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Cálcio: Absorção, Metabolismo e Excreção

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Cálcio
Absorção, Metabolismo e Excreção
O cálcio é o mineral divalente mais abundante no corpo humano contribuindo com cerca de 1,5% do peso corporal total. Ossos e dentes contêm cerca de 99% do cálcio, constituindo uma reserva orgânica do mineral. O restante do cálcio está distribuído nos fluidos intracelular e extracelular.
O cálcio é usualmente liberado dos complexo na dieta durante a digestão e é lançado em solução, provavelmente na forma ionizável para ser absorvido. O percentual da absorção geralmente varia inversamente co m o consumo, mas a quantidade absoluta absorvida aumenta com o consumo. O cálcio pode ser absorvido por transporte transcelular ativo, que ocorre na porção proximal do duodeno e é dependente de vitamina D e da proteína ligante de cálcio, calbidina. A absorção pode se dar ainda por transporte paracelular, a favor de um gradiente de concentração, entre as estreitas junções dos enterócitos. O transporte paracelular é a principal forma de absorção de cálcio, quando o consumo é adequado ou alto. Cerca de 11% da absorção do cálcio se dá no cólon pela via paracelular ou transporte ativo, dependente da calbindina D9k.
As concentrações de cálcio nos fluidos intra e extracelular estão sob um preciso controle homeostático. A concentração citosódica de cálcio é muito baixa, na ordem de 10-7M. A concentração total de cálcio no plasma é de 2,25 a 2,50Mm(8 a 10mg/Dl), dos quais 1 Mm está na forma livre(10.000 vezes a concentração de cálcio livre no citossol). Essa tremenda diferença nos gradientes de concentração reflete a habilidade da célula de regular o fluxo e a concentração de cálcio.
 	A concentração no plasma é regulada pelo sistema vitamina D- paratormônio(PTH). Quando a concentração de cálcio no plasma cai, a glândula paratireoide é estimulada a secretar PTH, que estimula a conversão de 25-OH-D3 a 1,25-(OH)2-D3 nos rins. A 1,25-(OH)2-D3 estimula a absorção de cálcio no intestino e, juntamente com o paratormônio, aumenta a mobilização de cálcio dos ossos(estimula a ação dos esteoclastos) e a reabsorção de cálcio nos tubos renais.
Quando a recomendação de cálcio no sangue se eleva em resposta a uma maior absorção de cálcio, reabsorção renal aumenta ou mobilização óssea, o limiar renal de excreção é alterado e o cálcio extra excretado na urina.
Em crianças, a principal defesa contra hipercalcemia é a liberação de calcitonia pelas células C da glândula tireoide. A calcitonina reduz a ação dos osteoclastos e também a liberação de cálcio dos ossos. Quando a absorção para, os níveis de calcitonia caem e a absorção dos esteoclastos retorna ao normal. Em adultos, a calcitonia tem pouco significado, uma vez que a absorção intestinal de cálcio é mais reduzida nessa fase e o de fluido extracelular.
O cálcio é excretado do corpo pela urina, pelas fezes e pelo suor. Cerca de 175 a 250mmol(7 a 10g) de cálcio são filtrados diariamente nos rins, dos quais 98% são reabsorvidos, sendo 2,5 a 5mmol(100 a 200mg) excretados na urina por dia. A excreção endógena fecal de cálcio é semelhante à excretada na urina. As perdas pelo suor são de 0,4 a 0,6mmol(16 a 24mg) por dia, e uma adicional perda pela descamação de células, cabelo e unhas aumenta essa excreção para cerca de 1,5mmol(60mg) por dia.
O cálcio fecal inclui a quantidade da dieta que não é absorvida mais o cálcio que entra no intestino por fontes endógenas, incluindo descamação da células da mucosa, saliva, suco gástrico, suco pancreático e bile. Nos rins de mamíferos, a regulação da vitamina D funciona via calbindina-D28k, que se liga a 4 Ca2+ por molécula. Entretanto, na ausência da vitamina D não é observada hipercalciúria. Por, o maior efeito na excreção renal é exercido pelo PTH, visto que na sua deficiência há aumento na excreção de cálcio.
Funções
Mensageiro Intracelular
A concentração de cálcio é mantida a 0,1 Um(10-7M) no citossol por intermédio de diversas proteínas ligantes. O acúmulo de cálcio no citossol levaria a célula à morte, porque poderia precipitar fosfato, que é vital para a transferência de energia. 
A membrana plasmática é importante na manutenção da homeostase, porque a membrana em estado de repouso é pouco permeável à entrada do cálcio, e a bomba Ca2+- Mg+-adenosina trifosfatase (ATPase) expulsa cálcio do citossol para o espaço externo(fluido extracelular). Portanto, um momentâneo incremento na concentração de cálcio no citossol, causado por um influxo de cálcio, é rapidamente seguido do retorno ao seu nível de pré-excitação. Outras vias de entrada de cálcio pela membrana são os canais de cálcio, canais voltagem-depedentes, canais operados por receptores e canais de sódio. As vias de saída de cálcio são mantidas pelas trocas de Na+-Ca2+ pela bomba de Na+.
Quando um estímulo interno ou externo, tal como um hormônio ou neurotransmissor, liga-se ao receptor de membrana, ocorre uma série de respostas. O receptor pode ser uma proteína G ou tirosina quinase. A fosfolipase C é ativada, o que quebra o fosfatidilinositol-4,5-bifosfato (PIP2) na membrana da célula em inositol-1,4,5-trifosfato(InsP3) e diacilglicerol (DG). Ao ser lançado no citosol, o InsP3 se liga a receptores na membrana do retículo endoplasmático(ou sarcoplasmático no músculo), que induz à liberação de Ca2+ dos estoques internos. A concentração de cálcio pode se elevar de 0,1umM para 10um. O Ca2+ elevado no citosol se liga à calmodulina, que por sua vez ativa a quinase para fosforilar proteínas específicas. Esse sistema contribui para a secreção de aldosterona pelas células da adrenal em resposta à angiotensina II; a secreção de insulina pelas células pancreáticas e a contração muscular de músculos lisos.
Ossos e Dentes:
O cálcio nos ossos encontra-se primariamente como hidroxiapatita insolúvel, cuja fórmula geral é Ca10(PO)4(PO)2 E REPRESENTA 40% da peso da porção mineral do osso. 
Além do papel estrutural, o esqueleto é uma importante reserva de cálcio para manter a concentração plasmática de cálcio. O pool de cálcio nos ossos se renova a cada 10 a 12 anos, em média, mas não há renovação nos dentes.
Recomendações Nutricionais:
A recomendação de cálcio foi estabelecida com ingestão adequada (AI) e não como necessidade média estimada (EAR), portanto a RDA (ingestão dietética recomendada) não foi estabelecida.
O limite superior tolerável de ingestão (UL) não foi estabelecido para crianças de 0 a 12 meses. Para crianças acima de um ano de idade, bem como para as demais faixas etárias e estados fisiológicos (gravidez e lactação), a UL foi estabelecida em 2,5g/dia, segundo o Institute of Medicine.
Fontes Alimentares:
As principais fontes de cálcio são o leite e seus derivados, especialmente quijo, sorvete e iogurte. Outras fontes incluem tofu, salmão, sardinha com ossos, ostras, moluscos, folhas de nabo e de mostarda, brócolis, couve, leguminosas e frutas desidratadas. Carnes, cereais e nozes, em geral, são fontes pobres de cálcio.
A eficácia de uma fonte alimentar depende do seu conteúdo de cálcio numa porção e sua biodisponibilidade.
· Fatores que afetam a absorção de cálcio:
- Adequação De vitamina D
- Aumento da massa da mucosa
- Deficiência de cálcio
- Deficiência de fósforo
- Gravidez
- Lactação
- Permeabilidade da mucosa
· Fatores que reduzem a absorção de cálcio:
- Deficiência de vitamina D
- Diminuição da massa da mucosa
- Menopausa
-Idade avançada
- Redução da acidez gástrica
- Aumento do trânsito intestinal
Sódio
O maior determinante da excreção urinária de cálcio é o sódio. Sódio e cálcio compartilham alguns dos sistemas de transporte no túbulo proximal, de forma que cada 100 mmol (2,3g) de incremento na excreção de sódio carreiam aproximadamente 0,6 a 1,0 mmol (24 a 40mg) de cálcio.
Como a excreção urinária de cálcio representa 50% da variabilidade de sua retenção, o sódio dietético tem grande influência em potencial na perda óssea. Numa mulher adulta, cada grama de sódio extra consumido por dia pode produzir uma taxa adicional de perda óssea de 1% ao ano, quando a perda de cálcio na urina provém do esqueleto. 
Ferro
Absorção, Metabolismoe Excreção
O ferro é o quarto elemento mais abundante na natureza, compreendendo cerca de 4,7% da superfície da Terra. Apesar da sua abundância na superfície terrestre, a deficiência de ferro constitui a carência nutricional mais da sociedade, especialmente nos países menos desenvolvidos.
Nos humanos, a quantidade total de ferro no organismo varia com o peso, q concentração de hemoglobina, o sexo e o tamanho do compartimento de reserva. O ferro essencial encontra-se na hemoglobina (60 a 70%), mioglobina (3 a 10%), enzimas heme, como catalase e essencial constitui o Fe de reservas: ferritina e hemossiderina (15 a 35%).
A passagem do ferro pelo heteróclito envolve transporte do metal através de três barreiras importantes: a membrana apical, a translocação através do citossol e a liberação do ferro na membrana basolateral e daí para a circulação. Embora parte do ferro da dieta possa ser absorvida passivamente por via para celular, o transporte transcelular, depende de energia, representa a via regulada e mediada por carreadores, a qual controla a absorção de ferro. Embora a via para celular seja menor, quantidades significativas de ferro podem ser absorvidas quando o conteúdo deste na dieta é alto, visto que não há mecanismo reguladores para essa via.
O balanço normal de ferro é regulado por sua absorção intestinal. O ferro inorgânico (não heme) é solubilizado e ionizado pelo suco gástrico, reduzido a Fe2+ quelato. As substâncias que formam quelatos de baixo peso molecular, como ácido ascórbico, açucarese aminoácidos, promovem a absorção de Fe. Os quelatos podem ser absorvidos ou excretados, dependendo da natureza do complexo. Se esse complexo se mantiver solúvel e o ferro estiver ligado fracamente, este elemento poderá ser liberado nas células da mucosa e absorvido. Entretanto, se o ferro for fortemente ligado ao quelato e estiver numa forma insolúvel, ele será excretado.
