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Curso Procedimentos Especiais

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Curso de Processo Civil 1 Conrado Reis 
 
PROCESSO CIVIL 
CURSO DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: aplicação subsidiária do procedimento comum (art. 318, pú CPC) 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
MANDADO DE SEGURANÇA: criação tipicamente brasileira derivada da “doutrina brasileira do habeas corpus”, 
inspirada na ‘juicio de amparo mexicano’; CF/1934; Lei 191/1936; art. 319 CPC/1939; Lei 1533/1951; Lei 
12016/2009 (previsão do MSC); 
DIREITO LÍQUIDO E CERTO: pressuposto constitucional de admissibilidade do MS; requisito de ordem 
processual atinente à existência de PROVA INEQUÍVOCA DOS FATOS em que se baseia a pretensão do 
impetrante (STF/RE/RS/AGRG/ 1990); deriva da possibilidade de o impetrante comprovar de plano os fatos 
alegados, ainda que haja complexidade de direito. SÚMULA 625 STF: Controvérsia sobre matéria de direito não 
impede concessão de mandado de segurança. O procedimento não permite dilação probatória, devendo a 
prova ser PRÉ-CONSTITUÍDA e já acostada na PI. MS é uma ação exclusivamente documental. Exceção: se o 
documento estiver em posse da administração pública ou de terceiros (art. 6º, §1º LMS). Nesse caso, o juiz 
determina por ofício a exibição sob pena de CRIME DE DESOBEDIÊNCIA (art. 26 LMS). Com a petição inicial (art. 
6º) e as informações (art. 7º, I) são fixados os pontos controvertidos do processo, de modo que é vedado a 
alteração dos pedidos ou dos fundamentos (STJ/MS/DF 1998). 
LEGITIMIDADE ATIVA: qualquer pessoa física ou jurídica (art. 1º) sem restrições: ente despersonalizado como 
massa falida; herança jacente; espólio; condomínio; sociedade de fato; órgão público; estrangeiro domiciliado 
ou não no Brasil. 
LEGITIMIDADE PASSIVA: órgão (autoridade coatora) não representa a PJ, pois é fragmento dela, segundo Otto 
Friedrich von Gierke. Dessa forma, não se pode falar em litisconsórcio necessário entre autoridade coatora e a 
pessoa jurídica - ré (STJ/Resp/GO 1993): INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO ENTRE AUTORIDADE COATORA E 
PESSOA JURÍCICA. A autoridade coatora não é parte da demanda, embora seja NOTIFICADO (art. 7º, I), mas sim 
um longa manus da pessoa jurídica de direito público, que é parte, que tomará CIÊNCIA (CITADA) da ação, NÃO 
ESTABELECEU PRAZO para o exercício da defesa técnica (art. 7º, II). A autoridade coatora é notificada (não é 
citação) para prestar informações em 10 dias: NÃO SE TRATA DE CONTESTAÇÃO, portanto não exige capacidade 
postulatória. 
LEGITIMIDADE PARA RECORRER: estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer (art. 14, §2º LMS). 
Interesse recursal baseado na possibilidade de vir a ser responsabilizado pela PJ em AÇÃO DE REGRESSO. Nesse 
caso, a autoridade coatora precisará de advogado (capacidade postulatória) e deverá recolher custas recursais. 
TEORIA DA EMCAMPAÇÃO: mitiga a indicação errônea da autoridade coatora em MS: (a) VÍNCULO 
HIERÁRQUICO entre a autoridade que prestou as informações e aquela que determinou a prática do ato; (b) 
MANIFESTAÇÃO SOBRE O MÉRITO nas informações prestadas, e; (c) AUSÊNCIA DE MODIFICAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA constitucionalmente estabelecida." (STJ/AgInt/RMS/MG 2017). 
PLURALIDADE DE PARTES (ART. 24 LMS): INTERVENÇÃO LITISCONSORCIAL ATIVA – art. 10, §2º LMS até o 
despacho da petição inicial – despacho liminar positivo – determinar a citação (art. 202, I CC). De certa forma 
está, ao menos potencialmente, escolhendo, salvo na hipótese de litisconsórcio unitário, o juízo em que iria 
 
 
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demandar, em ofensa ao PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. LITISCONSÓRCIO PASSIVO - SÚMULA 701 STF: No 
mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é 
obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. INTERVENÇÃO DE TERCEIRO: não se admite no MS por 
ser incompatível com a celeridade e simplicidade procedimental. Porém, a assistência (simples ou 
litisconsorcial) tem cabimento em qualquer procedimento ou grau de jurisdição, inexistindo óbice a que se 
admita o ingresso do ASSISTENTE EM MS, ainda que depois de transcorrido o prazo decadencial do writ 
(STJ/REsp/DF 2003). ADMITE-SE AMICUS CURIAE EM MS (STJ/AGRG/DF 2006). 
OITIVA DO MP: o Parquet pode opinar no prazo improrrogável de 10 dias; com ou sem o parecer do MP os 
autos serão conclusos ao juiz (art. 12 LMS). 
COMPETÊNCIA: estabelecida em razão da função ou da categoria funcional da autoridade indicada como 
coautora. Ex: autoridade federal, considerando-se como tal também o agente da entidade particular investido 
de delegação pela União - PETROBRAS – JF; SEM mesmo se controlada pela União - Justiça Estadual – apesar 
do art. 2º LMS, que deve ser compatibilizado com o art. 109 CF porque exige que a autoridade atue em atividade 
típica do Poder Público como Ensino Superior; Concessionária de Energia Elétrica, Junta Comercial. 
PRAZO: decadencial de 120 dias (art. 23 LMS); SÚMULA 632 632 STF: É constitucional lei que fixa o prazo de 
decadência para a impetração do mandado de segurança. No entanto, ESSE PRAZO NÃO SE APLICA NO MS 
PREVENTIVO E NO MS QUE IMPUGNA ATO OMISSIVO DO PODER PÚBLICO, desde que não haja na norma 
previsão de prazo na norma que disciplina o ato. 
LIMINAR: segundo a lei, é facultado ao juiz exigir caução, fiança ou depósito para deferir liminar (art. 7º, III 
LMS). Mas segundo a jurisprudência, (...) é INADMISSÍVEL a exigência de depósito ou caução para o 
deferimento de liminar em mandado de segurança (STJ/REsp/SP 2003). A decisão que concede ou denega a 
liminar desafia AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 7º, §1º LMS). 
SENTENÇA: concedendo ou denegando o mandado caberá APELAÇÃO, mas a sentença CONCESSIVA está sujeira 
ao DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO (art. 14 LMS). O recurso NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO, o que 
pode ensejar execução provisória, salvo nos casos em que for vedada a concessão de liminar que só admite 
execução definitiva e o recurso terá efeito suspensivo. 
RECURSOS: agravo de instrumento; apelação (da sentença e do indeferimento da inicial); agravo regimental; 
embargos de declaração; REsp; RE; ROC (não será cabível se não for manejado o agravo regimental do art. 10, 
§1º LMS). 
SUSPENSÃO DA SEGURANÇA: previsão genérica - Lei 8437/92 no caso de decisão contrária ao interesse da 
Fazenda Pública - nesse caso, paralelamente ao direito de recorrer, possível o pedido de suspensão da decisão 
junto ao PRESIDENTE DO TJ; negado, caberá novo pedido ao PRESIDENTE DO STJ OU DO STF a depender da 
matéria (art. 15, §1º LMS); NÃO TEM NATUREZA RECURSAL pelo princípio da taxatividade dos recursos, bem 
como por não gerar reforma, anulação ou desconstituição da decisão; trata-se de INCIDENTE PROCESSUAL com 
finalidade de CONTRACAUTELA (SUSPENSÃO DA EFICÁCIA); ART. 15 LMS SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA 
LIMINAR OU DA SENTENÇA; LEGITIMIDADE: MP ou PJ DE DIREITO PÚBLICO (art. 15 LMS), sendo que o STJ 
admite legitimidade da PJ DE DIREITO PRIVADO ESTATAL (EP/SEM) desde que na defesa de interesse público 
decorrente da delegação: apenas quando a questão for ligada diretamente a prestação do serviço público a elas 
delegadas (STJ/AGRG/SLS/BA 2010); Da decisão em suspensão de segurança NÃO SE ADMITE RE OU RESP; LMS 
não repetiu o dispositivo da Lei 8437/92 que prevê a oitiva da parte contrária antes de suspender a execução: 
então NÃO É OBRIGATÓRIA A OITIVA DO IMPETRANTE NA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. 
 
