associado às Mucosas 
- As superfícies mucosas dos tratos gastrointestinal e respiratório são colonizadas por linfócitos e APCs que iniciam 
as respostas imunológicas contra os antígenos ingeridos e inalados. 
16 
- Na mucosa do trato gastrointestinal, os linfócitos estão presentes em grandes quantidades em três regiões princi-
pais: 1) na camada epitelial, 2) espalhados pela lamina própria e 3) em coleções organizadas na lamina própria cha-
madas placas de Peyer. 
- A maioria dos linfócitos intra-epiteliais é constituída por céls T. 
 
VIAS E MECANISMOS DA RECIRCULAÇÃO E HOMING DOS LINFÓCITOS 
- Os linfócitos se movem continuamente pela corrente sanguínea, pelos vasos linfáticos, pelos tecidos linfoides se-
cundários e pelos tecidos não-linfoides periféricos, e populações funcionalmente distintas de linfócitos demonstram 
diferentes padrões de transito através desses locais. 
- Os linfócitos naïves se moverão da corrente sanguínea para dentro dos linfonodos, e através dos linfáticos de volta 
à corrente sanguínea muitas vezes, até encontrarem um antígeno que eles reconheçam dentro de um linfonodo. 
Esse padrão de movimento dos linfócitos naïve, chamado recirculação linfocitária, permite que o número limitado 
de linfócitos naïve que são específicos para um antígeno estranho procure por esse antígeno por todo o corpo. 
- Linfócitos que reagiram a esse antígeno e se diferenciaram em céls efetoras e de memória, dentro dos tecidos lin-
foides secundários, podem voltar para a corrente sanguínea e a seguir migrar para locais de infecção e/ou inflama-
ção nos tecido (não-linfoides) periféricos. 
- O processo pelo qual determinadas subpopulações de linfócitos entram em determinados tecidos e outras não é 
chamado de homing ou endereçamento linfocitário. 
 
Recirculação dos linfócitos T naïves entre o sangue e os órgãos linfoides secundários 
- O homing específico das céls T naïve para os linfócitos e tecidos linfoides mucosos ocorre através de vênulas pós-
capilares especializadas e envolve diversas moléculas de adesão e quimiocinas diferentes. 
- Cada linfócito passa por um linfonodo em média uma vez ao dia. 
- O movimento das céls T naïve através dos linfonodos e do baço aumenta as chances de encontro específico com o 
antígeno e o início da resposta imunológica adquirida. 
- A migração das céls T naïve para fora do sangue e para dentro do parênquima linfonodal é um processo de múlti-
plas etapas que consiste em rolagem das céls mediada por selectinas, adesão firme mediada por integrinas e trans-
migração através da parede vascular. 
 
- As céls T naïve que se assentaram (homing) nos linfonodos, mas não reconheceram antígeno e não foram ativadas 
retornarão eventualmente à corrente sanguínea. Esse retorno fornece às céls T naïve outra oportunidade de procu-
rar os antígenos que elas possam reconhecer em outros linfonodos. 
 
Migração dos linfócitos T efetores para os locais de inflamação 
- As céls T efetoras deixam os linfonodos e se dirigem preferencialmente para os tecidos periféricos em que haja 
infecção, onde são necessárias para eliminar os microrganismos na fase efetora da resposta imunológica adquirida. 
- A migração das céls T efetoras para os locais inflamatórios é dependente de uma sequencia de eventos com múlti-
plos passos na interface sangue-endotélio. 
 
Migração das céls T de memória 
- Essas céls de memória provavelmente retêm as propriedades de homing das suas correspondentes irmãs efetoras. 
- Está claro que algumas céls T de memória ou permanecem nos órgãos linfoides secundários ou tendem a se estabe-
lecer neles, enquanto outras migram para tecidos periféricos, especialmente tecidos mucosos. 
 
HOMING DOS LINFÓCITOS B 
- Uma vez no baço, as céls B imaturas amadurecem para céls B foliculares ou céls B da zona marginal. À medida que 
as céls B foliculares maturam, elas migram de maneira dependente de integrinas, para dentro da polpa branca. Uma 
vez a maturação esteja completada dentro da polpa branca esplênica, as céls B foliculares naïves reentrarão na circu-
lação e se abrigarão nos linfonodos e tecidos linfoides mucosos. O homing de céls B naïves a partir do sangue para 
dentro dos linfonodos envolve interações de fixação/rolagem sobre HEV, ativação de integrinas e parada estável. 
- Diferentes populações de linfócitos B ativados podem secretar diferentes tipos de anticorpos, chamados isótipos, 
cada um dos quais executa um conjunto diferente de funções efetoras. 
17 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 4 – Anticorpos e Antígenos 
 