A absorção pode ocorrer em qualquer local do intestino delgado, mas é mais eficiente no duodeno, antes de ser captado pela borda em escova das células da mucosa, os átomos de Fe devem primeiro atravessar a camada de muco. O próprio muco tem a propriedade de se ligar ao Fe. O ferro no estado ferroso(Fe2+) é mais solúvel do que o ferro na forma férrica (Fe3+), portanto o Fe2+ atravessa a camada de muco mais rapidamente para alcançar a borda em escova, em queé ligado a proteínas ligantes de Fe que transferem o ferro para dentro da célula. Deversos estudos tentaram identificar essas proteínas. Uma proteína é a mucina (glicoproteína do muco), que também se liga ao zinco, porém com menor afinidade.
Estudos recentes têm apontado que um transportador de cátions divalentes (DCT-1) esteja envolvido no transporte de ferro não heme do lúmen intestinal para o interior do enterócito. O DCT-1 transporta apenas o ferro no estado ferroso. Entretanto, a maioria do ferro no lúmen está na forma férroca. Assim, a forma férrica é reduzida para ferrosa, possivelmente na borda em escova por uma redutase férrica, cito cromo b duodenal (Dcytb) ou por agentes redutores como o ácido ascórbico. O DCT-1 não é especifico para Fe2+ e transporta outros íons metálicos divalentes, incluindo cobalto, cobre, manganês, níquel, cálcio e zinco. O fluxo de ferro através da membrana basolateral para a circulação é mediada pela proteína transportadora, chamada IREG-1 ( transportadora regulada pelo ferro-1 ou ferroportina). A incorporação do ferro na apotransferrina pode ser facilitada pela oxidação do Fe2+ a Fe3+, tanto pela ceruloplasmina ( a principal proteína depende de cobre do plasma sanguíneo).
O estado de deficiência de ferro e a hipóxia estimulam a expressão duodenal de DCT-1, Dcytb e ferroportina, aumentando a absorção de ferro. A hepcidina é um hormônio regulatório secretado pelo o fígado que inibi a absorção e liberação de ferro de macrófagos e outros tipos de células. Ela aparece ligar-se á ferroportina na membrana do enterócito, internalizando-a e degradando-a, levando a redução da transferência de ferro para a corrente sanguínea. Na deficiência de ferro, a hepcidina será degradada, elevando a absorção de ferro.
Quando o ferro alcançar o plasma, ele é oxidado a Fe3+ pela hefaestina da membrana ou pela ceruloplasmina do plasma e, então, captado pela transferrina. A porção de ferro no citosol que excede a capacidade de ligação com a transferrina se liga á ferritina e pode ser posteriormente liberada na circulação, porém a maioria permanece nas células da mucosa e é liberada no lúmen intestinal após dois a três dias, quando a célula é descamada.
O ferro ligado á transferrina é, então, levado para os estoques no fígado, no baço e na medula óssea, assim como para os tecidos, que precisam de ferro. A captação do ferro pelos tecidos envolve a ligação da transferrina aos receptores celulares. O complexo penetra na célula por endocitose e forma uma vesícula no seu interior. As enzimas lisossomais liberam o Fe3+ e a apotransferrina, que é levada de volta á superficie da célula e segue para o plasma.
A maioria do ferro encontrado no organismo está ligada a uma proteína, mas não na forma livre. Essa ligação protege o Fe da filtração glomerular e serve como mecanismo de defesa, visto que o Fe2+ reage prontamente com peróxido de hidrogênio (H2O2), gerando radicais livres, que são extremamente reativos e causam danos á célula.
O ferro heme é absorvido por um mecanismo diferente dos descritos anteriormente para ferro não heme. A maioria do ferro heme é ingerida nas formas de hemoglobina e de mioglobina. O grupo heme pode ser absorvido intacto (como metaloporfirina) diretamente pelas células da mucosa, após a remoção da globina pelas enzimas proteolíticas gástricas e duodenais, ou a porção proteica pode ser removida no epitélio da mucosa. Uma vez dentro da célula, o ferro é liberado da heme pela enzima hemeoxigenase, formando Fe2+ e protoporfirina, e a partir de então é processado de maneira análoga á que acontece com o ferro não heme. O ferro atravessa a célula para ser liberado no plasma como Fe3+. Apenas pequena porção do ferro heme que entra na célula chega até a veia porta como ferro heme. Sua absorção é aumentada na deficiência de ferro, mas não pelo ácido ascórbico e tampouco reduzida por substâncias como o fitato. É ligeiramente inibida pela administração simultânea de ferro inorgânico e ferro não heme.
Um suposto transportador de ferro heme (HCP) foi identificado na membrana apical do enterócito, que é regulado em estados de deficiência e hipoxia. O ferro heme ao ser capturado por HCPI sofre endocitose e o ferro ferroso é liberado dentro do endossomo ou lisossomo no citossol do enterócito, seguindo a mesma rota do ferro não heme.
A maioria do ferro circulante no plasma provém da destruição das hemoglobinas (macrófagos do sistema reticulo endotelial) e das reservas de ferro (ferritina e hemossiderina). O ferro das hemoglobinas é reutilizado na eritropoese. Os eritrócitos vivem cerca de 120 dias e são fagocitados pelos macrófagos, principalmente no baço. Um adulto normal libera cerca de 20 a 25mg de ferro por dia do catabolismo das hemoglobinas. A porção heme da molécula é catabolizada pela heme oxigenasse a biliverdina e, subsequentemente, a bilirrubina, que é, então, secretada na bile e excretada do organismo. O ferro degradado retorna à circulação ligado a transferrina. A transferrina se liga a receptores de transferrina (TFR) específicos nos precursores de eritrócitos na medula óssea e o ciclo é completado, quando um novo eritrócito entra na circulação. Mais de 90% do ferro da hemoglobina é reutilizado. Na deficiência de ferro aumenta-se ao máximo a transferência de ferro no ciclo pelo aumento da expressão de ferroportina nos macrófagos, síntese hepática de transferrina e expressão de TFR1 na medula óssea e outros tecidos.
No homem adulto, as perdas diárias de ferro são de aproximadamente 0,9 a 1,0mg, sendo a maioria pelo trato digestório (0,6mg), do que cerca de 0,45mg é devido a sangramento ( que ocorre mesmo em indivíduos saudáveis) e 0,15mg é perdido na bilee por descamação das células intestinais; mais 0,2 a 0,3mg é perdido por descamação das células epitelias e 0,1mg pela urina. As perdas basais de ferro na mulher são um pouco menores devido á sua menos superfície corporal (0,7 a 0,8mg/dia). Porem, por causa dos ciclos menstruais no período de fertilidade, suas perdas totais são estimuladas em 1,3 a 1,4mg/dia.
Funções
O ferro desempenha importantes funções no organismo humano. Ele está envolvido na formação dos glóbulos vermelhos, no transporte de O2 e CO2, na transferência de elétrons, em reações de oxidação-redução, na produção de energia celular, na proteção sistema imunológico, na conversão de(beta caroteno) em vitamina A, na síntese do colágeno, na formação de purinas, na remoção de lipídios do sangue, na detoxificação de drogas do fígado, na produção de anticorpos, na síntese de carnitina, na síntese de DNA e divisão celular, na síntese de tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). Animais gravemente anêmicos, por serem incapazes de fazer a termorregulação a baixas temperaturas, tornam-se hipotérmicos.
Recomendações Nutricionais
As recomendações nutricionais de ferro dependem da sua biodisponibilidade e das necessidades de acordo com a idade e gênero dos indivíduos. Em 1989, o National Research Council (NRC) estabeleceu as recomendações de ferro, considerando a média de ingestão de ferro pela população americana como sendo de alta biodisponibilidade (10 a 15% de absorção). A Food And Agriculture Organization (FAO) e Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001 estabelecerem as recomendações de ferro, tomando como base uma dieta de biodisponibilidade alta (15%), média (10%) ou baixa (5% de absorção). As recomendações de ferro, segundo Institute of Nutrution, consideram o padrão alimentar da população americana e canadense de alta biodisponibilidade de ferro.
Fontes
A melhor fonte de ferro na dieta é o fígado, seguido de mariscos, ostras, rins, coração, carnes magras, aves e peixes. Os feijões, os grãos integrais e as frutas secas são as melhores fontes vegetais, porem sua biodisponibilidade é menor do que nas carnes. O leite e derivados contem baixos teores de ferro.
Biodisponibilidade
A absorção do ferro pode ser afetada por fatores fisiológicos e dietéticos.
Fatores que aumentam a absorção do Ferro
Fatores fisiológicos: deficiência de ferro, hemogromatose, gravidez (na segunda metade do período gestacional) eritropoese aumentada (anemias ou hipóxias).
Fatores dietéticos e intraluminais: ácido ascórbico, ácido cítrico, aminoácidos sulfurados (cisteína), produtos da digestão de carnes de bovinos e de aves (fator carne).
Fatores que reduzem a absorção do ferro
Fatores fisiopatológicos: saturação de ferro, trânsito intestinal acelerado, síndrome de má absorção, aquilia ou acloridria, doenças que causam anomalias na mucosa intestinal (doença celíaca).
Fatores dietéticos e intraluminais: precipitação por alcalinização, cálcio, fitatos (mioinositol penta e hexafosfato), ingestão de compostos alcalinos ou de antiácidos, proteína do leite, albumina, gema de ovo e proteína da soja, café e chá, fibra e farelos de arroz e de trigo, ingestão concomitante de sais de ferro e zinco.
A biodisponibilidade de ferro pode ser estimada nas dietas e alimentos, de acordo com o consumo concomitante de ácido ascórbico e de carne. Nas carnes 30 a 70%do ferro está na forma heme, sendo sua absorção geralmente inferior a 10%. Embora, como visto anteriormente, a absorção de ferro possa ser afetada por diversos fatores fisiológicos e dietéticos, para efeitos práticos de cálculos dietéticos, apenas o conteúdo de ácido ascórbico e do fator carne são considerados, segundo Monsen (1978). 
