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TÉTANO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO TÉTANO E SUA RELAÇÃO COM AS ALTERAÇÕES NO SISTEMA NERVOSO O tétano é uma doença causada por uma bactéria, Clostridiumtetani, que penetra no corpo através de feridas expostas; ocasiona espasmos e rigidez musculares que podem dificultar a respiração e pode ser fatal. As bactérias produzem uma toxina que interfere no controle nervoso dos músculos. Na maioria das vezes, os primeiros sinais são espasmos e rigidez nos músculos da face e da mandíbula. No sistema nervoso, a toxina tetânica inibe os interneurônios inibidores que são responsáveis por fazer com que os neurônios motores não provoquem estímulos de contração initerruptamente. Tal fato justifica-se devido aos interneurônios inibidores não estarem funcionando, ou seja, a comunicação entre esses neurônios e os motores não ocorre, logo não há a transmissão dos neurotransmissores inibitórios, a exemplo o gaba. Dessa forma, ambos os conjuntos de músculos antagonistas podem contrair ao mesmo tempo. Isso fará com que ocorram espasmos musculares e rigidez, uma vez que os ossos associados aos músculos não poderão ser movidos em qualquer direção. Clinicamente, a doença manifesta-se com febre baixa ou ausente, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia profunda e espasmos ou contraturas paroxísticas, que se manifestam à estimulação do paciente. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido. Além disso, os seus efeitos do tétano sobre o sistema nervoso autônomo geralmente aparecem a partir da segunda semana, como uma síndrome característica de disfunção autonômica, caracterizada por hipertensão lábil, taquicardia, irregularidades do ritmo cardíaco, vasoconstrição periférica, sudorese, pirexia e algumas vezes hipotensão e bradicardia, sugerindo alterações do sistema simpático e parassimpático. MECANISMO DE AÇÃO DA TOXINA TETÂNICA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO As bactérias Clostridium tetani são comumente encontradas no solo e entram no corpo humano através de um corte ou ferida. À medida que as bactérias se reproduzem nos tecidos, elas liberam uma proteína neurotóxica, chamada de tetaospasmina, que é captada por endocitose pelas terminações axonais de neurônios motores somáticos. A tetanospamina segue, então, ao longo dos axônios até atingir o corpo celular neuronal na medula espinal. As substâncias movem-se a partir do terminal axonal para o corpo celular por transporte axonal retrógrado. Ao ser captada por endocitose, essas substâncias ficam contida em vesículas endocíticas. Sendo, pois, essas vesículas transportadas ao longo dos microtúbulos por transporte axonal retrógrado. Uma vez na medula espinal, a tetanospamina é liberada pelo neurônio motor. Esta, então, bloqueia seletivamente a liberação de neurotransmissor nas sinapses inibidoras. Os pacientes com tétano sofrem espasmos musculares que começam na mandíbula e podem chegar a afetar o corpo inteiro. Quando envolve as extremidades, os braços e as pernas podem sofrer espasmos de rigidez dolorosos. REFERÊNCIAS: ARAÚJO, G. L.; GUIMARAES, AF S.; TAMPELINI, F. S. MANEJO PROFILÁTICO DO TÉTANO ACIDENTAL REVISÃO DE LITERATURA. In: Anais do Congresso Regional de Emergências Médicas (CREMED-CO). 2020. OHAMA, Victor Hideo et al. Tétano acidental em adultos: uma proposta de abordagem inicial/Accidental tetanus in adults: an initial approach proposal. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 64, n. 2, p. 120-124, 2019. SILVERTHORN, D. U.. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Artmed editora, 2010.
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