- Os anticorpos são proteínas circulantes produzidas nos vertebrados em resposta à exposição a estruturas estra-
nhas conhecidas como antígenos. 
- A família das proteínas circulantes que mediam as respostas protetoras foi inicialmente chamada de antitoxinas, 
posteriormente foram chamadas de anticorpos. 
- As substâncias que geraram ou foram reconhecidas por anticorpos foram então chamadas de antígenos. 
- Os anticorpos, as moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) e os receptores de antígenos das 
células T são as três classes de moléculas usadas no reconhecimento de antígenos da imunidade adquirida. 
- Os ac representam o primeiro entre os três tipos de moléculas que ligam antígenosa ser descoberto e caracteriza-
do. 
- Os ac podem existir em duas formas: anticorpos conectados à membrana na superfície dos linfócitos B funcionam 
como receptores para antígeno, e anticorpos secretados que residem na circulação, tecidos e locais mucosos conec-
tam antígenos, neutralizam toxinas e evitam a entrada e disseminação de patógenos. 
 - Na fase efetora da imunidade humoral, esses ac secretados se ligam aos antígenos e desencadeiam vários meca-
nismos efetores que os eliminam. 
 
DISTRIBUIÇÃO NATURAL E PRODUÇÃO DE ANTICORPOS 
- Os ac estão distribuídos pelos líquidos biológicos do corpo e são encontrados nas superfícies de um número limita-
do de tipos celulares. 
- Os linfócitos B são as únicas céls que sintetizam ac. 
- Formas secretadas dos anticorpos estão presentes no plasma, nas secreções mucosas e no líquido intersticial dos 
tecidos. Os ac secretados geralmente se ligam à superfície de outras céls imunológicas efetoras, como os fagócitos 
mononucleares, as céls NK e os mastócitos. 
- Quando o plasma ou sangue formam um coágulo, os ac permanecem no líquido residual, que é chamado de soro. O 
soro que contém uma quantidade detectável de moléculas de ac que conectam um determinado antígeno é nor-
malmente chamado anti-soro. 
- Um homem adulto saudável, com peso de 70kg, produz aproximadamente 2 a 3 g de anticorpos diariamente. Qua-
se dois terços dessa quantidade é um ac chamado de IgA, produzido pelas céls B nas paredes dos tratos gastrointes-
tinal e respiratório e transportado ativamente para o lúmen. 
- O tipo mais comum de ac, chamado de IgG, é encontrado principalmente no soro. 
- A disponibilidade de populações homogêneas de ac e de plasmócitos permitiu a determinação da sequência com-
pleta de aas e a clonagem de moléculas individuais de ac. 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ESTRUTURA DOS ANTICORPOS 
 
- A maioria dos ac é encontrada no terceiro 
grupo de globulinas de migração rápida, 
chamadas de gamaglobulinas. Outro nome 
comum para os ac é imunoglobulina (Ig). 
- Todas as moléculas de anticorpos possuem 
as mesmas características estruturais bási-
cas, mas apresentam uma grande variabili-
dade nas regiões que conectam os antíge-
nos. 
- As funções efetoras e as propriedades físi-
co-químicas comuns dos anticorpos estão 
associadas às regiões que não se ligam a 
antígenos e que demonstram muito pouca 
variação entre os diferentes anticorpos. 
- Uma molécula de anticorpo possui uma 
estrutura básica simétrica composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. Tanto as ca-
deias leves quanto as pesadas contêm uma serie de unidade homólogas repetidas, cada uma com aproximadamente 
110 aas, que se dobram independentemente em uma forma globular chamada de domínio da Ig. 
18 
- Muitas outras proteínas importantes no sistema imunológico contêm domínios que usam o mesmo padrão de do-
bra, apresentado sequencias de aas que são semelhantes às das Igs. Todas as moléculas que contêm esse padrão 
pertencem à chamada superfamília das Igs. 
- Tanto as cadeias pesadas quanto as leves possuem uma região aminoterminal variável (V) que participa no reco-
nhecimento dos antígenos e de regiões constantes (C) carboxiterminais; as regiões C das cadeias pesadas possuem 
as funções efetoras. 
- Nas cadeias pesadas, a região V é composta de um domínio Ig e a região C é composta de três ou quatro domínios 
Ig. Cada cadeia leve é composta de um domínio Ig na região V e de um domínio Ig na região C. 
- As regiões variáveis são assim denominadas porque contêm regiões em que a sequencia de aas é variável e distin-
gue os anticorpos feitos por um clone de céls B dos anticorpos feitos por outros clones. A região V de uma cadeia 
pesada (VH) é justaposta com a região V de uma cadeia leve (VL). 
- A unidade estrutural central de cada molécula de anticorpo possui dois locais de ligação de antígenos. Os domínios 
da região C são separados do local de conexão de antígenos e não participam no seu reconhecimento. 
- A região C é mediadora da maioria das funções biológicas dos anticorpos. 
- A porção carboxiterminal das cadeias pesadas ancora os anticorpos ligados à membrana nas membranas plasmáti-
cas dos linfócitos B. As regiões C das cadeias leves não participam de funções efetoras e não se ligam a membranas 
celulares. 
- As cadeias leve e pesada estão ligadas covalentemente por pontes dissulfeto formadas entre resíduos cistina no 
terminal carboxila da cadeia leve e o domínio CH1 da cadeia pesada. 
- As duas cadeias pesadas de cada molécula de ac são também ligadas covalentemente por laços dissulfeto. 
- Em outros isótipos, os laços dissulfeto podem estar em localiza-
ções diferentes. Interações não covalentes também podem contri-
buir para o pareamento das cadeias pesadas. 
- Se IgG de coelho for tratada com a enzima papaína sob condições 
de proteólise limitada, a enzima atua sobre a região da dobradiça 
e cliva a IgG em três fragmentos separados. Dois dos fragmentos 
são idênticos um ao outro e consistem na cadeia leve completa 
associada a um fragmento VH-CH1 da cadeia pesada. Esses frag-
mentos retêm a capacidade de ligar antígeno porque cada um 
contém domínios VL e VH pareados e são chamados de Fab (Frag-
ment antigen binding). O terceiro fragmento é composto de dois 
peptídeos idênticos ligados por dissulfeto contendo os domínios 
CH2 e CH3 de cadeia pesada. Esse fragmento da IgG tem uma pro-
pensão a se auto-associar e cristalizar em uma trama, e é por essa 
razão chamada de Fc (Fragment crystallizable). 
- Quando se usa pepsina para clivar IgG de coelho sob condições 
limitantes, a proteólise ocorre distal à região da dobradiça, geran-
do um fragmento de IgG conector de antígeno com a dobradiça e 
os laços dissulfeto intercadeias intactos. 
 