Para se determinar experimentalmente a biodisponibilidade de ferro, entretanto, diversos metos tem sido proposto, tanto radioativo quanto estável. A contagem de corpo inteiro é um dos metos mais empregados em estudos com animais. Envolve a administração do ferro radioativo como parte de uma refeição, na forma liquida por gavagem no estomago ou na forma de injeção num segmento do intestino ou, ainda, distribuído uniformemente numa porção de aproximadamente 3g de dieta. Em estudos com humanos, a incorporação do isótopo nos eritrócitos é a técnica de preferência, visto que um contador de corpo inteiro nem sempre é disponível. Essa técnica é geralmente usada para medir a absorção de ferro em uma única refeição.
Chumbo
A toxicidade do chumbo gera desde efeitos claros, ou clínicos, até efeitos sutis, ou bioquímicos. Estes últimos envolvem vários sistemas de órgãos e atividades bioquímicas. Nas crianças, os efeitos críticos atingem o sistema nervoso, enquanto que nos adultos com exposição ocupacional excessiva, ou mesmo acidental, os cuidados são com a neuropatia periférica e a nefropatia crônica. Em situações raras, os efeitos sobre a síntese da heme proporcionam indicadores de exposição ao chumbo na ausência de consequências quimicamente perceptíveis. Também os sistemas gastrintestinal e reprodutivo são alvo da intoxicação pelo chumbo.
Nos últimos anos, atenção especial tem sido dada aos estudos epidemiológicos direcionados para os possíveis efeitos neurotóxicos do chumbo nas crianças, especialmente naquelas com desvios de comportamento. Na população adulta, esforços consideráveis têm sido dispensados no sentido de avaliar os efeitos cardiovasculares do chumbo e o seu envolvimento na hipertensão. Além disso, diversos estudos têm contribuído para a compreensão dos efeitos bioquímicos desse metal, podendo facilitar o reconhecimento precoce de alterações significativas e para a suavização de consequências potencialmente adversas. Tais estudos indicam que os efeitos do chumbo são os mesmos para a população em geral e para a população exposta ocupacionalmente. Entretanto, é importante distinguir entre adultos e crianças, devido à diferença de suscetibilidade entre esses dois grupos. Em função da ausência de publicações sobre o tópico em português, o objetivo deste artigo foi fazer um levantamento bibliográfico acerca dos riscos para a saúde humana associados com a exposição ao chumbo e seus compostos, especialmente nas populações expostas ocupacionalmente e nas crianças. O foco principal foi a busca de informações recentes sobre efeitos não confirmados atribuídos ao chumbo.
Toxicologia Geral
O chumbo é um elemento tóxico não essencial que se acumula no organismo. Na sua interação com a matéria viva, o chumbo apresenta tanto características comuns a outros metais pesados quanto algumas peculiaridades. Como esse metal afeta virtualmente todos os órgãos e sistemas do organismo, os mecanismos de toxicidade propostos envolvem processos bioquímicos fundamentais, que incluem a habilidade do chumbo de inibir ou imitar a ação do cálcio e de interagir com proteínas. Em níveis de exposição moderada (ambiental e ocupacional), um importante aspecto dos efeitos tóxicos do chumbo é a reversibilidade das mudanças bioquímicas e funcionais induzidas. A toxicidade do chumbo resulta, principalmente, de sua interferência no funcionamento das membranas celulares e enzimas, formando complexos estáveis com ligantes contendo enxofre, fósforo, nitrogênio ou oxigênio (grupamentos –SH, –H2PO3, –NH2, –OH), que funcionam como doadores de elétrons. As interações bioquímicas do chumbo com grupamentos –SH são consideradas de grande significado toxicológico, visto que, se tal interação ocorrer em uma enzima, sua atividade pode ser alterada e resultar em efeitos tóxicos. O chumbo também tem alta afinidade com as aminas e os amino- ácidos simples. A estabilidade dos complexos de chumbo aumenta com o número crescente de sítios ligantes e com espaçamentos ótimos, como no caso dos grupamentos sulfidrilas vicinais. A habilidade do chumbo de mimetizar o cálcio na ativação da calmodulina envolve ligação com grupos carboxilas, enquanto que os grupos sulfidrilas estão relacionados com a ativação da proteína quinase C. Portanto, os mecanismos de mimetismo do cálcio e de ligação com proteínas algumas vezes se sobrepõem. Em geral, essas ligações dosíons Pb com o material bioquímico são fortes, porém inespecíficas com respeito aos efeitos do chumbo, e até agora não têm sido aplicadas no monitoramento biológico.
Efeitos Biológicos 
Os efeitos biológicos do chumbo são os mesmos qualquer que seja a rota de entrada (inalação ou ingestão), uma vez que há interferência no funcionamento normal da célula e em inúmeros processos fisiológicos. As maiores concentrações de chumbo são encontradas nos ossos, porém os primeiros efeitos adversos da exposição ao metal não são aí observados; inclusive, são limitadas as informações com respeito ao efeito e potenciais mecanismos de ação do chumbo sobre os ossos. Encontraram maior conteúdo de chumbo no osso cortical de pacientes com doença de Paget, com osteoporose e sob diálise do que em controles. Entretanto, os níveis do metal no osso trabécula foram mais baixos nos pacientes com doença de Paget ou osteíte fibrosa. Assim, os autores não puderam confirmar a existência de uma associação entre o chumbo e a doença no osso. O sistema nervoso, a medula óssea e os rins são sítios críticos na exposição ao chumbo, enquanto que os distúrbios na função do sistema nervoso e os desvios na síntese da heme são considerados como efeitos tóxicos críticos. Os efeitos sobre o sistema nervoso ocorrem sempre que os níveis de chumbo no sangue (Pb-S) forem da mesma ordem de grandeza daqueles que alteram a síntese da heme. Por isso, os distúrbios na biossíntese da heme servem como “indicador metabólico” para a detecção precoce de exposição perigosa ao chumbo antes do aparecimento de sintomas clínicos.
Efeitos Neurológicos
O conjunto de órgãos mais sensível ao envenenamento por chumbo é o sistema nervoso, sendo que a encefalopatia é um dos mais sérios desvios tóxicos induzidos pelo chumbo em crianças e adultos. Além da ausência de um limite preciso, a toxicidade do chumbo na infância pode ter efeitos permanentes, tais como menor quociente de inteligência e deficiência cognitiva. Durante o desenvolvimento de uma criança, o sistema nervoso pode ser afetado adversamente por valores de Pb-S menores do que 10mg, níveis antes considerados seguros. Nos adultos, o sistema nervoso central também é afetado por concentrações relativamente baixas (Pb-S em torno de 40 mg). Os danos sobre o sistema nervoso periférico, primeiramente motor, são observados principalmente nos adultos. A encefalopatia causada pelo chumbo ocorre nas formas aguda e crônica. O curso clínico da encefalopatia aguda pelo chumbo varia, dependendo da idade e da condição geral do paciente, da quantidade absorvida, do tempo de exposição e de certos fatores concomitantes, como o alcoolismo crônico. A relação dose-resposta para as desordens do sistema nervoso central não é bem conhecida. Encefalopatia aguda se desenvolve somente após doses maciças e é rara quando os níveis de Pb-S estão abaixo de 100mg. A encefalopatia crônica pode ser um estado residual após a encefalopatia aguda originada por esse metal, mas também pode resultar de uma exposição prolongada ao chumbo. As crianças são mais suscetíveis do que os adultos aos efeitos da encefalopatia sobre o sistema nervoso central. A exposição pode começar ainda no útero, caso a mãe tenha chumbo em seu organismo, e aumentar após o nascimento, através de inúmeras fontes. A intoxicação pediátrica com chumbo tem efeitos comportamentais e psicológicos que, juntamente com a disfunção da percepção sensório-motora fina e com alterações na eletroencefalografia, estão relacionados com uma dose recebida no passado. De acordo com alguns estudos, tais efeitos podem também ser induzidos pela exposição prolongada, em nível moderado, em idade precoce. Os mecanismos dos efeitos neurotóxicos do chumbo não são bem conhecidos, porém existem indicações de distúrbios no metabolismo do carboidrato, síntese anormal de nucleotídeos, inibição da respiração celular, bloqueio dos grupamentos –SH neuronais e mudanças nos níveis de ácido neuramínico e RNA.
Em adultos, alguns estudos indicam que os efeitos claros da neurotoxicidade aparecem com níveis Pb-S de 40 a 60mg, concentração na qual também se fazem presentes outros sinais e sintomas claros de intoxicação por chumbo, tais como as queixas gastrintestinais. Diversos testes neurocomportamentais também mostraram efeitos com concentrações de chumbo no sangue de aproximadamente 30 mg. No entanto, estudaram 38 trabalhadores expostos ao chumbo e concluíram que um Pb-S de 37,3 mg não estava associado a efeitos comportamentais adversos, e que uma exposição prolongada (13 anos, em média), com Pb-S em torno de 41,4 mg, não estava associada à disfunção permanente do cérebro.
Efeitos Hematológicos
A anemia é uma descoberta extraordinária no envenenamento por chumbo, não estando necessariamente associada com deficiência de ferro. Geralmente, é de leve a moderada em adultos (os valores de hemoglobina variam de 8 a 12 g/100 mL–1) e, algumas vezes, é severa em crianças. Os desvios hematológicos que levam à anemia pelo chumbo são considerados como resultado de sua ação tóxica sobre as células vermelhas e eritropoiéticas na medula óssea. Esses efeitos incluem inibição da síntese da hemoglobina (Hb) e diminuição do tempo de vida dos eritrócitos circulantes, resultando na estimulação da eritropoese. Entretanto, a anemia não é uma manifestação precoce do envenenamento por chumbo, sendo rara sem outros efeitos detectáveis, e só é evidente quando o nível de Pb-S é significativamente elevado por períodos prolongados.