 
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Pretensão de obtenção de cópia de processo administrativo de seu interesse cabe MS e não HD porque não se 
enquadra na hipótese do art. 7º, I Lei 9507/97 (STJ/REsp/RJ 2006). 
Hipóteses de exclusão (art. 1º, §2º Lei 12016/2009): não cabe MS para impugnar ATO DE GESTÃO COMERCIAL 
(ato privado da administração pública), pois as partes estão em situação de igualdade, retirando do Estado a 
sua prerrogativa nos termos do art. 173, §2º CF. Cabível contra ATO DE IMPÉRIO (ato administrativo strictosensu), quando o Estado está em posição de SUPREMACIA; ATO OU DECISÃO JUDICIAL QUE CAIBA RECURSO 
COM EFEITO SUSPENSIVO (art. 5º); STF: IMPOSSIBILIDADE contra DECISÃO INTERLOCUTÓRIA em sede de 
juizado especial (STF/RE/BA 2009 Repercussão Geral); SÚMULA 268 STF: não cabe MS contra decisão judicial 
com trânsito em julgado; Cabível Ação Rescisória com pedido cautelar ou antecipação de tutela; Exceção: como 
não cabe AÇÃO RESCISÓRIA no juizado especial (art. 59 Lei 9099/95), admite-se MS perante o TJ (STJ/MC/SC 
2009); ato normativo abstrato: não cabe para impugnar lei em tese (SÚMULA 266 STF). 
 
JUIZADO ESPECIAL: acesso à Justiça substancial (art. 5º, XXXV CF); PROJETO FLORENÇA: ondas renovatórias do 
processo civil - Mauro Cappelletti e Bryant Garth a) óbice econômico (DP; assistência judiciária gratuita; juizado 
especial); b) óbice procedimental (procedimento especial); c) óbice da tutela coletiva (ACP; AP); OBJETO DA 
COGNIÇÃO: a) vertical – exauriente; sumária; b) horizontal – plena (sem limitação); delimitada ex: inventário - 
só trata de sucessão; REQUISITOS ESPECÍFICOS: ex: ação possessória - força nova lesão de ano e dia; REGIME 
ESPECÍFICO DE EXECUÇÃO: ação monitória. 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 24, X CF: União, Estado e DF legislar concorrentemente sobre criação de 
juizado de pequenas causas (valor); art. 98 CF: União, DF, Territórios e Estados criarão juizados especiais para 
julgamento de causas cíveis de menor complexidade e crimes de menor potencial ofensivo (matéria). 
INSTITUÍDO POR POLÍTICA LEGISLATIVA: juízo prévio de proporcionalidade – garantias fundamentais (ampla 
defesa) x efetividade da tutela jurisdicional > FACULTATIVIDADE. Ex: JEC. 
PECULIARIDADE DO DIREITO MATERIAL: procedimento comum é inadequado (imprestável). 
OBRIGATORIEDADE. Ex: JEF (competência absoluta – art. 3º, §3º) e FEFP (competência absoluta). 
Critério econômico - até 60 salários mínimos (art. 3º JEF) e (art. 2º JEFP); até 40 salários mínimos (art. 3º, I JEC); 
Critério material e critério misto: JEC (causas cíveis de menor complexidade – independentemente do valor da 
causa – qualquer que seja o valor). Ex: AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO (art. 3º, III) - ação de despejo 
por denúncia vazia e ação de despejo por falta de pagamento: processo comum; RESSARCIMENTO DE DANO 
EM PRÉDIO (CASA/APTO) URBANO E RÚSTICO, ACIDENTE PROVOCADO POR VEÍCULO DE VIA TERRESTRE 
(QUALQUER QUE SEJA O VALOR); PRÊMIO DE SEGURO DECORRENTE DE ACIDENTE DE VEÍCULOS, COBRANÇA 
DE HONORÁRIO DE PROFISSIONAIS LIBERAIS (3º GRAU), REVOGAÇÃO DE DOAÇÃO (art. 3º, II). Misto - Ação 
possessório de bem imóvel que não ultrapasse 40 salários (art. 3º, IV). 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL: concorrente e relativa - domicílio do réu ou onde exerça atividade profissional se 
for pessoa jurídica (art. 4º, I), do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita (art. 4º, II), domicílio do autor ou do 
local do fato nas AÇÕES DE REPARAÇÃO DE DANO (art. 4º, III). 
RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA: no processo comum pressupõe a alegação da parte, sob pena de 
prorrogação (art. 65 CPC) e SÚMULA 33 STJ: "A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício", 
caso seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente (art. 64, §3º CPC); no juizado especial 
o juiz pode declinar de ofício ENUNCIADO 89 FONAJE: “A incompetência territorial pode ser reconhecida de 
 
 
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ofício no sistema de juizados especiais cíveis”; a consequência é a EXTINÇÃO DO PROCESSO (art. 51, III JEC). No 
processo comum, o acolhimento da alegação de incompetência não gera a extinção, pois os autos serão 
remetidos ao juízo competente (art. 64, §º CPC). 
ENUNCIADO 18 FONAJEF: “No caso de litisconsorte ativo, o valor da causa, para fins de fixação de competência 
deve ser calculado por autor”. 
Na hipótese de litisconsórcio ativo, o valor da causa para fins de fixação de competência é calculado dividindo-
se o montante total pelo número de litisconsortes (STJ/REsp/PB 2012). 
SUJEITOS PROCESSUAIS: Juiz togado: equânime - EQUANIMIDADE (imparcialidade) art. 6º JEC; árbitro: 
EQUIDADE (adaptação) art. 25 JEC; juiz leigo: advogado com mais de 5 anos de experiência (art. 7º JEC). Juiz 
leigo: poderá dirigir instrução (art. 37 JEC) e nesse caso deverá fazer o PROJETO DE SENTENÇA para possível 
homologação judicial (art. 40 JEC); conciliador: bacharel em direito (art. 7º JEC); MP (art. 11 JEC) - para intervir 
no processo da pessoa entre 18 e 21 anos (art. 8º, § 2º JEC) que hoje é letra morta com o NCC; MP: incidente 
de uniformização de jurisprudência (art. 14 JEF e art. 19 JEFP). 
PARTES: o espólio (universalidade de bens) - desde que não tenha interesse de incapaz ENUNCIADO 148 
FONAJE: “Inexistindo interesse de incapazes, o Espólio pode ser parte nos Juizados Especiais Cíveis”; RÉU: 
União, EP, Fundação (JEF); Estado, DF, Município, EP, Fundação (JEFP); OSCIP (ONG): art. 8º, §1º, III JEC. 
ENUNCIADO 141 FONAJE: “A microempresa e a empresa de pequeno porte, quando autoras, devem ser 
representadas, inclusive em audiência, pelo empresário individual ou pelo sócio dirigente”. 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA: até 20 salários poderá a parte demandar sem advogado (art. 9º JEC), em caso de 
RECURSO será obrigatoriamente representada por ADVOGADO; JEF e JEFP: até 60 salários com ou sem 
advogado (art. 10 JEF) - ADIn 3168. 
REPRESENTAÇÃO: não se admite no JEC para o autor, pois este tem que comparecer, sob pena de extinção do 
processo (art. 51, I JEC), mas se admite para o demandado PJ por meio de PREPOSTO, sem haver necessidade 
de vínculo empregatício (art. 9º, §4º JEC), mas o advogado da causa não pode ser preposto, nos termos do art. 
23 do Código de Ética e Disciplina da OAB e ENUNCIADO 98 FONAJE: “É vedada a acumulação SIMULTÂNEA das 
condições de preposto e advogado na mesma pessoa”; admite-se a representação no JEF (art. 10) e no JEFP 
com base no mesmo dispositivo. 
CITAÇÃO: não se admite, no terreno dos juizados especiais, as modalidades de citação ficta; não se fará citação 
por edital (art. 18, §2º JEC). De igual modo, torna-se incompatível com o procedimento a citação por hora certa. 
Mas admite-se a flexibilização no sentido de outra pessoa receber no endereço da pessoa a ser citada, de acordo 
com o Enunciado 5 e com o art. 18, II JEC com relação à PJ, utilizando-se da TEORIA DA APARÊNCIA - entrega 
ao encarregado da recepção obrigatoriamente identificado, lógica incorporada até no art. 248, §2ºNCPC. No 
juizado federal, a citação/intimação da União será feita pessoalmente (art. 7º JEF); a citação de autarquia, 
fundação e EP será feita na pessoa do representante máximo da entidade (art. 7º, pú JEF). 
PETIÇÃO INICIAL: a lei utiliza equivocadamente o termo “pedido” no art. 14 JEC ao invés de “petição inicial”, 
pois o pedido é um dos requisitos da PI e com esta não se confunde. 
CORREÇÃO MONETÁRIA: a partir do ajuizamento da ação (art. 1º, §2º Lei 6899/1981); o CPC/73 considerava 
proposta a demanda no momento em que era DESPACHADA ou DISTRIBUÍDA (art. 263) e o NCPC com o 
PROTOCOLO (registro) da petição (art. 312 CPC), só que no juizado não há distribuição (art. 16 JEC), de tal sorte 
que se considera proposta a demanda no momento em que a secretaria designa a sessão de conciliação 
 
