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2020 MOC Manual de Oncologia Clínica do Brasil Enfermagem Editora Veronica Torel de Moura Coeditora Andreia Oliveira da Silva Meira Editores da Série MOC Antonio Carlos Buzaid Fernando Cotait Maluf William Nassib William Jr. Carlos H. Barrios Caio Max S. Rocha Lima E‐BOOK MOC‐ENFERMAGEM (2020) adaptado para distribuição exclusiva da ASTELLAS, limitada a 300 cópias digitais (PDF) ©2020 MOC – Manual de Oncologia Clínica do Brasil. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução ou distribuição total ou parcial do conteúdo e imagens sem a permissão dos titulares de seus direitos autorais. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. MOC Manual de Oncologia Clínica do Brasil Enfermagem 2020 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. MOC Manual de Oncologia Clínica do Brasil Enfermagem (E‐BOOK 2020) EDITORA Veronica Torel de Moura co-EDIToRAS Andreia oliveira da Silva Meira EDIToRES DA SéRIE Moc Antonio Carlos Buzaid Fernando Cotait Maluf William Nassib William Jr. Carlos Barrios E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. MOC‐Enfermagem | Manual de Oncologia Clínica do Brasil ‐ Enfermagem (E‐BOOK 2020). Editora: Veronica Torel de Moura. Coeditora: Andreia Oliveira da Silva Meira. Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid, Fernando Cotait Maluf, William Nassib William Junior e Carlos Henrique Barrios. Editor‐convidado: Caio Max S. Rocha Lima. ISBN 978‐65‐86538‐03‐8 Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem a permissão escrita de Dendrix Edição e Design Ltda. Capa, projeto gráfico e editoração eletrônica: Dendrix Edição e Design Ltda. Impressão: Editora e Impressora Art Graphic Ltda. Os autores e editores desta obra fizeram todo esforço para assegurar que as doses e as indicações dos fármacos, bem como dos procedimentos apresentados no texto, estivessem de acordo com os padrões vigentes à época da publicação. Em virtude dos constantes avanços da Medicina e de possíveis modificações regulamentares referentes aos fármacos e procedimentos apresentados, recomendamos que o leitor consulte sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificar de que as informações contidas neste manual estão corretas. Isso é particularmente importante no caso de fármacos ou procedimentos novos ou pouco usados. FICHA CATALOGRÁFICA MOC‐Enfermagem ‐ Manual de Oncologia Clínica do Brasil ‐ Enfermagem (E‐BOOK 2020). Editora: Veronica Torel de Moura. Coeditora: Andreia Oliveira da Silva Meira. Editores da série MOC: Antonio Carlos Buzaid, et al. São Paulo: Dendrix Edição e Design Ltda., 2020. ISBN 978‐65‐86538‐03‐8 1. Oncologia Manuais, guias etc. I. Buzaid, Antonio Carlos. II. Maluf, Fernando Cotait. III. Rocha Lima, Caio M. et al. CDD 616.992 NLM QZ 200 Dendrix Edição e Design Ltda. Rua Joaquim Floriano, 72/24 ‐ Itaim Bibi 04534‐000 ‐ São Paulo ‐ SP Tel: 11 3168‐7088 Fax: 11 3167‐1148 info@dendrix.com.br www.dendrix.com E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. EDITORA Veronica Paula Torel de Moura Enfermeira de Práticas Avançadas em Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pós‐graduada em Enfermagem Oncológica na Unifesp. Presidente e Membro fundador da ABRENFOH. COEDITORA Andreia oliveira da Silva Meira Coordenadora de Enfermagem dos ambulatórios de Quimioterapia e Radioterapia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Título de enfermeira especialista em Oncologia pelo SBEO. Membro fundador da ABRENFOH. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. AuToRES Amanda Nascimento dos Reis Farmacêutica especialista em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO). Graduada pela Universidade Federal de Alfenas/MG. Pós‐graduada em Farmacologia e Farmácia Clínica pelo Instituto de Pesquisa e Educação em Saúde de São Paulo (IPPESP). Ana Claudia de Oliveira Coordenadora de Enfermagem do Centro de Oncologia BP Mirante da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Título de enfermeira especialista em Oncologia pelo SBEO. Mestranda pela USP. Ana Maria Teixeira Pires Enfermeira Oncologista.Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). MBA em Gestão das Organizações em Saúde (FECS/FIA). Coordenadora do Curso Latu Sensu de Enfermagem Oncológica (FECS). Diretora de Comunicação. Membro fundador da ABRENFOH. Andreia oliveira da Silva Meira Coordenadora de Enfermagem dos ambulatórios de Quimioterapia e Radioterapia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Título de enfermeira especialista em Oncologia pelo SBEO. Membro fundador da ABRENFOH. Bruna Fabiane de Souza Enfermeira Líder do Centro de Oncologia BP Mirante da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Graduada em Enfermagem na Universidade Nove de Julho. Pós Graduada em Enfermagem Oncológica na Universidade Nove de Julho. Bruna Tirapelli Enfermeira especialista em Oncologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Ciências da Saúde pelo Departamento de Hematologia (UNIFESP). Proficiência técnica em Hematologia e Hemoterapia pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH). Membro fundador da ABRENFOH. Camila Lucena Motta Enfermeira Navegadora do Transplante de Medula Óssea da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Enfermagem Oncológica (SBEO). E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Camila Rodrigues Lopes Supervisora da Farmácia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em Farmácia Hospitalar Oncológica pela Fundação Antonio Carlos Prudente, Pesquisa Clínica pela Invitare. carla Mazucco Enfermeira sanitarista especialista em Economia e Gestão pela Universidade de São Paulo (USP). Gerente de Acesso Privado da Astellas Farma Brasil. Membro fundador da ABRENFOH. Carolina Moraes Tsuchida Enfermeira do Serviço de Cuidados Paliativos e Suporte ao Paciente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein. Cláudia Patrícia Vilar de Godoy Enfermeira Navegadora do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Pós Graduação em Oncologia pela Faculdade do Hospital Albert. Danielle Thaise Ambrósio Enfermeira Clínica Especialista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em Oncologia e Tratamento Antineoplásico pela UNICAMP. Graduada em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo. Fabiana Tomie Becker chino dos Santos Enfermeira, mestranda em Ensino em Ciências da Saúde pela UNIFESP, assessora científica na Grunenthal do Brasil. Especialista em Auditoria de Enfermagem, com formação avançada em Cuidados Paliativos pelo Insituto Pallium Latino America, com certificação conjunta pela Universidad San Salvador (ARG) e Oxford University (UK). Docente dos cursos de pós‐graduação do Hospital Israelita Albert Einstein. Experiência em implantar serviços de Cuidados Paliativos no ICESP, Hospice Francesco Leonardo Beira e Hospital São José. Coordenadora do Comitê de Enfermagem da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Fernanda Cristina Marin Enfermeira oncologista no Centro Oncológico do Hospital BP mirante da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Membro do grupo de pesquisa NEPAL da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Doutoranda pelo Programa Interunidades de Doutoramento da EEUSP. Fumiko Takahashi Ito Farmacêutica clínica do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Especialista em Farmácia Oncológica pela Sociedade Brasileira de E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Farmacêutica em