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Contra-razões em caso de propaganda irregular

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5) Contra-razões (tema: propaganda irregular por pintura em bem particular).
 Exm°. Dr. Juiz Eleitoral da Propaganda no Município de _________.
Procedimento n° _____
 O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, através do Promotor Eleitoral que
esta subscreve, no uso de suas atribuições, vem, respeitosamente, apresentar
 CONTRA-RAZÕES
ao recurso interposto às fls.___, aduzindo o seguinte.
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DD. PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 O r. recurso defensivo se subsume basicamente na alegação de que a douta e
sábia sentença judicial de fls.___, não acolheu a argumentação concernente a ausência de
conhecimento por parte do Recorrente da propaganda tipo pintura em bem particular. 
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 O Apelante não está sendo julgado por crime eleitoral, onde se exige, segundo
a melhor jurisprudência o dolo específico e a prova inconcussa, incontroversa do nexo causal
entre sua conduta e o crime praticado, inclusive, diante de princípio básico da
responsabilidade objetiva, que em direito penal é inadmitida.
 Surge, ao nosso sentir, uma relação individual entre o Apelante e o
cabo-eleitoral que é estranha a Justiça Eleitoral, pois traria uma presunção de inversão do ônus
da prova e das regras do artigo 333 do Código de Processo Civil aplicáveis, subsidiariamente
nos procedimentos administrativos e processos não penais eleitorais.
 O ônus da prova quanto ao fato modificativo cabe ao Apelante, e não, a
fiscalização eleitoral que fez a autuação infracional de forma regular e em cumprimento aos
ditames legais.
 Impende observar que a propaganda é irregular, sendo esse FATO
INCONTROVERSO, (artigo 334, inciso III, do C.P.C.), constituindo objeto da prova.
O raciocínio fático rama para a inevitável conclusão de que o Apelante, além
de se beneficiar dessa "democrática forma de propaganda", não exerceu controle efetivo sobre
os cabos-eleitorais previamente orientados segundo declinou para saírem difundindo sua
propaganda política eleitoral.
 Trata-se, a propaganda, de "uma técnica de apresentação, argumentos e
opiniões ao público, de tal modo organizada e estruturada para induzir conclusões ou pontos
de vista favoráveis aos seus enunciantes. É um poderoso instrumento de conquistar a adesão
de outras pessoas, sugerindo-lhes idéias que são semelhantes àquelas expostas pelos
propagandistas”.
 “A propaganda política é utilizada para o fim de favorecer a conquista dos
cargos políticos pelos candidatos interessados, fortalecendo-lhes a imagem perante o
eleitorado, sedimentar a força do governo constituído, ou minar-lhes a base, segundo as
perspectivas dos seus pontos de sustentação, ou de contestação”. (professor Pinto Ferreira "in"
Código Eleitoral Comentado.Ed. Saraiva, 3ª edição/91, página 258).
 Desta forma, requer o desprovimento do recurso interposto com a
manutenência da sábia e culta decisão recorrida.
 Ita Speratur.
 Local e data.
 Promotor Eleitoral

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