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salviano feitoza no YouTube | @salvianofeitoza 
FILOSOFIA 
02 
DA CONSCIÊNCIA MÍTICA À CONSCIÊNCIA FILOSÓFICA 
 
1. ANÁLISE DE CASO – CHARGE: Carlos Ruas (Um sábado qualquer) 
 
 
2. MITOS 
Geralmente se usa a palavra MITO para fazer referência a alguma atitude digna de lembrança ou digna de 
gozação. Também se usa como uma referência a alguém que se destaca ou já se destacou em alguma área da ação ou 
do pensamento humano. Ambas as formas de uso não estão equivocadas principalmente quando consideramos a 
origem da palavra, que é grega: NARRAR, NARRATIVA. 
 Mito seria, então, uma narrativa, algo que é contado. As explicações sobre as origens estão nas narrativas 
mitológicas e podem ser as genealogias quando abordam o nascimento, o surgimento do universo, da humanidade, 
de determinadas qualidades. Se atribuem todos esses atos a seres divinos: deusas e deuses. 
 Os mitos cumpriam um papel que era duplo: possibilitavam o autoconhecimento que possibilita uma ação 
consciente, ou seja, que pode compreender as possíveis repercussões de seus atos, o que representa individualidade, 
e também contribuía para o entendimento que se é parte de algo maior, sendo o grupo no qual nasceu uma expressão 
desse algo maior. Seríamos, então, indivíduos específicos, mas parte do universo. Teríamos, assim, nosso “lugar no 
mundo”. 
 Mas não se deve pensar que os mitos estão fora de nossa vida atual. As narrativas mitológicas compõem o 
nosso inconsciente coletivo, ou seja, o conjunto de elementos que herdamos enquanto humanidade e que faz parte 
da experiência acumulada de tempos anteriores. Há uma série questionamentos que ainda temos e que mostra que 
os mitos continuam entre nós, continuam vivos. 
 Os questionamentos que iniciaram esta aula não são novos, pelo contrário, são bem antigos como você pode 
perceber. 
 Uma das formas de identificar a manutenção das narrativas mitológicas, ainda nos dias de hoje, diz respeito 
às JORNADAS HERÓICAS. Estas são parte da estrutura narrativa de livros, seriados, filmes, animações, telenovelas etc. 
 
salviano feitoza no YouTube | @salvianofeitoza 
FILOSOFIA 
 02 
Tratam do caminho que heróis e heroínas dos mitos que lemos e escutamos e assistimos têm que realizar para atingir, 
de forma mais profunda, o autoconhecimento. 
 As narrativas mitológicas têm em comum muitos aspectos, mas alguns se repetem com maior frequência. 
Joseph Campbell, considerado o maior estudioso de mitologia que a humanidade já produziu, identificou doze passos 
que estão presentes nessas histórias. 
 É fundamental compreender que os mitos são uma forma diferente de abordar a realidade e não deve se 
referir a eles como mentiras ou enganações, mas como um tipo de conhecimento que pode contribuir para aprofundar 
os saberes sobre as questões existenciais que há tempos tomam conta do pensar e do existir humanos. Cumpre saber 
também que os nativos americanos, os grupos humanos africanos, orientais, todos têm narrativas mitológicas e elas 
contém elementos de diferença e de semelhança entre si. 
 Muitos mitos que conhecemos são greco-romanos, nem todos são. Tanto quanto for a quantidade de povos 
no mundo, pode ter certeza que todos têm narrativas mitológicas. No nosso caso específico, vamos considerar que na 
Grécia ocorreu uma mudança que alterou de maneira profunda as formas de pensar através das quais a humanidade 
estava acostumada. Começava ali a Filosofia. 
 
3. AS FILOSOFIAS 
Costuma-se afirmar que a filosofia nasceu na Grécia, o que gera consideráveis controvérsias. Existe uma série de 
fatores que são enumerados como fundamentais para que a filosofia, nessa perspectiva, tenha começado por lá. 
Vamos enumerar alguns de maior destaque: 
 
1. situação geográfica: a realização de viagens marítimas possibilitou uma ampliação de conhecimento 
que contribuiu para o desenvolvimento da filosofia pelo povo grego antigo; durante essas viagens, 
ocorreram visitas aos locais que eram conhecidos através das narrativas míticas e para a surpresa de 
muitos, os locais não eram da maneira que os mitos narraram e muito menos habitados pelas criaturas 
que compunham as narrativas. Essa situação levou a produção de uma outra explicação, diversa da 
mitológica; 
 