Oncologia. Docente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e Instituto Racine de Ensino. Gabriela Bizarro Enfermeira Líder do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, especialista em enfermagem em oncologia e células hematopoiéticas pelo IPEESP, cursando Gestão e Liderança em Enfermagem pelo Centro Universitário São Camilo. Gabriela Cristina Leite Enfermeira Clínica na Oncologia D’or (Clínica Onco Star). Mestra em Ciências da área de Oncologia pela Fundação Antônio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Especialista em Enfermagem Oncológica pela Fundação Antônio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Gislene Padilha dos Santos Enfermeira de Práticas Avançada da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialização em Enfermagem Oncológica pela Faculdade de Medicina do ABC, SP. Guilherme Munhoz correia e Silva Especialista em oncologia clínica pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa. Especialista em farmácia oncológica pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em oncologia. Pós‐graduado em farmácia hospitalar pela faculdade Oswaldo Cruz. Pós‐graduado em uma farmácia hospitalar pelo Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo. Katia Cristina Trigo Martiniano Supervisora de Enfermagem do Setor de Radioterapia/Hemodinâmica do A.C.Camargo Cancer Center. Especialista em Oncologia pela Fundação Antonio Prudente. Especialista em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda em Ciências da Saúde pela Fundação Antonio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Katia Mayumi Okabayashi Furuno Enfermeira Clínica Especialista em Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em Oncologia pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Lorena Hayashi Enfermeira líder do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Formada pela Universidade São Camilo. Especialista em oncologia pela Universidade Nove de Julho e em Práticas de Promoção da Saúde pela Universidade de São Paulo (USP). Cursando MBA em Gestão de Saúde pela Universidade São Camilo São Paulo. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Luciana Lopes Manfredini Enfermeira do Centro de Oncologia Dayan-Daycoval do Hospital Israelita Albert Einstein. Especialista em Oncologia (modalidade residência) pelo Hospital de Câncer de Barretos e em Urgência e Emergência pela Universidade Nove de Julho. Mestre em Oncologia pelo Hospital de Câncer de Barretos. Doutoranda em Ciências da Saúde pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. Maria Inês Rodrigues Gato Supervisora da Farmácia de Oncologia do Americas Centro de Oncologia Integrado do Hospital Paulistano. Especialista em Farmácia Clínica. Título de farmacêutica especialista em Oncologia pelaSociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO). Editora do MOC‐Drogas. Mariane Cury Del Bon Coordenadora das Unidades de Internação da Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Pós‐graduação em Auditoria de Contas Médicas pela UNIBAN, pós‐graduação em Administração Hospitalar pela UNAERP. Licenciatura em enfermagem pela Universidade de São Paulo. Patricia do Carmo Della Vechia Enfermeira especialista em enfermagem Oncológica pela Fundação Antonio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Coordenadora Assistencial e de Enfermagem da Unidade Perdizes – Higienópolis do HIAE – Hospital Israelita Albert Einstein. Patrícia Molina Professora/tutora na UNIFAVIP. Enfermeira especialista em Oncologia graduada pela Universidade de São Paulo (USP). Pós‐graduada em Gestão de Serviços de Saúde e Pós‐graduada em Hospitalidade em Serviços de Saúde pelo Centro Universitário SENAC de São Paulo. Paula Magalhães Silva Enfermeira Oncologista do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Pós‐graduada em Enfermagem Oncológica pela fundação Antonio Prudente (A.C.Camargo Cancer Center). Rafael Duarte Paes Farmacêutico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Especialista em oncologia pelo Hospital Albert Einstein e Membro da Comissão de Educação da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO). E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Sabrina Rosa de Lima Matos Enfermeira do Departamento de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein. Especialista em Enfermagem Oncológica, mestre em Enfermagem pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein. Suely Goto Graduação em Enfermagem Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Especialização em Avaliação e Tratamento Multidisciplinar de Dor Crônica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOT – HCFMUSP). Aperfeiçoamento no Cuidado do Paciente com Dor – Hospital Sírio Libânes/SP. Pós‐graduada em Gestão de Serviços de Saúde pelo Centro Universitário SENAC de São Paulo. Tamara Otsuru Augustinho Teixeira Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialização em Oncologia pelo Instituto de Pesquisa e Educação em Saúde de São Paulo (IPESSP). MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Diretora Institucional e Membro fundador da ABRENFOH. Coordenadora de Navegação de Pacientes do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Valéria Armentano dos Santos Coordenadora de Farmácia do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Veronica Paula Torel de Moura Enfermeira de Práticas Avançadas em Oncologia da BP ‐ A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pós‐graduada em Enfermagem Oncológica na Unifesp. Membro fundador da ABRENFOH. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. PREFÁCIO É com imensa satisfação que apresentamos a segunda edição do MOC-Enfermagem, mais um fruto da família MOC. Nesta edição, contamos com a participação de enfermeiros oncológicos com vasta experiência e que atuam em instituições de grande relevância para a oncologia no Brasil. Além disso, experientes farmacêuticos contribuíram apresentando agentes oncológicos diversos, muitos dos quais recém‐aprovados no país. Neste manual foram concentrados, de forma clara, objetiva e de fácil leitura, temas de relevância para o profissional enfermeiro que atua em serviços de oncologia, em especial nas centrais de infusão de antineoplásicos. Entre diversos outros temas, abordamos as questões de biossegurança nas unidades de preparo e infusão de antineoplásicos, assim como sua administração segura, protocolos de cuidados em cada via de administração, melhores práticas no tratamento das toxicidades causadas pela terapia antineoplásica e uma interessante abordagem sobre imunoterapia no câncer. Esperamos que o conteúdo deste manual seja valioso para os profissionais de saúde que atuam no cuidado ao paciente oncológico – em especial os enfermeiros oncologistas – e que contribua para sua prática diária, servindo de base para a tomada de decisões de forma segura e assertiva. Os editores E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. SuMáRIo I Gerenciamento de risco, 1 1. Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos, 2 2. Biossegurança na administração de antineoplásicos, 8 II Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos parenterais, 13 3. Cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos, 14 4. Cuidados na administração de antineoplásicos subcutâneos, 20 5. Cuidados na administração de antineoplásicos intramusculares, 25 6. Cuidados na administração de antineoplásicos intratecais, 29 7. Cuidados na administração de antineoplásicos intraperitoneais, 35 8. Cuidados na administração de antineoplásicos intra-arteriais, 39 9. Cuidados na administração de antineoplásicos intravesicais, 43 III Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos orais, 47 10. Cuidados na manipulação e dispensação de drogas oncológicas orais, 48 11. Acompanhamento da adesão à terapia antineoplásica oral, 58 IV cuidados específicos na administração de drogas oncológicas e medicamentos de suporte,65 12. Cuidados de enfermagem na administração de medicações de suporte, 66 13. Cuidados de enfermagem na terapia por hipodermóclise, 74 V Prática segura na administração de antineoplásicos, 81 14. Prevenção e tratamento de extravasamento de drogas antineoplásicas, 82 15. Ordem de infusão de antineoplásicos em protocolos oncológicos, 87 VI Manejo das toxicidades induzidas pelos agentes antineoplásicos, 93 16. Toxicidade pulmonar, 94 17. Toxicidade neurológica, 99 18. Toxicidade cardiovascular, 106 19. Toxicidade gastrintestinal, 116 20. Toxicidade geniturinária, 128 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. 21. Toxicidade metabólica, 138 22. Toxicidade endócrina, 145 23. Toxicidade dermatológica, 152 24. Toxicidade hematológica, 163 VII Assistência de enfermagem em imunoterapia, 171 25. Farmacologia e cuidados na administração, 172 26, Inibidores de checkpoint imunológicos no câncer, 189 VIII Reações infusionais agudas, 197 27. Manejo das reações infusionais agudas, 198 IX Emergências oncológicas, 207 28. Emergências oncológicas, 208 X Assistência de enfermagem em radioterapia, 219 29. Estruturação de um serviço de radioterapia, 220 30. Radioterapia – modalidades de tratamento e cuidados de enfermagem, 225 31. Radioterapia intraoperatória, 233 32. Braquiterapia – cuidados de enfermagem, 237 I GerencIamento de rIsco 1. Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos, 2 2. Biossegurança na administração de antineoplásicos, 8 [retornar ao Sumário] 2 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. 1 Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos Valéria Armentano dos Santos e Camila Rodrigues Lopes coNSIDERAÇÕES GERAIS Introdução. A biossegurança no processo de preparo dos medicamentos antineoplásicos consiste num conjunto de ações voltadas à proteção do trabalhador, do meio ambiente e do paciente. Grande parte dos medicamentos utilizados na terapia antineoplásica apresenta uma ou mais características tóxicas em seres humanos ou animais, como a carcinogenicidade, teratogenicidade, toxicidade reprodutiva, toxicidade para órgãos em doses baixas, genotoxicidade e perfil e estrutura semelhantes a drogas tóxicas. Algumas recomendações serão abordadas neste capítulo, visando minimizar os riscos de exposição e aumentar a segurança ocupacional e ambiental. Meios de contaminação. Inalação do pó ou de aerossóis, contato com a pele, ingestão e punção acidental. A contaminação pode ocorrer em diversas fases da manipulação, como na reconstituição dos frascos, aspiração do conteúdo, introdução e retirada da agulha do frasco, expulsão do ar da seringa para ajuste de volume, transferência do conteúdo para as bolsas, quebra de ampolas, problemas na conexão dos equipos, perfuração de bolsas, maceração de comprimidos, higienização dos frascos, entre outras. Atividades de suporte à manipulação também podem oferecer riscos, como transporte dentro da área, armazenamento, estocagem e descarte de resíduos. Proteção. A legislação vigente no país e os manuais de segurança internacionais determinam e orientam uma série de medidas protetivas. A manipulação dos medicamentos antineoplásicos de risco deve ser realizada em Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe IIB2, com exaustão total. Esse equipamento precisa ser validado periodicamente, a cada 3 ou 6 meses, por área competente, como Engenharia Clínica e/ou Manutenção. Chuveiro de emergência e lava olhos devem estar próximos da área de manipulação. Durante a manipulação são imprescindíveis Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tais como avental ou macacão estéreis e impermeáveis, com mangas longas, punhos ajustáveis, com baixa emissão de partículas, fechado na frente, dois pares de luvas estéreis, máscara descartável com referência PFF2/N95, capuz estéril e impermeável ou gorro descartável, bota impermeável antiderrapante ou pró‐pé descartável. Quando reutilizável, a paramentação pode ser guardada, em local separado, até ser lavada por processo exclusivo. [retornar ao Sumário] Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos | 3 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Infraestrutura. As salas de manipulação, limpeza/desinfecção e antecâmaras devem atender à legislação e às normas vigentes de sala limpa ou classificada, ou seja, salas com controle de contaminação de partículas viáveis e não viáveis. Os projetos de sala limpa devem minimizar a introdução, geração e retenção dos contaminantes em seu interior, além de controlar parâmetros de temperatura, pressão e umidade. Para as boas práticas de manipulação são necessários outros ambientes, tais como área administrativa, vestiário de barreira dupla, antecâmara de saída da sala de manipulação, estoque, almoxarifado, depósito de material e limpeza, área para a guarda temporária de resíduos contaminados. Armazenamento. É necessário destinar uma área específica para o armazenamento dos medicamentos antineoplásicos, com a finalidade de restringir o acesso ao pessoal autorizado. Recomenda‐se que os medicamentos sejam protegidos contra quedas acidentais, sendo armazenados em recipientes/caixas com bordas altas sobre prateleiras com barreiras de contenção. É uma boa prática armazenar os medicamentos numa altura confortável, na altura dos olhos, evitando locais de difícil acesso, como no alto ou muito embaixo, a fim de evitar acidentes no momento da separação e/ou reposição do estoque. Vários critérios de armazenamento podem ser adotados, como o uso de gavetas, armários eletrônicos, ordem alfabética, etiquetas e/ou prateleiras coloridas, entre outros, desde que sejam resguardados os cuidados necessários. Classificação das salas. A sala de limpeza/desinfecção deve ser contígua à de manipulação, comunicar‐se através de caixas de passagem com sistema de intertravamento e ainda ser ISO classe 8 (ter no máximo 100.000 partículas/pé cúbico de ar). A sala de manipulação precisa ser ISO classe 7 (máximo de 10.000 partículas/pé cúbico de ar) e ter pressão diferencial negativa com relação às áreas adjacentes. Não pode haver pia nem ralo. Preparo de medicamentos antineoplásicos. Compreende a verificação farmacêutica da prescrição médica e a manipulação do medicamento por meio de processos farmacotécnicos variados, como reconstituição do pó liofilizado, aspiração da dose prescrita, transferência do conteúdo para bolsa de infusão, fracionamentode substâncias ou produtos industrializados, envase e rotulagem. Verificação da prescrição médica. A avaliação farmacêutica das prescrições deve ser realizada antes da manipulação, verificando‐se a pertinência dos medicamentos aos protocolos prescritos, parâmetros de liberação informados pelo médico, peso e altura do paciente e sua respectiva superfície corpórea, dose, medicamentos de suporte para prevenção de náuseas, vômitos e reações alérgicas, diluição, incompatibilidades, tempo de infusão, via de administração e alergia. 