 
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ENUNCIADO 5 FONAJE – A correspondência ou contrafé recebida no endereço da parte é eficaz para efeito de 
citação, desde que identificado o seu recebedor. 
INTERVENÇÃO DE TERCEIRO: não se admite (art. 10 JEC), salvo IDPJ (art. 1062 CPC). 
PROCEDIMENTO: a) postulatória (art. 14 JEC) - não há despacho preliminar para verificação dos requisitos da 
PI; b) conciliatória - comparecimento pessoal do autor sob pena de extinção do processo (art. 51, I JEC), e a 
ausência do réu gera revelia – reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados (art. 20 JEC) e causa julgamento 
antecipado (art. 23 JEC). Preposto da PJ (JEC), REPRESENTANTES (JEFe JEFP) estão AUTORIZADOS A CONCILIAR, 
TRANSIGIR E DESISTIR (art. 10, pú JEF). Não havendo conciliação, as partes poderão optar por JUÍZO ARBITRAL 
(art. 24 JEC), que apresenta LAUDO para HOMOLOGAÇÃO do juiz togado (art. 26 JEC), o que é diferente da LEI 
9307/96 na qual árbitro é juiz de direito no desempenho das funções e que sua SENTENÇA não está 
condicionada à homologação (art. 18 Lei Arbitragem) - TEORIA JURISDICIONALISTA DA ARBITRAGEM, porém, 
em ambos os casos, a SENTENÇA É IRRECORRÍVEL (art. 26 JEC); c) instrutória; d) decisória; e) recursal; f) 
executória. 
AIJ: concentração de diversos atos processuais; comparecimento pessoal das partes; questões incidentes; 
contestação; pedido contraposto na contestação (art. 31 JEC) – vedada reconvenção; no processo comum a 
reconvenção é permitida na contestação (art. 343 CPC); requerimento, deferimento e produção de prova – art. 
33 JEC (ex: prova testemunhal – INDEPENDENTMENTE DE INTIMAÇÃO: art. 34 JEC); é permitida PROVA 
PERICIAL (art. 35 JEC), desde que seja perícia simples, pois não se admite perícia complexa; no juizado federal 
e no juizado especial da fazenda pública admite-se PERÍCIA COMPLEXA (art. 12 JEF), a exemplo da perícia 
contábil. No juizado, diferentemente do que ocorre no processo comum, não há apresentação de laudo, pois o 
PERITO É INQUIRIDO (art. 35 JEC). A realização de debates orais antes da prolação da sentença só é obrigatória 
no art. 81 JECrim. 
ENUNCIADO 12 FONAJE – A perícia informal é admissível na hipótese do art. 35 da Lei 9.099/1995. 
INSPEÇÃO JUDICIAL: admite-se que o juiz DELEGUE A INSPEÇÃO a pessoa de sua confiança, que lhe relatará 
informalmente o verificado (art. 35, pú JEC). 
RESPOSTAS DO RÉU: contestação - inclusive incompetência relativa e impugnação ao valor da causa, da mesma 
forma que o art. 337, II e III NCPC e exceção (suspeição e impedimento); a reconvenção é expressamente 
vedada, sendo permitida a apresentação de PEDIDO CONTRAPOSTO na própria contestação, na forma do art. 
31 JEC. No juizado especial federal não se admite pedido contraposto da União, autarquia, fundação e EP. No 
juizado especial cível admite-se pedido contraposto de PJ (Enunciado 31 FONAJE). 
SENTENÇA: antes da AIJ pode haver sentença homologatória de acordo ou sentença de improcedência liminar 
do pedido (art. 332 CPC); a lei DISPENSA O RELATÓRIO (art. 38 JEC); no processo comum o Relatório é elemento 
essencial da sentença (art. 489, I CPC); admite-se fundamentação oral – ENUNCIADO 46 FONAJE: A 
fundamentação da sentença ou do acórdão poderá ser feita oralmente, com gravação por qualquer meio, 
eletrônico ou digital, consignando-se apenas o dispositivo na ata; NÃO SE ADMITE REEXAME NECESSÁRIO (art. 
13 JEF); ENUNCIADO 26 FONAJE – “São cabíveis a tutela acautelatória e a antecipatória nos Juizados Especiais 
Cíveis”; vedada a tutela antecipada em caráter antecedente ENUNCIADO 163 FONAJE - “Os procedimentos de 
tutela de urgência requeridos em caráter antecedente, na forma prevista nos arts. 303 a 310 do CPC/2015, são 
incompatíveis com o Sistema dos Juizados Especiais”. A lei estabelece que não pode haver sentença ilíquida 
(art. 38, pú JEC); admite-se que a sentença traga pelo menos PARÂMETRO DE LIQUIDAÇÃO para cumprir tal 
exigência. 
 