Efeitos Endocrinológicos 
O chumbo parece interferir na conversão da vitamina D em 1,25-dihidroxivitamina D. Nas crianças, as concentrações de 1,25-dihidroxivitamina D no soro são usadas como um indicador dos efeitos do chumbo sobre o sistema de enzimas que medeiam a hidroxilação inicial. Entretanto, outros fatores, tais como dieta, necessidades fisiológicas de cálcio e fósforo e níveis de hormônios cálcio trópicos, tais como o para tireóide, podem regular a produção e concentração da 1,25-dihidroxivitamina D no organismo. Vários estudos mostram a existência de uma correlação inversa forte entre os níveis de chumbo no sangue e de 1,25-dihidroxivitamina D no soro. Entretanto, os dados epidemiológicos permitiram concluir que os efeitos do chumbo sobre o metabolismo da vitamina D, observados em alguns estudos, somente eram evidentes em crianças com deficiência nutricional crônica e níveis de chumbo em sangue elevados por longo tempo.
Efeitos sobre o crescimento 
Diversas pesquisas têm sugerido que o crescimento físico e a estatura das crianças podem ser reduzidos pela exposição ao chumbo. Nos Estados Unidos, um levantamento nacional realizado de 1976 a 1980 com 2 695 crianças com idade igual ou menor do que 7 anos forneceu evidências de uma associação entre níveis crescentes de chumbo no sangue e redução no peso, altura e circunferência de tórax, após ajuste para idade, raça, sexo e fatores nutricionais. Uma edição posterior do mesmo levantamento, com dados coletados de 1988 a 1994 entre 4 391 crianças de 1 e 7 anos, concluiu que as associações negativas significativas entre a concentração de Pb-S e a estatura e circunferência da cabeça eram semelhantes em grandeza àquelas relatadas no levantamento anterior. A exposição ao chumbo também foi associada com baixa estatura em crianças nos estudos de Berglund e Vivoli avaliaram a relação entre o crescimento somático e a exposição ao chumbo em 418 adolescentes e seus dados sugerem que, mesmo para baixa exposição ao chumbo, este metal pode afetar o crescimento em estatura e os níveis de gonadotropinas. Já os resultados demonstram importantes efeitos reguladores do chumbo sobre os condrócitos em cultura de células, e sugerem um efeito inibidor sobre o processo de formação endocondrial do osso, sendo que a placa de crescimento pode ser um dos principais tecidos alvo a serem considerados em termos dos efeitos adversos da exposição crônica ao chumbo sobre o desenvolvimento dos ossos.
 Efeitos renais
A exposição excessiva e prolongada ao chumbo pode causar doença renal progressivae irreversível. A nefropatia por chumbo é caracterizada por uma redução gradual da função renal e é freqüentemente acompanhada por hipertensão. Os efeitos tóxicos do chumbo sobre os rins ocorrem na presença de níveis relativamente altos de Pb-S e se dividem principalmente em disfunção tubular renal reversível e nefropatia intersticial irreversível. A disfunção reversível ocorre, na maior parte, em crianças sob exposição aguda basicamente por via oral ao chumbo (e algumas vezes em trabalhadores expostos). Essa disfunção está geralmente associada a efeitos conhecidos sobre o sistema nervoso central. As características da nefropatia aguda incluem corpos de inclusão nuclear, alterações fisiológicas na mitocôndria e citomegalia das células epiteliais dos túbulos proximais. A nefropatia irreversível, um efeito direto da exposição crônica sobre os rins, é caracterizada por esclerose vascular, atrofia ou hiperplasia da célula tubular, fibrose intersticial progressiva, nenhum ou poucos corpos de inclusão e esclerose glomerular. A forma crônica é descrita principalmente em trabalhadores expostos, cuja exposição primária é por inalação. Nos estágios iniciais dessa exposição excessiva aguda, as alterações morfológicas e funcionais nos rins estão limitadas aos túbulos renais e são mais pronunciadas nas células tubulares proximais, cujos danos se manifestam por reabsorção reduzida de aminoácidos, glicose, fosfato e ácido cítrico. Em casos severos, podem ocorrer hiperaminoacidúria, glicosúria e hipofosfatemia combinada com hiperfosfatúria (síndrome parecida com a de Fanconi)
Efeitos sobre a reprodução e o desenvolvimento 
É geralmente aceita a noção de que o chumbo causa efeitos adversos sobre o sistema reprodutor masculino e feminino; porém, as evidências são principalmente qualitativas, e não foram estabelecidas relações de dose-resposta. Uma maior frequência de abortos e partos de natimortos entre mulheres que trabalham com o chumbo foi relatada no início do século XX. Embora os dados sobre os níveis de exposição sejam incompletos, esses efeitos provavelmente resultaram de uma exposição maior ao chumbo do que aquela normalmente encontrada em indústrias de chumbo. A associação entre a exposição ocupacional severa ao chumbo e os abortos espontâneos levou à exclusão de mulheres das ocupações com alta exposição. No entanto, os estudos iniciais sofriam de deficiências metodológicas. Da mesma forma, são escassos os dados confiáveis sobre a relação de dose efeito na reprodução feminina.
Efeitos carcinogênicos 
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (International Agency for Research on Cancer, IARC) concluiu que as evidências relativas à carcinogenicidade do chumbo e seus compostos em seres humanos eram inadequadas. Entretanto, as provas dos efeitos carcinogênicos em animais eram suficientes. Assim, de acordo com a IARC, o chumbo inorgânico e os compostos de chumbo foram classificados como “possivelmente carcinogênicos para humanos”. Nos Esta dos Unidos, uma lista das 20 substâncias mais perigosas para 2001 mostra o chumbo em segundo lugar, atrás somente do arsênio.
Efeitos cardiovasculares 
Nas intoxicações agudas por chumbo, particularmente se o paciente tem cólica, a pressão sanguínea é frequentemente elevada, podendo ocorrer também hipotonia e danos ao miocárdio. Os efeitos cardiovasculares crônicos do chumbo têm sido estudados, mas com resultados divergentes. Considerando os estudos já realizados, parece que a exposição controlada ao chumbo no ambiente de trabalho não causa arteriosclerose, hipertensão, infarto do miocárdio ou doença cerebrovascular. As evidências de estudos clínicos, ocupacionais e com a população em geral sugerem que o chumbo afeta o sistema cardiovascular em humanos, produzindo lesões cardíacas, anormalidades eletrocardiográficas e aumentos na pressão sanguínea em níveis excessivos de exposição. Porém, a contribuição do chumbo, comparada com outros fatores que afetam a pressão do sangue, parece ser relativamente pequena, em torno de 1 a 2% da variação. Os dados animais demonstram claramente que o chumbo aumenta a pressão sanguínea sob condições experimentais controladas, e vários mecanismos têm sido propostos para explicar essas observações.
Efeitos gastrintestinais
A cólica é um efeito inicial no quadro de intoxicação por chumbo em sujeitos ocupacionalmente expostos ou em indivíduos com exposição aguda a níveis elevados de chumbo, sendo também um sintoma de envenenamento por chumbo em crianças. Embora ocorra tipicamente em níveis de Pb-S de 100 a 200mg, também tem sido notada, algumas vezes, em trabalhadores com níveis mais baixos, tais como 40 a 60 mg. Uma outra manifestação bem conhecida da exposição ao chumbo é a linha azulada nas gengivas. Entretanto, essa tão conhecida linha do chumbo não diz sequer se o paciente está intoxicado por chumbo. É formada por precipitado de sulfeto de chumbo e somente indica que o paciente tem estado exposto a esse metal e que, além disso, sua higiene dental é pobre.
Efeitos hepáticos
Parece que não há novas evidências relacionando o conteúdo corpóreo de chumbo aos efeitos no fígado. Porém, há sugestões de que os efeitos do chumbo sobre a síntese da heme podem reduzir a capacidade funcional do citocromo P-450 do sistema hepático para metabolizar drogas, conforme demonstrado em trabalhadores ocupacionalmente expostos. Esses distúrbios no citocromo P-450 são mínimos no caso de intoxicação crônica pelo chumbo em adultos, mas significativos em crianças com envenenamento agudo.
Mercúrio 
Os efeitos tóxicos do mercúrio (Hg) sobre o organismo humano, embora já conhecidos, começaram a ser bem evidenciados, quando foi identificado o 1º caso de lesão do sistema nervoso central, em moradores de vilas próximas à cidade de Minamata, Japão. Os doentes eram, em sua maioria, pescadores ou compradores de peixes capturados na baia, que abastecia esta cidade. Mais de 1300 pessoas morreram, inclusive com casos de enfermidade neurológica congênita, conhecida como “doença de Minamata” ou “mal de Minamata”. Em 1956, descobriu-se que a descarga de dejetos industriais na baía de Minamata, compunha-se de um composto de Hg inorgânico, que era usado como catalisador na produção de plástico. Este composto, em sua forma metálica, é praticamente inerte e reage muito pouco com o ambiente. Quando despejado nos rios, entretanto, liga-se a átomos de carbono (processo de metilação) e entra na cadeia alimentar. Do plâncton passa aos peixes e dos peixes ao homem.
Atualmente no Brasil, o Hg está sendo muito empregado nas áreas de garimpo, onde é usado para separar o ouro das impurezas, pois este forma um amálgama com o ouro. Depois da mistura ser aquecida, o Hg evapora-se, restando somente o ouro. O amálgama residual é lançado ao rio e o Hg incorpora-se à cadeia alimentar, envenenando os rios e, consequentemente, os homens. Estão envolvidas mais de 650.000 pessoas no garimpo na Amazônia, resultando em uma descarga anual de 90 a 120 toneladas de Hg dentro do ecossistema local.
O Hg inorgânico, antigamente usado como componente dos diuréticos, atualmente é usado em larga escala na indústria, fábricas de matéria plástica, fungicidas e germicidas, assim como na confecção de amálgama dentário. Após ser absorvido, distribui-se de forma bastante heterogênea, sendo encontrado em níveis mais altos nos rins. O Hg orgânico é encontrado no compostos de Hg que possuem uma ligação covalente a um átomo de carbono 10,11. Trata-se de grupo bastante heterogêneo, cuja potência varia de um composto para outro. A forma mais nociva são os sais alquilados (metil-mercúrio). São mais absorvidos através do trato gastrointestinal 2,6 do que os inorgânicos, porque possuem maior solubilidade em lipídios e exercem ação corrosiva menos intensa sobre a mucosa do intestino.