4 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Manipulação. Para garantir a qualidade e a conservação das preparações, recomenda‐se a criação de uma ferramenta de consulta das reconstituições, diluições, concentrações ideais, padrão de dispensação para a enfermagem, estabilidade, densidade, incompatibilidade ou qualquer outra informação importante, todas baseadas em fontes fidedignas. Essa ferramenta pode ser uma tabela e/ou um cadastro em sistema informatizado seguindo as recomendações dos fabricantes, como bulas, monografias ou consultas técnicas, bases de dados eletrônicas, como o Micromedex e o LexiComp, e livros de consulta rápida, como o Drug Information Hand Book for Oncology, da LexiComp. A padronização facilita o treinamento da equipe de manipulação e a criação de procedimentos operacionais. Durante o processo de manipulação, devem ser realizadas algumas técnicas de biossegurança, como fricção da tampa de borracha do frasco com gaze e álcool 70° ou outra solução saneante, utilização de seringas com terminação luerlock, inserção lenta dos diluentes pelas paredes do frasco, retirada de quantidade de ar suficiente para criar uma pressão negativa dentro do frasco antes da retirada da agulha, evitando‐se assim formação de aerossóis e respingos. Deve‐se ter cuidado ao expulsar o ar da seringa na aferição do volume exato do medicamento, podendo ser utilizada uma ampola vazia como proteção. Esse processo pode contaminar a CSB e aumentar o risco de acidentes punctórios. Nota. Como proteção adicional, dispositivos fechados de segurança podem ser utilizados na manipulação dos medicamentos de risco a fim de minimizar a formação de aerossóis e respingos, ocorrência de acidentes punctórios e derramamentos. Os dispositivos são conectados nos frascos, ampolas e equipos por meio de conectores específicos, promovendo barreira mecânica e evitando vazamentos. Eliminam o uso de agulhas, que são substituídas por adaptadores conectados às seringas luerlock. Outro controle que pode ser adotado para aumentar a segurança do processo de manipulação é o controle gravimétrico (pesagem), em que o peso do volume aspirado dos frascos fica registrado, possibilitando uma conferência adicional, em qualquer etapa das barreiras de segurança. Por exemplo, para manipular 40 mg de cisplatina mais 500 mL de soro fisiológico 0,9%, seria necessário pesar a bolsa de infusão sem a droga, dar o comando de imprimir, tarar a balança, aspirar 40 mL de cisplatina e inserir na bolsa e dar o comando de imprimir novamente; assim ficariam registradas as informações do peso da bolsa sem droga, peso da droga (40 g) e peso do volume final. O peso final impresso permite que outro profissional realize a conferência de peso × volume. Rotulagem. O rótulo da terapia antineoplásica precisa conter todas as informações necessárias aos processos seguintes à manipulação, como o nome completo do paciente e outro identificador forte (p. ex.: número do prontuário, data de nascimento), nome dos medicamentos, soluções de infusão utilizadas e seus volumes, volume final, tempo de Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos | 5 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. infusão, via de administração, estabilidade, condições de temperatura e armazenamento (p. ex.: temperatura ambiente, sob refrigeração, fotossensível), data, hora e responsável pela manipulação. Também podem ser utilizadas recomendações adicionais, como rótulos de cor diferente dos demais medicamentos, alertas coloridos de sinalização de condições de armazenamento (p. ex.: manter sob refrigeração, medicamento de risco), potencial vesicante e irritante e outras situações que requeiram atenção. Manipulações especiais. Algumas manipulações requerem cuidados especiais, como os medicamentos por via intratecal, infusores portáteis, bacilo Calmette‐Guérin (BCG), medicamentos orais que necessitam de maceração e diluição. Recomendação. Medicamento por via intratecal: não utilizar sobras devido a risco de contaminação microbiológica, e escolher um método de dispensação diferenciado dos demais medicamentos, como caixas lacradas ou etiquetas coloridas, dando ênfase à via intratecal. Bomba de infusão portátil: devido ao risco de erro no cálculo das doses e no tempo de infusão, recomenda‐se que seja criado um checklist multiprofissional, reforçando cada etapa do processo, do preparo à administração. BCG: deve ser manipulada em CSB, seguindo as recomendações do fabricante, tendo‐se o cuidado de retirar o que estiver dentro da CSB antes da manipulação e realizar uma limpeza com solução saneante após a manipulação. A paramentação e as luvas devem ser descartadas após o processo. Medicamentos orais que necessitam de diluição: sempre que possível, recomenda‐se entrar em contato com o médico responsável pela prescrição para tentativa de troca da via de administração e evitar a maceração dos comprimidos e/ou abertura das cápsulas por favorecer a exposição ocupacional. Na impossibilidade de troca, a manipulação deverá ser realizada em CSB. Procedimentos técnicos devem ser criados para minimizar o risco de contaminação cruzada e dispersão de pó dentro da CSB. Recomenda‐se a dispensação das preparações líquidas orais em seringas orais (p. ex.: OralPack), identificadas como via oral, via sonda etc. Evitar o uso de seringas luerlock ou de uso parenteral, com o intuito de prevenir a administração parenteral acidental. Dispensação. É necessário estabelecer um padrão de dispensação com a equipe de enfermagem, definindo equipos, conectores, volume e identificações que atendam às necessidades de uma administração segura. A dispensação deve garantir a segurança, qualidade, acondicionamento, transporte e eficiência nas informações necessárias para o uso correto do medicamento e a segurança do paciente. 6 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu lare s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Medicamentos orais. Com a Resolução Normativa DC/ANS nº 387/15, que determina a distribuição pelas operadoras de medicamentos antineoplásicos orais e grupos de medicamentos de uso domiciliar para tratar os efeitos colaterais, é de extrema importância a orientação ao paciente e cuidadores quanto a posologia, armazenamento, interações medicamentosas, reações e manejo do medicamento em uso domiciliar. Manejo de resíduos. O farmacêutico deve elaborar procedimentos operacionais‐padrão que determinem o fluxo de trabalho na execução das atividades de armazenamento, manipulação, transporte e possíveis acidentes com medicamentos antineoplásicos. Transporte. Todo transporte de medicamentos antineoplásicos deve garantir a estabilidade físico‐química dos medicamentos e reduzir a contaminação ambiental em caso de acidentes. O transporte deve ser realizado em recipientes isotérmicos exclusivos que os protejam das variações de temperatura e da incidência da luz solar direta. Os recipientes de transporte deverão conter um kit de derramamento para ser utilizado em caso de acidente. Kit de derramamento. Consiste num conjunto de itens necessários à proteção do trabalhador e do ambiente, nos casos de acidentes com derramamento de medicamentos antineoplásicos. O kit de derramamento deve estar disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte, contendo no mínimo: um capote ou avental impermeável descartável, um par de óculos de proteção, uma touca descartável, um par de pró‐pés impermeáveis descartáveis, um respirador para agentes classe PFF2, dois pares de luvas de procedimentos, compressas absorventes, sabão líquido neutro, sacos plásticos identificados com o símbolo de resíduo tóxico, descrição do procedimento e formulário para registro do acidente. O kit pode