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Adaptações Cardiovasculares1

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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
PROF. ESP.: FRANCISCO MEDEIROS DE A. FILHO 
Adaptação e Ajustes 
Cardiovasculares Agudos e 
Crônicos ao Exercício 
Dinâmico e Resistido
SISTEMA CARDIOVASCULAR
 Principais Funções:
1. Integração do corpo como uma unidade; 
2. Fornecimento de uma corrente contínua de nutrientes e oxigênio;
3. Remoção dos subprodutos do metabolismo;
 “Unidade acoplada” ao sistema respiratório; 
(McArdle, Katch & katch, 2018) (Powers & Howley, 2017)
CORAÇÃO
 Constituído por músculo cardíaco 
(miocárdio);
 Possui contração rítmica, contínua, 
rápida e vigorosa;
 Composto por 4 “câmaras”, e dividido 
em duas bombas; 
(Powers & Howley, 2017)
FLUXO SANGUÍNEO & CIRCULAÇÃO
 As válvulas permitem um fluxo
unidirecional e impedem o fluxo
retrógrado;
 Circulação Pulmonar;
 Circulação Sistêmica;
(P
o
w
e
rs
&
 H
o
w
le
y,
 2
0
1
7
)
MIOCÁRDIO
 Demanda de 70 a 80% de O2 existente no sangue das coronárias;
 Aumento do fluxo durante a atividade é o mecanismo para aumentar o aporte de O2;
 Pode aumentar em até 4 vezes;
 FC principal responsável por suprir este músculo durante atividade física;
 Autorregulação – vasodilatação simpático-adrenorreceptora – dilatação das coronárias;
(McArdle, Katch & katch, 2018)
ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO
ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO
 Alterações elétricas e mecânicas
durante um batimento;
 Sístole e Diástole;
 Eventos elétricos e alterações
cardíacas podem ser medidos
através de ECG:
1. Onda P – despolarização atrial;
2. Complexo QRS – despolarização
ventricular e repolarização atrial;
3. Onda T – repolarização ventricular.
PRESSÃO ARTERIAL
 Regulada (resposta imediata) pelo sistema nervoso simpático;
 Força exercida pelo sangue sobre as paredes das vasculares; 
 Pressão Arterial Sistólica (PAS)
 Pressão Arterial Diastólica (PAD)
 Comprimento do vaso; Raio do vaso (vasoconstrição & vasodilatação); Viscosidade do 
sangue.
(Foss & Keteyian. 2010); (Kenney, Wilmore, Costill. 2013 ) 
PRESSÃO ARTERIAL
Aumento do Volume 
Sanguíneo
Aumento da 
Frequência Cardíaca
Aumento do Volume 
Sistólico
Aumento da 
Viscosidade do Sangue
Aumento da 
Resistência Periférica
AUMENTO 
DA PRESSÃO 
ARTERIAL
DESEMPENHO CARDÍACO
 Débito Cardíaco (Q): “O Débito Cardíaco se refere ao volume de sangue
bombeado pelo coração durante o período de 1 minuto. O valor máximo para o
Débito Cardíaco reflete a capacidade funcional do sistema cardiovascular de atender
as demandas da atividade física.”
 Marcador Cardiovascular do consumo de O2
1. Volume Sistólico (VS);
2. Frequência Cardíaca (FC); Q = FC X VS
(L/min) = (bpm) x (ml/min)
(M
cA
rd
le
, K
at
ch
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 k
at
ch
, 2
0
0
1
8
) 
(P
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w
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 H
o
w
le
y,
 2
0
1
7
)
DESEMPENHO CARDÍACO
1. VOLUME SISTÓLICO (VS): Quantidade de sangue bombeada pelo coração em
cada batimento cardíaco (golpe);
 Fração de Ejeção (FE): Proporção (%) de sangue bombeado no ventrículo esquerdo a
cada batimento;
FE%= VS/VDF x 100
VS= VDF -VSF
Indicador da capacidade de 
bombeamento
(Foss & Keteyian. 2010); (Kenney, Wilmore, Costill. 2013 ); (McArdle, Katch & katch, 2018)
(F
le
ck
&
 k
ra
e
m
e
r, 
2
0
1
6
)
LEI DE FRANK-STARLING
 A força de contração ventricular aumenta com a ampliação doVDF;
 Alongamento das fibras cardíacas melhorando a contração ventricular (+ força);
 Sofre influência direta da taxa de retorno venoso;
1. VENOCONSTRIÇÃO
2. BOMBA MUSCULAR
3. BOMBA RESPIRATÓRIA
(F
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ck
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 k
ra
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m
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r, 
2
0
1
6
)
DESEMPENHO CARDÍACO
2. FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC)
 Quantidade de batimentos por minuto;
 Sofre influência direta dos Sistema Nervosos Simpático e Parassimpático (vagal);
 Temperatura corporal como coadjuvante da elevação da FC;
 Variabilidade de Frequência Cardíaca (VFC) – “Onda R-R”;
 “Em condições de repouso, um ritmo de sinusal normal representa 60 a 100 ciclos
cardíacos por minuto. Uma frequência cardíaca inferior a 60 batimentos por minuto é
denominada bradicardia e uma frequência acima de 100 batimentos é denominada
taquicardia.” (Foss e Keteyian, 2010)
 Bradicardia fisiológica normal.
