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HISTÓRIA DA MÍDIA NO BRASIL ( Rá dio e Cultura ) Origem do Rádio · As pesquisas de rádio foram iniciadas no século XIX junto ao avanço técnico impulsionado pela sociedade industrial. · A partir de 1860, experimentos de James Maxwell, Heinrich Hertz e Gugliemo Marconi. · Em Campinas - SP, entre 1893 e 1894, Padre Landell de Moura fez experiências de transmissão de voz a distância. · O rádio nasceu como uma espécie de continuidade do telégrafo, sendo utilizado para orientar viagens de navios através de sinais emitidos por pequenas estações. · Acabou sendo uma fonte importante de informações ao vivo sobre o naufrágio do Titanic em 1912. Origem do Rádio · Revela uma das principais características do rádio: imediatismo, a possibilidade de transmitir para os ouvintes os acontecimentos ao vivo. · Durante a Primeira Guerra, foi utilizado para fins militares. · Foi explorado para uso comercial pelos executivos da Westinghouse, que criaram a KDKA, de Pittsburgh (EUA), em 1920. · Programação constituída por música, publicidade e informação. Formato que deu origem a várias emissoras nos EUA e Europa. Origem do Rádio · Experimentações na programação, inserida no cotidiano dos ouvintes e compartilhada por familiares, vizinhos e amigos que se reuniam: músicas, noticiários e histórias narradas por locutores e atores. · Transmissão célebre de Orson Welles em 30 de outubro de 1938, pela rádio CBS, no Radioteatro Mercury, da adaptação de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells (invasão dos marcianos). · Credibilidade da transmissão por associar elementos do radioteatro e do radiojornalismo, com reportagens externas, opiniões de especialistas e edições extraordinárias. Origem do Rádio · De 1939 a 1945, várias emissoras passaram a transmitir ideologias por toda a Europa. Estações de Propaganda Negra: fascismo e nazismo. · Possibilitou a criação de uma esfera imaginária através de imagens mentais estimuladas por palavras e sons. · Poder de penetração do veículo. A mensagem do rádio é recebida sem exigência da leitura, da alfabetização. · Texto do rádio deve ter uma linguagem mais simples e objetiva, em função do público heterogêneo. O rádio no Brasil · Oficialmente, as transmissões de rádio no Brasil ocorreram em em 7 de setembro de 1922, em comemoração ao Centenário da Independência, promovidas pela Companhia Telefônica junto a Westinghouse e a Western Eletric. · A história do rádio brasileiro pode ser considerada a partir da iniciativa de Edgar Roquette Pinto e Henry Morize, que criaram a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, atual Rádio MEC. · Com fins educativos, a programação incluía noticiários, música erudita, debates e leitura de obras da literatura brasileira. Também aulas, conferências e palestras, distribuídas através de cursos (literatura inglesa e francesa, português, francês geografia, história natural, etc.). O rádio no Brasil · Roquette Pinto percebeu a possibilidade de transmitir educação e cultura através do rádio. · O rádio brasileiro nos anos 20 estava direcionado a uma pequena parcela da população, que ouvia a programação e contribuía com a manutenção das emissoras: Rádio Clube, Rádio Sociedade. · Em 1930, Getúlio Vargas instituiu a publicidade no rádio através de decreto-lei, em março de 1932. · Com o impulso da industrialização e a publicidade, a programação foi radicalmente transformada e associada ao entretenimento. ● O rádio no Brasil · Valorização da música brasileira, com destaque para os cantores nacionais, os programas de auditório, o radioteatro, a radionovela, o humor e o radiojornalismo. · Ademar Casé: um dos nomes importantes para dinamização da programação do rádio. Criador do primeiro jingle da publicidade brasileira que anunciava o pão Bragança, na Rádio Phillips, a partir de fevereiro de 1932. · Produção de peças para o radioteatro baseadas em obras da literatura, adaptadas para a linguagem radiofônica, como Os Miseráveis, O Conde de Monte Cristo, Quo Vadis, Ben-Hur. · Implantação da censura pelo Estado Novo, em 1937, por Getúlio Vargas, organizada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939. O rádio no Brasil · As emissoras recebiam diariamente uma lista com a relação de todos os assuntos que não deveriam ser veiculados, e todas as matérias eram datilografadas e arquivadas para verificação pelos censores. · DIP organizou a propaganda do Governo Vargas. Criação da Hora do Brasil, em 1938. Divulgava atos presidenciais, notícias, informações oficiais para todo o Brasil. Modelo semelhante