Características estruturais das regiões variáveis e seu relacionamento com a ligação de antígenos 
- A maior parte das diferenças nas sequências entre os diversos anticorpos está confinada a três pequenas extensões 
nas regiões V das cadeias pesadas e leves. Essas pequenas extensões são chamadas de segmentos hipervariáveis, e 
correspondem a três alças protrusas que conectam filamentos adjacentes das estruturas  que constituem os domí-
nios V das proteínas cadeias pesadas e leves da Ig. Como essas sequencias formam uma superfície que é comple-
mentar à estrutura tridimensional do antígeno que é ligado, as regiões hipervariáveis também são chamadas de re-
giões determinantes de complementariedade (CDRs). 
-- A região CDR3 dos segmentos VH e VL é a mais variável. 
-- As CDRs formam extensas voltas que são expostas na superfície do ac, estando assim, disponíveis para interagir 
com os antígenos. 
- A ligação dos antígenos pelas moléculas de ac é primariamente uma função das regiões hipervariáveis de VH e VL. 
- O contato mais extenso é com a terceira região hipervariável. Entretanto, a ligação com antígenos não é função 
exclusiva das CDRs, já que outros resíduos da estrutura do ac também podem entrar em contato com o antígeno. 
 
Características estruturais das regiões constantes e seu relacionamento com as funções efetoras 
19 
- As moléculas de ac podem ser divididas em casses e subclasses distintas com base nas diferenças na estrutura das 
regiões C da cadeia pesada. As classes das moléculas de anticorpos também são chamadas de isótipos e são deno-
minadas IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. 
- As regiões C das cadeias pesadas de todas as moléculas de ac de um isótopo ou subtipo apresentam essencialmen-
te a mesma sequência de aas. Essa sequência é diferente em anticorpos de outros isótipos ou subclasses. As cadeias 
pesadas são designadas pela letra do alfabeto grego correspondente ao isótipo do anticorpo: a IgA1 contém cadeias 
pesadas 1; IgA2, 2; IgD, ; IgE, ; IgG1, 1; e IgM, . 
- Nos anticorpos IgM e IgE humanos, as regiões C contém quatro domínios Ig em cadeia. As regiões C de IgG, IgA e 
IgD contêm somente três domínio Ig. 
 
- Os diversos isótipos e subtipos de anticorpos desempenham funções efetoras diferentes. A explicaçãopara isso é 
que a maior parte das funções efetoras dos ac é mediada pela ligação das regiões C da cadeia pesada a receptores Fc 
em várias céls, tais como fagócitos, céls NK e mastócitos , e a proteínas plasmáticas, como as proteínas do comple-
mento. 
- Isótipos e subtipos de ac possuem regiões C diferentes e, consequentemente, se ligam a diferentes substratos e 
desempenham funções efetoras diferentes. 
- Moléculas de anticorpos são flexíveis, permitindo que se liguem a uma grande variedade de antígenos. Essa flexibi-
lidade é conferida, em parte, pela região da dobradiça, localizada entre CH1 e CH2 em determinados isótipos. 
- Algumas das maiores diferenças entre as regiões constantes das subclasses de IgG estão concentradas na região da 
dobradiça. Isso faz com que seus diferentes subtipos assumam formas variadas. 
- Além disso, parte da flexibilidade das moléculas de ac se deve à habilidade de rotação de cada domínio VH em rela-
ção ao domínio CH adjacente. 
 