Ações bioquímicas do mercúrio
O Hg interage principalmente com as proteínas, ligando-se aos radicais sulfidrilas (SH). Desta maneira, altera as suas funções, principalmente as enzimas. Várias descrições de efeitos sobre enzimas já existem, sendoque muitas delas são importantes para o funcionamento do miocárdio. Assim, descreveram a redução da hidrólise de ATP em tecido neural. Também, neste tecido, ficou demonstrado que o Hg inibe a atividade da Na+ ,K+ -ATPases, o que também é observado em outros tecidos, como o miocárdio 15, 16 e o renal 17, sendo que, neste último caso, a ação é a representação bioquímica da ação diurética do metal. Além desses efeitos, o Hg ainda deprime a atividade das Ca2+ -ATPases , o que interfere na captação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático (RS) das células musculares. Outras enzimas, que desempenham papel importante na atividade cardiovascular também têm suas funções alteradas pelo Hg. Assim, a enzima conversora da angiotensina tem sua atividade reduzida pela ação do Hg (resultados não publicados). Enzimas extracelulares que participam na formação de adenosina, apirase e nucleotidases, também têm sua atividade reduzida. Entretanto, outras enzimas têm sua atividade aumentada pela ação do Hg, como a colinesterase plasmática, por exemplo, que tem sua atividade aumentada por doses sabidamente tóxicas de Hg. Dados indiretos também indicam que o Hg age sobre as proteínas contráteis, reduzindo o desenvolvimento de força, embora ainda não se saiba se este efeito é sobre a ATPase miosínica ou sobre algum outro sítio das proteínas contráteis. Outros mecanismos, dependentes da atividade de radicais SH, também são afetados pelo Hg. Assim, os canais de Ca2+ do RS, que se abrem na dependência de radicais SH, aumentam a liberação de cálcio quando afetados pelo metal. Este resultado mostra que o Hg teria, então, um duplo efeito sobre o RS, aumentando a velocidade de liberação de Ca2+ e reduzindo a captação de Ca2+ pela inibição da Ca2+-ATPase.
Alterações funcionais promovidas pelas ações tóxicas do mercúrio
O Hg exerce ações tóxicas importantes sobre os organismos vivos, principalmente através de ações sobre a má- quina enzimática celular. Estas ações explicam sua utilização como fármaco, o que felizmente já foi abandonada, e vários efeitos sobre o ser humano. Estas ações, agudas e crônicas, são descritas, principalmente, sobre os rins e o sistema nervoso. As ações crônicas foram bem conhecidas devido a acidentes de graves proporções, no Japão e no Iraque, envolvendo a utilização do Hg. Ao nível cerebral, os compostos mercuriais, à luz da microscopia eletrônica, promovem alterações em neurônios ganglionares (vacuolização periférica), aumento do número de mitocôndrias e diminuição do retículo endoplasmático rugoso. Em humanos, a exposição aguda ao Hg tem dado origem a reações psicóticas. Exposição ocupacional resulta em eretismo, com irritabilidade, excitabilidade, timidez excessiva e insônia. A exposição ao metil-mercúrio exerce seu efeito máximo durante o período neonatal, provocando sérias lesões neurológicas nos recém-natos, como retardo mental. Os sinais clínicos relatados, quanto a intoxicação crônica do tecido nervoso são: mudança comportamental, tremor anormal e reflexos exagerados, sinais de polineuropatias e uma síndrome semelhante à esclerose lateral amiotrófica. Ainda relacionadas ao sistema nervoso, as ações tóxicas do Hg mostram o aparecimento de tremores, distúrbios sensoriais, ataxia, disartria, dificuldades auditivas e visuais. Casos de intoxicação leve mostram sintomas inespecíficos, como, fadiga, redução da memória, cefaléia, movimentos lentos com tremor de lábios e dedos. As intoxicações graves levam, em geral, à morte. O período de latência para aparecimento dos sintomas é longo, podendo atingir 10 anos.
Selênio
O Selênio é um elemento micronutriente presente em diversos alimentos (de origem vegetal e animal) e de grande importância para o funcionamento e manutenção do organismo dos seres humanos. A presença de selênio no organismo humano é encontrada principalmente nos músculos, nos rins, no coração e no fígado e a única exceção é o tecido adiposo.
Metabolismo / Absorção e Excreção
Como aponta Mahan, Stump e Raymond (2013): o selênio é absorvido nas secções superiores do intestino delgado e é eliminado pela urina na maioria das vezes. E ele é essencial em quantidades minúsculas, onde é mais eficaz no estado de carência.
Função
· Neutralização de radicais livres (antioxidantes)
O selênio combate os radicais livres de duas formas: diretamente como um poderoso antioxidante e indiretamente como a peroxidase, que protege o corpo do desenvolvimento de tumores, prevenindo o câncer.
''[...] Os efeitos antioxidantes do selênio e da vitamina E podem fortalecer uns aos outros pela sobreposição de suas ações protetoras contra o dano oxidativo. Esses dois nutrientes antioxidantes podem participar de outras atividades cooperativas que ajudam a manter as células saudáveis. [...]” Mahan, Stump e Raymond (2013).
"O selênio é um componente (1) da proteína do centro dos dentes, (2) da enzima que converte o hormônio tireoideo em T3, e (3) do sistema de defesa antioxidante do organismo associado à vitamina C." Nix (2010)
· Atua na melhora da resistência do Sistema Imunológico
Doenças comuns, porém, também são prevenidas pelo selênio. O estímulo ao funcionamento do Sist. Imunológico se destaca entre outros benefícios do selênio, que dá ainda mais potência à imunidade ao diminuir as inflamações, e assim, evitar a sobrecarga do Sist. Imunológico.
· Regulação do Sistema Endócrino
Também muito importante entre outros benefícios do selênio é o estímulo ao sistema endócrino, em especial a glândula tireoide. Glândula esta que regula o metabolismo e funcionamento de outros componentes do sist. endócrino, funciona de modo mais eficaz e intenso através da influência do selênio.
· Prevenção de doenças cardiovasculares
O selênio também protege o sistema circulatório . O seu efeito anticoagulante protege o corpo contra perigosos coágulos, enquanto o seu papel como antioxidante evita o acúmulo de colesterol LDL (ruim) nas artérias, evitando assim a arteriosclerose e as doenças cardiovasculares em geral.
Recomendação
Como menciona Nix (2010): as doses diárias de selênio são bastante pequenas e são baseadas nas faixas etárias, contudo, sem distinção de sexos.
As RDAs para o selênio são de 55mcg/da para homens, mulheres e adolescentes ( entre 14 e 18 anos. Com a exceção, de gestantes que é de 60mcg/dia.
Nas crianças a quantidade é mínima é de 20mcg/dia, para as crianças de 1 a 3 anos; 30mcg/dia para s crianças de 4 a 8 anos e 40mcg/dia para as crianças de 9 a 13 anos.
Fontes
Mahan, Stump e Raymond (2013) relatam que: as fontes naturais mais concentradas de selênio são as castanhas do Pará. E também é encontrado em concentrações significativas em frutos do mar, rim, fígado, carnes, aves, ovos e trigo.
Deficiência
Nix (2010) esclarece que: os fatores que contribuem para a baixa da taxa de selênio é uma alimentação inadequada. Uma vez que ,sua deficiência pode causar inúmeros malefícios ao sist imune, tais como: a sensibilidade e a fraqueza muscular , a degeneração do pâncreas e a maior chance de ter um câncer.
Cádmio
O cádmio – cujo símbolo é Cd – é um metal de transição, cinza claro, dúctil e mole à temperatura ambiente. O cádmio é definido como um metal pesado. Metais pesados são os elementos que possuem um número atômico maior que 20 e o peso específico maior que 5 g/cm3 (Tan, 2000). 
	O cádmio é um elemento raro e não ocorre na natureza na forma pura. A concentração comum deste elemento na crosta da terra é de aproximadamente 0,2 mg/kg (Lalor, 2008). O principal mineral de cádmio é a grinoquita – CdS, sulfeto de cádmio – que se encontra em pequenas quantidades no solo, usualmente associada a minérios de zinco, especialmente a esfalerita e galena (Potsch, 1967; Dana, 1978). 
Visto como um poluente importante para o mundo, o cádmio foi revisado pelo IRPTC – International Register of Potentially Toxic Chemical of United Nations Environment Program – e, como resultado, foi incluído na lista de substâncias consideradas potencialmente perigosas ao planeta (Cardoso et Chasin, 2001).
Toxicidade do Cádmio 
Uma substância é considerada tóxicaquando possui potencial para provocar efeito adverso à saúde em consequência de sua interação com o organismo. No caso do cádmio, muitos efeitos indesejados são conhecidos, tanto nos homens como nas plantas e animais, confirmando assim a sua propriedade tóxica. 
A toxicidade de um metal é dependente da dose ou do tempo de exposição, da forma física e química do elemento e da via de administração/absorção. O caráter tóxico de um determinado elemento depende do tipo de interação que este tem com o organismo, e ocorre em três estágios: a) entrada e absorção no corpo; b) transporte, distribuição, acumulação e biotransformação; c) efeito e saída do organismo (Tavares et Carvalho, 1992).
Estudos mostram que o cádmio, depois de absorvido, se distribui pelo organismo, sendo encontrado em células sanguíneas, ligado a proteínas do soro plasmático como albumina e outras glicoproteínas, ou ainda em metaloproteínas produzidas pelo fígado (Mattiazzo- Prezotto, 1994). 
Por ser considerado um elemento persistente, o cádmio pode acumular-se em plantas e animais, atingindo o homem e, à semelhança do que acontece na cadeia alimentar, acumular-se no organismo humano por longo tempo (Cardoso et Chasin, 2001), principalmente nos rins e fígado, onde foi detectado que sua meia vida biológica é de aproximadamente 10 anos (Tavares et Carvalho, 1992). Outros estudos mostram que a meia vida deste elemento pode variar ainda mais, chegando a 40 anos nos organismos (Oga, 1996; Who 1972).
Dados demonstram que não há tratamento para intoxicações crônicas por cádmio e sua ação tóxica é aumentada na presença de zinco, cobre e selênio (Tramontina, 2003). Este elemento apresenta também efeito agudo, sendo que a dose letal de cádmio em humanos está entre 350 a 500 mg (Fergusson, 1990). 