ser incrementado com outros itens que facilitem a limpeza local, como escova pequena e pá plástica descartáveis para juntar os resíduos tóxicos, frasco de água para injeção (250 mL) e frasco de NaCl 0,9% (250 mL). Recomendação. Como proceder se houver derramamento no ambiente: interromper imediatamente as atividades; isolar o local, evitando a circulação de pessoas; abrir o kit de derramamento e paramentar‐se com a máscara, dois pares de luvas, avental impermeável e óculos de proteção. Se o material derramado for líquido, deve‐se cobrir o local com as compressas absorventes com finalidade de absorver o líquido derramado. Se o material derramado for pó, cobrir o local com as compressas umedecidas em água para evitar uma maior dispersão do pó. Se houver fragmentos de vidro, estes deverão ser recolhidos com a pá e colocados em recipiente para perfurocortantes. Biossegurança no preparo e dispensação de antineoplásicos | 7 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. A área deve ser lavada cuidadosamente, com água e detergente, numa quantidade suficiente para limpar o local e não esparramar a contaminação, realizando‐se movimentos de fora para dentro. Todo o material utilizado na limpeza do local deve ser descartado no saco plástico do próprio kit, devendo ser lacrado e descartado em lixo próprio para resíduos tóxicos. Preencher o formulário de acidente. Recomenda‐se uma revisão periódica do kit de derramamento com a finalidade de controlar a validade dos itens e verificar se está completo. Revisar a cada 6 meses os componentes do kit, evitando que percam a validade. LITERATURA RECOMENDADA – ANS: Resolução Normativa (RN) nº 428, de 7 de Novembro de 2017. Atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999; fixa as diretrizes de atenção à saúde; e revoga as Resoluções Normativas – RN nº 387, de 28 de outubro de 2015, e RN nº 407, de 3 de junho de 2016. – ANVISA: Resolução RDC nº 220, de 21 de setembro de 2004. Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica. – ANVISA: Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. – DHHS (NIOSH): Publication Nº 2004-165 (Supersedes 2014-138). – DHHS (NIOSH): Publication Nº 2016-161 (Supersedes 2014-138). – Hosp Pharm 43:723, 2008. – MTE: Norma Regulamentadora nº 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. Portaria N° 485, de 11 de novembro de 2005. – SOBRAFO: I Consenso Brasileiro para Boas Práticas da Terapia Antineoplásica da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia de São Paulo - Seguimento Farma, 2014. http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2vPbeh2 http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2PRB8Ki http://bit.ly/2PRB8Ki http://bit.ly/2PRB8Ki http://bit.ly/2VvLohG http://bit.ly/2VTrXOX http://bit.ly/2VbbOA3 http://bit.ly/2DX9LK5 http://bit.ly/2DX9LK5 http://bit.ly/2DX9LK5 http://bit.ly/30gKmEW http://bit.ly/30gKmEW http://bit.ly/30gKmEW 8 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. 2 Biossegurança na administração de antineoplásicos Ana Claudia de Oliveira, Patrícia Molina e Suely Goto coNSIDERAÇÕES GERAIS Introdução. Os riscos ocupacionais envolvendo as propriedades citotóxicas da quimioterapia antineoplásica (QA) podem causar danos à saúde e às unidades operacionais, além de prejuízos financeiros. Têm origem nas atividades insalubres e perigosas, cuja natureza pode provocar efeitos adversos à saúde dos profissionais ao longo do tempo. A biossegurança constitui um conjunto de normas que visam, prioritariamente, à prevenção ou à minimização de riscos, por meio de decisões técnicas e administrativas para propor mudanças ou adequações. Meios de contaminação. Os riscos advindos da manipulação da QA podem ocorrer em qualquer momento durante o recebimento, armazenamento, manuseio, preparo, administração ou descarte. Envolvem a inalação de aerossóis, o contato direto da droga com a pele e mucosa, ingestão de alimentos contaminados por resíduos e por meio do manuseio das excretas dos pacientes submetidos ao tratamento. Proteção. A organização hospitalar com foco na segurança e saúde de seus profissionais deverá implantar definitivamente o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) em todas as suas áreas de atuação, considerando‐os como ferramentas úteis, que melhorarão constantemente o ambiente de trabalho aumentando a satisfação física e mental dos profissionais (NR‐9). A admissão de funcionários deve ser precedida de exames médicos, sendo obrigatória, também, a realização de avaliações periódicas,conforme estabelecido pela NR nº 7 do Ministério do Trabalho – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). De acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em estabelecimentos de saúde (NR 32), a instituição deve assegurar a capacitação contínua em biossegurança aos seus funcionários e disponibilizar um manual de procedimentos de quimioterapia (QT); disponibilizar o equipamento de proteção individual (EPI), que deve ser composto no mínimo de luvas de procedimentos, avental impermeável, máscara respiratória e óculos de proteção. É indispensável manter no serviço de terapia antineoplásica (STA) um kit de derramamento de acordo com a RDC nº 220/2004, o qual deve ser claramente identificado e estar disponível para as áreas de preparação, [retornar ao Sumário] Biossegurança na administração de antineoplásicos | 9 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. armazenamento, transporte e administração de antineoplásicos. As formas de descarte, os locais e o acondicionamento devem estar bem estabelecidos na instituição (RDC nº 33/2003, RDC 222/2018). Estrutura. O STA deve contar com um quadro de pessoal de enfermagem adequado em headcount e qualificado, que permita atender às Resoluções COFEN nº 0543/2017 – que revoga a 527/2016. Deve abranger, obrigatoriamente, as etapas de observação clínica e prescrição médica; avaliação da prescrição, preparação, controle de qualidade, conservação, transporte, administração e descarte. Os STAs devem contar com licença de funcionamento expedida pelo órgão sanitário competente; o responsável técnico (RT) do STA e todos os demais médicos devem ser habilitados em oncologia, com titulação reconhecida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM); nos STAs que atendem somente pacientes com doenças onco‐hematológicas, o RT e todos os demais médicos devem ser habilitados em hematologia, com titulação reconhecida pelo CRM; o farmacêutico com registro no Conselho Regional de Farmácia (CRF) deve ser o RT pela prática da preparação da QA, assim como o enfermeiro com registro no COREN deverá ser o RT do STA pela prática da administração, cumprindo as legislações pertinentes e vigentes. Todos os medicamentos, produtos farmacêuticos e produtos para a saúde utilizados pelos STAs devem ter registros ou autorização na ANVISA/MS e garantir as condições ideais de conservação, transporte, administração e descarte da QA. É de responsabilidade do STA capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, por meio de programas de educação continuada, devidamente registrados; estabelecer auditorias periódicas para a verificação do cumprimento das normas estabelecidas pelo STA com base no Regulamento Técnico. Verificação da prescrição médica. A avaliação das prescrições pelo enfermeiro especialista é uma parte importante na segurança do processo de administração e compõe o procedimento da dupla checagem da prescrição médica, sendo uma estratégia para minimizar erros assistenciais no preparo