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MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – INTRODUÇÃO → HIV: Vírus → AIDS: síndrome que o vírus causa no fim da doença. Quando o paciente é soropositivo, ele tem HIV mas não tem AIDS. ESTRUTURA DO VÍRUS HIV → Taxonomia: Família Lentiviridae → Longo período de incubação (Paciente demora a desenvolver a doença), viremia persistente (Não consegue eliminar o vírus do sistema, apenas diminuir a carga viral), infecção do sistema nervoso (Problemas neurológicos, mas não infecta neurônios, conseguem chegar nas células do sistema imune e afetar o sistema nervoso) e fraca resposta imune. → SIV (HIV dos símios), FIV (HIV dos felinos), Anemia infecciosa equina (HIV dos cavalos), Encefalite Ovina (HIV das ovelhas) → Gênero Retrovírus – não oncogênicos. Tem material genético de RNA, durante o ciclo viral, ele transforma o RNA em DNA, a chamada transcrição reversa. Isso, Para que o material genético do vírus saia do citoplasma, transforme em DNA e esse DNA se insira no nosso DNA, o que explica a viremia persistente. → Envelope com proteofosfolipídeos → Tecidos linfoides: latência → Células-alvo: Células T, células dendríticas e macrófagos → Suscetível a agentes físicos e químicos → Os vírus envelopados tem menor durabilidade no ambiente, porque são protegidos apenas por fosfolipídios. (ex.: coronavírus morre com álcool /detergente) → Vírus não envelopados sobrevivem mais tempo nas superfícies porque são cobertos por proteínas, mais difíceis de serem removidas. → O vírus do HIV é facilmente removível de superfícies, por ter o envelope fosfolipídico de fácil degradação. → De uma forma geral, o HIV faz parte de uma família antiviridae que possui um longo período de incubação. Para o paciente com HIV desenvolver a AIDS pode levar anos e é característica dessa família de vírus, ter predileção pelo sistema nervoso e interfere com a resposta imune do paciente. → Não se sabe exatamente a origem do vírus, mas especula-se que ele tenha vindo de uma relação entre humano e macaco, uma vez que animais (gatos, cavalos, macacos etc.) podem ter o vírus da AIDS também e este vírus sofreu uma mutação. → Faz parte do gênero dos retrovírus; “retro” vem do processo de conseguir transformar RNA em DNA. Nossas células não são capazes de fazer isso, e esses vírus trazem consigo uma enzima capaz de fazer isso, chamada de transcriptase reversa. Todos os vírus do gênero retrovírus possuem essa enzima com essa capacidade. Apesar disso, eles em si, não são oncogênicos, o RNA viral se transforma em DNA viral e esse DNA se insere no DNA humano e essa inserção não acontece em nenhuma região que causa mutação oncogênica. → É um vírus envelopado (o capsídeo viral é envolto por uma bicamada fosfolipidica semelhante à humana). Os vírus dessa família utiliza os tecidos linfoides como o local em que eles ficam latentes e essa é a maior dificuldade na cura desses vírus, uma vez que ficam poucos visíveis ao sistema imune ficando escondidos nos tecidos linfoides. Não ficam o tempo todo na corrente sanguínea, dificultando o diagnóstico. → O HIV infecta diretamente os linfócitos TCD4, mas as células alvos desse vírus são todos os CD4, não apenas os linfócitos. Ele afeta também macrófagos e células dendríticas. Os macrófagos MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – conseguem ficar vivos, por serem mais resistentes e aguentarem uma quantidade de vírus dentro deles, porém ficam ineficientes. Os linfócitos são mais sensíveis, e isso resulta em uma queda brusca dos linfócitos. → O HIV é muito suscetível a agente químicos e físicos, e são facilmente removidos de superfícies, não dura muito tempo no ambiente (cerca de 30min no máximo) e ele morre rapidamente quando não está em contato com a célula do hospedeiro. → O HIV é feito de muitas camadas, ele não tem quase nada dentro dele. Basicamente é um aglomerado de camadas e dentro tem poucos componentes. Ele possui uma dupla camada fosfolipídica e um envelope. No envelope possuem “antenas” que são glicoproteínas que fazem parte da estrutura viral e ficam encrustadas no envelope. Essas “antenas” ativam a resposta imune e são utilizadas para a inserção do vírus. → Essas “antenas” são glicoproteínas virais: são muitos importantes, porque elas que vão ativar resposta imune, e elas que são usadas para a inserção do vírus. São formadas por 2 glicoproteínas: o Glicoproteína 41 (gp41) o Glicoproteína 120 (gp120) → São glicoproteínas que o organismo humano reconhece como corpo estranho, porque não há no organismo glicoproteínas como essas. → Mais internamente, há uma camada formada pelas proteínas p17, estão na matriz e envolvem o capsídeo, que também são proteínas virais. → Por fim, há o capsídeo viral, que envolve o material genético do vírus → O capsídeo do HIV também é formado pela proteína p24. → OBS: Essas glicoproteínas são muito importantes para testes moleculares para diagnósticos do HIV. → O material genético do HIV é composto de 2 fitas de RNA e apresenta enzimas necessárias para começar o processo de infecção: o Transcriptase reversa → transforma RNA em DNA o Proteases → cliva proteínas o Integrases → permite a inserção do RNA viral no RNA humano TIPOS DE HIV: → há dois tipos de HIV → O HIV tipo 1 e o tipo 2 apresentam mesma estrutura, se multiplicam de forma semelhante, e a resposta imune é semelhante. Porém, geneticamente falando, as sequências genéticas podem ser em até 50% diferentes, ou seja, só compartilham metade do material genético. Essa diferença com relação a homologia, produz produtos gênicos semelhantes, mas podem ter uma sororreatividade cruzada, ou seja, nem todo exame especifico para o HIV tipo 1 vai reconhecer o HIV tipo 2. → O HIV tipo 2 é muito semelhante ao SIV (até 80% de semelhança genética), que é o HIV dos macacos, sendo mais semelhante com este do que com o HIV tipo 1. Isso fortifica a teoria de que o HIV tipo 2 é uma mutação do SIV, e o HIV tipo 1 uma mutação do HIV tipo 2 MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – → O HIV tipo 2 é menos patogênico que o tipo 1. Enquanto que um paciente infectado pelo HIV tipo 1, sem tratamento, leva de 5 a 10 anos para desenvolver a doença (AIDS), o paciente infectado com HIV tipo 2 pode levar mais de 30 anos para adoecer. Sua taxa de multiplicação é muito mais lenta. Tem uma chance muito menor de transmissão de mãe para filho. → Não há apenas um subtipo de HIV, mas sim grupos e subtipos → São divididos em diferentes classes: O HIV tipo 1 apresenta 