Os sintomas característicos de envenenamento por cádmio são: a osteoporose, excesso de cálcio expelido pela urina e alteração na síntese de proteínas sugerem que o cádmio interfere nos processos dependentes de cálcio devido à similaridade química entre os elementos (Borges, 1999). 
Segundo IARC (1993), Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, este elemento é classificado como cancerígeno para o ser humano. Alguns trabalhos relacionam os tipos de câncer que podem estar associados com a exposição ao cádmio, como: câncer nos rins e trato urinário (Lauwerys et De Wals, 1981) fígado ou estômago (Shigematsu et al., 1979) e câncer de próstata (Bako et al., 1982).
Cromo
Absorção, metabolismo e excreção 
O cromo existe na natureza com as valências +3 e +6. O cromo 3 é mais estável e a forma encontrada nos alimentos e no organismo. O cromo v1 é um subproduto da indústria de aço inoxidável, de pigmentos e de material cromado. É altamente oxidável, provoca irritação e corrosão e pode ser carcinogênico quando inalado. Já o cromo 3 tem baixa toxidade devido, em parte, à sua reduzida absorção intestinal.
O cromo potencializa a ação da insulina, restabelecendo a tolerância á glicose. Entretanto, a eficácia do uso de seus suplementos para controlar a glicemia não está comprovada.
Uma proteína de baixo peso molecular ligante de cromo, a cromodulina, parece amplificar a atividade do receptor de insulina tirosina quinase em resposta à insulina. A forma inativa de receptor se liga á insulina tornando-se ativo. O receptor ativado estimula a entrada de cromo na célula, o qual se liga a essa proteína. Esse complexo ativa a tirosina quinase.
O cromo é absorvido ao nível do jejuno (primeira porção do intestino delgado que segue ao duodeno). Menos de 1% do cromo ingerido é absorvido. Sua absorção é influenciada pela presença de agentes quelantes, sendo em particular, diminuída na presença de filatos. Existem interações com o zinco e o ferro. O ferro diminui a absorção do cromo.
Após a absorção, o cromo é transportado pela proteína que transporta o ferro, ou seja, a transferrina.
O cromo pode apresentar diferentes formas de oxidação. O cromo trivalente é o mais estável e o que existe no sistema biológico. A transformação do cromo inorgânico em uma forma biologicamente ativa é indispensável para suas funções biológicas.
Funções
Apesar não ser reconhecido como nutriente essencial, as funções do cromo no organismo ainda não são totalmente conhecidas, com exceção do seu papel no metabolismo da glicose. O cromo potencializa os efeitos da insulina, responsável por captar glicose no sangue, levando- a para dentro das células.
Alimentos ricos em cromo
Carnes, feijão, brócolis, batata e cereais integrais.
Recomendações
A falta de cromo pode ocasionar resistência à ação da insulina, impedindo-a de captar a glicose. Para que isso não aconteça, homens de 19 a 51 anos precisam consumir 35mcg\dia; mulheres na mesma faixa etária devem ingerir 25mcg diariamente.
Fósforo 
Absorção, metabolismo e excreção
O fósforo fluido extracelular representa apenas 1% do total de fósforo do organismo. A maioria(70%) do total de P no plasma como constituinte de fosfolipídios orgânicos. No entanto, a fração de P de significado clínico é a concentração de P inorgânico no plasma. 
 Sais de fosfato insolúveis são formados em pH elevado. O meio ácido do estômago (pH=2) e da porção proximal do intestino delgado (pH=5) desempenha importante papel na manutenção da solubilidade do fósforo inorgânico. isso pode ter importância ainda maior em situações de acloridria, observadas em idosos e indivíduos com medicação antiúlcera.
 Em dietas vegetarianas a maioria do fósforo esta na forma de fitato. Os animais e o homem não possuem a enzima fitase, necessária para quebrar o fitato e liberar o fósforo. Dessa forma o fitato é muito pouco digerido no trato digestório. No entanto, seres procariotas, como leveduras e bactérias, contém fitase o que se torna importante na nutrição humana. O uso de leveduras como agente de crescimento de massas libera o fósforo antes de serem assadas e as bactérias intestinais, localizadas no intestino grosso, podem quebrar o fitato. O remolho de grãos de feijão preto cru reduziu o teor de fitato de 24,9umol.g-1 para 20,7umol.g-1 e no feijão branco a redução foi de 26,7umol.g-1 para 22,1umol.g-1 quando a água de maceração não foi utilizada, o que representa uma redução de 17%.a moagem dos grãos pode removera camada superficial do germe, rico em fitato. Entretanto esses tratamento reduzem o teor total de fosforo no alimento.
 Outras formas orgânicas e de fósforo na dieta são primariamente derivadas de compostos celulares que contêm fósforo, como fósforo lipídeos e açucares fosforilado. Esses compostos são digeridos no intestino delgado, liberando fósforo inorgânico, que é transportado através da membrana para parede intestinal.
 Cerca de 60 a 70% do fósforo de uma dieta mista é absorvido. Estados fisiológicos, como crescimento, gravidez e lactação, são associados ao aumento na necessidade de P e no correspondente aumento de sua absorção. Em idosos, ocorrem alterações na excreção e adaptações na ingestão de P, de modo que, muitas vezes, o balanço negativo é observado.
O mecanismo celular e molecular da absorção de P não é completamente conhecido. O transporte de p através da parede intestinal se dá por um mecanismo ativo, dependente de sódio. A absorção intestinal de p representa a soma do componente saturável, mediado por carreador e não saturável, dependente de concentração.
Níveis intracelulares de P são relativamente altos, e o interior da célula é eletronegativo. portanto, é provável que um transporte ativo seja necessário para levar o p para dentro da célula, mas a saída de p da célula se dá por difusão.um peptideo,145-kd,foi identificado como o transportador de p da borda em escova sensível ao sódio.
O hormônio paratireóideo não parece regular diretamente a absorção de p no intestino. A administração de metabolitos ativos da vitamina D leva um aumento da absorção de P tanto em indivíduos normais quanto em pacientes urêmicos. Em ratos, a administração da 1,25(oh)2d3 aumenta a absorção de P ao longo de todo o intestino delgado, sendo o maior efeito no jejuno, ao contrário da absorçãode cálcio mediada pela 1,25(oh)2d3 que se dá principalmente no duodeno.
O fósforo plasmático reflete a relação liquida do fluxo de P entre intestino, rins, ossos e tecidos moles.
Os rins são os reguladores primários dos níveis de P plasmático, por meio da alteração da taxa dep filtrado, que é reabsorvido, em baixos suprimentos de P, essencialmente todo P filtrado é reabsorvido e nenhum é excretado na urina. A medida que o P no filtrado glomerular aumenta, a capacidade reabsortiva do rins é excedida, e o p aparece aumentado na urina.
A regulamentação do total p no organismo por um tempo prolongado requer um esforço coordenado dos rins e do intestino. Sob condições de baixo consumo de P. O intestino deve aumentar sua eficiência absortiva para maximizar a absorção de p, e os rins devem aumentar a reabsorção de P para minimizar as perdas urinarias de P, essas adaptações resultam de alterações no plasma dos níveis de 1,25(oh)2d3 e pth. Se esses mecanismos de adaptação não compensarem os baixos consumos de p, então o P dos ossos pode ser redistribuídos para tecidos moles, e eventualmente comprometer o crescimento.
Os principais determinantes da perda urinária de P são: consumo aumentado de p na dieta e aumento da absorção intestinal de P e dos níveis plasmáticos de P. Outros fatores importantes, que estão associados a hiperfosfaturia são: hiperparatireoidismo, acidose aguda respiratória ou metabólica, diuréticos e expansão do volume extracelular.
As reduções na excreção urinária de P estão associadas à restrição de P, aumento dos níveis plasmáticos de insulina, hormônios tireoides, hormônio do crescimento ou glucagon, alcalose metabólica ou respiratória, hipocalemia e contração do volume extracelular.
Funções
 O fósforo desempenha diversas e importantes fases no organismo, entre as quais a formação de ácidos oxirribonucleicos (dna, desoxyribonucleicos, acido ribonucleico (rna, ribonucleic acid) adenosina fosfato (atp), creatina fosfato, fosfoenol piruvato, lipídeos e constituintes inorgânicos dos ossos, fosfato de cálcio amorfo e hidroxiapatita. A matéria tem uma enorme demanda por fósforo. 
 
Flúor
O Flúor é um elemento natural que está em quase toda água potável e no solo, embora seu conteúdo varie muito em todo o mudo. Por exemplo, por vezes, a água de um poço tem muito mais flúor que a água de outro, por isso, as famílias que utilizam água de poço devem monitorar periodicamente a concentração de flúor para garantir que não esteja em nível tóxico. Embora não se considere que o flúor seja um elemento essencial, se sabe que este ânion é importante para a saúde dos ossos e dos dentes. O esqueleto médio contém 2,5 mg de flúor. 
Funções
Considera-se que o flúor é importante, se não essencial, devido a seus efeitos benéficos para o esmalte dental. Sua incorporação ao esmalte produz cristais de apatita mais estáveis (Robinson et al., 2004). O flúor também tem efeito antibacteriano na cavidade oral, atuando como inibidor enzimático. O flúor não parece ser necessário para nenhuma via metabólica humana. A prevalência de cáries dentárias diminuíram 50% nas últimas décadas devido a fluoração da água potável e a utilização de fluoretos tópicos. A prevalência de cáries dentárias também diminuiu em populações sem água fluorada. Essa diminuição provavelmente se dá pela utilização de creme dental fluorado, aplicações tópicas de flúor e ao uso de água fluorada que se utiliza no processamento de alimentos, os quais fornecem flúor para incorporação aos dentes. 
Fontes alimentícias e consumo
As principais fontes dietéticas do flúor são a água corrente e os alimentos processados que tenham sido preparados ou reconstituídos com água fluorada. Da mesma forma, esse elemento é abundante em peixes e mariscos, sendo menor em peixes de água doce do que nos de água salgada. As sopas e os cozidos feitos com espinhas de peixes e ossos de carne também carregam uma quantidade notável de flúor, assim como o fígado bovino e carnes e aves desossadas mecanicamente. O flúor aparece em frutas e verduras, mesmo que em baixas quantidades. Os cremes dentais fluorados também são uma fonte de flúor; reduzem de maneira eficaz as cáries, e ao mesmo tempo aportam cálcio por via oral (Lynch y Cate, 2005). 
