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Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e Financeiros Autoria do Desafio Profissional: Patrícia Lazzarotti Garcia Leitora Crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo Proposta de Resolução A presente análise tem por objetivo desenhar um panorama sobre a economia brasileira, desta forma foram utilizadas informações, de base de dados confiáveis, dos últimos 4 anos. Esta perspectiva temporal releva que o Brasil passou por um momento delicado, marcado por uma crise no mercado interno, gerando muitas incertezas e inseguranças em decorrência das questões políticas e estruturais. Conforme afirma Mankiw, o Produto Interno Bruto (PIB) de um país revela a renda geral das pessoas e também a despesa total, onde na economia, de forma ampla, a renda deve ser igual à despesa. Desta forma, o PIB é uma medida da riqueza de um país. No caso Brasileiro, nos últimos 4 anos, o Brasil passou por uma redução em seu PIB. Conforme pode ser observado na tabela 1, o PIB a preços de mercado apresentou forte redução, principalmente entre o final de 2015 e durante todo o ano de 2017. Tabela 1 – PIB a preços de Mercado – Taxa Acumulada e valores Correntes – Trimestral – 2015/2018 – (Milhões de Reais) 1º trim/15 2º trim/15 3º trim/15 4º trim/15 1º trim/16 2º trim/16 3º trim/16 4º trim/16 Taxa acumulada -0,7 -1,3 -2,2 -3,5 -4,4 -4,5 -4,1 -3,3 Valores Correntes 1.456.810 1.480.052 1.508.182 1.550.743 1.499.348 1.558.209 1.576.776 1.632.872 1º trim/17 2º trim/17 3º trim/17 4º trim/17 1º trim/18 2º trim/18 3º trim/18 4º trim/18 Taxa acumulada -2 -1 -0,1 1,1 1,3 1,4 1,4 1,1 Valores Correntes 1.583.534 1.626.745 1.639.578 1.703.986 1.644.718 1.687.047 1.716.166 1.779.655 Adaptada de: IPEA Dados. Outra ferramenta de grande importância para a análise das transações internacionais de um país é o Balanço de Pagamentos, que é composto pelas contas transações corrente, capital e financeiro e erros e omissões (MAIA, 2009). O somatório destes valores gera o resultado do balanço, que também é conhecido como reservas cambiais. Em relação à conta transações correntes, sabe-se que quando este saldo apresenta valores negativos é indício de que o país está em condições de vulnerabilidade a crises cambiais e desta maneira desperta desconfiança por parte dos investidores. Ao observar a tabela 2, nota-se que os anos de 2015, 2016 e 2018 apresentaram valores negativos para a conta transações correntes, porém este déficit veio diminuindo ao longo dos anos em decorrência do aumento do superávit comercial. A Conta capital e financeira representa a reserva cambial do país, que, no caso no Brasil, apresentou valores negativos nos últimos 4 anos, porém com sutil recuperação. Os resultados das contas correntes e contas financeiras e de capital corroboraram para o resultado negativo, ou seja, déficit na Balança de Pagamentos, o que representa, nos últimos anos, perda de muitas reservas internacionais, o que impulsionou a desvalorização do real e consequente valorização do dólar. Tabela 2 - Principais Contas do Balanço de Pagamento US$ (milhões) Contas 2015 2016 2017 2018 Transações correntes -54.472,20 -24.009,10 7.235,00 -14.510,40 Conta capital 461,20 273,80 379,40 439,60 Conta financeira -51.176,80 -10.259,40 -442,80 -8.167,80 Erros e omissões 2.834,30 13.475,90 6.412,80 5.903,00 Resultado do balanço -102.353,50 -20.518,80 -885,60 -16.335,60 Adaptada de: BACEN. Como já dito anteriormente, em determinados momentos houve a desvalorização do real frente ao Dólar. Conforme se observa na tabela 3, comparativamente aos valores de 2015, houve valorização do dólar em 2016 e 2018, levando em consideração que estes valores se referem às taxas médias ao longo dos anos. Tabela 3 - Taxa de câmbio - R$ / US$ - comercial - compra – média 2015 3,3309 0 2016 3,4895 4,8% 2017 3,1914 -4,2% 2018 3,4241 2,8% Adaptada