- Existem duas classes de isótipos de cadeias leves, chamadas de  e , que se diferenciam por suas regiões constan-
tes na porção carboxiterminal. Nos seres humanos, cerca de 60% das moléculas de ac possuem cadeias leves . 
- Ao contrário do que ocorre com os isótipos das cadeias pesadas, não se conhece nenhuma diferença de funções 
entre os anticorpos que contêm  e os que contêm . 
- Os anticorpos secretados e associados à membrana diferem na sequencia de aas na porção carboxiterminal da 
região C da cadeia pesada. 
-- Na sua forma secretada, a parte carboxiterminal é hidrofílica. A forma ligada à membrana do ac contém um seg-
mento carboxiterminal que inclui uma região ancora transmembrana -helicoidal hidrofóbica seguida por um seg-
mento justamembrana intracelular positivamente carregado. 
-- Nas moléculas de IgM e IgD associadas à membrana, a porção citoplasmática da cadeia pesada é curta. 
 
- A IgG e IgE secretadas e todas as moléculas de Ig ligadas à membrana, independentemente do isótipo, são mono-
méricas quanto à unidade estrutural básica do anticorpo. Em contraste, as formas secretadas de IgM e IgA formam 
complexos multiméricos nos quais duas ou mais unidades estruturais básicas de quatro cadeias estão ligadas de 
forma covalente. 
- Esses complexos são formados por interações entre regiões, chamadas de caudais, localizadas na região carboxi-
terminal das formas secretadas das cadeias pesadas  e . As moléculas multiméricas de IgM e IgA também possu-
em um polipeptídeo adicional de 15kD chamados de cadeia de ligação J (do inglês, join chain), que está ligado às 
caudas por pontes dissulfeto e serve para estabilizar os complexos multiméricos e para transportar os multímeros 
através de epitélios da extremidade basolateral para a luminal. 
 
20 
 
 
Síntese, agregação e expressão das moléculas de Ig 
- As cadeias pesadas e leves das Igs são sintetizadas em ribossomos associadas à membrana, localizados no RER. 
- A associação covalente das cadeias pesadas e leves, estabilizada pela formação de pontes dissulfeto, também ocor-
re no retículo endoplasmático. 
- Após a agregação, as moléculas de Ig se dirigem para as cisternas do complexo de Golgi, onde os carboidratos são 
modificados e os ac são, então, transportados para a membrana plasmática em vesículas, ancorando-se na membra-
na celular ou sendo secretados pelo processo de exocitose. 
- O amadurecimento das céls B de progenitores na medula óssea é acompanhado de mudanças específicas na ex-
pressão dos genes das Igs, resultando na produção de moléculas de Ig de diversas formas. 
 
CONEXÃO DOS ANTÍGENOS PELOS ANTICORPOS 
Características dos antígenos biológicos 
- Um antígeno é qualquer substância que pode ser especificamente conectada por um anticorpo ou por um receptor 
de antígenos da célula T. 
- As moléculas que estimulam as respostas imunológicas são chamadas de imunógenos. Somente macromoléculas 
são capazes de estimular os linfócitos B para iniciar as respostas imunes humorais, porque a ativação das céls B exige 
a junção (ligação cruzada) de múltiplos receptores a antígenos, ou exige antígenos proteicos para evocar ajuda das 
céls T. 
- Para gerar ac específicos para tais substancias químicas, os imunologistas normalmente as conectam a uma proteí-
na antes da imunização. Nesses casos, a pequena substância química é chamada de hapteno e a proteína é chamada 
de carreadora. O complexo hapteno-carreador, ao contrário do hapteno livre, pode atuar como um imunógeno. 
21 
- Qualquer ac se liga apenas a uma parte da macromolécula, que é chamada determinante ou epítopo. 
- Macromoléculas tipicamente contêm vários determinantes, alguns dos quais podem se repetir e outros podem, por 
definição, ser ligados por um antígeno. A presença de vários determinantes idênticos é chamada de polivalência ou 
multivalência. 
 
- Quando os determinantes estão muito separados, duas ou três moléculas de ac podem se ligar ao mesmo antígeno 
proteico sem influencias umas às outras; diz-se que tais determinantes não estão sobrepostos. 
- Quando dois determinantes estão muito próximos, a conexão de um ac ao primeiro determinante pode causar 
interferência espacial na conexão do anticorpo ao segundo; tais determinantes estão sobrepostos. Em casos mais 
raros, a conexão do primeiro ac pode causar uma mudança conformativa na estrutura do antígeno, influenciando de 
maneira positiva ou negativa na conexão do segundo anticorpo em outro local na proteína por outro modos que não 
a interferência na sua configuração espacial. Tais interações são chamadas de efeitos alostéricos. 
 