2. o desenvolvimento da vida urbana: entre as características da vida urbana, estão a prática de comércio, 
a fabricação de bens manufaturados que seriam comercializados e, por extensão, a ascensão de uma 
classe de comerciantes que começaram a problematizar a ordem vigente – aristocrática, baseada na 
propriedade de terras – e a instituir outros pontos de poder e cultura; 
 
3. invenção da escrita alfabética, da moeda e do calendário: estas invenções possibilitaram o 
desenvolvimento de uma capacidade de abstração crescente ligada à representação de ideias que, em 
algumas situações, não podem sair do abstrato. 
 
A transição do pensamento mitológico para o pensamento filosófico não aconteceu de maneira brusca, mas a passos 
curtos e lentos. É importante que se tenha em mente que existem dois posicionamentos acerca dos conhecimentos 
mitológico e filosófico: a filosofia substituiria o mito na atribuição de sentido para o universo, a vida e ainda adicionaria 
problematizações e que mito e filosofia seriam formas diferentes de tratar as questões primordiais, existenciais. 
 À medida que foram se expandindo as cidades gregas e o conteúdo das narrativas míticas foi sendo 
problematizado, essa outra maneira de estar no mundo foi se firmando como amor ao conhecimento ou, ao pé da 
letra, amor à filosofia. Entretanto, não foi de forma homogênea esse processo. Há uma diversidade de posicionamento 
e de ideias e, ao tratar do pensamento filosófico e mais especificamente destes primeiros momentos, podemos, para 
efeitos didáticos, efetuar uma divisão nos seguintes períodos e com as principais informações acerca de seus 
pensadores. 
 
 
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FILOSOFIA 
 02 
1. pré-socrático (ou cosmológico) – fim do século VII aC ao fim do século V aC. Esse período é assim designado pois as 
atenções estavam voltadas para as especulações sobre a origem do mundo e o porquê de as transformações 
acontecerem na natureza. 
2. socrático (ou antropológico) – fim do século V aC e todo o século IV aC. Marcado pela ação de Sócrates e pela 
abordagem das questões humanas como ética, política e técnicas. 
3. sistemático – fim do século IV ao fim do século III aC. Tudo pode ser sistematizado filosoficamente. 
4. helenístico (ou greco-romano) – fim do século III aC até século VI. Ligado aos aspectos do conhecimento humano e 
das relações entre ser humano e natureza e destes com Deus. Destacam-se o estoicismo, o ceticismo e o epicurismo. 
 
3.1. PRÉ-SOCRÁTICOS 
A Filosofia grega tem como ponto de referência o filósofo Sócrates, Séc. V a.c, ( e iremos entender o por quê mais na 
frente)contudo, a filosofia tem início muito antes com os Pré-socráticos. 
 Esses filósofos tinham em comum o seu olhar para o mundo que os rodeavam com a busca de responder a 
questões como: “de onde que tudo surge?”, “qual a natureza essencial das coisas que nos rodeiam?” e etc. Por conta 
dessa visão geral da busca por compreensão do universo, ou do meio em que estavam inseridos, os pré-socráticos 
também são conhecidos como cosmológicos. 
É importante ressaltar que não estamos mais falando de mitos, pois estes procurando responder a algumas 
perguntas acerca da origem das coisas, o fazem por meio de uma explicação “fantasiosa” ou mítica, focada em deuses 
ou em seres exteriores ao homem que explicam e dão sentido ao mundo. Muito pelo contrário, os pré-socráticos 
buscavam uma explicação sistêmica e racional baseada na construção e evolução de pensamentos lógicos e 
verdadeiros sobre a origem, ordem do mundo e de tudo aquilo que nele contém. Com isso, eles não acreditam numa 
criação do mundo, no sentido de ter um criador externo com um poder de criar, mas acreditam na Natureza e em seu 
curso e é a esta que buscamcompreender em suas teorias. 
Sendo assim, acreditam na eternidade da Natureza e em sua consistência perene e imperecível. Diante disso, 
podemos compreender a força da busca dos pré-socráticos que querem retornar a um elemento central e comum a 
todos os outros, ou a um elemento que rege e representa o curso da natureza. Este elemento é chamado de Physis. 
 Vai ser diante desse elemento que o raciocínio e filosofia dos pré-socráticos irão se guiar e estruturar. 
 Cada filósofo pré-socrático junto com a escola de onde descende, desenvolveu a sua visão acerca de qual 
elemento seria ele de acordo com a sua visão de como o mundo se ordena ou se constitui. 
 