Magnésio
Absorção, Metabolismo e Excreção
O magnésio é o segundo elemento mais abundante no meio intracelular, depois do potássio. No homem adulto há cerca de 1.000 mmol(25gramas), dos quais aproximadamente 50 a 60% estão no esqueleto, 39% no espaço intracelular(sendo 20% no musculo esquelético incluindo o coração) e apenas 1% se encontra no espaço extracelular.
O nível normal de Mg no soro é mantido dentro de uma faixa estreita( 0,7 a 1,0 mmol/L) e não se correlaciona com o total de Mg no organismo. Uma deficiência intracelular de Mg com níveis normais de Mg no soro. Cerca de 30% de Mg no soro está ligada a proteínas, enquanto a maioria do Mg restante se encontra na forma ionizada. O Mg intracelular esta ligado, principalmente, a proteínas e fosfatos ricos em energia. 
A absorção se dá primeiramente no intestino delgado. Alguma absorção pode ocorre no estômago e, em casos de patologias do intestino, o cólon pode se transformar num importante local de absorção. No trato digestório é da ordem de 30 a 50%, porem, quando o consumo é restrito, a absorção pode aumentar para até 80% e reduzir-se em até 20% quando o consumo é elevado.
O Mg é absorvido por transporte transcelular saturável, que é fisiologicamente regulado, e por transporte paracelular não saturável, que é dependente da concentração de Mg no lúmen. 
Diversos fatores influenciam a absorção de Mg, dentre eles o Fósforo, fitato, cálcio, lipídeos e proteínas.
O balanço de Mg é regulado pela excreção renal. A excreção urinária normal de Mg é de 120 a 140 mg, de forma que indivíduos com consumo muito baixo de Mg podem, praticamente não excretar Mg na urina.
Um complexo porém não muito bem conhecido, sistemas de interações existe entre Mg e diversos hormônios. Há evidências de que PTH, epinefrina, insulina, calcitonina e taurina estejam envolvidas na regulação da homeostase de Mg. 
Funções
O Mg é um cofator de mais de 300 sistemas enzimáticos. È indispensavel no metabolismo do ATP e essencial em uma série de processos metabólicos, como: utilizacao da glicose, sintese de lipideos , sintese de proteinas, sintese de acidos nucleicos, contração muscular, sistema de transporte de membrana e segundo mensageiro celular.
O Mg esta presente na superfície cristalina do osso e age como um veneno de cristal, prevenindo a formação de cristais de Ca-P grandes e “perfeitos”. Isso é importante, visto que cristais grandes e “perfeitos” são rígidos e se quebram mais facilmente do que os outros tipos, que são mais maleáveis.
Fontes Alimentares
Em ordem decrescente de concentração média de Mg por peso, tem-se nozes, cereais integrais, produtos do mar, carnes, leguminosas, hortaliças, produtos lácteos, frutas, açúcares refinados e gorduras; açúcares refinados e gorduras não contêm nenhum Mg. 
As folhas verdes são excelentes fontes de Mg, pelo fator de o Mg ser constituinte da clorofila, porem seu alto teor de água faz que seu teor por peso seja relativamente baixo. 
O refinamento de cereais remove quase todo o Mg presente no grão. Por exemplo, o arroz integral contêm 1. 477ug/g e arroz polido, apenas 251ug/g.
A cocção também reduz o teor de Mg: por exemplo, cenoura crua contêm 185ug/g e cenoura cozida 62ug/g. 
A água dura contêm alto teor de Mg e pode contribuir com o consumo diário de Mg. Esses teores variam de 0 a 15 ug/mL. O consumo de Mg tem decaído nos últimos anos, possivelmente devido ao refinamento dos alimento e do uso de fertilizantes sem Mg.
Deficiência 
A deficiência de Mg ligada a carência da dieta é muito em pessoas que consomem dietas balanceadas. Os sintomas têm sido observado em situações clinicas tais como inanição, vômitos persistentes ou diarreia com perda de fluidos GI ricos em Mg, e traumas cirúrgicos. A carência de Mg é sintomática de varias doenças que envolvemas funções cardíacas e neuromusculares, bem como diabetes mellitus, doença renal e o alcoolismo. Os sintomas de deficiência incluem fraqueza, câimbras, hipertensão arterial sistêmica e constrição dos vasos sanguíneos no coração e no cérebro. 
Sódio, Cloro e Potássio
Absorção, Metabolismo, Excreção e Biodisponibilidade
Os íons sódio (Na+), cloro(Cl+) e potássio(K+) são amplamente distribuídos no organismo e são os principais eletrólitos dos fluidos corporais. A concentração desses íons no fluido corporais é muito bem controlada. Esses eletrólitos são encontrados principalmente na forma de íons hidratados, que se ligam fracamente a moléculas orgânicas.
O sódio e o cloro estão presentes principalmente no compartimento extracelular e o potássio, no compartimento intracelular. As concentrações extracelulares de sódio e cloro são de 145 e 110mmol/L, enquanto no meio intracelular se encontram cerca de 12 e 2mmol/L, respectivamente. A concentração de potássio é de 150mmol/L dentro da célula e de 4 a 5 mmol/L no meio extracelular.
A diferença na distribuição desses eletrólitos nos compartimentos é devida especialmente à bomba de Na+, K+ - ATPase e à permeabilidade da membrana celular. A célula gasta grande quantidade de energia para manter esse gradiente eletrolítico, podendo corresponder a 20 a 40% da energia de repouso de um adulto. A permeabilidade seletiva da membrana celular previne o movimento de proteínas, fosfato, sulfato e magnésio para fora da célula. Como a célula normalmente mantém altas concentrações desses íons, a alta concentração de potássio e magnésio no meio intracelular serve para neutralizar o excesso de carga negativa. A saída de sódio, cloro e potássio através da membrana celular pode ocorrer por difusão passiva,a favor de gradiente de concentração por canais iônicos ou, então por transposte ativo, contra um gradiente de concentração, com gasto de energia na forma de ATP, por meio da bomba Na+, K+- ATPase.
A ligação de sódio e ATP intracelular ativa a enzima ATPase, que sofre alterações conformacional eliminando o sódio para o meio extracelular e permitindo ao mesmo tempo, que o potássio extracelular entre na célula restabelecendo a conformação da enzima. O gradiente eletroquímico através da membrana mantida pela Na+, K+-, ATPase, é importante para o funcionamento normal das células nervosas e musculares, para o transporte de nutrientes, glicose e aminoácidos, e para o processo de secreção de potássio nos rins e no cólon.
 Algumas proteínas carreadoras presentes na membrana do lúmen intestinal, como o transportador de sódio e glicose 1 (SGLTI, sodium glucose transporter 1), e diversas proteínas transportadoras de aminoácidos contém locais de ligação tanto para o sódio quanto para o aminoácido ou monossacarídeos(glicose e galactose). A entrada de sódio na célula, a favor de um gradiente de concentração carreiam esses nutrientes para o interior do enterócito. Os nutrientes aumentam então, a sua concentração intracelular, formando um gradiente favorável à sua difusão pela membrana basolateral, usualmente através de outro transportador. O sódio é expulso do enterócito pela bomba Na+, K+- ATPase, contra um gradiente de concentração, com gasto de energia.
Um homem adulto de 70kg contém cerca de 100g de sódio 95g de cloro e 140g de potássio. Para manter o conteúdo desses elementos no plasma e nos tecidos a quantidade consumida deve corresponder as perdas corporais. Na criança, deve-se ainda considerar um acréscimo para formação de tecidos.
Os rins são o principal órgão regulador do balanço eletrolítico e o intestino desempenha papel secundário. Quando o consumo desses eletrólitos na dieta é baixo, os rins respondem reduzindo sua excreção. Entretanto, o consumo excessivo leva ao aumento da excreção renal. 
Esses eletrólitos são filtrados livremente na membrana glomerular dos nefros, de forma que a sua concentração no filtrado glomerular é semelhante a do plasma. À medida que o filtrado flui ao longo dos túbulos renais aproximadamente 95 a 97,5 % dos eletrólitos e da água são reabsorvidos. O percentual restante (2,5 a 5%) dependerá das necessidades do indivíduo e do seu consumo na dieta.
	A liberação de renina das arteríolas aferentes é aumentada quando o volume plasmático está diminuindo, em virtude do déficit de sódio. A renina promove a liberação da angiotenina II . Esta por sua vez, estimula a reabsorção de sódio e a secreção de potássio. Quando o consumo de potássio é elevado, ocorre elevação da sua concentração plasmática e consequente secreção de aldosterona, o que promove sua maior excreção pelos rins.
	O potássio em alimentos naturais, como frutas, hortaliças e leguminosas, encontra-se geralmente ligado a ânions orgânicos, que serão convertidos em bicarbonato no organismo. Em situação de deficiência de potássio, a capacidade tamponante bicabornato estará reduzida, o que leva a maior excreção urinária de cálcio, devida neutralização óssea e formação de cálculo renal de cálcio. Portanto, os efeitos adversos do consumo inadequados de potássio pode resultar da deficiência de potássio per se, do seu ânion conjugado, ou de ambos. Em produtos processados ou suplementos, o ânion conjugado com o potássio é o cloreto, que não tem efeito-tampão.
Funções
Sódio, cloro e potássio atuam na manutenção do balanço eletrolítico e osmótico e no funcionamento normal das células nervosas e musculares. O sódio é importante para o transporte de muitos nutrientes no intestino delgado e nos rins, dentre eles o Cl-, aminoácidos, glicose, galactose e água. O cloro é constituinte do HCL, importante para o processo de digestão e absorção de nutrientes, que requerem pH ácido. Algumas enzimas requerem a presença desses eletrólitos para sua ativação, como a Na+, K+-ATPase, que requer sódio e potássio; a enzima conversora da angiotensina 1 para angiotensina 2 que requer cloro e a piruvato quinase que requer potássio.