- Qualquer forma ou superfície disponível em uma molécula que possa ser reconhecida por um anticorpo constitui 
um determinante antigênico ou epítopo. 
-- Epítopos formados por vários aas adjacentes são chamados de determinantes lineares. 
-- Determinantes conformacionais são formados por aas que não estão em sequencia, mas se tornam espacialmen-
te justapostos na proteína dobrada. 
-- Modificações que alteram a estrutura covalente, podem produzir novos epítopos. Tais epítopos são chamados 
determinantes neoantigênicos e eles também podem ser reconhecidos por anticorpos específicos. 
 
Bases estruturais e químicas da ligação com os antígenos 
- Os locais de ligação de antígenos da maioria dos ac são superfícies planas que podem acomodar epítopos confor-
mativos de macromoléculas, permitindo que os ac liguem a moléculas grandes. Essa é uma diferença muito impor-
tante entre os locais de ligação de antígenos das moléculas de ac e os de outras moléculas do sistema imunológico 
que ligam antígenos, ou seja, as moléculas do MHC, que possuem fendas de ligação de antígenos que ligam peque-
nos peptídeos, mas não proteínas nativas globulares. 
- O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve uma ligação não covalente reversível. 
-- Ex: forças eletrostáticas, ligações de hidrogênio, forças de van der Waals e interações hidrofóbicas. 
 
- A força da ligação entre um único local de ligação de um anticorpo e um epítopo de um antígeno é chamada de 
afinidade do anticorpo. A afinidade é normalmente representada por uma constante de dissociação (Kd), que indica 
a facilidade com a qual se pode separar um complexo antígeno-anticorpo nos seus constituintes. Uma Kd menor indi-
ca uma interação mais forte ou mais alta afinidade. Kd de anticorpos produzidos tipicamente na resposta imunológi-
ca humoral em geral varia de 107 a 1011. 
 
- Apesar de a afinidade de qualquer local de conexão de antígenos ser a mesma para cada epítopo de um antígeno 
polivalente, a força de ligação do ac com o antígeno deve levar em consideração a ligação de todos os locais a todos 
os epítopos disponíveis. Essa fora de ligação geral é chamada de avidez e é muito mais que a afinidade do local de 
ligação de modo isolado. Assim, uma molécula de IgM de baixa afinidade pode se ligar fortemente a um antígeno 
polivalente porque muitas interações de baixa afinidade (até 10 por molécula de IgM) podem resultar em uma inte-
ração de grande afinidade.- Na concentração certa, chamada de zona de equivalência, o antígeno e o anticorpo formam uma extensa rede de 
moléculas unidas por ligações cruzadas de forma que a maioria ou todas as moléculas de antígeno e ac estão unidas 
em complexas massas de grandes proporções. 
 
RELAÇÃO ENTRE ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS MOLÉCULAS DE ANTICORPOS 
Características relacionadas com o reconhecimento de antígeno 
- Os anticorpos são capazes e reconhecer uma grande variedade de antígenos com afinidades variadas. Todas as 
características do reconhecimento de antígenos refletem as propriedades das regiões V dos anticorpos. 
 
- Especificidade 
-- É a distinção de pequenas diferenças na estrutura química. 
-- Essa especificidade clara dos ac se aplica ao reconhecimento de todas as classes de moléculas. 
22 
- Entretanto, alguns ac produzidos contra um antígeno podem se ligar a um antígeno diferente, mas estruturalmente 
semelhante. A isso se denomina reação cruzada. 
 
- Diversidade 
-- Um indivíduo é capaz de produzir um numero extraordinário de ac estruturalmente distintos, cada qual com uma 
especificidade distinta. 
-- A coleção total de ac com especificidades diferentes representa o repertório de anticorpos. 
 
- Amadurecimento por afinidade 
-- Um dos mecanismos para a geração de anticorpos de grande afinidade envolve alterações sutis na estrutura das 
regiões V dos ac durante as respostas humorais dependentes das céls T aos antígenos proteicos. Essas alterações 
ocorrem por um processo de mutação somática em linfócitos B estimulados por antígenos que geram novas estrutu-
ras para os domínios V, alguns dos quais ligam o antígeno com maior afinidade que o domínio V original. Essas céls B 
que produzem os ac de maior afinidade são conectadas preferencialmente aos antígenos e, como resultado da sele-
ção, tornam-se as céls B dominantes em cada exposição posterior ao antígeno. Esse processo, chamado de amadu-
recimento por afinidade, leva a um aumento na afinidade média da ligação entre antígeno e anticorpo com a evolu-
ção da resposta humoral. 
 