e na administração dos antineoplásicos (RDC nº 220/2004). Consiste em verificar a pertinência dos medicamentos aos protocolos prescritos, parâmetros de liberação informados pelo médico, peso e altura do paciente e sua respectiva superfície corpórea, dose, medicamentos de suporte para prevenção de náuseas, vômitos, prevenção de lesão de órgãos e reações alérgicas, diluição, incompatibilidades, tempo de infusão e via de administração. O sequenciamento do protocolo pode ser verificado ou definido pelo enfermeiro na análise da prescrição médica de acordo com o protocolo. Toda dupla checagem deve ocorrer antes do envio da prescrição médica para a farmácia, a qual deverá realizar a tripla checagem antes da manipulação da QA. 10 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Administração da quimioterapia antineoplásica (QA). Todos os procedimentos pertinentes à administração devem ser realizados de acordo com procedimentos operacionais escritos com base nos regulamentos vigentes. A atividade de administração é exclusiva do enfermeiro (RESOLUÇÃO COFEN Nº 0569/2018). Devem ser conferidas, antes da administração, a identificação do paciente e sua correspondência com a prescrição médica. O recebimento do antineoplásico proveniente da farmácia deve ocorrer munido da prescrição médica, sendo verificada a exatidão das informações do rótulo, realizada a inspeção visual para assegurar a integridade física da embalagem, bem como a ausência de perfurações e/ou vazamentos, partículas ou precipitações na solução. Os EPIs devem ser usados em todas as fases. Os protocolos de punção e extravasamento de drogas para o atendimento de acidentes devem estar escritos. É necessário haver a notificação de reação adversa e queixa técnica, sendo que as notificações de reações adversas devem ser encaminhadas também ao órgão sanitário competente, quando pertinente. Deve‐se realizar o registro sistematizado em prontuário da evolução dos pacientes submetidos à terapia antineoplásica. Nota. Como proteção adicional, dispositivos fechados de segurança podem ser utilizados no preparo e na administração dos antineoplásicos para minimizar os riscos de contaminação individual e ambiental. Os dispositivos são conectados nos frascos, bolsas de soro, equipo e acessos vasculares, promovendo barreira mecânica e evitando vazamentos. Eliminam o uso de agulhas, que são substituídas por adaptadores conectados às seringas luerlock. Manejo de resíduos. É indispensável elaborar procedimentos operacionais padrão que determinem o fluxo de trabalho na execução das atividades de armazenamento, manipulação, transporte e possíveis acidentes com QA. É imprescindível e obrigatório manter no STA um kit de derramamento, o qual deve ser identificado e estar disponível para as áreas de preparação, armazenamento, administração e transporte, sendo composto, no mínimo, de luvas de procedimentos, avental impermeável, compressas absorventes, proteção respiratória, proteção ocular, sabão e recipiente identificado para recolhimento dos resíduos de acordo com RDC/ANVISA nº 33/2003. Deve haver normas e rotinas escritas, revisadas anualmente, para a utilização de EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). Em acidente pessoal, quando da contaminação do vestuário, pele e olhos, devem‐se remover imediatamente o vestuário e lavar porções corporais afetadas com água e sabão; quando da contaminação dos olhos ou outras mucosas, lavar com água ou solução isotônica em abundância, providenciar acompanhamento médico e registro do acidente. Em acidente envolvendo o ambiente, antes de qualquer procedimento de descontaminação deve haver paramentação adequada; quando da contaminação de pequeno porte, os pós devem ser recolhidos com compressa absorvente umedecida, os líquidos devem ser recolhidos com compressas absorventes secas e toda a área deve Biossegurança na administração de antineoplásicos| 11 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. ser limpa com água e sabão. Quando da contaminação de grande porte, deve ser limitada a área do derramamento com compressas absorventes, identificando‐a e restringindo o acesso a ela. Quando da existência de fragmentos, estes devem ser recolhidos e descartados conforme RDC/ANVISA nº 33/2003. Quanto aos cuidados com excretas e fluidos corpóreos do paciente que recebeu QA nas últimas 48 h, a equipe assistencial deverá utilizar aventais e luvas de látex descartáveis. oRIENTAÇÃo DE ALTA É importante o paciente em TA receber informações, escritas e verbais, completas e necessárias para assegurar a continuidade da assistência em âmbito hospitalar ou domiciliar. Informativo sobre câncer, QA, cateteres centrais, cuidados específicos com a terapêutica, alimentação, medicação de suporte, dinâmica de atendimento do setor, direitos e deveres legais do paciente devem ser claros e precisos aos pacientes e familiares. É importante também preparar o paciente e a família para o manuseio de QA oral, armazenamento, administração, interações medicamentosas e descarte. Cuidados com os cateteres centrais, prevenção de infecção com a higienização das mãos, cuidados com a pele e mucosas, bem como com o manuseio de excretas devem constar no plano educacional. LITERATURA RECOMENDADA – ANVISA: Resolução RDC nº 220, de 21 de setembro de 2004. Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica. – ANVISA: Resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. – ANVISA: Resolução RDC nº 33, de 19 de abril de 2000. Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Preparação de Medicamentos em farmácias e seus anexos. – ANVISA: Resolução RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003. Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. – ANVISA: Resolução RDC nº 45, de 12 de março de 2003. Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde. – ANVISA: Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2VRlmEN http://bit.ly/2Jp0sGu http://bit.ly/2Jp0sGu http://bit.ly/2Jp0sGu http://bit.ly/2Yl0NhM http://bit.ly/2Yl0NhM http://bit.ly/2Yl0NhM http://bit.ly/304U0dL http://bit.ly/304U0dL http://bit.ly/304U0dL http://bit.ly/2V8iBKU http://bit.ly/2V8iBKU http://bit.ly/2V8iBKU http://bit.ly/2HavCQb http://bit.ly/2HavCQb http://bit.ly/2HavCQb http://bit.ly/2HavCQb 12 | Gerenciamento de risco E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. – CFF: Resolução nº 288, de 21 de março de 1996. Dispõe sobre a competência legal para o exercício da preparação de drogas antineoplásicas pelo farmacêutico. – COFEN: Recomendações sobre a segurança do manuseio e preparo de drogas citostáticas pela equipe de enfermagem – Bol. COFEN - fotocópia: s.n.t. p. 19-22, 1995. – COFEN: Resolução nº 569, de 19 de fevereiro de 2018. Regulamento Técnico da Atuação dos Profissionais de Enfermagem em Quimioterapia Antineoplásica. – COFEN: Resolução nº 146, de 1º de junho de 1992. Normatiza em âmbito Nacional a obrigatoriedade de haver Enfermeiro em todas as unidades de serviço onde são desenvolvidas. – COFEN: Resolução nº 210, de 1º de julho de 1998. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de Enfermagem que trabalham com quimioterápico antineoplásicos. – COFEN: Resolução nº 257 de 12 de julho de 2001. Acrescenta dispositivo ao Regulamento aprovado pela Resolução COFEN Nº 210/98, facultando ao Enfermeiro o preparo de drogas Quimioterápicas Antineoplásicas. – Int Arch Occup Environ Health 86:47, 2013. – J Occup Environ Med 56:901, 2014. – Ministério da Saúde: Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. – Ministério da Saúde: Portaria nº 3.535, de 2 de setembro de 1998. Estabelece critérios para cadastramento de centros de atendimento em oncologia. – Ministério da Saúde: Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). – Ministério do Trabalho: Portaria SSST nº 8, de 08 de maio de 1996. Norma Regulamentadora NR-7-Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional-PCMSO. – OSHA Technical Manual: section VI, chapter 2. Controlling Occupational Exposure To Hazardous Drugs. – Revista Brasileira de Cancerologia 60:247, 2014. – Revista Brasileira de Cancerologia 62:137, 2016. – Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde: Portaria nº 500, de 9 de outubro de 1997. Regulamentos Técnicos sobre Soluções Parenterais de Grande Volume. http://bit.ly/2PXHFDp http://bit.ly/2PXHFDp http://bit.ly/2PXHFDp http://bit.ly/2Wz9Afo http://bit.ly/2Wz9Afo http://bit.ly/2Wz9Afo http://bit.ly/2VSQ3cK http://bit.ly/2VSQ3cK http://bit.ly/2VSQ3cK http://bit.ly/2VS45ex http://bit.ly/2VS45ex http://bit.ly/2VS45ex http://bit.ly/2H9nkqP http://bit.ly/2H9nkqP http://bit.ly/2H9nkqP http://bit.ly/2H9nkqP http://bit.ly/2JbDinK http://bit.ly/303IPC1 http://bit.ly/2Hcu1YV http://bit.ly/2Hcu1YV http://bit.ly/2vKeyu2 http://bit.ly/2vKeyu2 http://bit.ly/2vKeyu2 http://bit.ly/2VoSaFS http://bit.ly/2VoSaFS http://bit.ly/2DZygGN http://bit.ly/2DZygGN http://bit.ly/2DZygGN http://bit.ly/2VWgCO9 http://bit.ly/2VWgCO9 http://bit.ly/2HaynB5 http://bit.ly/2Vo1FFb http://bit.ly/2vKgXoy http://bit.ly/2vKgXoy http://bit.ly/2vKgXoy II assIstêncIa de enfermaGem na admInIstração de antIneoplásIcos parenteraIs 3. Cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos, 14 4. Cuidados na administração de antineoplásicos subcutâneos, 20 5. Cuidados na administração de antineoplásicos intramusculares, 25 6. Cuidados na administração de antineoplásicos intratecais, 29 7. Cuidados na administração de antineoplásicos intraperitoneais, 35 8. Cuidados na administração de antineoplásicos intra‐arteriais, 39 9. Cuidados na administração de antineoplásicos intravesicais, 43 [retornar ao Sumário] 14 | Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos parenterais E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. 3 cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos Andreia Oliveira da Silva Meira e Katia Mayumi Okabayashi coNSIDERAÇÕES GERAIS Definição.Administração de agentes antineoplásicos diretamente na corrente sanguínea, por meio de cateteres venosos periféricos ou centrais. PRINcIPAIS FoRMAS DE ADMINISTRAÇÃo – Cateter periférico (não agulhados com dispositivo passivo de segurança: Insyte®, Íntima®, Jelco®). – Cateter central de inserção periférica (PICC). – Cateter central totalmente implantado (Port‐a‐cath®). – Cateter central parcialmente implantado (Hickman®, Permicath®). Vantagens da via endovenosa. Permite a administração em bolus, por gotejamento e por infusão contínua; é a mais segura no que se refere ao nível sérico do fármaco e sua absorção. Desvantagens da via endovenosa. Necessidade de profissional treinado e com habilidade técnica; invasiva; pode causar dor; maior risco de complicações, tais como flebite, urticária, hiperpigmentação da pele e o extravasamento, que pode ocasionar necrose tecidual; risco de infecção de corrente sanguínea e de outras complicações decorrentes do uso de cateter venoso central ou periférico, como a trombose. DEScRIÇÃo Do PRocEDIMENTo – EV Cuidados na pré-administração – Orientar o paciente quanto ao risco de extravasamento, flebite, infiltração, hipersensibilidade, aos sinais e sintomas precoces e tardios, estimulando‐o a informar qualquer alteração de sensibilidade local à equipe de enfermagem. – Proceder à técnica de punção central ou periférica de acordo com a padronização da instituição. – Para a escolha da veia periférica a ser puncionada, optar pelas veias mais calibrosas, menos tortuosas e móveis, distantes das articulações. [retornar ao Sumário] Cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos | 15 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. – Não realizar a punção periférica em membros com restrição; em veias rígidas, endurecidas, com alterações de cor e/ou doloridas. – Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do dispositivo venoso. EXEcuÇÃo DA ADMINISTRAÇÃo Do ANTINEoPLáSIco – Após paramentar‐se, realizar a desinfecção do conector de sistema fechado com a lâmina embebida em álcool a 70%, com movimentos circulares e firmes (5 segundos); conectar a seringa preenchida com soro fisiológico 0,9% 10 mL e certificar‐se do bom refluxo e fluxo do acesso venoso (cateter periférico ou central) antes de aplicar cada medicação e/ou antineoplásico. – Instalar o antineoplásico de acordo com a forma de administração e o tempo de infusão (não administrar dois antineoplásicos concomitantemente). – Checar a prescrição médica com o horário de início e sigla referente ao nome (rotina da instituição). – Interromper a infusão se houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do retorno venoso ou dor no local da punção. – Monitorar a infusão a cada 15 min até o término. No caso de reação à droga, suspender a infusão (ver capítulo 27, Manejo das reações infusionais agudas). – Ao término, paramentar‐se novamente, usar gaze abaixo das conexões para desconectar o equipo do antineoplásico e proceder ao descarte em recipiente próprio; lavar o acesso periférico ou central com 10 mL de soro fisiológico 0,9% mantendo a pressão positiva (realizar a seguinte sequência: flushing, clamping e desconexão); realizar a manutenção de acordo com a rotina da instituição. – Na retirada do dispositivo, fazer compressão local por 3 min e colocar curativo tipo blood stop. PuNÇÃo DE cATETER ToTALMENTE IMPLANTáVEL Sugestão de técnica de punção Materiais – Agulha huber point com tamanho selecionado previamente. – Conector de sistema fechado. – Steri‐Strip® (fita microporosa estéril) e película transparente sem fenda (ex.: IV3000® 10 × 12 cm, OpisiteTM flexgrid®10 × 12 cm) na permanência do cateter puncionado. – 1 máscara descartável. 16 | Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos parenterais E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. – 1 pacote de gaze estéril. – 2 pares de luvas estéreis. – 1 seringa de 10 mL preenchida com 2 mL de SF 0,9%. – 2 seringas de 10 mL preenchidas com 10 mL de SF 0,9%. – 1 frasco de clorexidina alcoólica a 0,5%. – Lâminas de algodão ou gaze embebidas com álcool 70%. – Anestésico tópico se necessário. – Solução de heparina, 200 UI/2 mL, para heparinizar o cateter quando retirar a punção. – Sacos plásticos para lixo. Execução – Aplicar o anestésico tópico e deixar agir por 45 min (avaliar necessidade). – Avaliar profundidade do reservatório e escolher o tamanho da agulha. – Separar o material. – Realizar a desinfecção da mesa auxiliar com álcool 70%. – Colocar a máscara e lavar as mãos. – Abrir o pacote de gaze estéril e embeber as lâminas com clorexidina alcoólica 0,5%. – Calçar as luvas estéreis. – Realizar a antissepsia da pele com a gaze estéril embebida com clorexidina alcoólica 0,5%, iniciar do ponto a ser puncionado e ampliar com movimentos circulares cada vez mais amplos até uma área de aproximadamente 10 cm de diâmetro. Repetir pelo menos três vezes, sendo cada movimento com uma nova lâmina de gaze. – Pedir ao paciente que lateralize o rosto (lado oposto ao do cateter) e mantenha‐se sem falar para não contaminar a área com a respiração e gotículas de saliva. – Após a antissepsia