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Coesão e Coerência Textual no Ensino de Língua Portuguesa

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7ºAula
Elementos da linguística textual
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender e aplicar os mecanismos coesivos do texto em atividades do ensino de Língua Portuguesa;
• reconhecer e utilizar os aspectos da coerência textual na organização e aplicação dos textos no ensino da Língua 
Portuguesa.
Caro(a) aluno(a), na aula 06, fizemos uma breve 
conceituação da Linguística Textual. Assim, vemos que quando 
falamos em Linguística Textual, alguns conceitos aparecem 
muito frequentemente, dentre eles, podemos citar os conceitos 
de coesão e coerência textual. Pensando bem, quem de nós 
nunca se deparou com tais termos? Como explicá-los? Ou, 
ainda, como aplicá-los ao longo da produção textual? Vejamos 
então o que a aula sete traz sobre isso. 
Bom trabalho!
Bons estudos!
Fundamentos de Linguística Aplicada 38
1 - Coesão Textual
2 - Coerência Textual
Então, vamos em frente?!
“Quando se sai da esfera acadêmico-científi ca e se entra na sala 
de aula da grande maioria das escolas brasileiras, o que ainda se 
encontra é uma prática pedagógica de ensino de língua que revela 
pouca ou nenhuma infl uência das novas perspectivas de abordagem 
do fenômeno da linguagem.” Marcos Bagno (2007, p.14)
Vamos começar nossa sétima aula. Vejamos então uma 
pequena	refl	exão	introdutória,	uma	pequena	introdução	a	fi	m	
de inseri-lo no contexto do que será de fato abordado nesta 
aula. Seguiremos as ideias voltadas para a aplicabilidade da 
teoria da linguística textual (coesão e coerências, seções desta 
aula) no ensino efetivo da Língua Portuguesa. Porque nos 
referimos a um ensino real/efetivo?
Fácil, porque intentamos mostrar exercícios propostos 
por renomados autores da área, como também a estrutura 
teórica utilizada para alicerçar o professor frente a tais 
exercícios.	 Sendo	 assim,	 vejamos	 algumas	 refl	exões,	
de Raimunda Gomes de Carvalho (2008, s/p), sobre a 
funcionalidade da Linguística textual no ensino da gramática.
Ou seja, a autora aborda o trabalho com a gramática do texto... Ou o 
texto pela gramática!? O que você acha? Pense nisso!!!!
O ensino de língua passou a englobar e relacionar um 
complexo de fenômenos linguísticos em seu interior, que não 
poderia ser explicado somente no nível da frase, se estendendo 
aos	estudos	de	como	os	enunciados	comunicam	signifi	cados	
num dado contexto. E com isso se passou a valorizar a língua 
em contextos de usos naturais e reais, privilegiando a atividade 
linguística autêntica com textos produzidos em situações 
cotidianas orais ou escritas, chegando a substituir a análise 
gramatical que antes perfazia o núcleo do ensino de língua na 
escola. Isso teve repercussão direta também sobre os testes 
de língua realizados para concursos públicos, vestibulares etc.
A Gramática do Texto, conforme é sabido, foi proposta por Teun A. 
Van Dijk , nascido em 1950, de tradição alemã que se desenvolveu nos 
anos de 1960 a 1970, apresentando uma abordagem cognitiva que 
consistia na analogia entre a frase e o texto, o que passou a defi nir 
grandes noções que se consolidaram fi rmemente nas ciências da 
linguagem, sendo didatizadas no ensino secundário, como coerência, 
coesão, gênero textual, tipo textual etc. (BELTRAMIN, 2007, s/p).
Nesse enfoque, começou-se a considerar o educando não 
apenas como um ser receptivo do texto, mas alguém através 
do qual interage linguisticamente e extralinguisticamente. 
Com isso, o texto e a leitura passaram a ter uma importância 
fundamental no ensino, em que se manifestam, além dos 
sentidos,	as	intenções	do	falante,	refl	etindo	no	como	e	para	
que se diz.