4 grupos: M, N, O, P. → EX: O grupo M apresenta vários subtipos, que têm diferenças genéticas entre si, e isso tem implicações na biologia do vírus. → Os testes que são realizados hoje, detectam todos esses subtipos. → Os testes que são realizados hoje em dia pegam todos os subtipos, mas até descobrir a existências desses subtipos existiram muitos resultados falsos negativos, por causa dessas diferenças. Apesar de serem diferenças pequenas e da doença ser muito semelhante, existem algumas diferenças antigênicas que não permitiam alguns métodos diagnósticos de detectar esse vírus. → O subtipo B do HIV tipo 1 é muito mais comum que os outros. O subtipo C é considerado o mais agressivo. → É importante saber que existem vários subtipos de HIV tipo 1 e de HIV tipo 2, mas para prova não precisa decorar cada subtipo e grupo especifico → É muito importante conhecer esses subtipos e a sua distribuição para estudos epidemiológicos → Para piorar toda essa divisão, ainda existem cepas que são combinações das cepas entre si. Essas cepas foram chamadas de formas recombinantes, que foram sendo encontradas aos poucos. CICLO VIRAL ADSORÇÃO → A infecção viral na célula hospedeiravai se iniciar na etapa de ADSORÇÃO, que é a etapa em que o vírus se liga ao receptor específico dele na célula hospedeira. No caso do HIV, ocorre a ligação do vírus ao receptor CD4. FUSÃO → A próxima etapa é a de FUSÃO. Como o HIV é um vírus envelopado, a membrana plasmática do vírus (que é o envelope) se funde com a nossa membrana plasmática. Essas membranas possuem a mesma constituição bioquímica. DESNUDAMENTO → Em seguida vem a etapa de DESNUDAMENTO, que é a liberação do capsídeo viral dentro do citoplasma da célula. → Depois que ele entra no citoplasma da célula, a primeira coisa que precisa fazer é transformar o RNA viral que está no capsídeo em DNA. Então, o vírus pega a enzima transcriptase reversa que veio dentro do capsídeo e pega as próprias moléculas de RNA, fazendo a transformação em DNA. Essa é a etapa de TRANSCRIÇÃO REVERSA INTEGRAÇÃO → Depois que essa molécula se transforma em DNA viral, esse DNA viral vai entrar no núcleo. Quando ele entra no núcleo vai ocorrer a etapa de INTEGRAÇÃO, que é quando a enzima integrase (que veio dentro do capsídeo) vai começar a funcionar. A enzima integrasse pega o DNA viral e integra ao nosso DNA. → OBS.: Como o HIV não é um vírus oncogênico, logo essa integração é em uma região do DNA que não causa nenhuma mutação oncogênica e nenhuma alteração no nosso genoma. → Após a etapa de integração, o material viral fica no nosso DNA durante anos. Então, se a célula precisar se multiplicar, o material viral vai junto, pois possui a mesma constituição do nosso DNA, MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – só ocorre uma mudança na ordem das letras, então vai ser processado de forma semelhante. TRANSCRIÇÃO → Depois que esse material viral fica integrado ao nosso DNA, existem vários fatores que iniciam a transcrição DNA viral, ou seja, fatores que ativam a transcrição da sequencia do DNA viral. Essa transcrição é pegar esse DNA viral e fazer várias copias, transformando em RNA mensageiro viral. Essa etapa é a ETAPA DE TRANSCRIÇÃO TRADUÇÃO → Após a transcrição, O RNA mensageiro viral vai sair do núcleo, vai para o citoplasma e será traduzido pelos nossos ribossomos. Nessa tradução serão produzidas mais proteínas virais, como o capsídeo, a matriz 17, a P24 e todas as proteínas que precisam existir dentro do capsídeo. Essas proteínas produzidas são proteínas que nossas células não têm. Além disso, também ocorre a produção das proteínas que vão ser inseridas no envelope, que é a proteína GP41 e a GP120. Essa etapa é chamada de TRADUÇÃO. BROTAMENTO → Por fim, as proteínas virais produzidas vão se organizando estruturalmente e se unindo. Após isso, vai ocorrer a etapa em que o vírus vai brotar da nossa célula. Como o vírus é envelopado, quando as proteínas já estão organizadas, o vírus começa a etapa de brotamento e começa a externalizar as GP120 e GP41 para a parte externa da membrana. Então, o vírus brota e arrasta um pedaço da nossa membrana plasmática. Quando o vírus faz isso, ele não necessariamente rompe a célula, ele pode sair brotando aos poucos sem matar a célula. Caso o vírus esteja em grande quantidade, durante a saída a célula pode acabar rompendo e morrendo, que acontece muito com os linfócitos TCD4, enquanto que não acontece muito com os macrófagos. Essa etapa é chamada de BROTAMENTO MATURAÇÃO → Quando o vírus brota, o interior do vírus fica totalmente diferente do vírus que infectou. Assim que ele brota, as proteínas virais não estão muito organizadas. Então, depois que ele sai da célula hospedeira, vai ocorrer a etapa de MATURAÇÃO, que é quando ocorre a organização da protease que ele trouxe. A protease vai fazer a clivagem e organização das proteínas dentro do vírus para poder maturar o vírus e ficar pronto para um nova infecção. Então, a protease vai agir na etapa de maturação que ocorre fora da célula hospedeira. → → Na imagem, tudo que está em caixinha verde são terapias antirretrovirais. → Tem medicamentos que inibem a etapa de fusão, outros a de absorção, ou a transcriptase reversa, protease... mas não temos medicamentos que inibem a transcrição ou tradução, pois essas etapas é semelhante ao que acontece com as nossas células. → Os vírus se ligam nas células dentriticas e se alojam nos linfonodos onde encontram muitas células T. → Protease viral atua na etapa de maturação, organizando as proteínas virais em forma de capsideo. → Etapa de adsorção: a primeira ligação que o vírus faz com as nossas células é através do receptor CD4 (a gp120 do vírus se ligam aos receptores CD4), ao se ligar a gp120 gira e expõe a gp41 e com isso se ligam ao segundo receptor (receptor de quimiocina). MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – ADSORÇÃO → No caso do HIV, a primeira ligação que o vírus faz com as células hospedeiras é através do receptor CD4. Então, a Gp120 do vírus ela vai se ligar ao receptor CD4. Essa ligação não é suficiente para permitir a fusão do vírus, quando a Gp120 se liga ao receptor CD4, ela gira (modificação conformacional) e expõe a Gp41. A Gp41 vai ficar externalizada e quando ela faz o giro, esses dois complexos (Gp120 e Gp41), se liga a um segundo receptor (receptor de quimiocina). → Então para o HIV infectar a nossa célula, ele não precisa só de CD4, ele precisa também de um receptor de quimiocina que fica próximo a esse receptor CD4. A