 
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ENUNCIADO 32 FONAJEF - “A decisão que contenha os parâmetros de liquidação atende ao disposto no art. 38, 
parágrafo único, da Lei n. 9.099/95”. 
FASE RECURSAL: a) embargo de declaração contra sentença ou acórdão (art. 48 JEC); NÃO SE ADMITE ED 
CONTRA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA; ED INTERROMPEM o prazo para interposição de recurso (art. 50 JEC e 
art. 1026 CPC); no processo comum cabe contra qualquer decisão (art. 1022 CPC); b) agravo de instrumento: 
restrito apenas às hipóteses de decisões interlocutórias de tutela de urgência no JEF e no JEFP; não cabe nem 
mesmo MS contra decisão interlocutória no JEC (STF/RE/BA 2008); c) recurso inominado (art. 41 JEC): faz as 
vezes da apelação; é julgado por TURMA RECURSAL composta por três juízes togados de 1º GRAU (art. 41, §1º 
JEC), razão pela qual não cabe recurso especial; não cabe aplicação da técnica de ampliação do julgamento 
prevista no art. 942 CPC; não é cabível recurso inominado em face de sentença terminativa (art. 5º JEF); 
acompanhado do respectivo PREPARO, sob pena de deserção, podendo ser comprovado até 48h seguintes à 
interposição (art. 42, §1º JEC); no processo comum o preparo deve ser comprovado no ATO DE INTERPOSIÇÃO 
do recurso (art. 1007 CPC); necessidade da presença de advogado (capacidade postulatória); contém apenas 
EFEITO DEVOLUTIVO, pois não tem efeito suspensivo automático (ope legis), podendo ser concedido pelo juiz 
(apud iudicem) para evitar dano irreparável (art. 43 JEC), porém, no JEF o recurso é recebido no DUPLO EFEITO 
(ENUNCIADO 61 FONAJEF); admitindo-se, portanto, EXECUÇÃO PROVISÓRIA no JEC; do julgamento pela Turma 
Recursal não se produzirá acórdão, mas apenas ATA e se a sentença for confirmada, basta a SÚMULA (art. 46 
JEC); nas hipóteses do art. 932, III, IV e V poderá o recurso ser JULGADO MONOCRATICAMENTE, que desafia 
AGRAVO INTERNO; incabível REsp no JEC, pois o art. 105, III CF fala da decisão de tribunal, podendo cabel no 
JEF e no JEFP; cabe RE ao STJ, pois o art. 102, III CF da decisão proferida em única ou última instância; SÚMULA 
640 STF: “É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de 
alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”; NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA no juizado 
especial (art. 59 JEC); deverá a parte, portanto, impugnar a decisão transitada em julgado por meio da 
QUERELLA NULITATTIS; STF ADMITE AÇÃO RESCISÓRIA NO JEF; Há duas SENTENÇAS IRRECORRÍVEIS: 
homologatória de conciliação e de laudo arbitral (art. 41 JEC). 
MS: cabível para a TURMA RECURSAL, não contra decisão interlocutória, mas contra ato jurisdicional que cause 
gravame e não haja recurso, salvo se a competência seja a própria COMPETÊNCIA do juizado, que caberá ao TJ. 
Das decisões proferidas pelas Turmas Recursais em MS não cabe recurso ordinário (ENUNCIADO 124 FONAJEF). 
RE: art. 102, III CF; SÚMULA 640 STF: “É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de 
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal”. 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL: método autônomo de impugnação de decisão do JEC que desrespeite 
precedentes firmados por órgãos de cúpula (tribunais superiores e intermediários); não se admite de decisão 
monocrática do Relator de Turma Recursal; No JEF e JEFP não se utiliza da Reclamação Constitucional, mas sim 
do Incidente de Uniformização de Jurisprudência (IUJ), a ser julgado pelas Turmas em conflito, sob a presidência 
de desembargador indicado pelo TJ. Havendo ainda interpretação divergente, cabe o pedido de uniformização 
ao STJ. 
EXECUÇÃO: fase do processo sincrético - não gera processo autônomo (art. 52, IV JEC); valores que excedam a 
40 salários a título de multa cominatória (astreintes) deverá ser reduzido, pois não é acobertada pela coisa 
julgada, podendo ser revista a qualquer momento caso insuficiente ou excessiva (art. 52, V JEC), diferentemente 
dos valores que excedam a tal alçada a título de juros, correção e eventual sucumbência, circunstâncias que 
não alteram a competência para a execução e nem implica em renúncia aos acessórios e consectários da 
obrigação reconhecida no título (STJ-RMS: 33.155/MA, 4ªT, j. 28/06/2011, DJe 29/08/2011). 
 
 
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EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL: art. 53 JEC – o executado é citado para pagar no prazo de 3 dias (art. 
829 CPC); é possível a realização de AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO na execução de título executivo extrajudicial 
antes de realizada a penhora, na forma do art. 53, §2º JEC. 
No processo de execução por título judicial ou extrajudicial, inexistindo benspenhoráveis, expedir-se-á 
CERTIDÃO DE DÍVIDA que poderá ser remetida ao SPS e SERASA, e o processo será extinto, na forma do art. 53, 
§4º JEC e ENUNCIADO 76 FONAJE. 
NÃO DE ADMITE EXECUÇÃO PROVISÓRIA NO JEF E JEFP, pois se exige o trânsito em julgado da decisão (art. 16 
e art. 17 JEF). 
DESPESAS PROCESSUAIS: gratuito no primeiro grau de jurisdição (art. 54 JEC); se houver a interposição de 
recurso, o PREPARO abrangerá todo o processo, inclusive o primeiro grau (art. 54, pú JEC); a sentença NÃO 
CONDENA EM CUSTAS E HONORÁRIOS, EXCETO LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, MAS O ACÓRDÃO DA TURMA RECURSAL 
CONDENA EM CUSTAS E HONORÁRIOS (art. 55 JEC); haverá o pagamento de custa, mesmo no primeiro grau, 
se o demandante deixar de comparecer, injustificadamente, a qualquer das audiências (art. 51, §2º JEC). 
ENUNCIADO 28 FONAJE – Havendo extinção do processo com base no inciso I, do art. 51, da Lei 9.099/1995, é 
necessária a condenação em custas. 
CF: art. 24, X - competência concorrente juizado de pequenas causas (critério valor) e art. 98, I – competência 
concorrente causas cíveis de menor complexidade (critério matéria); Lei 9099/95; Lei 10259/01 (JEF); Lei 
12153/09 (JEFP). 
PRINCÍPIOS: a) oralidade – ato via oral (ex: mandato verbal art. 9º, §3º JEC); subprincípios: imediatidade; 
identidade física do juiz; concentração (AIJ art. 28 JEC); irrecorribilidade imediata. Exceção: agravo de 
instrumento em tutela de urgência (art. 5º JEF); b) informalidade/simplicidade – ex: intimação por qualquer 
meio idôneo (art. 19 JEC). Exceção: desconsideração da personalidade jurídica (art. 1062 CPC); c) economia 
processual - não se admite reconvenção, sendo lícito ao réu fazer pedido contraposto na contestação (art. 31 
JEC), inclusive até mesmo no processo comum poderá o réu apresentar reconvenção na contestação (art. 343 
CPC); d) “celeridade” - sumaríssimo; e) autocomposição - vantagens da conciliação (art. 21 JEC); possibilidade 
de audiência de conciliação inclusive na fase executiva (art. 53, §2º JEC). 
FASE EXECUTIVA: processo sincrético - um único processo com duas tutelas jurisdicionais: cognitiva e 
satisfativa. Assim, compete ao demandante deduzir sua pretensão no bojo do processo cujo título judicial 
condenou a parte ré em obrigação de pagar; DESCABIDA AÇÃO AUTÔNOMA - com nova numeração - como 
sucedâneo de execução de título judicial; cabível a multa de 10%, mas INCABÍVEL 10% DE HONORÁRIOS do art. 
523, §1º CPC; admite-se AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO NA FASE EXECUTIVA (ENUNCIADO 71 FONAJE); meio de 
defesa por EMBARGOS À EXECUÇÃO (julgados por sentença), diferentemente do processo comum que é por 
impugnação, bem como tal embargo no juizado somente se garantido o juízo por PENHORA (art. 53, §1º Lei 
9099/95), o que difere do art. 914 CPC; não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo 
será EXTINTO art. 53, §4º (JEC), o que difere do processo comum que é arquivado. Admite-se EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. 
ENUNCIADO 117 FONAJE – É obrigatória a segurança do Juízo pela penhora para apresentação de embargos à 
execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial. 
A intervenção do MP se justificava no caso de autor com idade entre 18 e 21 anos, nos termos do art. 11 e 8º, 
§2º Lei 9099/95. Com o advento do CC/2002 que estabeleceu a maioridade aos 18 anos, a intervenção não mais 
 