Seções de estudo
Com isso, ao se falar em leitura como processo 
de interação, a escola lentamente passou 
a se inserir em um modelo de uso social da 
linguagem, considerando como constitutivo da 
produção de sentido não apenas o texto, mas 
todos os elementos envolvidos na construção 
da	 signifi	cação.	Passaram,	 assim,	 a	 integrar	 a	
construção do texto os sujeitos interlocutores, 
o contexto sócio histórico, o explícito e 
o implícito no texto e a intertextualidade. 
(Disponível em http://www.ufpi.br/
subsiteFiles/parnaiba/arquivos/files/rd-
ed2ano1_artigo05_Raimunda_Carvalho.PDF. 
Acesso em 23/06/2019)).
Desta maneira, a escola (professores) deve dedicar-se às 
práticas de leitura, interpretação, produção textual e estudo 
da língua por meio de metodologias que visem ao educando 
o desenvolvimento em seus aspectos pessoal, social e 
político, apropriando-o de um conhecimento de texto e de 
leitura	 consciente,	 que	 contribuam,	 signifi	cativamente,	 para	
a formação integral e o exercício cada vez mais pleno da 
cidadania.
Para conquistar tais aspectos, precisamos conhecer as 
engrenagens internas e externas do texto. Vamos estudar 
agora aspectos sobre a coesão e coerências textuais, ou, 
como estamos chamando esse estudo na próxima seção, 
os elementos da Linguística Textual! Então, anime-se e nos 
acompanhe!
1 - Coesão Textual
Para que nossa aula seja mais didática, organizamos, 
em forma de tópicos e esquemas, as explicações referentes à 
coesão textual. Sempre que possível, introduzimos exemplos 
a	fi	m	de	que	a	teoria	fi	que	mais	clara.
Vejamos então as explicações:
•	 Entendemos a coesão textual como um conjunto de 
recursos por meio dos quais um enunciado se liga 
ou ainda se refere a outros, efetivando a Tessitura do 
texto, ou seja, é um processo de ligação que vai ser 
feito por meio de termos explícitos no texto.
•	 Vejamos como funciona esse conjunto de recursos 
que	é	identifi	cado	no	ato	da	leitura.	Ou	seja,	o	leitor	
vai perceber essas conexões; caso não perceba, é 
porque elas não existem, ocasionando, com isso, a 
famosa falta de coerência, neste caso, denominada 
de	incoerência	inefi	caz.
Ah! Veremos mais adiante que a coerência é a lógica do texto, o 
sentido encontrado na leitura. 
Vejamos um exemplo retirado do site http://gnuribas.blogspot.com.
br/2009/10/coesao.html. (Acesso em 23/06/2019), da professora 
Rose Sampaio.
“O vento do duente vem roxo quando pisca a inconsciência do javali”
O texto apresenta coesão, porém não apresenta 
coerência, pois a frase não alcança nenhum signifi cado.
39
Vamos dar uma olhadinha no mapa conceitual:
Fonte: http:// www.ebah.com.br/content/ABAAABUhYAD/apostila-coesao-coerencia. Acesso em: 23 de maio de 2019.
Você percebeu como podemos avaliar um pequeno 
texto e como há conexões (as conexões estão pontuadas por 
pequenas setas)?! 
Pois bem, esses elementos coesivos são divididos da 
seguinte forma:
•	 Conjunções;
•	 Preposições;
•	 Advérbios;
•	 Pronomes;
•	 Retomadas de palavras;
•	 Repetição de palavras.
Vejamos, agora, o esquema sobre a coesão textual, 
proposto pela professora Rose Sampaio.
Fonte: http://arvorelp.blogspot.com.br. Acesso em: 23 de maio de 2019
OBS: O esquema e o exemplo foram retirados do site 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUhYAD/
apostila-coesao-coerencia, cuja autora é a professora Yone 
Sanches.