Gp120 se liga ao receptor de quimiocina, se não tiver esse receptor, a célula não vai conseguir da seguimento ao processo de infecção, e ficará apenas ligada pela CD4. RESUMO: → FASE DE LIGAÇÃO: O envelope viral é formado pela membrana plasmática e por essas duas proteínas virais (Gp120 e Gp41). A Gp120 é responsável por se ligar ao receptor CD4 da célula, daí ocorre uma modificação, o vírus gira, se abaixa e faz uma segunda ligação a um receptor de quimiocina. Quando a Gp120 gira, a Gp41 (haste) começa a ser exposta, que empurra os fosfolipídios da membrana plasmática para permitir a fusão do envelope viral com a membrana plasmática. O papel das duas é importante para que ocorra a internalização do vírus. → OBS: a Gp41 só começa atuar quando a Gp120 esta ligada ao CD4 e ao receptor de quimiocina. → DUAS LINHAGENS DE HIV: linhagem R5 e linhagem X. Em alguns vírus a ligação com os receptores de quimiocina vão se ligar a um tipo especifico de receptor de quimiocina. Então, a linhagem R5 são especificas para se ligar aos receptores CCR5. Esse receptor CCR5 é encontrado em macrófagos e células TCD4. Mas, existe também o CXCR4, apenas as células T possuem esses dois tipos de receptores. → Isso significa que existe uma linhagem que consegue se ligar ao macrófago por esse receptor CCR5 e existe uma linhagem que consegue se ligar a esse receptor de quimiocina pelo CXCR4. Inicialmente, esses vírus vão encontrar os macrófagos iniciais e vão permitir a entrada através desses receptores. Com o passar do tempo, os vírus que estão sendo produzidos, começam a ser produzidos nos dois tipos de linhagens, ou seja, a infecção inicial geralmente ocorre na linhagem do tipo CCR, mas depois que começa a replicação viral começa a produzir os dois tipos de linhagens. → Algumas pessoas tem mutações no receptor CCR5 (mutações que não causam nenhuma alteração no organismo, mas ele tem uma conformação física diferente), fazendo com que a Gp120 não consiga se ligar, pois perde a região que ela se liga. Assim, essas pessoas se tornam resistentes ao vírus do HIV. Exemplo: Dois pacientes que foram curados do HIV e desenvolveram leucemia. O paciente, fez o transplante de medula óssea para tratar a leucemia e recebeu as células tronco de outro paciente que tinha a mutação no CCR5, tornando-o o seu organismoresistente ao HIV. → O vírus HIV não conseguem se ligar aos receptores CCR5 de pessoas que possuem a mutação gênica de imunidade, Porque essa mutação gênica acaba mudando a conformação proteica do receptor CCR5, que torna-se alterado quanto a sua estrutura, pois ocorre uma mudança em seu EPÍTOPO. Com a mudança da conformação estrutural do receptor CCR5, ocorre o impedindo da correta interação proteica entre as MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – proteínas virais GP120 o receptor CCR5, o que faz com que o vírus HIV não consiga se ligar e parasitar aos linfócitos TCD4, devido a não interação e reconhecimento químico proteico específico entre as proteínas virais e o receptor químico proteico do linfócito TCD4. Essa mutação gênica de imunidade ao vírus HIV promove a perda da especificidade do receptor CCR5 para com a proteína viral GP120. → Em indivíduos geneticamente imunes ao vírus HIV, que por alguma razão entraram em contato com esse vírus, como os vírus não conseguem parasitar as células alvo devido a mudança do receptor CCR5, esses vírus que permanecem na circulação conseguem ser eliminados 100% do corpo através da atividade fagocítica de algumas células de defesa específicas do corpo, como os linfócitos TCD8 e as células NK. Como esses vírus HIV não conseguem parasitar os linfócitos TDC4, eles ficam “zanzando” na corrente sanguínea e são reconhecidos como corpos estranhos pelo Sistema Imune, que estimulam a respostas imunes específicas para eliminação total desses corpos estranhos da circulação. Como os vírus são partículas inertes em meio extracelular, não causam problemas nenhum as outras células do corpo, já que não possuem tropismo e nem conseguem interagir com outras células do corpo. Contudo, mesmo inativados e inertes, os vírus são reconhecidos como corpos estranhos e necessitam ser eliminados da circulação. → Para que o vírus HIV possa infectar e parasitar um linfócito TCD4 é necessário com que a proteína viral GP120 possa interagir e ser reconhecida especificamente com o receptor proteico CCR5 presente na membrana plasmática dos linfócitos TCD4. → Em pessoas portadoras do vírus HIV, com o passar do tempo, esses vírus acabam se modificando geneticamente e formando uma nova linhagem comum de vírus. Esse processo mutacional é comum em quase todos os pacientes infectados com o vírus HIV. → Nos casos de transplante de medula óssea como medida terapêutica para a cura da infecção pelo vírus HIV, é necessário com que ocorra um processo de quimioterapia antes do transplante, pois é necessário que aconteça uma imunodepressão do SI primeiro, visto que, com a destruição e a diminuição do número total de linfócitos TCD4 na circulação, haverá, consequentemente, um quadro de diminuição do número total e da multiplicação do vírus HIV, que irão permanecer inativos na circulação. Após isso, realiza-se o transplante de medula óssea com o objetivo de alterar a linhagem das células tronco pluripotentes da MOV, visando formar novos linfócitos TCD4 imunes ao vírus HIV, impedindo a parasitação e multiplicação dos mesmos. As células antigas remanescentes que estão infectadas pelos vírus acabam morrendo com o tempo e liberando os vírus na circulação, que acabam tornando-se partículas virais inativas, já que não conseguem parasitar novos linfócitos TCD4. → A imunossupressão do sistema imune é necessário não somente para a diminuição da multiplicação viral e do número de linfócitos TCD4 infectados, mas sim, para que se tenha uma menor rejeição do transplante de medula óssea também. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – → - Caso o transplante tenha tido eficácia e nenhum tipo de rejeição, o paciente torna-se geneticamente imune ao vírus HIV e se tornará curado. Com o tempo, na medida que os antigos linfócitos TCD4 infectados pelos vírus vão morrendo, os vírus vão sendo liberados na circulação e se tornando partículas inertes e inativas, já que não conseguem parasitar nenhuma outra célula devido a perda da especificidade da interação proteica. Progressivamente, as células do sistema imune vão reconhecendo essas partículas virais como corpos estranhos e estimulando a sua eliminação total através de respostas imunes especificas. Depois de certo tempo, o paciente não apresentará nenhum resquício de vírus HIV em sua circulação, irá apenas apresentar anticorpos contra o vírus. → Obs: hiv não é o nome da doença em si, corresponde apenas ao nome do vírus causador da doença. A patologia é denominada como aids. → Pessoas infectadas pelo vírus HIV são denominadas de “SOROPOSITIVAS” ou “HIV POSITIVAS”. AIDS → Dizemos que uma pessoa tem AIDS quando essa pessoa é portadora do vírus HIV e apresenta sintomas específicos devido ao surgimento das várias doenças oportunistas que surgem, já que tal pessoa encontra-se imunodeprimida. Enquanto o paciente o soropositivo para o vírus HIV não apresenta tais sintomas, dizemos apenas que ele é portador do vírus, pois a doença AIDS em si ainda não apareceu. → A AIDS corresponde a um estágio bem avançado e final da infecção pelo vírus HIV. → Denominamos como AIDS quando o paciente soropositivo apresenta sinais e sintomas de doenças oportunistas. RESPOSTA IMUNE → A mais recente descoberta de mecanismo utilizado pelo HIV para fugir do sistema imune é pela destruição desa via de sinalização/ativação do Interferón → Consiste num mediador químico que ativa a resposta imune contra a infecção viral, então o HIV, ao impedir sua ativação, impede resposta imune viral. → Abaixo de 350 células significa presença de Aids ou de HIV? Aids, pois já é a presença da síndrome, ou seja, pessoa é HIV positivo com a presença da síndrome, presença dos sintomas das primeiras doenças oportunista, que são as mais sutis. → Abaixo de 50 a pessoa apresenta a Aids associada às doenças/ infecções graves (Tuberculose, Penumonia, Meningite…). → EX: caso a pessoa com o vírus vivesse dentro de uma bolha de proteção não ia morrer nunca devido ao vírus, porque não seria exposto, afirmando que o problema dele são as doenças oportunistas (sendo as responsáveis pelos óbitos). → Com relação à resposta imune inata: células dendríticas permitem a ligação com o receptor CD4, mas não são infectadas. Contudo, são MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – utilizadas como carreadoras do HIV pros órgãos linfóides. Entretanto, não se tem um papel establecido (nenhum estudo que comprove algo) pro sistema complemento. IMUNIDADE ADAPTATIVA: → Logo que o paciente é infectado (nos primeiros meses) {= Infecção inicial} tem-se uma resposta muito intensa das células TCD8 (que tem como uma de suas funções ativar resposta contra infecções virais). De modo que, na mesma proporção em que o vírus se multiplica ela também mata. Assim, inicialmente haverá um controle da infecção pelas TCD8. → processo de seleção dos Linfócitos TCD8: com a ativação das TCD8 ocorre uma imuno edição, isto é, terá uma produção aleatória dos receptores, que serão selecionados de acordo com sua necessidade, aqueles que são específicos ao epítopo são ativados e outros serão eliminados. → Dessa maneira, o grande problema do vírus é sua alta taxa de mutação (sua grande arma;¸ acumula muita mutação). → As que são inicialmente ativadas contra os epítopos do HIV, são selecionadas e começam a se multiplicar; o problema é que esse epítopo rapidamente muda, então toda aquela população de células TCD8 que foram produzidas específicas para aquele epítopo, quando vão matar o epítopo já mudou. → Então inicialmente conseguem conter essa infecção mas com o passar do tempo essa imunoedição vai impedindo que as células TCD8 eliminem esse vírus. → OBS: o tempotodo está tendo imuno edição de TCD8, porém o tempo de resposta do sistema imune não é o mesmo tempo de mutação do vírus. Com isso, o sistema imune vai ficando pra trás, isto é, a velocidade de ativação das células TCD8 vai ficando pra trás (perdendo a eficácia) → Concluindo que, o vírus não mata a célula TCD8. COM RELAÇÃO AOS ANTICORPOS: → O paciente soropositivo (Não já no estágio de Aids) produz anticorpos a vida inteira contra as proteínas virais, porque o vírus não vai infectar as células B. Entretanto, existe a mesma problemática das TCD8 de perder rapidamente a especificidade. → O corpo produz anticorpos contra a GP41, GP120, contra todas as proteínas exclusivamente virais. → Contudo, esses anticorpos não têm a capacidade de neutralizar como alguns anticorpos têm. → As células B produzem determinado tipo de anticorpo, mas quando chega no local de ataque o vírus já mutou e já não funciona mais. → Tanto é que os anticorpos contra o HIV são utilizados para diagnóstico. → Os epítopos em que os anticorpos se ligam ao vírus é uma região muito variável do vírus e assim o anticorpo não consegue mais ter um papel atuante. COM RELAÇÃO AS TCD4 → tem uma queda tão brusca delas? Pois, a morte das células TCD4 vai se dar por diversas vias → Morte direta dos Linfócitos TCD4 {Infecção do vírus}: o próprio HIV infecta as células TCD4; vírus se multiplica até que a célula TCD4 se rompe e morre, liberando muitas partículas virais. → OBS: Uma das coisas que o virus atrapalha no TCD4 é que fica nos órgãos linfóides, destruindo sua arquitetura/morfologia e tal morfologia (ex.: centro germinativo das células B) é necessária MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – para uma ativação correta. Nos órgãos linfóides ocorre ativação e apresentação, tudo que a célula TCD4 precisa → Uma das formas de disseminação do vírus é a fusão de células não infectadas com células infectadas (quando o vírus vai sair da célula, para ir para a etapa de brotamento, ele externaliza a gp120 e gp41, o que faz com que fundem a gp120 com o linfócito TCD4 que está passando, assim infectando ele). → → Outra forma de matar a célula TCD4, é quando apenas a anteninha que fica solta (que é especifica para CD4) se liga a ela e acaba matando a célula sem nem mesmo infectar, apenas marcando para a morte, o próprio sistema imune acaba eliminando ela achando que ela está infectada mesmo sem ela estar. → Existem vários mecanismos que vão matando a célula cd4 fora a infecção viral, que são as células auxiliadoras, pois elas que vão ativas tcd8, elas q vão ativar as células b para produzir anticorpos, elas q vão ativar as os macrófagos nos processos infecciosos, e por isso o HIV mata ela de varias formas fora a infecção. → Os macrófagos não morrem, são altamente resistentes a infecções virais, eles são reservatórios de partículas virais, e isso é um dos fatores de não conseguir eliminar o vírus, pois eles ficam armazenados dentro dos macrófagos. → Quando o macrófago esta com partículas virais dentro dele, ele não vai funcionar