(M
cA
rd
le
, K
at
ch
&
 k
at
ch
, p
.3
4
1
, 2
0
0
3
)
RESPOSTAS AGUDAS CARDIOVASCULARES AO 
EXERCÍCIO
 Alterações Sistêmicas: Débito Cardíaco
1. VS (40% a 60% em indivíduos
destreinados ou com treinamento
moderado);
2. FC com aumentos de forma linear e
proporcional ao incremento da dose
do exercício;
Homens = 5L/min *
Mulheres= 4L/min
(McArdle, Katch & Katch, 2018) (Negão, Barreto & Rondon, 2019)
(F
le
ck
&
 k
ra
e
m
e
r, 
2
0
1
6
)
(POWERS, pg. 201. 2017)
2. Pressão Arterial;
PAS de 240 a 250 mmHg já foram
medidas em atletas normais,
saudáveis e altamente treinados
em intensidades máximas de
exercício aeróbio.
SNS – Catecolaminas –
Vasodilatação – Queda na 
RVP
(Kenney, Wilmore e Costill, 2013.) (Negrão, Barreto e Rondon, 2019)
(F
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ck
&
 k
ra
e
m
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r, 
2
0
1
6
)
200
150
120
100
70
PA mmHg
PAS
PAD
W
(Fleck & kraemer, 2016)
(N
e
gr
ão
, B
ar
re
to
 e
 R
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n
d
o
n
, 2
0
1
9
)
“The greatest peak pressures occurred during the double-leg press where the mean value
for the group was 320/250 mmHg, with pressuresin one subject exceeding 480/350 mmHg.
Peak pressures with the single-arm curl exercise reached a mean group value of 255,’ 190
mmHg when repetitions were continued to failure.”
DUPLO PRODUTO
 Aumento do trabalho relativo Cardíaco;
 Consumo de O2 pelo miocárdio;
 Fluxo sanguíneo coronariano;
DP = FC X PAS
(McArdle, Katch & katch, 2018)
DUPLO PRODUTO
REDISTRIBUIÇÃO DO FLUXO 
SANGUÍNEO
REDISTRIBUIÇÃO DO FLUXO 
SANGUÍNEO
(Fleck & kraemer, 2016)
RESPOSTAS CARDIOCIRCULATÓRIAS
 Influência emocional;
 Grupamentos musculares utilizados;
 Condições ambientais;
 Transição do Repouso para o exercício;
EXERCÍCIO INTERMITENTE E PROLONGADO
 Intermitente: Recuperação da FC e da PA dependem diretamente do nível de
condicionamento do indivíduo, das condições ambientais, da duração e da intensidade
do exercício;
 Prolongado:Aumento da FC, Manutenção do Q, Redução doVS;
MORTE SÚBITA CARDÍACA DURANTE O EXERCÍCIO
Prevalência varia de 0,28 a 1 por 100.000 atletas.
“Diferentes alterações estruturais e arritmogênicas são responsáveis pelos casos de parada cardíaca
súbita no atleta, no entanto, a mais frequente é a miocardiopatia hipertrófica, representando de 25 a
36% dos casos. O exercício vigoroso associado à cardiopatias ocultas parece ser o gatilho que
desencadeia a arritmia responsável pela parada cardiorrespiratória (PCR).”
(SBC, 2013)
MECANISMOS NEURAIS NA REGULAÇÃO 
CARDIOVASCULAR ANTES E DURANTE A ATIVIDADE
(McArdle, Katch & katch, 2018)
RESUMO DAS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES 
AGUDAS
ADAPTAÇÕES CRÔNICAS DO SISTEMA 
CARDIOVASCULAR AO EXERCÍCIO
 Alterações estruturais e funcionais causadas nos sistemas corporais a uma
“exposição” prolongada e repetida ao exercício físico; (ROBEGRS & ROBERTS, 2002)
 Sofre influência direta do tipo e da qualidade do treinamento;
 Influência genética na adaptação ao treinamento;
RESISTÊNCIA 
CARDIORRESPIRATÓRIA/
AERÓBIA
Melhora do 
Vo2máx
Liberação de O2 para os 
músculos durante exercícios 
de maiores duração
(Kenney, Wilmore, Costill. P. 250. 2013)
SISTEMA CARDIOVASCULAR
(RESPOSTAS CRÔNICAS)
 Aumento do ventrículo esquerdo;
 Hipertrofia do miocárdio;
 Aumento do volume cardíaco;
 Maior densidade capilar;
 Aumento doVolume Sistólico;
 Redução da frequência cardíaca de repouso;
(DANTAS, 2003.)
0 20 40 60 80 100 120 140
Remo
Futebol
Canoagem
Pólo Aquático
Esqui Cross Coutry
Pentatlo
Voleibol
Mergulho
Dados de uma avaliação transversal de atletas de elite. Dimensão Diastólica Final do 
Ventrículo Esquerdo e o índice de massa cardíaca.