 
Curso de Processo Civil 8 Conrado Reis 
 
se justifica. No Juizado Federal e da Fazenda Pública mostra-se justificada a INTERVENÇÃO DO MP no 
INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA: art. 14, §7º Lei 10259/2001 e art. 19, §3º Lei 
12153/2009. Aplica-se ao Juizado Especial o IDPJ (art. 1062 CPC). Não se admite intervenção de terceiro e 
assistência, mas apenas litisconsórcio no Juizado Especial (art. 10 Lei 9099/95). PRINCÍPIO DA 
IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS perante a Turma Recursal, pois não haverá 
preclusão. Cabe AGRAVO REGIMENTAL da decisão monocrática do Relator da Turma Recursal para a própria 
Turma Recursal, segundo Resolução do CJF. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMA: validade dos 
atos processuais sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados (art. 13 Lei 9099/95), 
lhe preencham a finalidade essencial (art. 188 CPC). PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: vedação à 
RECONVENÇÃO; PRINCÍPIO DA CELERIDADE: não haverá prazo diferenciado (art. 9º Lei JEF e art. 7º Lei JEFP) e 
não haverá reexame necessário (art. 13 Lei JEF); ENUNCIADO 123 FONAJE: não se aplica prazo diferenciado 
para litisconsortes com procuradores diferentes. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA CONCILIAÇÃO: art. 21 Lei 9099/95 
e Lei de Mediação: Lei 13140/2015. 
 
ORGANIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES 
Fundações: PJ de direito privado - associação de capitais e pessoas com finalidade de prestar serviço de 
interesse social constituída mediante destinação de patrimônio (art. 62 CC). Se o órgão do MP aprovar o 
estatuto, o procedimento se encerra. Caso contrário, poderá o interessado requerer ao juiz o suprimento da 
aprovação (art. 764, §2º CPC). 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: é forma de extinção das obrigações - depósito judicial ou em 
estabelecimento bancário (art. 334 CC); o devedor tem o direito ao adimplemento, uma vez que não quer ver-
se constituído em mora; caso o credor não aceite o pagamento, de forma injustificada (art. 335, I CC), pode o 
devedor consigná-lo com a finalidade de desobrigar-se do pacto assumido e CONSTITUIR O CREDOR EM MORA 
(art. 400 CC); LEGITIMIDADE ATIVA: devedor principal ou qualquer interessado na extinção da dívida (art. 304 
CC); LEGITIMIDADE PASSIVA: credor; FORO COMPETENTE: lugar do pagamento (art. 540 CPC), sendo este o 
domicílio do devedor (art. 327 CC); se o pagamento consistir na tradição ou prestação relativa à IMÓVEL, far-
se-á no LUGAR ONDE SITUADO O BEM (art. 328 CC), assim como na consignação de aluguel – LUGAR DA 
SITUAÇÃO DO IMÓVEL (art. 58, II Lei 8245/1991). 
É possível fazer DEPÓSITO BANCÁRIO EM PROCEDIMENTO EXTRAJUDICIAL SIMPLIFICADO, a fim de extinguir 
a obrigação sem a necessidade de manejar ação consignatória, quando se tratar de obrigação em dinheiro, 
cientificando o credor por CARTA COM AVISO DE RECEBIMENTO (art. 539, §1º CPC); somente ocorrendo a 
recusa expressa manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, a ação de consignação poderá ser 
proposta pelo devedor dentro de 1 mês, instruindo a inicial com a PROVA DO DEPÓSITO E DA RECUSA (art. 
539, §3º CPC). Em caso de depósito insuficiente, a sentença além de julgar improcedente a consignação, 
determinará o montante devido, que servirá de título executivo judicial para que o réu, no mesmo processo, 
seguindo as regras da fase de cumprimento de sentença do art. 513 CPC, execute a fração faltante, reconhecida 
como devida. Assim, a AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO TEM CARÁTER DÚPLICE, vale dizer, independentemente de 
reconvenção ou de pedido contraposto, presta-se a propiciar a tutela plena em favor do réu, que não a simples 
exoneração da pretensão formulada pelo autor. A sentença quando acolhe o pedido do autor é precipuamente 
DECLARATÓRIA, na medida em que reconhece a satisfação do crédito e a exoneração do devedor; mas quando 
julga o pedido improcedente por insuficiência do valor depositado é precipuamente CONDENATÓRIA em favor 
do réu. 
 
 
Curso de Processo Civil 9 Conrado Reis 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS: manutenção - turbação; reintegração - esbulho e interdito possessório - receio de ser 
molestado (ameaça). Art. 1210 CC e art. 554 CPC. Outras ações, ainda que tangencialmente venha a tangenciar 
sobre a posse – ex: nunciação de obra nova, não estão incluídas na proteção especial à posse porque seu 
objetivo central não é proteção da posse. Na ação possessória não se discute propriedade, podendo o possuidor 
intentar ação até mesmo contra o proprietário. Assim diz a lei: Não obsta à manutenção ou reintegração na 
posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobrea coisa (art. 1210, §2º CC e art. 557, pú CPC); trata-
se de COGNIÇÃO SUMÁRIA NO SENTIDO HORIZONTAL que tem por objeto apenas o conflito possessório, ainda 
que exista também uma possível disputa sobre a propriedade. Mas, para resolver o litígio possessório, é a 
GOGNIÇÃO EXAURIENTE NO SENTIDO VERTICAL, ou seja, aprofundada. Há uma hipótese excepcional em que 
se permite a discussão de propriedade na ação possessória, se ambas as partes invocarem como fundamento 
da posse o direito de propriedade, desde que este se apresente evidente, sem a necessidade de ampla instrução 
para ser demonstrado: SÚMULA 487 STF: “Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se 
com base neste for ela disputada”. Mesmo assim, a constatação do direito de propriedade constará na 
FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA, pois o objeto do processo é a questão possessória, que constará no seu 
DISPOSITIVO. Para alcançar a proteção do direito de propriedade existem as AÇÕES PETITÓRIAS. Assim, se o 
proprietário quiser reaver a coisa do poder de quem a injustamente possua ou detenha (art. 1228 CC) terá que 
ingressar com ação petitória que segue o PROCEDIMENTO ORDINÁRIO e não o especial. Para isso, a lei veda, 
tanto ao autor quanto ao réu, a propositura de ação de reconhecimento do domínio, na pendência de ação 
possessória (art. 557 CPC). ESBULHO: perda total da posse por ato injusto do molestador. Ex: invasão. 
TURBAÇÃO: é o esbulho parcial, perda de algum dos poderes fáticos sobre a coisa, mas não a totalidade da 
posse. Ex: corte de árvores no imóvel. AMEAÇA: receio sério (fundado) de que a posse venha a sofrer esbulho 
ou turbação (art. 567 CPC). Ex: posicionamento de máquinas. FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: 
pode o juiz conhecer do pedido e outorgar a proteção legal correspondente ainda que haja a propositura de 
uma ação possessória em vez de outra, nos termos do art. 554 CPC. É licito ao autor cumular ao pedido 
possessório a condenação do réu em perdas e danos, cominação de pena pecuniária para o caso de nova 
turbação ou esbulho, desfazimento de construção, etc, na forma do art. 555 CPC, em homenagem ao PRINCÍPIO 
DA ECONOMIA PROCESSUAL. CARÁTER DÚPLICE DA AÇÃO POSSESSÓRIA: as posições de autor e réu podem 
se alternar, sendo lícita a outorga da tutela jurisdicional a qualquer das partes, independentemente do polo 
que inicialmente tenha assumido. Dessa forma, desnecessário apresentar reconvenção, podendo o réu na 
contestação formular pedido em seu favor, a teor do art. 556 CPC. Todavia, o pedido do réu há que ser expresso, 
não podendo o juiz conceder de ofício, razão pela qual há doutrina que não a considera ação verdadeiramente 
dúplice, como a ação de consignação em pagamento que não há a necessidade de pedido contraposto. 
CARÁTER EXECUTIVO LATO SENSU: o procedimento engloba as duas modalidades de tutela (conhecimento e 
execução); assim, a proteção à posse se dá independentemente de outro processo de execução ou de qualquer 
pedido de cumprimento de sentença, ocorrendo a expedição de mandado de ofício. Ademais, na manutenção 
de posse e no interdito proibitório tem-se uma ordem para o réu, cujo descumprimento caracteriza também o 
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA; entretanto, CARÁTER EXECUTIVO E MANDAMENTAL só se refere à proteção 
possessória, uma vez que possível condenação pecuniária decorrente de pedido cumulativo será objeto de 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (execução por quantia certa). AÇÃO DE FORÇA NOVA E FORÇA VELHA: somente 
a ação de força nova (proposta dentro de ano e dia) rege-se pelo PROCEDIMENTO ESPECIAL (art. 558 CPC), 
inclusive com direito a LIMINAR de natureza de antecipação de tutela, concedida com a simples comprovação 
sumária da posse, sem necessidade de demonstrar risco de dano ou abuso de direito de defesa; caso a ação 
seja de força velha, a ação não perde o caráter possessório, mas será pelo PROCEDIMENTO COMUM 
ORDINÁRIO (art. 558, pú CPC), perdendo-se o direito de liminar com a simples prova da posse, podendo ser 
concedida se presentes os pressupostos da tutela antecipada do art. 300 CPC. Exige-se, para fins de concessão 
 