de: Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (Bacen/Boletim/BP). Outra medida de extrema importância para o presente estudo é a análise do risco-país. Sabe-se que quanto maior for o risco-país, mais o mercado de títulos exige juros na tentativa de que os investidores mantenham seus títulos em suas carteiras de investimentos. Nota-se, no gráfico 1 e na tabela 4, os resultados dos últimos quatro anos. Importante destacar que o risco-país apresentou notas altas no final de 2015 e início de 2016, podendo indicar falta de interesse dos investidores estrangeiros em ampliar investimentos empresariais no Brasil, o que está mudando após este período, muito em decorrência da busca da estabilidade política e econômica do país. Gráfico 1 – Risco País – Média dos meses Elaboração própria a partir dos dados do IPEA. Tabela 4 - Risco País – Média dos meses 2015 2016 2017 2018 2015.01 289 2016.01 517 2017.01 298 2018.01 226 2015.02 309 2016.02 531 2017.02 278 2018.02 237 2015.03 328 2016.03 435 2017.03 278 2018.03 244 2015.04 293 2016.04 403 2017.04 269 2018.04 245 2015.05 280 2016.05 389 2017.05 270 2018.05 267 2015.06 292 2016.06 382 2017.06 289 2018.06 326 2015.07 317 2016.07 340 2017.07 276 2018.07 294 2015.08 335 2016.08 310 2017.08 272 2018.08 306 2015.09 405 2016.09 318 2017.09 258 2018.09 321 2015.10 413 2016.10 313 2017.10 241 2018.10 267 2015.11 398 2016.11 331 2017.11 248 2018.11 263 2015.12 487 2016.12 331 2017.12 239 2018.12 270 Elaboração própria a partir dos dados do IPEA. Um dos grandes temores da economia brasileira é a alta da inflação, pois desencadeia uma série de consequências para a economia brasileira, desde redução no poder de compra, desemprego, aumento na importação de produtos e serviços, entre outras consequências. Para a presente análise da inflação foi utilizado o IPCA Amplo. Conforme se observa na tabela 5, a variação acumulada da inflação em 2015 foi de 10%, sendo que nos anos seguintes aconteceu a redução destes valores, chegando a um 0 100 200 300 400 500 600 acumulado de 3,75% em 2018. Esta redução pode ser explicada pelo aumento do desemprego e consequente redução da demanda por produtos e serviços. Tabela 5 - Variação acumulada - IPCA Amplo - Brasil dez/15 10,67 dez/16 6,29 dez/17 2,95 dez/18 3,75 Adaptada de: "IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo". Nos períodos de alta inflação o Banco Central busca a estratégia de aumentar a taxa de juros básica da economia, no sentido de frear o consumo e retirar moeda do mercado. Este movimento pode ser acompanhado na tabela 6, onde a SELIC apresentou seus maiores valores nos momentos de alta inflação. Tabela 6 - SELIC Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2015 0,94 0,82 1,04 0,95 0,99 1,07 1,18 1,11 1,11 1,11 1,06 1,16 2016 1,06 1 1,16 1,06 1,11 1,16 1,11 1,22 1,11 1,05 1,04 1,12 2017 1,09 0,87 1,05 0,79 0,93 0,81 0,8 0,8 0,64 0,64 0,57 0,54 2018 0,58 0,47 0,53 0,52 0,52 0,52 0,54 0,57 0,47 0,54 0,49 0,49 Elaboração própria a partir dos dados do IPEA. As negociações entre os bancos geram a Taxa DI Cetip, que é a referência para a maior parte dos títulos de renda fixa ofertados ao investidor. Desta forma, na tabela 7, é possível observar o desempenho deste variável mês a mês. Tabela 7 - CDI Mensal: CETIP – Média (%) Fonte: B3. O Índice Bovespa, ou Ibovespa, é o principal índice do mercado de ações do Brasil. Seu acompanhamento é realizado pela BM&FBovespa, e através dele é possível obter o desempenho médio das cotações dos ativos (ações) de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Na tabela 8 é apresentada a taxa média de crescimento do índice em relação a 2015. Tabela 8 – Índice BOVESPA Período Taxa média de crescimento relacionada a 2015 IBOVESPA Anual 2015 0 43.350 2016 38,9 60.227 2017 32,8 76.402 2018 26,6 87.887 Adaptada de: BOVESPA. Em se tratando das possibilidades de investimentospara