ao dos regimes fascistas. · Com a implantação da publicidade, facilitou a criação de novos quadros, contratação de cantores e músicos populares, que se apresentavam antes apenas para divulgar seu trabalho: Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva, Francisco Alves, Aracy de Almeida, Carmem Miranda, Silvio Caldas. · Época de Ouro: influenciador dos hábitos e costumes dos ouvintes. O rádio no Brasil · Sucessos carnavalescos da década de 30 eram transmitidos pelo rádio: As Pastorinhas, Linda Morena, Mamãe eu quero, entre outras. · Popularização dos programas de calouros e de auditório: Ary Barroso e César Ladeira. · Rádio Nacional - fenômeno dos auditórios assume características massivas: Paulo Gracindo, Manoel Barcelos e César de Alencar. · Criação de ídolos do rádio. Revistas especializadas em divulgá-los (Revista do Rádio) e fãs-clubes criados em todo o país. · Novas emissoras criadas: Phillips, Tupi, Jornal do Brasil e, em 1936, a Rádio Nacional. Rádio Nacional · Rádio Nacional foi encampada por Getúlio Vargas, em 1940, como parte de seu projeto político de integração nacional. · Investimento do governo e as verbas publicitárias possibilitaram a contratação dos melhores profissionais da época e a compra de equipamentos avançados. · Transformada na principal emissora do país, atraindo anunciantes que associavam suas marcas à programação: Coca-Cola, Teatro Good-Year, Recital Johnson, Programa Bayer e Calendário Kolynos. · Rádio-novela: Em 1942, foi ao ar pela Rádio Nacional, em Busca da Felicidade. Em 1945, transmitiu 14 novelas diariamente. Chegou a ter 100 atores, além de contar com os recurso da sonoplastia. Repórter Esso · Principal noticiário radiofônico do país. Patrocinado pela Esso, foi ao ar em 28 de agosto de 1941 para transmitir notícias sobre a Segunda Guerra Mundial. Slogan “Testemunha ocular da história”. · Elaborado segundo as regras e modelo dos noticiários radiofônicos norte-americanos, tendo como principal fonte a agência de notícias United Press International (UPI). · Transmitido até 1962 pela Rádio Nacional e transferido neste ano para Rádio Tupi até 1968. · Responsável por uma mudança no radiojornalismo brasileiro, já que até sua apresentação a principal fonte de informação continuava sendo o jornal impresso. Síntese da notícia. Outros exemplos de radiojornalismo · Grande Jornal Falado Tupi (1942): tratamento mais cuidadoso com a notícia, formatado no estilo da imprensa escrita, com destaque para as manchetes e notícias divididas por editorias. · Globo no Ar (1944): Um das principais referências do radiojornalismo brasileiro desde a cobertura sobre a deposição de Getúlio Vargas em outubro de 1945. · Oposição da Rádio Globo ao Governo de Vargas. A partir de 1953, Carlos Lacerda usava o espaço contra Getúlio e Samuel Wainer, que havia criado o jornal Última Hora, em 1951. · Transmissão das sessões da CPI contra Wainer, com comentários de Lacerda. · Suicídio de Getúlio levou a uma comoção popular e uma revolta contra Carlos Lacerda e a Rádio Globo. Transformações no rádio do Brasil · Década de 1950, início das transmissões de televisão. Muitas das produções do rádio eram adaptadas para a televisão: teleteatro, programa de auditório, de calouros, os noticiários. · Muitos profissionais de rádio acabaram indo para o novo meio e foram fundamentais para criação de uma linguagem televisiva: Paulo Gracindo, Brandão Filho, Chacrinha, NiceteBruno, Dias Gomes, Janete Clair, Chico Anysio, entre outros. · A Era de Ouro do rádio termina com o surgimento da televisão. · A mudança afetou a programação do rádio, já que os gastos foram reduzidos e ocorreu uma reformulação nos quadros apresentados. Transformações no rádio do Brasil · Troca de astro e estrelas por discos e fitas gravadas, as novelas pelas notícias e as brincadeiras de auditório pelos serviços de utilidade pública. · Contexto político das décadas de 60 e 70: Ditadura Militar, a Guerra Fria, censura aos meios de comunicação, surgimento de uma imprensa alternativa, a criação da TV Globo, processo de americanização da cultura brasileira. · Primeira emissora em FM surgem neste período. Funcionavam como uma espécie de produção de música ambiente. Falava-se muito pouco, os locutores apresentavam as canções e depois retomavam a mais uma sessão de música. · A população do Brasil, em sua maioria analfabeta e rural, encontrou no rádio a possibilidade de obter informação, de conhecer sua própria música e valorizar seus próprios ídolos. Rá dio e Cultura HISTÓRIA DA MÍDIA NO BRASIL
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