Filósofo Elemento Ideias principais 
Tales de Mileto Água 
Água como essência de todas as coisas; 
Tales percebeu que todas as coisas que ele 
observou nesse mundo apresentavam-se em 
tamanhos, formas e cores incontáveis, e que 
todos se mostram em um de três estados 
possíveis: Líquido, gasoso ou sólido. 
Anaximandro de Mileto Àpeiron: infinito 
Procurou algo ainda mais fundamental que 
Tales, que se ergue ou transcende o campo 
desse mundo, ou seja, um lugar sem fronteiras; 
Todos os elementos estavam nessa “matéria 
infinita” 
 
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FILOSOFIA 
 02 
Anaxímenes de Mileto Ar 
Não ficou satisfeito com a ideia de um “algo 
infinito” e buscou voltar-se a algo mais 
concreto; 
Buscou algo que fosse ao mesmo tempo 
específico e espalhado por toda parte. 
Heráclito 
Fogo: pois está sempre em 
atividade, em constante 
transformação. 
Acreditavam que tudo estava em constante e 
perene movimento e transformação; 
é conhecido pela frase Phanta Rei: todas as 
coisas fluem; 
e pela frase “ Não se pode entrar no rio duas 
vezes” 
Parmênides Afirmou: “Tudo o que é, é” 
Considerava ser o movimento uma ilusão e que 
na verdade tudo ao ser bem observado era 
estático 
Pitágoras 
Matemática 
(número 10 como 
perfeição) 
Compreendia a matemática como fonte 
primária de todas as coisas; 
Para Pitágoras a matemática é algo pertinente 
a alma; 
Demócrito Átomo 
Acreditava haver uma partícula mínima de 
todas as coisas. 
 
3.2. SOFISTAS 
 Havia ainda, outro grupo de pensadores importantíssimos a serem estudados. Os sofistas. O sofista era 
compreendido na verdade como uma profissão, como um grupo de professores especializados na arte do sofismo. 
Mas o que ensinavam esses professores? 
Os sofistas acreditavam que um indivíduo poderia aprimorar-se em virtudes por meio da arte da oratória e da 
retórica. Ou seja, o conhecimento pode ser alcançado e bem explorado se quem o busca fazê-lo tem domínio da 
oratória e retórica, seja lá qual for o assunto. 
 Sendo assim, acreditavam que a verdade era relativa, ou múltipla. A forma com que ensinavam era focada na 
prática argumentativa e abordavam principalmente questões que eram relacionadas à preparação para a vida política 
do cidadão. 
 Estes pensadores, ou esses praticantes do sofisma, vão ser muito criticados e de certa forma “mal vistos” 
porque vão consistir em buscar refinar a arte da discussão, ou seja, eles não estariam necessariamente preocupados 
com a verdade - visto que acreditavam que ela era relativa e mutável- mas se preocupavam com vencer uma discussão 
sendo hábil e inteligente ao argumentar sobre alguma questão e ensinando essa técnica a quem pudesse pagar. 
Então, é possível compreender que os sofistas não se preocupavam, como os pré-socráticos, sobre a origem 
das coisas ou sobre a ordem da natureza, mas que focavam em principalmente demonstrar em como suas habilidades 
de “vencer discussões” eram incríveis e necessárias, fazendo-se da profissão de professor sofista necessária e 
“admirada” pelos habitantes das cidades, e buscando assim “vender” sua profissão. 
 É importante que saibamos que na época a educação não era “democratizada” e que com isso os jovens que 
podiam pagar buscavam nos sofistas uma forma de instruir-se para os principais desafios da vida grega, os quais 
giravam em torno do diálogo para resolução de conflitos e impasses. 
Inscreva-se no canal, curta, comente, compartilhe, ative o sininho para receber as atualizações do canal, 
espalhe a palavra e o mais importante: experimente pensar! 
 