Características relacionadas com as funções efetoras 
- Várias funções efetoras das Igs são mediadas pelas porções Fc das moléculas, e os isótipos de ac que diferem nes-
sas regiões desempenham funções distintas. 
- Para que os ac exerçam as suas funções efetoras, é preciso que ocorra a ligação das regiões C das cadeias pesadas, 
que compõem as porções Fc, a outras céls e a proteínas plasmáticas. 
- Outro mecanismo efetor da imunidade humoral dependente da região Fc é a ativação da via clássica do sistema do 
complemento. Esse sistema gera mediadores da inflamação e promove a fagocitose e a destruição dos microrgani-
mos. 
- As funções efetoras dos ac só são iniciadas pelos ac que estão ligados a antígenos, e não pela Ig livre. A razão pela 
qual somente os ac ligados a antígenos ativam os mecanismos efetores é que é necessária para a presença de pelo 
menos duas porções Fc adjacentes para conectar e iniciar os vários sistemas efetores, tais como as proteínas do 
complemento e os FcRs dos fagócitos. 
 
- Recombinação de troca em que ocorre a mudança do tipo da região CH e, consequentemente, do isótipo do ac 
produzido pela célula B, mas as regiões V e a especificidade não são alteradas. Como resultado da recombinação de 
troca, uma prole diferente da célula B original que produzia IgM e IgD pode produzir isótipos e subtipos que estão 
mais bem preparados para eliminar o antígeno. 
 
- A região C das cadeias pesadas dos ac também determina a distribuição tecidual das moléculas de ac. 
 
23 
 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 5 – O complexo principal de histocompatibilidade 
 
- As principais funções dos linfócitos T são a defesa contra os microrganismos intracelulares e a ativação de outras 
céls, tais como macrófagos e linfócitos B. 
- Os receptores de antígenos das céls T só podem reconhecer antígenos que são apresentados por outras céls. 
-- Essa especificidade dos linfócitos T contrasta com o que ocorre com os linfócitos B e os produtos que eles secre-
tam, os ac, que podem reconhecer tanto os antígenos solúveis quanto os associados a outras céls. 
- A função de apresentar ag associados à céls para serem reconhecidos pelas céls T é desempenhada por proteínas 
que são codificadas por genes em um locus chamado de complexo principal de histocompatibilidade (MHC). 
- As moléculas MHC subdividem-se em dois grupos: 
-- MHC de classe I: que testa diferentes tipos de antígenos proteicos e antígenos citosólicos, apresentando peptídeos 
aos linfócitos citolíticos CD8+. 
-- MHC de classe II: que testa antígenos extracelulares, que tenham sido endocitados em vesículas, apresentando 
peptídeos às céls T auxiliares CD4+. 
 
A DESCOBERTA DO MHC E O SEU PAPEL NAS RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS 
A descoberta do MHC do camundongo 
- O MHC foi descoberto como o locus genético cujos produtos eram responsáveis pela rejeição imediata de trans-
plantes entre linhagens de camundongos endogâmicos (são homozigotos em todos os locus genéticos e toda linha-
gem de camundongos endogâmicos é geneticamente idêntica). 
- Verificou-se que o reconhecimento de um enxerto como próprio ou estranho é um traço herdado. Os genes res-
ponsáveis pelo reconhecimento de um enxerto como semelhante ou diferente do tecido do hospedeiro foram cha-
mados de genes de histocompatibilidade. 
- Há uma região que é primariamente responsável pela rejeição imediata do enxerto, tendo sido chamada de locus 
principal de histocompatibilidade. Esse locus estava ligado a um gene do cromossomo 17 que codificava um grupo 
sanguíneo polimórfico (genes cujas formas variantes estão presentes em frequências estáveis nos diversos membros 
da população. Cada variante comum de um gene polimórfico é chamado de alelo) chamado de antígeno II, e a região 
foi chamada de região de histocompatibilidade-2 (ou H-2). 
- A região genética que controlava a rejeição de enxertos e continha vários genes relacionados foi chamada de com-
plexo principal de histocompatibilidade. Os genes que determinam o destino dos tecidos transplantados estão pre-
sentes em todas as espécies de mamíferos, são homólogos aos genes H-2 e são chamados de genes MHC. 
- Os genes do MHC controlam a resposta imunológica aos antígenos proteicos. O MHC contém os genes da resposta 
imunológica (Ir), que são genes que codificam moléculas do MGC que diferem em sua habilidade de ligar e apresen-
tar peptídeos derivados de várias proteínas antigênicas. 
 
A descoberta do MHC humano 
- As moléculas do MHC humano são chamadas de antígeno leucocitário humano (HLA) e são equivalentes às molé-
culas H-2 dos camundongos. 
- Os três primeiros genes definidos foram chamados de HLA-A, HLA-B e HLA-C. 
- Atualmente sabe-se que as diferenças nos alelos HLA entre as pessoas são importantes na determinação da rejei-
ção de transplantes. 
- Os genes identificados como determinantes para a rejeição de transplantes nos camundongos (H-2K, H-2D e H-2L) 
são homólogos aos genes HLA definido sorologicamente (HLA-A, HLA,B e HLA-C), e todos eles compõem os genes do 
MHC classe I. 
- Os genes da resposta imunológica (Ir) de camundongos (I-A e I-E) são homólogos aos genes humanos identificados 
pelas repostas linfocitárias na MLR (HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ) e compõem os genes do MHC classe II. 
 