Fundamentos de Linguística Aplicada 40
Vejamos, sucintamente, a função de cada elemento no texto:
Coesão
1) Referencial 2) Sequencial
artigos definidos: o, a, os, as . Indefi nidos: um, uma, uns, umas. Ex. Depois 
de algum tempo, aproximou-se de nós um desconhecido. O desconhecido...
advérbios de lugar: aqui, ali, lá etc. Ex. Paula não irá à Europa em janeiro. Lá 
faz muito frio.
pronomes pessoais: ele/ela/eles/elas Ex. Maria teve um fi lho. Ela tem apenas 
15 anos.
pronomes oblíquos: o, a, lhe, lhes Ex. Mate um frango. Corte-o em pedaços 
e prepare-o para ir ao forno.
pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, dele etc. Ex. A gravata do 
uniforme de Paulo está velha. A minha é novinha em folha.
pronomes demonstrativos: este, esta, esse, essa, aquele, tal etc. Ex. O 
presidente pretende anunciar as novas medidas que mudarão o imposto de 
renda, mas não deverá fazer isso nesta semana. Ex. O presidente pretende 
anunciar as novas medidas que mudarão o imposto de renda, mas não 
deverá fazer isso nestasemana.
Pronomes indefinidos: tudo, todo, algum, outro, vários, diversos, cada, 
nenhum etc Ex. João pediu auxílio a parentes e amigos.
Nenhum atendeu ao seu apelo (pedido).
numerais: (um, uma, uns, umas, ambos). Ex. Mariana e Luiz são irmãos. 
Ambos estudam inglês e francês.
i) Elipse: (quando a partir do segundo verbo o sujeito fi ca oculto, por ter sido 
citado anteriormente). Ex. João Paulo II esteve em Varsóvia. Lá, disse que a 
igreja continua a favor do celibato.
j) Lexical (palavras sinônimas ou quase sinônimas)
João Paulo II = papa, Sua Santidade, o último papa
Varsóvia = Capital da Polônia
Hiperônimo/Hipônimo: Ex. Gosto muito de doces (hiperônimo). Cocada 
(hipônimo), então, adoro.
móvel/mesa (mesa faz parte de um substantivo maior = móvel)
Nomes genéricos: coisa, gente, pessoa, fato, fenômeno etc:
Ex. A multidão ouviu o ruído de um motor. Todos olharam para o alto e viram 
a coisa se aproximando.
Metonímia:
Ex. No pasto, havia cem cabeças de gado. (parte pelo todo)
Observação: Evite retomada coesiva utilizando a mesma/o mesmo e seus 
plurais e REFERIDO(A).
Ex. Comprei uma cadeira. A mesma estava quebrada.
(inadequado perante a norma culta).
A coesão sequencial é obtida, principalmente, por meio dos elementos de 
ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa 
de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo temático).
Relacionamos abaixo os elementos de coesão mais usuais, agrupados pelo 
sentido, Estes elementos são conhecidos na gramática tradicional como 
conjunções, advérbios etc. e, na Linguística Textual, como operadores 
argumentativos.
Prioridade, relevância: principalmente, primordialmente, sobretudo, em 
primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo.
Tempo (ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): fi nalmente, 
agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, 
eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao 
mesmo tempo, simultaneamente, a princípio, pouco antes, pouco depois, 
anteriormente, posteriormente, em seguida, afi nal, por fi m.
Semelhança, comparação: igualmente, da mesma forma, assim também, 
do mesmo modo, similarmente, analogamente, por analogia, de maneira 
idêntica.
Conformidade: conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob 
o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem 
como.
Condição, hipótese: se, caso, salvo se, contanto que, desde que, a menos 
que, a não ser que etc.
Adição, continuação: e, além disso, ademais, por sua vez, outro ponto, mais 
(grave) ainda, ainda mais, também, mas também, constata-se também, vale 
frisar ainda, vale lembrar também.
Dúvida: provavelmente, possivelmente, é provável.
Certeza, ênfase: de fato, por certo, certamente, indubitavelmente, 
inquestionavelmente, sem dúvida, obviamente.
Ilustração, exemplificação, esclarecimento: por exemplo, isto é, em outras 
palavras, ou por outra, a saber, haja vista.
Propósito, intenção, finalidade: com o fi m de, a fi m de, com o propósito de, 
para que, afi m de que.
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, enfi m, em resumo, 
portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, afi nal, está claro que.
Causa: em virtude de, por causa de, devido a, é resultado de.
Consequência: consequentemente, por consequência, como resultado, 
por isso, assim, como efeito, de sorte que, de modo que, de forma que, de 
maneira que.
Explicação: porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que.
Contraste, oposição: por outro lado, paradoxalmente, pelo contrário, caso 
contrário, em contraste com, mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no 
entanto.