Índice de massa do V.E. (g/m²)
(PELLICIA, et, al. 1991, apud ROBEGES e ROBERTS, 2002, p.157.)
HIPERTROFIA DO MIOCÁRDIO Aumento da massa e/ou do volume;
1. Sobrecarga de Pressão: Alta P.A. -
Aumento da espessura da parede do
V.E,. aumentando a força de contração
( < Pós-Carga). Mais comum em
treinamento de força;
2. Sobrecarga de Volume: Aumento da
câmara do V.E.; < Pré-Carga (Frank-
Starling); Pode aumentar também a
parede do V.E.. Treinamento de
resistência;
(Kenney, Wilmore e Costill, 2013) (Powers, Howley, 2017)
(F
le
ck
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 k
ra
e
m
e
r, 
2
0
1
6
)
VOLUME SISTÓLICO
VOLUME DIASTÓLICO 
FINAL
CONTRATILIDADE
RESISTÊNCIA PERIFÉRICA 
TOTAL
VOLUME 
PLASMÁTICO
TEMPO DE 
ENCHIMENTO E 
RETORNO 
VENOSO
VOLUME 
VENTRICULAR
(Powers, Howley. Pg. 287, 2017)
Treinamento de resistência aeróbia. Duração: 6 meses
Fração de ejeção
SISTEMA CARDIOVASCULAR
(RESPOSTAS CRÔNICAS)
 “A FCmax é ligeiramente inferior em atletas de elite em comparação com não atletas;
portanto, é provável que o principal fator de diferenciação do “Qmax” entre atletas e não
atletas sejam as alterações induzidas pelo treinamento noVS.”
 “O treinamento de endurance coloca o coração sob maior influência da acetilcolina, o
hormônio parassimpático que torna mais lenta a frequência cardíaca. Ao mesmo tempo, a
atividade simpática em repouso diminui.” Pode diminuir até 1 bpm por semana de
treinamento (fase inicial);
 Bradicardia sem treinamento pode indicar uma condição patológica;
 Débito Cardíaco se mantém em repouso. Muda principalmente em intensidades máximas;
(Bompa, 2012.) (McArdele & Katch, p.542. 2016)
 Atenuação da taquicardia para uma mesma carga de trabalho;
 Menor retirada vagal;
 Menor intensificação simpática;
 FC de sedentário e FC de atleta, quando ajustadas para uma 
mesma intensidade relativa de esforço, não são diferentes;
 Fcmáx não é influenciada pelo treinamento, mas sim pela 
idade – independência do nível de treinamento.
(Negrão, Barreto e Rondon, 2019)
CONSUMO MÁXIMO 
DE O2
(A
L
M
E
ID
A
, M
.B
; A
R
A
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JO
, C
. G
. S
. 2
0
0
3
 -
M
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.5
4
2
. 2
0
1
6
)
(F
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m
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r, 
2
0
1
6
)
RESUMO DAS ADAPTAÇÕES CRÔNICAS CARDIOVASCULARES AO EXERCÍCIO
REFERÊNCIAS
 ALMEIDA, M.B; ARAÚJO, C. G. S. Efeitos do treinamento aeróbico sobre a frequência cardíaca. Rev Bras Med
Esporte. Vol. 9, Nº 2 – Mar/Abr, 2003.
 ROBEGRS, ROBERT. A; ROBERTS, S. O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do Exercício para Aptidão, 
Desempenho e Saúde. São Paulo: Phorte Editora, 2002.
 BOMPA,T.O.; HAFF, G.G. Teoria e Metodologia doTreinamento. São Paulo: Phorte, 2012.
 DANTAS, E.H.M. A Prática da Preparação Física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
 Fleck, S. J.; Kraemer,W. J. Fisiologia do Exercício -Teoria e Prática, Guanabara Koogan, 2016.
 FOSS, M.L.; KETEYIAN, S.J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koog, 2010.
 Howley, E.T.; Powers, S.K. Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao
Desempenho - 9ª Manole, 2017.
 KENNEY,W.L.;WILMORE, J.H.; COSTILL, D. Fisiologia do Esporte e do Exercício, Manole, 2013
 KURA, G .G; MERLIN, A. P; FILHO, H. T. Respostas agudas da pressão arterial após sessões de treinamento 
resistido. Rev Bras Hipertens vol. 22(2):60-4, 2015.
REFERÊNCIAS
 MACDOUGALL, J. D. et. al. Arterial blood pressure to heavy resitance exercise. The American Physiological
Society, 1985.
 MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício. Energia, nutrição e desempenho. 8.ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koog, 2018.
 NEGRÃO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 4. ed. Barueri, SP:
Manole, 2019.
 SEGUNDO, V.H.de. O. et al. Perfil nutricional e prevalência de hipertensão em idosos participantes de um
programa de exercício físico. Rev Pesq Saúde, v.16, n.1, p.7-10, 2015.
 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA .Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade
Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte V.100, n.1, Supl.2, Jan, 2013
 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 7º Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol.
v.107, n.3. set, 2016.

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