 
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FILOSOFIA 
 02 
4. RESOLVA 
1. Em relação ao pensamento mítico, leia o texto a seguir: 
O homem, admirado e perplexo, diante da natureza que o cerca, sem entender o dia, a noite, o frio, o calor, o sol, a 
chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida, sem entender a origem da vida, a morte e o seu destino 
eterno, a dor, o bem e o mal, recorre aos mitos. 
(SOUZA, Sônia Maria Ribeiro. Um outro olhar – filosofia. São Paulo: FTD, 1995, p. 39.) 
A narrativa mítica tem significância para a existência humana no mundo. O mito tem uma representatividade 
singular para transmitir e comunicar o conhecimento acerca da realidade. Sobre isso, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) Os relatos míticos são narrações fantasiosas, desvinculados de sentido da realidade. 
b) O mito está privado de coerência, e sua narrativa prende-se à existência humana no mundo. 
c) O pensamento mítico está desligado do desejo de dominação do mundo, e sua narrativa impõe o medo e a 
insegurança. 
d) Os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base para a compreensão do homem na sua existência e 
convivência. 
e) A mitologia se traduz em relato ilógico sem fundamento emotivo e tenta explicar a realidade concreta. 
 
2. Sobre o Pensamento Mítico, considere o texto a seguir: 
 
 
 
Mito e Razão se complementam mutuamente. No entanto, o mito, recuperado no cotidiano do homem 
contemporâneo, não se apresenta com a abrangência que se fazia sentir no homem primitivo. 
(ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofando – Introdução à Filosofia, São Paulo: Moderna, 1993, p. 59.) 
Com relação ao contexto da reflexão sobre o pensamento mítico, no que se refere ao cotidiano do homem 
contemporâneo, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O Mito e a Razão continuam em justaposição, na forma compreensiva da realidade existencial. 
b) O Mito tem a representatividade da verdade na sua narrativa. 
c) O Mito e a Razão alicerçam os valores da condição humana na sua inteireza. 
d) O Mito passa por um reducionismo e retoma o valor do herói como legitimação com o intuito de se compreender 
a realidade. 
e) O Mito propõe o verdadeiro sentido para a compreensão do ser humano na sua humanização. 
 
3. Leia os textos a seguir. 
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre. 
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995. p.91. 
 
Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que 
seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à Terra 
 
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FILOSOFIA 
 02 
trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir 
morada e sustento aos homens. 
“A Criação do Mundo”. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: <http://super.abril.com.br/religiao/criacaomundo-447670.shtm>. Acesso em: 1 abr. 2014. 
 
No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e 
Yang, as duas forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio e 
calor, seco e molhado. 
PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22. 
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do mito para o logos na filosofia, considere as 
afirmativas a seguir. 
 
I. As diversas narrativas míticas da origem domundo, dos seres e das coisas são genealogias que concebem o 
nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe. 
II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, 
em geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade. 
III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa medida, um modo de expressar determinadas 
verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-
ser. 
IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer 
correspondência com algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o real e o narrado. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
4. 
“O mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. É uma forma de as sociedades espelharem suas 
contradições, exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações. Pode ser visto como uma possibilidade de se refletir 
sobre a existência, o cosmos, as situações de ‘estar no mundo’ ou as relações sociais”. 
Everado Rocha. 
Mediante essa definição geral de mito é correto afirmar que 
a) as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e filosófico complexamente constituídos não possuem 
mitos, pois eliminaram as dúvidas e os paradoxos. 
b) Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do pensamento ocidental, não recorria aos mitos em seus 
diálogos, apesar de ter sido o primeiro a utilizar o termo mitologia. 
c) alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como referências para a vida de muitas pessoas mesmo no 
século XXI. 
d) as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas sobre o mesmo mito primitivo, variando, apenas, os 
nomes de seus personagens. 
e) todas as afirmações acima estão corretas. 
 
5. 
“Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na quase a cada 
verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa 
relação que se define seu caráter particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie 
muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente. Em parte alguma 
ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo 
que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os 
testemunhos não se contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e 
 
salviano feitoza no YouTube | @salvianofeitoza 
FILOSOFIA 
 02 
assim eles nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o destino 
(...).” 
(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 
11.) 
Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a alternativa 
correta. 
a) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e, assim, a 
determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto 
é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ação. 
b) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno exercício da atividade 
racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas, não houve uma ruptura 
na passagem do mito para o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de enraizamento histórico que culminou 
no advento da filosofia. 
c) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que o homem grego arcaico 
possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos importantes como harmonia, proporção e questionamentos a 
respeito dos princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias apresentavam-se como tal, 
os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em que eram narrados. 
d) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade literária bem 
singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a uma ordem pré-
estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em funcionamento. 
e) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e abstrato da 
cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia grega. 
 