direito, vai reduzir todas as suas funções → Quando tem partículas virais dentro dos macrófagos, eles vão passeando até chegar ao SNC, e os componentes dessas partículas virais são altamente tóxicos para os neurônios, o que acaba levando a morte neuronal, pela toxidade das partículas, e não pela infecção do vírus. → As células B tem um problema na produção dos anticorpos, visto que os anticorpos são produzidos contra a região loops V, a qual é uma região do receptor do vírus, e essa região se modifica o tempo todo, onde é exatamente essa região que os anticorpos se ligam. As células B estão lá produzindo anticorpos, mas eles não se ligam aos novos vírus mutados, além disso, as células B começam a produzir de forma ineficiente outros tipos de anticorpos, já que ela precisa das células T para produzir anticorpos e as células T estão deficientes, por isso que o paciente fica susceptível a outras infecções. → No sistema nervoso, não vai ter infecção dos neurônios, porém o déficit neurológico vai ser justamente os produtos virais e os fatores solúveis liberados pelos macrófagos, que estão cheios de vírus. São esses produtos virais, que estão no meio extracelular, que danificam e matam os neurônios. Devido a isso, vai haver muitos problemas neurológicos associados com HIV e AIDS. → loops V: É uma região de aminoácidos no receptor do vírus, a qual o anticorpo se liga. Essa região é altamente mutável, então toda vez que tem uma nova mutação e acumula-se mais mutações, essa região muda a conformação de aminoácidos, fazendo o anticorpo perder a especificidade. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – ETAPAS DE TRANSMISSÃO: CONTATO SEXUAL → É a principal e representa 75% dos casos, interessante é que quando o homem está infectado e a mulher não está, tem oito vezes mais chance da mulher se infectar do que o inverso (se o homem fosse soro negativo e a mulher soropositivo), devido à exposição maior da mucosa, então quando a pessoa tem pequenas abrasões e ulcerações na mucosa, o que é bem comum durante um ato sexual, esse vírus vai entrar por essas ulcerações e entrar em contato com a corrente sanguínea e com o tecido. Também vale para o sexo anal, independente se for homem ou mulher, a pessoa passiva tem muito mais chance de ser infectada do que o ativo, então essa transmissão sempre vai depender da exposição da mucosa, e o método mais fácil de se proteger é utilizando camisinha, e ainda assim, hoje em dia está voltando esse “boom” de HIV, exatamente pela falta de proteção durante o ato sexual, independentemente de ser heterossexual ou homossexual, havendo penetração sempre vai haver esse risco. DOAÇÃO DE SÊMEM, SANGUE E ÓRGÃOS → Existe também essa transmissão, porém tem diminuído bastante, devido ao sistema de triagem extremamente cuidadoso durante a doação. Porém, lá no início dos anos 80, muita gente foi infectada por essas vias de doação. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL: → Vocês vão estar correndo esse risco quando, durante uma cirurgia, vocês podem se cortar e entrar em contato com o sangue contaminado da amostra. Isso ocorre, claro que comparado ao contato sexual é um risco bem menor. Hoje em dia a gente já tem um tratamento para, se ocorrer essa exposição ocupacional, o tratamento já evita a infecção. INOCULAÇÃO PARENTERAL: → São as drogas e compartilhamento de seringas, que vão ocupar um espaço na taxa de transmissão. TRANSMISSÃO VERTICAL: → É a mais importante, na qual a transmissão é da mãe para o filho, que pode ocorrer durante a gestação ou durante o trabalho de parto. Por isso é importante que a mãe soropositiva faça acompanhamento, para evitar essa transmissão. Por exemplo: uma mãe soropositiva, sem tratamento, tem chance até 20% de passar esse vírus para a criança, enquanto, com o tratamento, chega a ser menor que 1% chance de transmissão. → Uma mulher soro positiva, sem o tratamento, tem chances de ate 20% de passar esse vírus para a criança, durante a própria gestação ou durante o parto. Já com o tratamento, as chances chegam a ser menores que 1% dela infectar o filho. → O grande problema são as mães que não fazem o pré-natal. Ou seja, muito dessa transmissão vertical se dá a esses pacientes que não tem acesso ao pré-natal. → A transmissão também pode ocorrer durante o aleitamento, por isso ele não é indicado. → São feitos testes nos primeiros 3 meses e nos últimos 3 meses, mesmo se ela tiver dado negativo, porque ela pode ter se exposto durante a gravidez. Além disso, ainda se faz no momento do parto o teste de HIV, porque a presença do vírus durante o parto é muito decisivo pra qual tipo de parto que essamãe vai ter. Ou seja, dependendo da carga viral, da unidade de vírus/ml que a mulher apresenta durante o parto, na 34 semana próxima ao parto, vai depender se o parto é indicativo de ser cesáreo ou vaginal. Se na 34 semana a mulher tiver com uma carga viral muito baixo, ou seja, abaixo de 1000 copias, se indica o parto vaginal, sem o rompimento da membrana amniótica. Mas se a carga viral estiver elevada, acima de 1000 copias/ml, indica-se o parto cesáreo, para que se evite a transmissão durante o parto. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – HIV → O HIV é dividido clinicamente em: fase aguda, fase assintomática, fase sintomática inicial e AIDS. Essas são as fases do segmento da doença. → Período de incubação ou janela clinica: é o tempo que decorre entre o momento da infecção ate o aparecimento dos sinais e sintomas da fase aguda. No HIV pode durar de 5 a 30 dias. → A fase aguda é aquela síndrome gripal que o paciente pode apresentar de 5 a 30 dias após ele se infectar. A fase aguda que finaliza o período de incubação também pode não apresentar nenhum sintoma clinico. → O período de latência, que é da fase aguda até o desenvolvimento da AIDS, ele varia entre 5 a 10 anos, isso sem o tratamento. Com o tratamento, essa taxa aumenta muito, de 20 a 30 anos. → O período de transmissibilidade é em todas as fases da infecção. Ou seja, o paciente já é capaz de infectar outras pessoas a partir do momento que esta no período de incubação. A fase aguda e a AIDS são as fases que o paciente possui a carga viral mais alta, são quando eles possuem uma alta taxa de transmissão. Ou seja, o risco de transmissão é proporcional a carga viral do paciente. → Um paciente que esta fazendo um tratamento bem feito, a carga viral dele pode ate chegar a ser zero, isso porque a carga viral a gente detecta no sangue, mas o vírus pode estar “escondido” nos órgãos