da pele, manter a região protegida com uma lâmina de gaze estéril. – Retirar as luvas e lavar as mãos. – Abrir a embalagem da agulha huber point (outras agulhas danificam o silicone do cateter). – Adaptar o conector de sistema fechado. – Realizar desinfecção do conector com álcool 70%. Cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos | 17 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. – Adaptar a seringa de 10 mL com 2 mL de SF 0,9% e preencher o sistema. – Abrir o restante dos materiais: luva estéril; Steri‐Strip® e película (IV‐3000®; OpsiteTM flexgrid® 10 × 12 cm) no caso de o cateter permanecer puncionado. – Introduzir a agulha em ângulo reto, ultrapassar a resistência e tocar o fundo do reservatório. – Confirmar o posicionamento da agulha no reservatório, testando o retorno venoso, que deverá ser desprezado (aproximadamente 3 mL, se não houver coleta de sangue para exames). – Lavar o sistema com 20 mL de SF 0,9% para adultos; a infusão deve ser livre, fácil e indolor. – Fixar a agulha com Steri‐Strip®, sendo duas lâminas na vertical, duas na horizontal e uma na extensão do cateter. – Realizarcurativo com película transparente, independentemente do tempo que permanecerá puncionado. Outra opção é a técnica que utiliza um dispositivo pronto uso que combina princípio ativo e concentração ideal para realização de antissepsia através de um aplicador estéril (Chloraprep®), eliminando a utilização de luva estéril, gazes e pinças no primeiro momento de antissepsia. Nota. A manutenção do cateter totalmente implantável requer cuidados no que diz respeito a diminuir risco de obstrução e de infecção. Recomendamos algumas ações desenvolvidas em nosso serviço: – A troca da agulha e da película deve ser realizada em até 7 dias. – A troca do conector é realizada a cada 96 h. – Após administração de quaisquer medicamentos, a via deve ser irrigada com 10 mL de SF 0,9%; após refluxo ou coleta de sangue, administração de hemoderivados ou contraste, utilizar 20 mL de SF 0,9%. – Administrar heparina, 200 UI/2 mL para manutenção nos intervalos maiores que 12 h sem utilização da via ou a cada 7 dias para cateteres de PICC, Hickman® ou Permicath® e a cada 30 dias para cateter tipo Port‐a‐cath®. Para pacientes de risco alto para infecção de corrente sanguínea (hematológicos, oncológicos) existe o Curos™, que se trata de uma tampa protetora com álcool para desinfecção de conectores sem agulha. Ela deve ser utilizada após a administração de medicamentos, hemoderivados, contraste e realização de coleta, podendo ficar até 7 dias se não for utilizado. Uso único. 18 | Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos parenterais E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. AcESSo VENoSo PERIFéRIco Sugestão de técnica de punção Materiais – Dispositivo não agulhado (20 a 24 G). – Conector de sistema fechado. – Película transparente (ex.: Tegaderm® 7 × 7 cm). – Lâminas de gazes ou de algodão embebidas em álcool 70%. – 1 par de luvas de procedimento. – 2 seringas de 10 mL preenchidas com SF 0,9%. – Solução de heparina, 100 UI/mL se manutenção do acesso. – Sacos plásticos para lixo. Execução – Realizar a desinfecção da mesa auxiliar com álcool 70% para dispor todo o material. – Colocar a máscara e lavar as mãos. – Selecionar o local e a veia a ser puncionada. – Abrir a embalagem da agulha própria para a punção. – Abrir a embalagem do conector de sistema fechado. – Garrotear o membro a ser puncionado. – Realizar a antissepsia da pele com álcool 70% com movimentos circulares e amplos. – Se necessária a palpação da veia, realizar novamente a antissepsia da pele. – Puncionar a veia conforme técnica, mantendo o bisel da agulha voltado para cima (ângulo de 15°) no ato da punção; esticar a pele do braço para facilitar a penetração da agulha. – Realizar punção única, soltar o garrote e colocar o conector de sistema fechado imediatamente após a punção venosa. – Realizar a fixação adequada e estabilizar com película transparente. – Lavar o sistema com 20 mL de SF 0,9%. – A infusão deve ser livre, fácil e indolor. – Ao retirar o acesso, realizar compressão ativa por, pelo menos, 1 min. Atentar‐se para os pacientes em uso de anticoagulantes. Cuidados na administração de antineoplásicos endovenosos | 19 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. Nota. Recomendamos algumas ações para manutenção dos cateteres periféricos: – Troca de agulha em até 96 h. – Troca do conector e da película a cada punção ou a cada 96 h. – Após administração de quaisquer medicamentos, a via deve ser irrigada com 10 mL de SF 0,9% e, após refluxo ou coleta de sangue e administração de hemoderivados ou contraste, com 20 mL de SF 0,9%. – Administrar heparina, 100 UI/mL, 1 mL para manutenção da via nos intervalos maiores que 4 h sem utilização da via. LITERATURA RECOMENDADA – Journal of Infusion Nursing 39:15, 2016. – Portal de Periódicos da PUCRS 4:1, 2011. http://bit.ly/2vXamY5 http://bit.ly/2PUSx4S 20 | Assistência de enfermagem na administração de antineoplásicos parenterais E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do e im ag en s s em a p er m iss ão d os ti tu la re s d e se us d ire ito s a ut or ai s. 4 cuidados na administração de antineoplásicos subcutâneos Andreia Oliveira da Silva Meira e Paula Magalhães Silva coNSIDERAÇÕES GERAIS Definição. É a técnica utilizada para administrar um medicamento dentro do tecido conjuntivo, na hipoderme – isto é, abaixo da derme –, também conhecida como tecido subcutâneo. A via subcutânea tem uma absorção mais lenta. Algumas drogas exercem sua função de maneira mais eficiente quando liberadas lentamente na circulação. Dependendo da velocidade ideal de absorção, usa‐se a via subcutânea. Indicação. Para administração de medicações não irritantes e que necessitem de uma absorção mais rápida para a corrente sanguínea do que por via oral e mais lenta que a via muscular ou endovenosa. Contraindicações. Medicamentos irritantes e não registrados para essa via, locais com presença de hematomas, queimaduras, edema ou lesões de pele ou com evidência de infecções ou próximas ao local da aplicação. Principais drogas. Bleomicina, citarabina, cladribina, azacitidina, bortezomibe, asparaginase, mepessuccinato de omacetaxina, alentuzumabe, interferona, interleucina 2, alfapeguinterferona, eritropoietina, filgrastim, lenograstim, molgramostim, oprelvecina, pegfilgrastim, plerixafor, romiplostim, busserrelina, calcitonina, gosserrelina, octreotida, oprelvecina, leuprorrelina, leuprolida, degarelix, trastuzumabe, lipegfilgrastim e rituximabe. Vantagens. Assegura a distribuição lenta e constante da droga. Permite o implante de Pellets (microesferas que contém o princípio ativo dos medicamentos). Provoca pouco trauma tecidual. Há menor risco de atingir vasos sanguíneos e nervos. Desvantagens. Há restrição do uso de alguns fármacos. Não permite o uso de medicamentos irritantes e dos que necessitem de ação rápida. PROCEDIMENTO Materiais – Prescrição médica. – Bandeja. [retornar ao Sumário] Cuidados na administração de antineoplásicos subcutâneos | 21 E‐ BO O K M O C‐ EN FE RM AG EM (2 02 0) a da pt ad o pa ra d ist rib ui çã o ex cl us iv a da A ST EL LA S, li m ita da a 3 00 c óp ia s d ig ita is (P DF ). © 20 20 M O C – M an ua l d e O nc ol og ia C lín ic a do Br as il. To do s o s d ire ito s r es er va do s. P ro ib id a a re pr od uç ão o u di st rib ui çã o to ta l o u pa rc ia l d o co nt eú do
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