Propriedades dos genes do MHC 
- As moléculas do MHC-I apresentam peptídeos e são reconhecidas pelas céls T CD8+, enquanto que as moléculas do 
MHC-II apresentam peptídeos para as céls T CD4+. 
- Os genes do MHC são os genes mais polimórficos do genoma. 
24 
- Os genes do MHC são expressos de forma co-dominante em cada indivíduo, ou seja, para um dado gene do MHC, 
cada pessoa expressa ambos os alelos que são herdados dos pais. Para o indivíduo, isso maximiza o número de mo-
léculas do MHC disponíveis para ligar peptídeos a fim de serem apresentadas às céls T. 
 
- O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é chamado de haplótipo MHC. 
- Genes do MHC controlam não apenas a rejeiçãode transplantes, mas também as respostas imunológicas a todos 
os antígenos proteicos. 
 
ESTRUTURA DAS MOLÉCULAS DO MHC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propriedades das moléculas do MHC 
- Cada molécula de MHC consiste em uma fenda extracelular que liga os peptídeos, seguida de um par de domínios e 
está ancorada na membrana celular por meio de domínios transmembrana e citoplasmáticos. 
- Os resíduos de aas polimórficos das moléculas do MHC estão localizados na fenda de ligação de peptídeos ou pró-
ximos a ela. Devido à variabilidade de aas nessa região, as diferentes moléculas do MHC se ligam e apresentam di-
versos peptídeos que são reconhecidos especificamente pelos receptores de antígenos das várias céls T. 
- Os domínios não polimórficos das moléculas do MHC contêm locais de ligação para as moléculas CD4 e CD8 das 
céls T. 
 
25 
Moléculas do MHC Classe I 
- Constituído por duas cadeias: uma cadeia  codificada pelo MHC e uma subunidade chamada de β2 microglobuli-
na. Cada cadeia  está orientada de forma que ¾ de todo o peptídeo se estende para o meio EC, um pequeno seg-
mento hidrofóbico atravessa a membrana celular e os resíduos da região carboxiterminal estão localizados no cito-
plasma. Os segmentos aminoterminais 1 e 2 interagem para formar uma plataforma de oito lâminas β preguea-
das nas quais se apoiam duas -hélices paralelas. Isso forma a fenda de ligação de peptídeos das moléculas classe I, 
acomodando fragmentos de oito a 11 aas. As extremidades da fenda são fechadas, impedindo a acomodação de 
peptídeos maiores. 
- Os resíduos polimórficos estão nos domínios 1 e 2. 
- O segmento 3 se dobra para formar um domínio de Ig, cuja sequencia de aas é sempre a mesma em todas as mo-
léculas de classe I. É esse segmento que ancora a molécula do MHC na membrana plasmática. 
- A β2 microglobulina interage de forma não covalente com o domínio 3 da cada . É uma cadeia leve. 
 
- A maioria dos indivíduos é heterozigota para os genes do MHC e expressa seis diferentes moléculas classe I em 
cada célula, que contém cadeias  codificadas por dois alelos dos genes HLA-A, HLA-B e HLA-C herdados. 
 
Moléculas do MHC Classe II 
- São compostas de duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não covalente. Uma cadeia  e uma cadeia β. 
- Ambas as cadeias são codificadas por genes MHC polimórficos. 
- Os segmentos 1 e β1 interagem para formar a fenda de ligação de antígenos. 
- A maior parte do polimorfismo esta situado na cadeia β. 
- Os segmentos 2 e β2 dobram-se para formar domínios de Ig. 
- A molécula é ancorada na membrana celular por extensões dos segmentos 2 e β2. 
 
LIGAÇÃO DOS PEPTÍDEOS ÀS MOLÉCULAS DO MHC 
- Todas as proteínas que são imunogênicas em um indivíduo devem gerar peptídeos que possam se ligar às molécu-
las do MHC daquela pessoa. 
 
Características das interações peptídeo-MHC 
- Cada molécula classe I ou II possui uma única fendia de ligação de antígenos que liga um peptídeo por vez e pode 
acomodar vários peptídeos diferentes, isso faz sentido porque cada individuo contem somente algumas moléculas 
diferentes de MHC (6 moléculas classe I e 10 a 20 moléculas classe II nos heterozigotos) e elas devem ser capazes de 
apresentar peptídeos pertencentes a um enorme numero de antígenos proteicos com as quais é possível que um 
indivíduo entre em contato. 
- Os peptídeos que se ligam às moléculas do MHC apresentam características em comum que promovem essa inte-
ração: o tamanho do peptídeo e os aas que permitem interações complementares entre o peptídeo e a forma alélica 
da molécula do MHC. 
- A associação de peptídeos antigênicos e moléculas do MHC é uma interação saturável, com taxa de degradação 
muito lenta, permitindo que o complexo peptídeo-MHC persistem tempo suficiente na superfície das céls APC para 
que o antígeno possa ser encontrado pelas céls T. 
- As moléculas do MHC de um indivíduo não conseguem discriminar entre peptídeos estranhos e próprios. 
 