Restrição, ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, 
conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, não obstante.
41
Analise o texto abaixo e perceba como podemos 
trabalhar com a coesão textual, que nada mais é do que a 
gramática	textual.	Identifi	car	os	elementos	e	pontuá-los	para	
os	alunos	em	sala	de	aula,	é	fazer	com	que	eles	refl	itam	acerca	
da estrutura textual e da gramática conjuntamente.
Os urubus e os sabiás
(1) Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos 
falavam... (2) Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes 
dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles 
haveriam de se tornar grandes cantores.
E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram 
dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fi zeram competições 
entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a 
permissão de mandar nos outros.
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes 
pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de 
carreira, era se tronar um respeitável urubu titular, a quem todos 
chamavam por Vossa Excelência.
Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos 
urubus foi estremecida. (6) A fl oresta foi invadida por bandos de 
pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam 
serenatas com os sabiás... (7) Os velhos urubus entortaram o bico, 
o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e 
canários para um inquérito.
(8) “- Onde estão os documentos dos seus concursos?” (9) E as pobres 
aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais 
coisas houvesse. (10) Não haviam passado por escolas de canto, 
porque o canto nascera com elas.
(11) E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam 
cantar, mas cantavam simplesmente... (12) – Não, assim não pode 
ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. (13) 
E os urubus, uníssono, expulsaram da fl oresta os passarinhos que 
cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá.
(Rubem Alves. Estórias de Quem Gosta de Ensinar )
Agora que nós observamos o texto acima, veja uma 
outra forma de analisar a coesão, ou de propor um exercício:
Obs: O esquema exemplo abaixo, juntamente com a sua explicação 
foi retirado do site http://gnuribas.blogspot.com. br/2009/10/coesao.
html.
Vejamos:
Fonte: Disponível em http://arvorelp.blogspot.com.br/.
Acesso em: 23 de abril de 2012.
Lendo este texto de todos os seus aspectos verbais e não 
verbais, podemos concluir que:
Morte e vida Severina, apresenta uma relação 
hiperonímica entre os termos vida sofrida e 
desumana. Notem que morte e vida Severina 
se	trata	de	uma	vida	sofrida.	Severina	signifi	ca	
“o severo”, o duro, o ríspido. Nós temos uma 
vida severa, dura e ríspida (hiperonímica), 
nos tipos de vida, desumana e vida sofrida 
(hiponímica). Portanto o que o texto nos 
mostra é realmente correto, temos uma relação 
hiperonímica e hiponímica. Disponível no site 
http://gnuribas.blogspot.com.br/2009/10/
coesao.html (Acesso em: 23/06/2019)
Acreditamos que vocês tenham entendido bem este 
conteúdo. Vejamos a próxima seção:
2 - Coerência Textual
A coerência textual, conforme vimos anteriormente no 
início da primeira seção desta aula, é responsável pela boa 
organização textual, aquela que produz sentido. Vejamos o 
que diz Koch e Travaglia sobre coerência:
A coerência teria a ver com a “boa formação” 
do texto, mas num sentido que não tem ainda 
a ver com qualquer ideia assemelhada à noção 
de gramaticalidade usada no nível da frase, 
sendo mais ligada, talvez, a uma boa formação 
em termos da interlocução comunicativa. 
Portanto, a coerência é algo que se estabelece 
na interação, na interlocução, numa situação 
comunicativa entre dois usuários. Ela é o que 
faz com que o texto tenha sentido para os 
usuários. (...) a coerência seria a possibilidade 
de estabelecer, no texto, alguma forma de 
unidade ou relação. Essa unidade é sempre 
apresentada como uma unidade de sentido 
no texto, o que caracteriza a coerência como 
global, isto é, referente ao texto como um 
todo. (KOCH; TRAVAGLIA, 2002, S/P)
Pensando nesta unidade de relação e na unidade de 
sentido é que explicitaremos agora os elementos que fazem 
de um texto, de fato um texto. Vejamos...
