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1. A experiência e o estudo do professor pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos. Por exemplo, professores de língua portuguesa ou bilíngues formados em Letras Libras e Letras Português acabam contribuindo e elaborando mais atividades relacionadas com a escrita e produção textual do aluno, visto que uma área complementa a outra. Considerando o exposto, disserte sobre as metodologias que podem promover a produção textual desse aluno. 
A aquisição da Língua Portuguesa como L2 do sujeito surdo não tem sido um processo fácil para os mesmos. Umas das maiores dificuldades é a falta de professores capacitados em Libras. Essa aquisição requer mais que interesse desse surdo e do próprio professor de alunos surdos. Ser professor de surdos requer formação que o capacite para o desenvolvimento de práticas e metodologias de ensino que contemple as especificidades visuoespaciais da língua e da cultura desses alunos.
Considerando as particularidades visuais e espaciais da língua e do sujeito surdo, o professor precisará de atenção na preparação das aulas, buscando estratégias visuais para aplicação dos conteúdos, de forma a facilitar a compreensão por parte desse aluno, pois a escolha dos recursos e estratégias (principalmente visuais) são imprescindíveis no processo de ensino-aprendizagem desses alunos surdos. 
O professor ou professores de alunos surdos precisam ser surdos ou usuários fluentes da língua de sinais, pois é nas interações estabelecidas entre professor e aluno surdo, através de aulas mais dinâmicas e interativas em Libras, que ocorrem as trocas de experiências e conhecimentos, abrindo caminhos para que a aprendizagem aconteça de forma o mais natural possível. 
Por ser uma língua visuoespacial, faz-se necessário que os professores de alunos surdos utilizem metodologias que contemplem a pedagogia visual, contribuindo assim para a construção, ampliação e exploração dos conhecimentos dos alunos surdos, de forma eficaz e significativa. Mas para isso, a formação e o contato com a comunidade surda ou pessoas fluentes em Libras são fatores essenciais.
Essa metodologia da diferença ou visual, que é defendida pelas comunidades surdas tem se apresentado como a mais adequada e satisfatória no processo de ensino-aprendizagem de pessoas surdas, pois vêm ao encontro das suas necessidades e especificidades, levando em consideração a sua visão de mundo, sua cultura e identidade.
Na pedagogia visual ou da diferença, o sujeito surdo é visto dentro de uma macro visão e aceitação do ser surdo. No processo de aquisição da Língua Portuguesa como L2, é levando em consideração a apropriação e utilização da sua primeira língua, que é a Libras, à qual esse aluno já deve ser usuário fluente. Detentor da sua primeira língua, utilizar-se-á da mesma para a aquisição da sua L2.
Sendo assim, a utilização da própria língua, Libras, nos diversos contextos e atividades rotineiras da escola, como brincadeiras e jogos de memória, forca, bingo e dominó utilizando os sinais, realização e relato de experiências em sinais, contação de histórias em sinais, assim como realização de palestras dadas por surdos da comunidade local em que o aluno surdo está inserido, são estratégias metodológicas indicadas no processo de aquisição da língua portuguesa pelos sujeitos surdos.
Para efetuar uma produção textual, o aluno surdo precisa estar alfabetizado e letramento. A aquisição da Libras como L1 acontece desde a infância, se não em casa, com pais ouvintes, nas Associações de Surdos, nos eventos esportivos promovidos pelas Federações Desportivas, ou nos pátios das escolas bilíngues. Essas práticas interativas cotidianas entre os surdos possibilitam as criações textuais na sua própria língua. A literatura visual, assim como a narração de histórias em Libras é uma prática metodológica eficaz e que deve ser estimulada na escola, pois faz parte dos artefatos culturais do sujeito surdo e através da qual constrói sua subjetividade, aprendizagem e produção textual.
2. Antigamente, era bem comum existir histórias em língua de sinais somente em vídeos. Hoje, com a globalização e avanços tecnológicos,  fazer a tradução de Libras para escrita em LP e no sistema "glosa" tem sido o objetivo de muitos autores que pesquisam essa área, a fim de contemplar todos os públicos. Dentre esses autores, existem os "não surdos", que tem se especializado cada vez mais na literatura visual surda. Disserte sobre esses autores "não surdos". 
No contexto sociocultural em que estamos imersos, a interação entre surdo e não surdos se faz cada vez mais necessária, pois são partícipes dos mesmos ambientes, seja no trabalhado, escola, espaços de culturais ou de lazer. As barreiras impostas pelas diferenças linguísticas tem sido quebradas e a comunicação e interações tem acontecido de forma cada vez mais natural. Surdos e ouvintes tem pontos divergentes, mas o que certamente têm em comum precisa ser usado para que a transição entre essas duas culturas seja algo que promova construção de conhecimentos e superação de dificuldades.
Surdos e ouvinte tem culturas diferentes e a transição de ambos entres as culturas pode promover ganhos culturais e linguísticos. No entanto, para que ocorra essa transição interculturas as resistências precisam ser superadas. Os sujeitos não surdos, em contato com os surdos e a língua de sinais, trazem consigo toda uma bagagem cultural e serão expostos a outra cultura completamente diferente da sua, mas igualmente importante, e vice versa. Tal fato pode impactar e causar mudanças tanto na vida do não surdo como do surdo.
Durante séculos, a vida do surdo, seus anseios, dificuldades e lutas eram contados exclusivamente por ouvintes, que de alguma forma faziam parte desse universo ou tinha interesses pelo mesmo. No entanto, apesar de nos últimos anos já serem frequente as narrativas em Libras realizadas pelo próprio sujeito surdo, não são práticas exclusivas deles, pois neste cenários, também estão presentes os autores não surdos, que são as pessoas que tem uma educação bilíngue, ou seja, podem não ter identidade propriamente surda, mesmo tendo adquirido a língua de sinais como L1 e aprenderam a L2 na modalidade escrita ou ouvintes usuários fluentes da língua e participantes da comunidade surda, dos movimentos políticos e sociais desse grupo.
Os autores não surdos transitam constantemente entre a sua cultura (ouvinte) e a cultura visual, de forma que precisará fazer uma boa articulação entre as culturas, desenvolver habilidades através das trocas efetuadas entre si e o outro (surdo), numa relação de intercâmbio sociocultural, pois há diferenças marcantes e específicas entre modalidades linguísticas e culturais, mas apesar da fluência em línguas de sinais, precisam desenvolver experiências visuais, pois o mundo surdo é visual.
Com o avança das novas tecnologias, o registro de narrativas em língua de sinais tem se expandido de forma exponencial e isto é de extrema relevância para o processo de ensino aprendizagem do aluno surdo e preservação da língua. Assim como os autores surdos têm se apropriado dessas tecnologias para expressarem as criações ou adaptações de suas narrativas, os autores não surdos também tem feito uso dessas tecnologias com o mesmo objetivo, pois estão alinhados com as lutas das comunidade surdas.
Percebe-se que, para os autores surdos, principalmente nesse período de pandemia, o acesso à novas tecnologias digitais e da Internet tem se configurado como um leque de possibilidades de comunicação, interação, criação e entretenimento, provocando uma verdadeira revolução na criação de suas narrativas em Libras e na própria divulgação da língua. Na realidade, a internet tem sido um poderosa ferramenta para o sujeito surdo e sua interação com o mundo e atuação no mesmo, levando-o a uma independência antes inimaginável. Os autores não surdos também tem se utilizado dessas mesmas ferramentas como forma de mediar os conteúdos, melhorar suas apresentações e narrações, tornando-as mais acessíveis aos surdos, mas também aosouvintes e isso só enriquece ainda mais a língua de sinais.

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