Bases estruturais da ligação dos peptídeos às moléculas do MHC 
- A ligação dos peptídeos às moléculas do MHC é feita por meio de uma interação não covalente mediada por aas 
tanto nos peptídeos quanto nas fendas das moléculas do MHC. 
- Os receptores a antígeno das céls T reconhecem tanto o peptídeo antigênico quanto as moléculas do MHC, com o 
peptídeo sendo responsável pela especificidade fina do reconhecimento do antígeno e os resíduos MHC se respon-
sabilizando pela restrição de MHC das céls T. 
 
Organização genômica do MHC 
- Nos humanos, o MHC está localizado no braço curto do cromossomo 6, a β2 microglobulina é codificada por um 
gene no cromossomo 15. O gene do MHC ocupa cerca de 3.500 kb (muito grande!). 
- Esse locus contém a maior parte da informação necessária para o desenvolvimento da apresentação de antígenos. 
- Nos camundongos, o MHC esta localizado no cromossomo 17 e ocupa cerca de 2.000 kb. 
 
26 
Expressão das moléculas do MHC 
- A expressão dos genes do MHC em uma célula determina se antígenos estranhos serão reconhecidos pelas céls T. 
- As moléculas classe I são expressas constitutivamente em quase todas as céls nucleadas, enquanto as moléculas 
classe II são em geral encontradas somente nas céls dendríticas, macrófagos, linfócitos B e em poucos outros tipos 
celulares. 
-- As moléculas de classe I apresentam peptídeos para os linfócitos CD8+, os citotóxicos, e por isso que MHC I está 
presente em quase todos os tipos celulares, porque qualquer uma dessas céls pode sofrer contaminação por micror-
ganismos intracelulares, como vírus. 
-- As moléculas de classe II fornecem um sistema para apresentar peptídeos derivados de microrganismos e proteí-
nas extracelulares. 
 
- A expressão das moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunológicas 
natural e adquirida. 
 
Abbas – Imunologia Celular e Molecular 
Capítulo 6 – Processamento e apresentação de antígenos aos linfócitos T 
 
- Céls que exibem peptídeos associados ao MHC são chamadas de células apresentadoras de antígenos (APCs). 
 
PROPRIEDADES DOS ANTÍGENOS RECONHECIDOS POR LINFÓCITOS T 
- A maioria dos linfócitos T reconhece apenas peptídeos, enquanto que as céls B podem reconhecer peptídeos, pro-
teínas, ácidos nucleicos, polissacarídeos, lipídeos e outras pequenas substâncias químicas. 
- As céls T são específicas para as sequencias de aas de peptídeos. As céls B podem reconhecer determinante na 
configuração terciária nativa. 
- As céls T reconhecem antígenos peptídicos estranhos e respondem a eles somente quando os antígenos estão fixa-
dos às superfícies das APCs, enquanto que as céls B e os ac secretados ligam-se a antígenos solúveis nos líquidos 
corporais, bem como a antígenos da superfície celular exposta. 
- As céls T de qualquer indivíduo reconhecem antígenos peptídicos estranhos somente quando esses peptídeos estão 
ligados às moléculas do MHC e são exibidos por elas naquele indivíduo. Essa característica é chamada de restrição 
ao MHC próprio e é consequência de processos de seleção durante a maturação das céls T no timo. 
- Céls T CD4+ são restritas ao MHC classe II e reconhecem peptídeos derivados das proteínas extracelulares que são 
interiorizadas em vesículas das APCs; e as céls T CD8+ aso restritas ao MHC classe I e reconhecem peptídeos deriva-
dos de proteínas citosólicas, em geral sintetizadas endogenamente. 
 
CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS 
Descoberta das células apresentadoras de antígenos e o seu papel em respostas imunológicas 
- As respostas dos linfócitos T aos antígenos proteicos exigem a participação das APCs, que capturam e exibem os 
antígenos a céls T. 
- APCs servem a duas funções importantes na ativação de céls T. 
-- APCs convertem antígenos proteicos em peptídeos e eles exibem complexos peptídeo-MHC para o reconhecimen-
to pelas céls T. 
-- Algumas APCs fornecem estímulos à célula T além dos iniciados pelo reconhecimento de complexos peptídeo-MHC 
pelo receptor antigênico da célula. Os estímulos são denominado

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