A	fi	m	de	demonstrar,de	forma	breve,	como	é	produzida	
a textualidade de um texto, utilizaremos as quatro metaregras 
de Michel Charolles (2002, S/P), as quais estabelecem a 
coerência de um texto:
Textualidade (coerência)
Repetição: Para que um texto seja coerente é preciso 
que em seu desenvolvimento, o texto 
apresente elementos de recorrência. (coesão 
referencial).
Ex. “Picasso morreu faz um ou dois anos. O 
artista deixou sua coleção pessoal para o 
museu de Barcelona.”.
Fundamentos de Linguística Aplicada 42
Progressão: Para que um texto seja coerente é preciso 
que haja no texto uma contribuição 
semântica renovada, pelo contínuo acréscimo 
de informações.
Ex. “O ferreiro está vestido com uma calça 
preta, com um chapéu marrom claro e com 
um paletó cinza escuro. Tem na mão a ponta 
da picareta e bate em cima com um martelo. 
A ponta desta ferramenta é pontuda e a 
outra extremidade é quadrada. Para torná-la 
vermelha, colocou-a no fogo e as mãos estão 
vermelhas.”
Não contradição ou 
coerencia semântica
Para que um texto seja coerente é preciso 
que no desenvolvimento do texto não se 
introduza nenhum elemento que contradiga 
um conteúdo posto ou pressuposto 
anteriormente.
Ex. 1: “Pedro não tem carro. Vai vender o 
dele para comprar um novo.” (contradição 
pressuposta)
Relação Para que um texto seja coerente é preciso 
que todos os enunciados do texto e os fatos 
que denotam no mundo nele representado 
estejam, de alguma forma, relacionados entre 
si. 
Ex. “Segunda, terça, quinta, sexta que vai à 
escola. Quarta, sábado, domingo que não vai 
à escola. Não deve roubar giz. Eu sei os meses 
do ano.”
Ainda podemos expor aqui os principais fatores de 
coerência segundo Kock e Trabaglia (2002, s/p):
Coerência semântica: Ex. 1:
“A casa da vovó é voltada para o leste e tem 
uma enorme varanda. Todas as tardes ela 
fi ca na varanda em sua cadeira de balanço 
apreciando o pôr-do-sol.” (contradição de 
mundo possível)
Ex. 2
Lá dentro havia uma fumaça espessa que 
não deixava que víssemos ninguém. Meu 
colega foi à cozinha, deixando-me sozinho. 
Fiquei encostado na parede da sala, 
observando as pessoas que lá estavam. 
Na festa, havia pessoas de todos os tipos: 
ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, 
baixas etc.
Coerência sintática 
(gramatical ou de 
superfície linguística) 
Coesão sequencial
O mau uso de elementos linguísticos de 
coesão pode provocar incoerências locais 
pela violação de sua especifi cidade de uso 
e função. Ex.
I – O uso dos elementos de 
ligação(elementos de coesão) inadequados 
nas sentenças abaixo provoca um efeito 
de incoerência. Reescreva-os, fazendo 
as alterações necessárias para garantir o 
estabelecimento das relações se sentido 
corretas.
O livro é muito interessante porque tem 
570 páginas.
Carmem mora no Rio há cinco anos, 
portanto não conhece ainda o Corcovado.
Acordei às 7 horas, uma vez que tinha ido 
deitar às 2 horas, dormi pouco mais de 
cinco horas.
O livro que a professora de literatura 
mandou comprar já está esgotado, já que 
foi publicado há menos de três semanas.
João, o pintor, foi despedido, mesmo que 
tenha se negado a pintar a casa, apesar de 
estar chovendo.
II - Escreva um período, juntando as frases 
abaixo, utilizando um conectivo de cada 
vez: embora, apesar de, mesmo, mas. Faça 
as modifi cações necessárias.
Estava com febre. Não faltava às aulas.
c) Coerência estilística: Magnífi co Reitor da Universidade de São 
Paulo Tendo tomado conhecimento pelos 
periódicos da capital paulista de que o 
Prefeito da Cidade Universitária, onde 
está situada a Universidade que Vossa 
Magnifi cência, com alto descortino, dirige, 
re¬solveu interditar o acesso da população 
ao campus nos fi nais de semana, ouso vir 
à presença de Vossa Magnifi cência para 
manifestar-lhe meu repúdio ao fato de 
uma instituição pública querer sub¬trair 
da população de uma cidade desumana 
um espaço de lazer. Francamente, achei a 
maior sujeira da parte da USP, sacanagem, 
nada a ver.
d) Coerência pragmática 
(intenção comunicativa)
Ex. Pedido/atendimento
A: Você me empresta seu livro do 
Guimarães Rosa
B: Hoje eu comi um chocolate que é uma 
delícia.