linfoticos. → Janela imunológica ou sorologia: É o tempo entre a exposição ao vírus até a formação de anticorpos detectáveis. Ou seja, é o tempo de produção de anticorpos específicos. No HIV, é cerca de 30 dias, mas existe uma grande variedade. Tem paciente que pode durar até meses para soroconverte (passar de soronegativo para soropositivo), que é justamente quando acaba a janela imunológica. → O período médio é de cerca de 30 dias, mas existe uma grande variedade. Há pacientes que podem durar até meses para soro converter, que é passar de soro negativo para soro positivo. A janela imunológica acaba quando o paciente já tem anticorpos contra o vírus suficientes para serem detectados. Esse processo é chamado de soro conversão. Quando começa, não para mais de produzir anticorpos, mesmo que o paciente tenha uma carga viral baixa e que esses anticorpos não tenham mais função. → Há testes que não vão procurar os anticorpos, mas sim partículas virais. Esses testes podem positivar durante a janela imunológica, pois já existem partículas virais na amostra do paciente. → Janela diagnóstica: é o tempo que o paciente se infecta até se conseguir detectar a infecção. Detecção de qualquer marcador (RNA ou DNA viral, as próprias proteínas ou os anticorpos). → Janela imunológica: é relacionada à produção de anticorpos. É o tempo que o paciente leva para produzir anticorpos mínimos para detectar no exame. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – DETECÇÃO DE ANTICORPO. → No início, os testes eram exclusivamente imunológicos, então a janela diagnóstica e a imunológica tinham o mesmo tempo. Com o surgimento de novos métodos diagnósticos foi possível detectar os marcadores virais, diminuindo bastante a janela diagnóstica, em cerca de 10 a 15 dias. A janela imunológica chega a 30 dias, já a diagnóstica é bem menor. → Em algumas doenças se detecta só o anticorpo, em outras pode-se detectar o anticorpo ou um componente do patógeno. → Os sintomas clínicos vão participar principalmente da suspeição/suspeita. A partir dos sintomas do paciente, o médico suspeita e faz o diagnóstico. Quando o paciente faz o primeiro exame e dá negativo após 30 dias, você considera ele como negativo. Mas se ele for de uma população de risco, tem comportamento de risco, apresentar sinais clínicos e der o resultado negativo no primeiro exame, espera mais 30 dias e repete esse exame. Os sinais clínicos tem essa importância. Se der negativo na segunda vez aí ele é considerado soro negativo. → Mas um paciente que não está apresentando sinal clínico, não faz parte de uma população de risco, dando o exame negativo após 30 dias da exposição, é considerado negativo. → FORMAS DIAGNÓSTICAS → Há 4 gerações de testes diagnósticos e evoluíram com o passar do tempo. (não vai pedir como faz o teste) → São todos testes baseados no ELISA. É um teste que utiliza anticorpos específicos para detectar alguma coisa, seja para detectar o anticorpo do paciente, seja detectar uma proteína viral. → Os de 1ª geração só identificavam anticorpos, então a janela se soro conversão era muito longa. → Com o passar do tempo e com o reconhecimento de cepas diferentes, de subtipos (O, M, N), os testes foram melhorando e ficando mais específicos. A partir daí começaram a identificar não apenas anticorpos, mas também proteínas virais, reduzindo o tempo da janela de diagnóstico. → Os de 3ª geração usam a mesma técnica, só que aumentam mais ainda a especificidade do teste e começam a adicionar a identificação de várias partes. Além das proteínas virais, identificam agora o IgG e o IgM (produzido na fase inicial). Nos primeiros testes só procurava IgG, então os pacientes que estavam na primeira fase da doença davam negativo. → Com o passar do tempo esse de 1ª geração entrou em desuso e atualmente se utilizam os de 3ª e 4ª geração. A janela diagnóstica foi diminuindo com o passar do tempo. → O ELISA indireto, de 1ª e 2ª geração reconheciam os anticorpos. Nos de 3ª e 4ª adicionou-se epítopos para reconhecer anticorpos e proteínas virais. Tudo isso baseado em ligação antígeno- anticorpo. → → São realizados também testes complementarem além do ELISA. Esses outros utilizam técnicas diferentes para não confiar só em um método. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – → TESTES COMPLEMENTARES: o Western blot o Imunoblot o Imunofluorescência indireta (reconhece as partículas virais por fluorescência) o Testes moleculares o Maioria detecta apenas anticorpos o Infecção recente pode ter teste de 4ª geração positivo e um teste complementar negativo → Algumas delas decotaram só anticorpos e outras a própria proteína viral. Então, também tem que ter cuidado para saber qual tipo de teste se que procurar só o anticorpo ou também as proteínas virais. Uma coisa importante é que uma infecção recente pode ter um teste de quarta geração positivo e um teste complementar negativo porque esse teste complementar pode procurar só o IGG e dá negativo porque o paciente esta em um quadro de infecção recente. Entretanto, o teste de 4 geração, o ELISA, ele detecta essas proteínas virais, então eles se complementam. Por isso, que quando o paciente vai fazer o exame é recomendado não se faz só uma técnica. TESTES RÁPIDOS DIAGNÓSTICOS → Que são aqueles que são vendidos em farmácias, esses testes eles são excelentes porque eles permitem a triagem de uma população, tendo uma detecção rápida. → Mas eles também têm suas fragilidades: esses testes eles procuram anticorpos anti HIV do tipo 1 e 2, eles são ótimos porque o paciente recebe o resultado no momento, mas eles não detectam o material genético ou a proteínas virais. → Então, se o paciente estiver no inicio da infecção dependendo da concentração de anticorpos no meio, esse teste podedar um falso negativo. Ate 12% das infecções agudas podem dar falsos negativos. → Se for uma população de risco é interessante fazer o teste laboratorial. → Esses testes são de extrema importância para triagem, por exemplo, em locais que não possuem a devida estrutura, situações de acidente de trabalho, população de risco ou gestantes esses teste ajudam bastante. → Pra quem tem AIDS é utilizado o termo imunodeficiência. MANIFESTAÇÃO CLINICA: → São 4 fases definidas: o Fase aguda o Fase assintomática o Fase sintomática inicial o E a síndrome propriamente dita MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – FASE AGUDA → → o paciente pode apresentar de 3 a 6 semanas da infecção. → Um dos grandes problemas é que durante esse período o paciente esta