 
Curso de Processo Civil 10 Conrado Reis 
 
de medida liminar (art. 562 CPC), prova liminar dos fatos na petição inicial do autor, na forma do art. 561 CPC. 
É vedada a concessão de medida liminar, com ou sem justificação prévia, contra pessoa jurídica de direito 
público, sem prévia audiência do representante judicial (art. 562, pú CPC). A liminar é concedida por meio de 
decisão interlocutória, cujo recurso cabível é o AGRAVO DE INSTRUMENTO que em regra não tem efeito 
suspensivo. Concedida a liminar, não pode o juiz revogá-la, salvo em caso de JUÍZO DE RETRATAÇÃO por ocasião 
da interposição do agravo de instrumento ou na sentença. 
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS (art. 569 CPC): disputa concernente aos limites do imóvel, e não sobre a 
existência da propriedade (ação reivindicatória); pode ser proposta pelo proprietário único ou, havendo 
copropriedade, por qualquer dos condôminos, ocasião em que os demais serão intimados como litisconsortes 
(art. 575 CPC); trata-se de ação sobre direito real imobiliário, de tal sorte que é necessário ao autor o 
consentimento do cônjuge se for casado, salvo se casado pelo regime da separação absoluta de bens (art. 73 
CPC). REQUISITOS ESPECIAIS DA PI: identificação do imóvel pela situação e denominação, descrição dos limites 
que entenda corretos, e indique todos os confinantes da linha demarcada (art. 574 CPC); por isso diz-se que é 
caso de litisconsórcio necessário, mas se houver apenas um confrontante, por óbvio, não haverá litisconsórcio, 
salvo se o imóvel for objeto de copropriedade ou se o proprietário do imóvel for casado; autoriza-se a 
cumulação ao pedido demarcatório do pedido possessório no caso de entender ter havido esbulho ou turbação, 
razão pela qual a sentença determina a restituição da área invadida (art. 581, pú CPC); mas não há a previsão 
de concessão automática de liminar no caso de o esbulho ter ocorrido a menos de ano e dia como na ação 
possessória de força nova, podendo ser concedida com base nos arts. 300 e 497 CPC; a citação dos réus que 
residem na comarca se dá pelos CORREIOS, enquanto a dos que residem fora se dará por edital, só se for 
desconhecido o paradeiro deles (art. 576 CPC); a partir do prazo da contestação, com ou sem a sua 
apresentação, O PROCEDIMENTO TORNA-SE ORDINÁRIO (art. 578 CPC), ressalvada a necessidade de produção 
de prova técnica de LEVANTAMENTO DE CAMPO, ou seja, LAUDO DE PERITOS ARBITRADORES E PLANTA DE 
AGRIMENSOR (art. 579 CPC); os arbitradores (peritos) apresentarão RELATÓRIO ESCRITO sobre a exatidão do 
memorial e da planta apresentados pelo agrimensor (art. 585 CPC); efetuadas as correções necessárias, será 
lavrado AUTO DE DEMARCAÇÃO, assinado pelo juiz, pelos arbitradores e pelo agrimensor e proferida 
SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE DEMARCAÇÃO (art. 587 CPC). 
AÇÃO DE DIVISÃO DE TERRAS: o imóvel tem de ser divisível; caso seja indivisível por determinação legal (ex: 
art. 65 Lei 4504/1964 - Estatuto da Terra: vedação da divisão inferior ao módulo rural) ou a divisão tornar 
impróprio ao seu destino a solução será a adjudicação ou a venda com repartição do apurado, na forma do art. 
1322 CC; a demanda também versa sobre direito real imobiliário, exigindo consentimento do cônjuge para 
propor a ação; a petição inicial exige a indicação de todos os condôminos (art. 588, II CPC), sob pena de nulidade 
do processo porque faltando algum a divisão favorecerá aos integrantes da relação jurídica; tem-se, portanto, 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO E UNITÁRIO, nos termos do art. 114 CPC; a petição inicial também deve vir 
acompanhada do TÍTULO DE DOMÍNIO, ou seja, da prova da propriedade, como exige o art. 588 CPC; 
INVENTÁRIO/PARTILHA: a abertura da sucessão gera a transmissão imediata da herança aos herdeiros (art. 
1784 CC); PRINCÍPIO DE SAISINE; o patrimônio representa uma universalidade, de talsorte que há a 
necessidade de declará-lo e partilhá-lo para que cada herdeiro possa individualizar o seu quinhão; a ação de 
inventário visa verificar e distribuir os bens integrantes do patrimônio do de cujus para aqueles que têm direito 
sucessório; a jurisprudência admite a AÇÃO DE INVENTÁRIO NEGATIVO quando houver interesse jurídico em 
ver declarada a inexistência de bens do falecido. Ex: interesse jurídico em ver declarada a inexistência de bens 
por parte do viúvo para que não sofra a sanção de regime obrigatório de separação de bens do art. 1641, I CC 
no caso da causa suspensiva que estabelece o dever de não casar quando tiver filho do falecido enquanto não 
 