Veja o exemplo abaixo de um texto com coerência, 
porém sem nenhuma coesão, retirado do livro de Leonor 
Fávero:
Manifesto futurista — Marinetti
“Arte vida explosiva. Italianismo paroxístico. Antimuseu. Anti cultura. 
Antiacademia. Antilógica. Antigracioso. Antisentimental. Contra as 
cidades mortas — Modernolatria. Religião da nova originalidade 
velocidade. Desigualdade — Intuição e inconsciência criadoras — 
Esplendor geométrico. Estética da máquina. Heroísmo na arte e na 
vida. Café-concerto, físico-loucura e veladas futuristas. — Destruição 
da sintaxe. Imaginação sem fi os. Sensibilidade geométrica e 
43
numérica. Palavras em liberdade ruidosas. Quadros palavras livres 
sinóticos coloridos. Declamação sinótica andante — Solidifi cação do 
impressionismo. Síntese de forma-cor. Dinamismo plástico. Estados 
de alma. Linhasforça. Transcendentalismo físico.” In: TORRE, G. 
1965. Historia de las literaturas de vanguardia. Madrid, Guadarrama. 
(MARINETTI, s/d, p. 151).
Vejam bem, os conhecimentos que determinam a 
produção de sentido e, consequentemente, a coerência estão 
armazenados na memória, tais como conceitos, modelos 
cognitivos globais e superestruturas. Estas habilidades sempre 
devem ser exploradas nos exercícios desenvolvidos por nós, 
professores. Sobretudo quando se trabalha com crianças das 
séries iniciais.
Ufa, acabamos!? Não, ainda não!
Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”, fazer 
um breve resumo dos conteúdos estudados nesta sétima aula!?
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao fi nal da sétima aula. Espero 
vocês tenham compreendido o que são e como são 
utilizadas a coesão e a coerências textuais.
1 - Coesão Textual
Segundo Leonor Fávero (2002, p 10), a coesão, 
manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como 
os componentes do universo textual, isto é, as palavras que 
ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma 
sequência.
2 - Coerência Textual
Segundo Leonor Fávero (2002, p 10), a coerência, por 
sua vez, manifestada em grande parte macro textualmente, 
refere-se aos modos como os componentes do universo 
textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao 
texto	de	superfície,	se	unem	numa	confi	guração,	de	maneira	
reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o 
resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários 
e não mero traço dos textos.
BAGNO, M. A inevitável travessia: da prescrição 
gramatical à educação linguística. In: BAGNO, M; STBUS, 
M; GAGNÉ, G (orgs.) Língua Materna: letramento, variação 
e ensino. 4 Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
Vale a pena ler
h t tp ://www. sna s c imen to . com/my_f i l e s/
books/200706/Leonor%20Lopes%20F%E1vero%20
- % 2 0 C o e s % E 3 o % 2 0 e % 2 0 C o e r % E A n c i a % 2 0
Textuais%20 (pdf)%20(rev).pdf Acesso em: 23/06/2019.
h t t p : / / w w w . e b a h . c o m . b r / c o n t e n t /
ABAAABUhYAD/apostila-coesao-coerencia .Acesso em: 
23/06/2019.
http://www.algosobre.com.br/redacao/coesao-e-
coerencia.html .Acesso em: 23/06/2019.
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trabalhosescolares/634746. Acesso em: 23/06/2019.
Vale a pena acessar
Vale a pena
FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore Vilaça. 
Linguística textual: introdução. São Paulo: Cortez, 2002.
______. Coesão e coerência textual. São Paulo: Ática, 2002.
KOCH, Ingedore Vilaça. Linguística textual. São Paulo, 
v. 17, n. especial. P. 1-11, 2001. Disponível em http://www.
scielo.br/. Acesso em : 23/06/2019
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Fundamentos de Linguística Aplicada
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