com a viremia alta e taxa de contaminação. Ele pode não manifestar nenhum sintoma ou confundir com uma simples “gripezinha”. Esse é o grande problema, já que, os sintomas podem ser muito leves ou podem não ser apresentados. Por isso se indica que pessoas que tiveram comportamentos de riscos realizarem o teste rápido porque esperarem o aparecimento do sintoma não é garantia de nada. → Quando esses sintomas aparecem os mais comuns são febre alta chegando a 40 graus, fadiga, mialgia, dor de cabeça e dor ao movimentar os olhos. → Esses são sintomas muito gerais e com intensidades variáveis, mas também podem ter sintomas muito mais intensos que são mais raros, no caso, por exemplo, o paciente desenvolveu a meningite asséptica, que seria a inflamação das meninges sem nenhuma infecção por patógenos. O paciente pode apresentar fotofobia, confusão mental, síndrome de guillain barré e podem ocorrer também infecções oportunistas. Além disso, podem apresentar ínguas no pescoço, axilas e nuca podendo sumir em dias ou pode ficar por mais tempo. Alterações na mucosa e garganta também podem ocorrer, mas é bem menos intenso. ALGUMAS DOENÇAS COMUNS NA FASE AGUDA: o Psoríase o Foliculite o Molusco contagioso o Candidíase oral (característica do HIV) – essa doença é um bom indicativo pra HIV tanto na fase aguda como no inicio para o desenvolvimento da AIDS. Então, paciente que está em tratamento há anos e aparecer a candidese oral é sinal que ele está começando a desenvolver AIDS. → É sinal que já está começando a desenvolver a AIDS; → Leucoplasia pilosa que são as placas esbranquiçadas na língua ou na mucosa e são placas que ficam mais rugosa, diferente de afita (que também é comum), ficam mais enrugadas e não sai quando se raspa. → Durante a fase aguda o paciente pode ter uma alta carga viral e também uma grande queda dos linfócitos TCD4 e uma quantidade de vírus muito grande. FASE ASSINTOMÁTICA MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – → Depois que o paciente passa da fase aguda, que pode durar até 14 dias, os linfócitos TCD4 voltando a crescer em número, voltando a sua quantidade normal, o paciente começa a ter uma viremia (concentração do vírus) bem reduzida na corrente sanguínea e aí ele entra na fase assintomática, que possui sintomas clínicos mínimos ou inexistentes. → Nessa fase assintomática o paciente já dá positivo nos exames sorológicos (que detectam anticorpos), seus linfócitos já voltam ao normal ou permanecem com um leve declínio que pode ser imperceptível. Além disso, pode ter a linfadenopatia, linfonodos inchados podem permanecer, mas ficam indolor. Nessa fase se acha que o vírus não está se multiplicando, porém ele está, só que nosso sistema imune está conseguindo ainda mantê-lo sob controle. Então na mesma taxa que eles estão sendo produzidos ele está sendo eliminado pelo sistema imune. → A fase assintomática ela é muito característica pela atuação importante do sistema imune. Podendo durar muito ou pouco, sua média de duração é de seis a dez anos, dependendo de fatores como: o Tipo de tratamento e tempo que ele está sendo feito; o Característica do vírus: Cepas do vírus C e B são as mais agressivas, então tem uma fase assintomática menor; o Fatores genéticos do indivíduo. FASE SINTOMÁTICA INICIAL → Depois da fase assintomática (6 a 10 anos), onde o vírus estava se replicando e destruindo aos poucos o sistema imune, se inicia a fase sintomática inicial. Na qual, o paciente já começa a apresentar sintomas mais intensos incluindo diarreia, suores noturnos, perca de mais de 10% do peso sem motivo, a contagem de linfócitos começa a cair drasticamente chegando até 200 células/mm³ (normal é 1200 células/mm³). → A carga viral é altíssima, por isso começa a surgir doenças oportunistas menos grave. A fase sintomática inicial ela vai ser igual a fase aguda só que vai ter uma destruição muito maior dos linfócitos T CD4, sintomas mais intensos e as doenças oportunistas menos graves, como a candidíase, HPV, doenças de pele, pois o sistema imune começa a parar de funcionar. → Logo após a fase inicial, começa o desenvolvimento da AIDS propriamente dita, que ocorre juntamente com as doenças oportunistas mais graves. → Na fase aguda o HIV dá um pico, na fase assintomática ele fica bem controlado e na sintomática inicial ele já começa a aumentar. → Os linfócitos TCD4 que na fase aguda tem uma queda brusca, na fase assintomática ele recupera um pouco e começa a ter uma queda muito grande durante a fase sintomática inicial e a AIDS. DOENÇAS OPORTUNISTAS ASSOCIADAS → Infecções bacterianas, sendo a principal a tuberculose, que mais causam morte pelo HIV. Isso permitiu também aumentar o numero de bactérias cada vez mais resistentes; → Pneumonias causadas por outros tipos de patógenos, inclusive por fungos; → Meningite também causadas por fungos. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – RELAÇÃO COM O CÂNCER → O vírus ele não é oncogênico, entretanto ele abre porta para o desenvolvimento do câncer. Se observou que os pacientes com HIV têm uma taxa muito mais de desenvolvimento de câncer. Isso acontece pois quando se tem uma imunodeficiência, facilita que as células cancerígenas se estabeleçam e causem um câncer. Exemplos: o O Sarcoma de Kaposi, que é causado por herpesvírus S, conhecido como vírus da morte e é bem característico de um paciente já com a AIDS. o Linfoma não-Hodgkin, ocasionado por mutações nas células B o Então essa população pode ter duas causas de desenvolvimento de câncer: o Abrir porta a vírus oncogênico o Atrapalhar o sistema imune a combater as células cancerígenas que por ventura podem surgir. → O câncer está associado com o HIV uma vez que permite a infecção de vírus oportunistas oncogênicos. → O sistema imune tem papel importante na prevenção do desenvolvimento do câncer e quando o sistema imune está “deprimido” como é o caso da AIDS, ele para de atuar contra células cancerígenas aumentando a incidência de desenvolver um câncer. DOENÇAS CARACTERÍSTICAS DA AIDS: → Além do câncer, também vão ter alterações neurológicas marcantes porque durante o processo/em todas as fases, vai ter lesão do sistema nervoso e das células nervosas por conta dos macrófagos que estão infectados. Quando o paciente já está na fase final da doença, os problemas neurológicos serão mais graves e intensos. É muito comum neuropatias periféricas, atrofia cerebral, uma demência progressiva e as infecções neurológicas de caráter oportunista associadas ao vírus. → É importante ressaltar que o