Recomendações Nutricionais
A A1 para o sódio foi estabelecida para adultos jovens em 1,5g(65mmol/L) e para cloro em 2,3g (6mmol/L) que corresponde a 3,8g de NaCl por dia. Esses valores de AI não se aplicam para indivíduos com grandes perdas de sódio no suor, como ocorre com atletas de competição e trabalhadores expostos ao estresse térmico. Embora diversos fatores afetem a dose-resposta ao NaCl, a UL de sódio foi estabelecido em 2,3g (100mmol/L), equivalente a 5,8g de NaCl por dia para adultos. A UL correspondente para cloro é de 3,5g por dia. Para indivíduos com maior sensibilidade a sódio, os valores de UL deverão ser bem menores e para indivíduos não adaptados à atividade física e ambientes quentes, suas necessidades podem exceder as UL devido à sua maior perda de sódio no suor.
 A AI de potássio foi estabelecida em 4,7g (120mmol/L) por dia para adultos. Há evidências de que esse consumo poderia reduzir a pressão sanguínea contrapondo os efeitos adversos do consumo de sódio e cloro, além de reduzir risco de cálculos renais e possivelmente a perda óssea. Esses efeitos benéficos parecem relacionar-se apenas às formas do potássio associadas aos precursores de bicarbonato, encontrados em alimentos naturais, como frutas e vegetais.
Indivíduos com impedimento na excreção urinária de potássio decorrente de condições patológicas, terapias medicamentosas ou ambas podem apresentar quadro de hipercalemia. Em indivíduos saudáveis, entretanto, não há relatos de hipercalemia resultante da ingestão aguda ou crônica de alimentos ricos em potássio. Portanto, a UL para potássio proveniente dos alimentos não foi estabelecida para indivíduos saudáveis. Entretanto, o consumo excessivo de suplemento de potássio pode causar toxidade mesmo em indivíduos saudáveis. Assim, a suplementação de potássio deve ser fornecida somente sob a supervisão médica devido à sua toxidade.
Fontes Alimentares
A maior fonte de sódio e cloro é cloreto de sódio ou sal de mesa. O consumo diário de sal pelas sociedades ocidentais encontra-se em torno de 10 a 12g, dos quais cerca de 3g são provenientes dos alimentos, 3g adicionados duranteo processamento e 4g adicionados voluntariamente. Os alimentos protéicos contêm mais sódio do que os vegetais e grãos. Frutas e hortaliças são pobres em sódio e cloro. A água cloretada contribui com uma pequena fração do cloro da dieta. O potássio é amplamente encontrado nos alimentos, especialmente nas frutas, hortaliças, cereais, leguminosas, nozes e carnes.
Vanádio
Absorção, Metabolismo e Excreção
A função do vanádio na nutrição humana não foi ainda identificada. Ele parece imitar a ação da insulina, e sua suplementação medicamentosa pode diminuir a necessidade de insulina em pacientes diabéticos tipo 1. Essas altas doses, entretanto, superam o UL. Menos de 5% de Vanádio ingerido é absorvido, portanto a maior quantidade é eliminada nas fezes. Quando absorvido se liga à transferrina e ferritina no plasma. Apenas uma pequena porção do Vanádio absorvido é retida no organismo, sendo a maior concentração encontrada no fígado, nos rins e nos ossos. 
Recomendações Nutricionais
Devido ao fato de não ser conhecida a função biológica do Vanádio na espécie humana, suas recomendações nutricionais (EAR, RDA e AI) não foram estabelecidas. Não há evidências de efeitos adversos com o consumo alimentar de vanádio. O limite máximo de ingestão de vanádio (UL) foi estabelecido em 1,8mg/dia para adultos com idade acima de 19 anos. Para as demais faixas etárias, inclusive na gravidez e na lactação, não foi estabelecido UL. 
Fontes Alimentares
As principais fontes de vanádio na alimentação incluem cogumelos, crustáceos, pimenta do reino, salsa e produtos processados. Cerveja, vinho, grãos, sucos e cereais infantis também podem contribuir com o consumo de vanádio. 
Iodo
Absorção, Metabolismo e Excreção e Biodisponibilidade
O corpo humano contém 15 a 20mg de iodo, dos quais 70 a 80% estão na glândula tireóide. O iodo pode ser ingerido de diversas formas, sendo a maioria reduzida no intestino e absorvida quase que completamente. Em condições normais, a absorção de iodo é de cerca de 90%. O iodato, amplamente usado no enriquecimento do sal de cozinha, é reduzido a iodeto antes de ser absorvido. Na circulação, o iodeto é captado principalmente pela glândula tireoide e rins. A tireoide retém iodeto para a síntese dos hormônios, e a maioria do iodo não utilizado pela glândula é excretada na urina.
Um transportador na membrana basal da tireoide é responsável pela transferência de iodeto da circulação e sua concentração na glândula em cerca de 20 a 50 vezes a do plasma. 
A síntese do hormônio da tireoide se inicia com a síntese da tiroglobulina, uma glicoproteína que serve de veículo para a iodação, formando di-iodotirosina e monoidotirosina. A enzima tiroperoxidase, dependente de ferro, então, catalisa a associação de duas moléculas de di-iodotirosina, formando tetraiodotironina ou tiroxina (T4). Uma associação similar entre di-iodotirosina e monoidotirosina produz trio-iodotironina (T3). Dois terços do iodo, no entanto, são mantidos na forma dos precursores inativos, di-iodotirosina e monoidotirosina, que são retirados da fração proteica por uma deiodinase específica e reciclados dentro da glândula tireoide, conservando o iodo no organismo. 
Uma vez na circulação, os hormônios T3 e T4 se ligam a proteínas sintetizadas no fígado e migram para os órgãos-alvo, onde T4 é convertido em T3, que é a forma metabolicamente ativa do hormônio. Essa conversão de T3 em T4 é feita pela 5-deiodinase, dependente de selênio. Portanto, a deficiência de selênio reduz a ação dos hormônios da tireoide, mesmo que a ingestão de iodo seja adequada.
A tirotropina ou hormônio estimulante da tireóide é o principal regulador da função da tireóide. Esse hormônio é secretado pela glândula pituitária, em resposta aos níveis circulantes dos hormônios da tireóide. A secreção do TSH aumenta quando os níveis dos hormônios da tireóide estão baixos, de forma que altos níveis de TSH indicam hipotireoidismo e baixos níveis de TSH indicam hipertireoidismo. Quando os níveis plasmáticos de T4 diminuem, a secreção de TSH aumenta, assim como a atividade da tireóide e a captação de iodo aumenta. 
A principal via de excreção do iodo é a urina, que contém mais de 90% do iodo proveniente da dieta e é um bom indicador do consumo e do estado nutricional relativo ao iodo. O restante do iodo é eliminado pelas fezes, e em menor proporção, pelo suor. 
A biodisponibilidade de iodo dos alimentos é relativamente alta, de forma que a deficiência ocorre, sobretudo, devido ao baixo consumo. A quantidade de iodo nos alimentos depende das condições do solo. Como a maioria do iodo é proveniente do mar, as regiões montanhosas, em especial o Himalaia, os Andes e os Alpes, são deficientes em iodo, assim como os alimentos produzidos nessas áreas. 
O aumento do consumo pela fortificação do sal com iodo, que é quase completamente absorvido, tem sido uma estratégia positiva na redução da incidência de desordem por deficiência de iodo (DDI). 
Algumas substâncias, chamadas de bociogênicas, podem interferir na produção e utilização dos hormônios da tireóide. A mandioca pode produzir tiocianato, que bloqueia a captação de iodo pela tireóide. A soja e as crucíferas, como o repolho e a couve-flor, também contém substâncias bociogênicas. No entanto, essas substâncias são geralmente voláteis e não representam importância clínica, a não ser que coexista a deficiência de iodo. 
Deficiências de vitamina A, selênio e ferro podem exacerbar os efeitos da deficiência de iodo. O selênio é parte da 5-deiodinase, que converte T4 em T3 no fígado, e tanto a deficiência quanto a suplementação de selênio podem aumentar o tamanho da glândula tireóide em animais com deficiência de iodo. A vitamina A afeta os hormônios da tireóide em diversos níveis e a tiroperoxidase, necessário para a síntese do T4, é uma hemeproteina dependente de ferro. Na deficiência de ferro, o metabolismo da tireóide é comprometido, levando-se à inabilidade do controle da temperatura corporal. 
Funções
A função nutricional primordial do iodo é como componente dos hormônios da tireoide, tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3), representando 65% do T4 e 59% do T3. Outras funções no organismo ainda não estão comprovadas e merecem futuras investigações. 
Os hormônios da tireoide estão envolvidos na regulação de várias enzimas e processos metabólicos. Os hormônios da tireoide sçao essenciais aos mamíferos por regularem a taxa metabólica, calorigêneses, termorregulação, crescimento, desenvolvimento de diversos órgãos, síntese proteica e atividade enzimática. 
Fontes Alimentares
O teor de iodo dos alimentos é geralmente baixo e dependente do seu conteúdo no solo. Alimentos de origem marinha apresentam maior concentração de iodo, por concentrarem o iodo proveniente do mar. Alimentos processados também podem apresentar maiores teores em função da adição de sal iodado. 
A iodação do sal de cozinha é obrigatória no Brasil. A Lei nº 1944, de 14 de agosto de 1953, instituiu a obrigatoriedade da adição de iodo no sal destinado ao consumo humano, na proporção de 10mg de iodato de potássio por kg de sal. 
Zinco, Cobre e Manganês
Absorção, Metabolismo e Excreção
Zinco, Cobre e Manganês (Mn), assim como outros elementos de transição, tem a habilidade de formar complexos, nos quais o metal serve de átomo central, rodeado de aminoácidos, em sistemas enzimáticos.
O Zinco depois do potássio e do magnésio, é o elemento mais no meio intracelular, sendo encontrado no citossol, em vesículas, organelas e no núcleo. Sua geometria de coordenação flexível o torna ideal para o centro ativo de enzimas, visto que essa propriedade contribui para reduzir a energia de ativação da reação enzimática.
Da mesma forma que o Zinco, o Cobre e o Manganês atuam como base forte em reações enzimática e tem vantagem quando reações redox são requeridas, por possuírem múltiplas valências, enquanto o Zinco apresenta apenas uma valência.
O Zinco, Cobre e Manganês são absorvidos ao longo do intestino delgado. O Cobre pode ser absorvido no estômago.
A absorção é regulada para Zn e Cobre no intestino

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