os próximos anos, foram levantadas as informações dos fundos que apresentaram os maiores rendimentos em 2018. Os rendimentos acumulados de cada fundo podem ser observados na Tabela 9, com a discriminação dos fundos de renda fixa, multimercados e ações. Tabela 9 – Renda Fixa, Multimercados e ações RENDA FIXA SANTOS CREDIT YIELD FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 0,25 3,96 0,64 0,4 1,13 0,59 1,06 15,86 0,33 20,17 -0,05 0,37 51,7 15,25 BTG PACTUAL TESOURO IPCA LONGO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA REFERENCIADO jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 4,9 0,53 0,34 -0,65 -4,66 -1,11 3,11 -0,49 -1,03 10,59 1,51 1,85 15,1 83,71 BRASILPREV TOP ATUARIAL FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 4,9 0,55 0,36 -0,63 -4,59 -1,07 3,08 -0,47 -1,03 10,4 1,51 1,86 15,1 335,08 ITAÚ VÉRTICE RENDA FIXA IMA-B 5+ FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 4,91 0,54 0,36 -0,66 -4,67 -1,14 3,12 -0,54 -1,05 10,62 1,5 1,85 15 23,78 MULTIMERCADOS XP QI LONG BIASED FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 9,2 2,53 3,69 3,06 -3,94 -1,61 5,89 -7,26 0,59 13,54 1,01 1,1 29,5 48,53 VERDE AM UNIQUE LONG BIAS FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO EM AÇÕES jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 9,13 -0,62 1,16 -3,07 -10,13 -4,46 6,08 -6,28 1,52 16,21 5,24 2,36 15,4 29,04 AÇÕES CSN INVEST FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18 Ano Acumulado 24,45 -5,94 -10,51 -0,16 -9,85 1,64 13,2 -3,37 5,02 2,01 -5,87 -0,27 5,39 24,78 SAFRA SETORIAL BANCOS FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO EM AÇÕES 19,06 1,76 2,13 -4,25 -15,84 -6,98 11,5 -5,71 3,21 18,99 6,93 0,25 28,4 2543,43 Adaptada de: Mais Retorno. No que tange às ações, foram analisados os retornos de 3 empresas: Braskem, Petrobras e BRF. A Braskem apresentou queda nas suas ações no final de 2017, porém em 2018 apresentou um preço bom, que persiste neste início de ano. Trata-se de uma empresa robusta que vem investindo na redução de seus custos. Segue, no gráfico 2, a evolução mensal dos preços das ações da Braskem nos últimos 12 meses. Gráfico 2 – Evolução Mensal dos Preços nos últimos 12 meses - BRASKEM Fonte: B3. Outra empresa de destaque foi a PETROBRAS, que após período de intensa crise vem se recuperando no mercado. O presidente atual da companhia, juntamente com o Presidente da República, se comprometeu a melhorar os resultados, o que gera expectativas positivas no mercado. Segue, no gráfico 3, a evolução mensal dos preços das ações da PETROBRAS nos últimos 12 meses. Gráfico 3 – Evolução Mensal dos Preços nos últimos 12 meses - PETROBRAS Fonte: B3. A BRF apresenta boas perspectivas para os próximos anos, um dos motivos está relacionado à retomada das exportações da carne suína brasileira para a Rússia, um enorme demandante de carne. Segue, no gráfico 4, a evolução mensal dos preços das ações da BRF nos últimos 12 meses. Gráfico 4 – Evolução Mensal dos Preços nos últimos 12 meses - BRF Fonte: B3. RECOMENDAÇÕES DE INVESTIMENTOS Conforme pode ser observado pelos dados expostos, o Brasil vem apresentando sutil melhora em seus indicadores macroeconômicos. Através dos dados é possível perceber que o pior da crise já passou e que para os próximos anos o Brasil começará um processo de recuperação. Em se tratando de investimentos é altamente necessária a diversificação. Contudo, recomenda-se principalmente as rendas variáveis, pois pelo que se observa, apresentarão grandes variações em decorrência da recuperação econômica do Brasil, muito pautadas na estabilidade política. Referências utilizadas no relatório: MARIZ MAIA, J. Economia internacional e comércio exterior. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2013. MANKIW. Introdução à economia. 6. ed. São Paulo: Cengage, 2014.
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