HIV não infecta células nervosas, mas o dano a elas é enorme. → As doenças fúngicas, como necessitam de um sistema imune debilitado para progredir, se aproveitam de um paciente com HIV, tornando-se também, doença característica da AIDS. TERAPIAS ANTIRRETROVIRAIS: → A terapia usada logo no início da descoberta dadoença matava mais do que curava devido a sua alta toxicidade. As terapias que existem hoje, são bem mais especificas e com menos toxicidade, no entanto, os efeitos colaterais ainda são inúmeros. O objetivo primordial dessas terapias é prevenir e/ou reverter a destruição imunitária e prevenir as infecções e neoplasias associadas. Nenhum antirretroviral consegue de fato eliminar a doença. Eles sempre vão retardar e prevenir a infecção viral para reduzir a taxa de destruição imunitária e, consequentemente prevenir processos infecciosos e as neoplasias. → Os tratamentos deram uma sobrevida ao paciente maravilhosa, mas nenhuma delas elimina completamente o vírus. → O Brasil distribui o tratamento gratuitamente. → O vírus do HIV ele sofre mutação rapidamente, então pode ir criando resistência as drogas e por isso é necessário trocar o coquetel. Pode chegar uma hora que não tenha mais possibilidade de tratamento. → Os antirretrovirais agem principalmente nas enzimas e nas etapas especificas dos vírus, o primeiro foi focado na transcriptase reversa, mas MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – hoje em dia já tem medicamentos que atuam na protease (impedindo a maturação), outros na integrase. Na verdade, o paciente utiliza sempre uma mistura de medicamentos, mas ainda tem muitos efeitos colaterais. → O Prep (pré infecção) e o Pep (pós infecção), inibem a transcriptase reversa. A população indicada são os homens gays, trabalhadores do sexo, casais sorodiscordantes. Lembrando que não pode tomar quem já for portador do HIV. → Pessoas que estão expostas o tempo todo ao vírus (profissionais que trabalhem diretamente com pessoas HIV+) são indicados a tomar o Prep. → O paciente que é soro positivo não pode tomar esse medicamento (PREP) Profilaxia Pré Exposição, porque pode acabar gerando mais resistência ainda, se tornando difícil conter o vírus com os medicamentos ideais. Então para fazer esse tratamento, é necessário fazer o exame e dar negativo. Existe esse tratamento para o grupo de risco, mas é claro que é passado de forma bem restrita, deve ter todo um acompanhamento médico e um aconselhamento para a pessoa não usar esse medicamento o resto da vida. É uma mistura da Entricitabina (FTC) e Fumarato de tenofovir desoproxila (TDF), são drogas que vão inibir a transcriptase reversa. Então o foco desse tratamento é inibir a transcriptase reversa. Pensando no ciclo do vírus, quando a transcriptase reversa vai pegar o RNA viral e transformar em DNA, o medicamento pega nessa etapa e impede essa transformação, consequentemente impede que o DNA viral se integre ao nosso DNA. Ele vai atuar na transcriptase reversa, a etapa de desnudamento é uma etapa anterior. Vai acontecer a fusão, vai acontecer a ligação com o receptor, vai acontecer o desnudamento, aí quando esse RNA viral é liberado o medicamento vai lá e inibe a transcriptase reversa, impedindo o RNA viral se transformar em DNA e ser integrado, e o ciclo para aqui! Esse RNA viral que está aqui dentro não vai para canto nenhum e acaba sendo degradado na célula, impedindo a infecção pelo vírus. → Lembrando que esse medicamento não é uma pílula do dia seguinte, o efeito dele só é depois de 20 dias de uso para relação vaginal, e para relação anal 7 dias. Vai demorar porque tem que estar em uma concentração elevada para conseguir garantir a proteção, é por isso que ele é um tratamento e não uma terapia emergencial. → Como esse medicamento tem seus efeitos colaterais, então esses profissionais vão dar preferência a usar o PEP (profilaxia pós exposição). Exemplo, a pessoa está lá trabalhando todo dia, quando tem um acidente, vai e faz o tratamento pós exposição. Os profissionais preferem fazer se houver um acidente, do que ficar tomando esse medicamento que tem efeitos colaterais não agradáveis. → O PEP é mais indicado e a maioria dos profissionais preferem fazê-lo, se houver algum acidente, do que ficar tomando esses medicamentos, devido aos seus efeitos. Esse tratamento é mais longo, exemplo, acontece o acidente e a pessoa foi exposta, utiliza-se esse tratamento que tem uma duração de 28 dias, toma- se um conjunto de medicações que vão atuar em todas as etapas virais, devendo ser iniciado o mais rápido possível, preferencialmente nas 2 primeiras horas e no máximo até 72 horas, porque deve ser antes que o DNA viral se integre ao nosso DNA, e aí se utiliza esse prazo de 72 horas. O ideal é tratar logo após o acidente para impedir que aconteça essa integração, porque depois da integração não tem mais nada que possa tirar aquele DNA dali de dentro. → É oferecido gratuitamente pelo SUS, tanto para o HIV quanto para outras doenças como a hepatite. A indicação dele é principalmente após violência sexual, relações sexuais desprotegidas, lembrando que esse é o mais não indicado, quando a pessoa teve uma prática perdida e acabou não usando a camisinha ou a camisinha rompeu, por exemplo, entretanto o ideal é a pessoa estar sempre usando essa profilaxia. → Lembrando, também, que tem efeitos colaterais, então só é utilizado em casos mais específicos. MAD I – PATOLOGIA- PROFA. GABRIELA SOUTO 06/04/2021 – Não é em toda relação desprotegida que vai se iniciar esse tratamento. → O principal são os acidentes ocupacionais: contato direto com o material, principalmente quando se utilizou materiais perfurocortantes. Essas vão ser as principais indicações. → O paciente com HIV ele não precisa apenas dos medicamentos, ele precisa sempre acompanhar a qualidade de vida, porque a gente sabe que o sistema imune é muito associado com a nossa qualidade de vida. Por exemplo, quem nunca ficou estressado em uma semana de prova e depois desenvolveu uma amidalite. Por isso, por essa dependência do nosso sistema imune com a nossa qualidade de vida, esse paciente tem que ser acompanhado, tem que ter uma equipe multidisciplinar, com acompanhamento psicológico, médico e etc. → O foco médico sempre vai ser acompanhar tanto a carga viral quanto a contagem de linfócitos, sendo importante manter hábitos como a atividade física, alimentação saudável, saúde mental, dormir bem, enfim, tudo que interfere no nosso sistema imune.
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