6. 
 "Pois pensar e ser é o mesmo" 
Parmênides, Poema, fragmento 3, extraído de: Os filósofos pré-socráticos. Tradução de Gerd Bornheim. São Paulo: Cultrix, 1993. 
A proposição acima é parte do poema de Parmênides, o fragmento 3. Considerando-se o que se sabe sobre esse 
filósofo, que viveu por volta do século VI a.C., assinale a afirmativa correta. 
a) Para compreender a realidade, é preciso confiar inteiramente no que os nossos sentidos percebem. 
b) O movimento é uma característica aparente das coisas, a verdadeira realidade está além dele. 
c) O verdadeiro sentido da realidade só pode ser revelado pelos deuses para aqueles que eles escolhem. 
d) Tudo o que pensamos deve existir em algum lugar do universo. 
 
7. Observe o texto a seguir sobre a gênese do pensamento filosófico: 
Entre o fim do VII século e o começo do VI a.C., o problema cosmológico é o primeiro a destacar-se claramente como 
objeto de pesquisa sistemática diferente do impreciso complexo de problemas que já ocupavam a mente dos gregos 
ainda antes do surgir de uma reflexão filosófica verdadeira e própria. 
(MONDOLFO, Rodolfo. O Pensamento Antigo, São Paulo: Mestre Jou, 1966, p. 31.) 
O texto retrata, com clareza, o problema cosmológico, objeto de estudo da filosofia 
a) Socrática. b) Platônica. c) Pré-socrática. d) Mítica. e) Pós-socrática. 
 
8. Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito (século VI a.C.). 
"Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, 
forma-se a água e da água, a alma” 
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor. 
Em relação ao excerto acima, podemos afirmar que ele ilustra 
a) a concepção heraclitiana que valoriza a importância do movimento na descrição da realidade. 
b) a concepção dialética do pensamento heraclitiano, segundo a qual o movimento é uma ilusão dos sentidos. 
c) a concepção heraclitiana da realidade, segundo a qual a multiplicidade dos fenômenos subjaz uma realidade única. 
d) o pensamento religioso de Heráclito, segundo o qual a morte é a libertação da alma. 
 
9. Leia a letra da canção a seguir. 
 
salviano feitoza no YouTube | @salvianofeitoza 
FILOSOFIA 
 02 
Nada do que foi será /De novo do jeito que já foi um dia 
Tudo passa /Tudo sempre passará 
A vida vem em ondas /Como um mar 
Num indo e vindo infinito /Tudo que se vê não é 
Igual ao que a gente /Viu há um segundo 
Tudo muda o tempo todo /No mundo [...] 
Fonte: SANTOS, Lulu; MOTTA, Nelson. Como uma onda. In: Álbum MTV ao vivo. Rio de Janeiro: Sony-BMG, 2004. 
Da mesma forma como canta o poeta contemporâneo, que vê a realidade passando como uma onda, assim também 
pensaram os primeiros filósofos conhecidos como Pré-socráticos que denominavam a realidade de physis. A 
característicadessa realidade representada, também, na música de Lulu Santos é o(a) 
a) fluxo. b) estática. c) infinitude. d) desordem. e) multiplicidade. 
 
 
Leia o texto a seguir e responda à próxima questão 
De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, em algum 
momento, o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tivesse 
surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. 
Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de ter 
surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é feito? A grande questão para os primeiros 
filósofos não era saber como tudo surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se transformar em 
peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em árvores frondosas ou flores multicoloridas. 
Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.43-44. 
10. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale a alternativa correta. 
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações da natureza e porque a vida é como é, 
tendo como limitador e princípio de verdade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses. 
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma substância básica, uma causa oculta, 
que estava por trás de todas as transformações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis 
naturais que fossem eternas. 
c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por volta do século VI a.C. partiram da 
ideia unânime de que a água era o princípio original do mundo por sua enorme capacidade de transformação. 
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e reforçou o antropomorfismo do mundo 
dos deuses em detrimento de uma explicação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas 
as coisas. 
e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há um princípio originário único 
denominado o ilimitado, que é a reprodução da aparência sensível que os olhos humanos podem observar no 
nascimento e na degeneração das coisas. 
 
 
RESPOSTAS 
1: [D]. 2: [D]. 3: [D] 4: [C]. 5: [C] . 6: [B]. 7: [C]. 8: [A]. 9: [A]. 10: [B].

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