 
Curso de Processo Civil 11 Conrado Reis 
 
fizer o inventário (art. 1523, I CC) para que se possa contrair novas núpcias sem as restrições legais; a 
necessidade do inventário é para dar exercício pleno ao direito de propriedade e também para efeitos fiscais 
do ITCMD (art. 155, I CF); o inventário e a partilha são medidas de jurisdição voluntária, tanto que há 
modalidade de formalização extrajudicial da sucessão, no caso de todos serem capazes e concordes, por meio 
de ESCRITURA PÚBLICA (art. 610, §1º CPC); a doutrina chama de administração judicial de interesses privados; 
trata-se de COGNIÇÃO SUMÁRIA na qual o juiz decide questão de fato provada documentalmente, pois caso 
necessite de outras provas o juiz remeterá o processo para as VIAS ORDINÁRIAS (art. 612 CPC); há a necessidade 
de que alguém administre o espólio, que será nomeado pelo juiz de acordo com a ORDEM LEGAL prevista no 
art. 617 CPC, cuja decisão é interlocutória que desafia agravo de instrumento; o encargo de inventariante impõe 
ao nomeado deveres dentro e fora do processo; dentro do processo: prestar as primeiras e as últimas 
declarações (art. 618, III CPC); fora do processo: prestar contas de sua gestão (art. 618, VII CPC); o inventariante 
poderá ser removido, de ofício ou a requerimento (art. 622 CPC); podem requerer a remoção cônjuge 
supérstite; herdeiro; credor do espólio; Fazenda pública ou Ministério Público, formando o INCIDENTE DE 
REMOÇÃO (art. 623, pú CPC); PROCEDIMENTO: há duas fases: a) levantamento e verificação dos bens 
integrantes do espólio; b) divisão do espólio entre os sucessores; LEGITIMIDADE (art. 616 CPC): podem requerer 
o inventário e partilha o cônjuge ou companheiro supérstite, o herdeiro, o MP havendo herdeiro incapaz, a 
Fazenda Pública, etc; o art. 989 CPC/73 permitia expressamente o juiz abrir INVENTÁRIO DE OFÍCIO no caso de 
nenhum legitimado ter requerido, mas o CPC/15 não repetiu esse dispositivo. À vista disso, é VEDADO ao juiz 
iniciar inventário de ofício; as declarações do inventariante podem ser prestadas por PETIÇÃO FIRMADA POR 
PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS (art. 620, §2º CPC); a falta de inclusão de algum bem no inventário 
pode caracterizar SONEGAÇÃO que é hipóteses de remoção do inventariante (art. 621 e art. 622, VI CPC); 
IMPUGNAÇÃO: qualquer dos citados poderá contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro 
(art. 627, III). Trata-se de hipótese específica de questão de alta indagação que implica necessidade de outra 
ação nas VIAS ORDINÁRIAS, que NÃO SUSPENDE A AÇÃO DE INVENTÁRIO, mas o quinhão deverá ser reservado 
para a solução do caso – SOBRESTARÁ A ENTREGA DO QUINHÃO (art. 627, §3º CPC); AVALIAÇÃO E CÁLCULO 
DO IMPOSTO: o juiz recorrerá a perito ou avaliador judicial apenas quando for necessário, uma vez que há bens 
que são de COTAÇÃO DE MERCADO (Exs: carro – tabela FIPE; ação - bolsa de valores); não haverá avaliação se 
todas as partes forem capazes e a Fazenda Pública concordar com o valor atribuído nas primeiras declarações 
(art. 633 CPC); CÁLCULO DO IMPOSTO: feito o cálculo, serão ouvidas todas as partes e, em seguida, a Fazenda 
Pública (art. 638 CPC); COLAÇÃO: após as primeiras declarações, compete ao herdeiro, no prazo da impugnação 
(15 dias), que recebeu algum bem quando o de cujus ainda vivia, trazê-lo à colação ou se não mais o possuir 
trazer o valor correspondente (art. 639 CPC); PARTILHA: encerrada a fase de inventário propriamente dita, 
passa-se à divisão do espólio (partilha) na qual, SEPARADA A MEAÇÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE, os bens 
do de cujus serão divididos entre os herdeiros; a novidade é que se permite ao juiz DEFERIR ANTECIPADAMENTE 
A HERDEIRO O USO E FRUIÇÃO DE BENS (art. 647, pú CPC); é dividida em duas partes: a) auto de orçamento 
(art. 653, I CPC) e b) folha de pagamento (art. 653, II CPC); antes do julgamento da partilha, é OBRIGATÓRIO O 
PAGAMENTO DO ITCMD e a sua comprovação nos autos (art. 654 CPC); mas a existência de dívida para com a 
Fazenda Pública não impede o julgamento, desde que o pagamento esteja garantido (art. 654, pú CPC); FORMAL 
DE PARTILHA: transitada em julgado a sentença, cada herdeiro receberá o título declarativo de seu direito (art. 
655 CPC), que pode ser levado a registro; ARROLAMENTO: a lei prevê essa modalidade simplificada de 
inventário na hipótese de partilha amigável celebrada entre partes capazes (art. 659 CPC); nesse procedimento 
simplificado, o FISCO será intimado para o LANÇAMENTO ADMINISTRATIVO DO ITCMD após a lavratura do 
formal de partilha ou carta de adjudicação (art. 659, §2º CPC); ARROLAMENTO SUMÁRIO: a lei prevê ainda essa 
espécie simplificada de arrolamento, independentemente de os herdeiros serem todos capazes ou de haver 
acordo entre eles, quando o valor do espólio for igual ou inferior a 1000 salários (art. 664 CPC). 
 
 
Curso de Processo Civil 12 Conrado Reis 
 
HABILITAÇÃO: a morte de qualquer das partes gera a suspensão do processo (art. 313, I CPC); isso para 
oportunizar os sucessores a ingressarem na relação jurídica, exceto na hipótese de ação intransmissível (ex: 
divórcio), quando ocorrerá a extinção sem resolução de mérito (art. 485, IX CPC); é procedimento especial de 
sucessão do falecido no processo (art. 687 CPC); começa com uma petição (art. 690 CPC); em regra, trata-se de 
um INCIDENTE PROCESSUAL pois o processamento se dá nos autos do processo principal, que será SUSPENSO 
(art. 689 CPC); porém, caso haja necessidade de dilação probatória diversa da documental, o pedido será 
AUTUADO EM APARTADO (art. 691 CPC). 
RESTAURAÇÃO DE AUTOS: a palavra autos significa o caderno processual – conjunto de documentos escritos 
que retratam os atos processuais realizados no processo; a ação de restauração visa recompor os autos 
desaparecidos do processo em curso; o objetivo não é a apuração de responsabilidade, mas sim a recuperação 
dos autos, inclusive eletrônicos (art. 712 CPC); porém, caso se identifique que a parte tenha dado causa ao 
desaparecimento, esta será a pagar as custas da restauração e os honorários do advogado, sem prejuízo da 
responsabilidade civil ou penal (art. 718 CPC); o juiz conhecerá apenas das questões relativas ao refazimento 
da documentação dos autos extraviados; todos os elementos disponíveis poderão ser utilizados para a 
restauração, inclusive a memória; o NCPC atribui legitimidade também ao juiz de ofício e ao Ministério Público 
(art. 312 CPC); se o réu concordar com a restauração como proposta, será lavrado o auto e homologado pelo 
juiz, que suprirá o processo desaparecido (art. 714, §1º CPC); se o réu não concordar ou concordar parcialmente, 
será observado o PROCEDIMENTO COMUM (art. 714, §2º CPC); se o desaparecimento se der depois da AIJ, o 
juiz mandará repetir as provas (art. 715 CPC); os serventuários poderão servir de testemunhas de atos que 
tenham praticado ou presenciado (art. 715, §4º CPC); havendo perícia, sem cópia do laudo, aquela deverá ser 
repetida, preferencialmente pelo mesmo perito (art. 715, §2º CPC); 
AÇÃO MONITÓRIA: no NCPC as hipóteses de cabimento foram ampliadas, de modo a abranger inclusive 
obrigação de entrega de coisa infungível, de bem imóvel e obrigação de fazer ou de não fazer (art. 700, II e III 
CPC); no CPC/73, caso o réu pagasse ouentregasse o bem no prazo de 15 dias ficaria isento das custas 
processuais e dos honorários advocatícios (art. 1102-C, §1º), mas no CPC/15 SOMENTE FICARÁ ISENTO DAS 
CUSTAS PROCESSUAIS (art. 701, §1º); a apresentação de embargos SUSPENDE a eficácia da decisão (mandado 
inicialmente deferido) e o procedimento seguirá o RITO ORDINÁRIO do processo comum de conhecimento, na 
forma do art. 702, §4º CPC, e quando autoriza que os embargos versem sobre matéria passível de alegação 
como defesa no procedimento comum (art. 702, §1º CPC), não se impondo ao réu o ônus de ter bem penhorado, 
depósito ou caução, ou seja, independentemente de prévia segurança do juízo (art. 702 CPC); rejeitados ou não 
apresentados os embargos, constitui-se o título executivo judicial e se prossegue a fase executiva de 
cumprimento de sentença (art. 702, §8º CPC e art. 701, §2º CPC), na forma do art. 523 CPC; o magistrado, nessa 
fase inicial do procedimento monitório, desenvolve um juízo de verossimilhança em COGNIÇÃO SUMÁRIA; 
SÚMULA 233 STJ: “O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente, 
não é título executivo”, dessa forma, pode ser objeto de ação monitória, de acordo com a SÚMULA 247 STJ: “O 
contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui 
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória”; já o crédito referente à contribuição de condomínio 
não pode ser objeto de ação monitória por ser título executivo extrajudicial (art. 784, X CPC); se o documento 
já teve força de título executivo extrajudicial, mas não se reveste mais dessa eficácia, admite-se a tutela 
monitória como visto na SÚMULA 299 STJ: “É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito”; a 
fundamentação da petição inicial e a prova escrita envolverão os fatos que permitam a determinação d 
quantidade devida, quando se tratar de dinheiro ou bem fungível, pois não há espaço para procedimento 
liquidatório, razão pela qual terá de acompanhar a PI o DEMONSTRATIVO DE DÉBITO ATUALIZADO - MEMÓRIA 
DE CÁLCULO (art. 798, I “b” CPC e art. 700, §2º, I CPC), exigência prevista para o réu se entender que o valor 
 
 
Curso de Processo Civil 13 Conrado Reis 
 
alegado pelo autor é superior à devida (art. 702, §2º CPC), pois na hipótese de ser expedido o mandado de 
cumprimento e o réu não o embargar, diretamente se ingressará na fase executiva; ainda que de modo indireto, 
pretende-se atribuir autoridade equivalente à de coisa julgada à decisão que deferiu a expedição de mandado 
monitório não embargada que se constitui de pleno direito em TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (art. 701, §2º CPC), 
uma vez que contra ela é cabível AÇÃO RESCISÓRIA (art. 701, §3º CPC); ademais, trata-se de única decisão 
formada em COGNIÇÃO SUMÁRIA passível de ação rescisória; CITAÇÃO POR EDITAL E POR HORA CERTA: não 
há dispositivo legal que vede a citação ficta no procedimento monitório; mas o cerne da questão é definir as 
consequências do não comparecimento do réu (ausência de pagamento e de embargos); no processo comum 
de conhecimento, nomeia-se curador especial (art. 72, II CPC) e nesse caso não haverá o chamado efeito 
principal da revelia de presumir verdadeiro o fato narrado na inicial (art. 344 CPC); dessa forma, aplica-se nesse 
caso da monitória o entendimento firmado na SÚMULA 196 STJ: “Ao executado que, citado por edital ou por 
hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de 
embargos”; SÚMULA 282 STJ: “Cabe a citação por edital em ação monitória”; na ação monitória admite-se a 
citação por qualquer dos meios (art. 700, §8º CPC); EMBARGOS AO MANDADO MONITÓRIO: discute-se a 
natureza jurídica desses embargos se ação própria que instaura processo incidental a exemplo dos embargos à 
execução ou contestação dentro do próprio processo; no nosso modelo a impugnação do réu apenas suspende 
o mandado de cumprimento da obrigação (art. 702, §4º CPC), e, se julgada procedente a impugnação, só nesse 
momento o mandado será desconstituído, se improcedente (rejeitados), a ordem inicial de cumprimento passa 
a valer como título executivo judicial (art. 700, §8º CPC), de tal sorte que a impugnação do réu funciona como 
outra demanda - autônoma em relação à demanda da tutela inibitória, independentemente de sentença final. 
Portanto, os embargos constituem forma incidental de desconstituição do provimento inicial - NATUREZA 
JURÍDICA DE AÇÃO; admite-se RECONVENÇÃO (art. 702, §6º CPC); admite-se todas as formas de intervenção 
de terceiros, até mesmo denunciação da lide e chamamento ao processo; contra a sentença que julgar os 
embargos cabe apelação (art. 702, §9º CPC), que não terá efeito suspensivo, uma vez que apenas a oposição 
dos embargos suspende a eficácia da decisão até o julgamento de primeiro grau (art. 702, §4º CPC); FASE 
EXECUTIVA: passou-se a fazer a execução pelas regras do cumprimento de sentença; o ato que dá ciência ao 
réu do mandado, agora já executivo, é a INTIMAÇÃO; mas, mesmo se tratando de intimação, ainda que o 
devedor tivesse procurador constituídos nos autos, esse ato de comunicação deve ser efetivado NA PESSOA 
DO EXECUTADO (art. 523 CPC), e não no seu patrono, que poderá, independentemente de penhora ou nova 
intimação, apresentar IMPUGNAÇÃO (art. 525 CPC); conquanto cabível impugnação, essa apenas poderá 
veicular matéria superveniente à constituição do título, nos termos do art. 525, §1º CPC; a limitação da matéria 
da impugnação ocorre inclusive quando o título executivo judicial se constitui pela não interposição de 
embargos ao mandado; o que impede a arguição de matérias estranhas ao previsto no art. 525, §1º CPC não é 
a coisa julgada, mas sim a PRECLUSÃO, razão pela qual tais matérias poderão ser veiculadas em ação autônoma; 
é admissível ação monitória em face da FAZENDA PÚBLICA (art. 700, §6º CPC); SÚMULA 339 STJ: “É cabível 
ação monitória contra a Fazenda Pública”; é aplicável ao procedimento monitório o instituto da tutela de 
urgência (art. 300 CPC), autorizando-se desde logo e pelo menos a EXECUÇÃO PROVISÓRIA, cuja antecipação 
deve ocorrer já no momento da concessão do mandado. 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
ALIENAÇÃO JUDICIAL (ART. 730 CPC): para alienação de bem em leilão, observando-se, no que couber, as regras 
da alienação de bem penhorado na execução (art. 879 CPC) e da seção I (jurisdição voluntária), a exemplo da 
citação de todos os interessados, bem como intimação do MP nos casos do art. 178 CPC (interesse público ou 
 
 
Curso de Processo Civil 14 Conrado Reis 
 
social; interesse de incapaz; litígio coletivo pela posse da terra), conforme previsto no art. 721 CPC; a avaliação 
feita nesse procedimento não tem o objetivo igual ao da execução que é impedir a arrematação por preço 
inferior ao avaliado, pois na alienação judicial o bem é vendido pelo preço que alcançar; portanto o objetivo é 
ter ideia de que é melhor ou não ter que suportar as despesas da coisa do que a alienação; 
SEPARAÇÃO CONSENSUAL: divórcio e separação consensuais (art. 731 CPC), extinção consensual de união 
estável (art. 732 CPC) e alteração do regime de bens do matrimônio (art. 734 CPC); normas complementares ao 
procedimento estão no art. 34 da Lei 6515/77 (Lei do Divórcio); separação judicial por mútuo consentimento 
dos cônjuges se forem casados há mais de 1 ano, cuja convenção será homologada pelo juiz, na forma do art. 
1574 CC; o pedido de separação consensual é formulado e assinado por ambos os cônjuges (art. 731 CPC), além 
da assinatura dos advogados de cada qual ou do advogado comum (art. 34, §1º) e a atividade jurisdicional 
consiste apenas na homologação da manifestação de vontade; às assinaturas, quando não lançadas na presença 
do juiz, serão, obrigatoriamente, reconhecidas por TABELIÃO (art. 34, §4º), mas o CPC não prevê essa 
obrigatoriedade; a petição inicial será instruída com a certidãode casamento para que se comprove o lapso 
temporal de 1 ANO (art. 1574 CC), lembrando que o prazo previsto na Lei do Divórcio é de 2 anos para separação 
(art. 4º), mas se aplica o prazo do código civil; não deve haver menção aos motivos da separação consensual; o 
CPC/73 previa pensão alimentícia do marido à mulher se essa não possuísse condições de se manter (art. 1121, 
IV), enquanto que o CPC/15 determina que conste na PI as disposições relativas à pensão alimentícia entre os 
cônjuges (art. 731, II CPC), de tal sorte que a mulher pode pagar pensão ao homem; a exigência de audiência 
pessoal prevista no art. 1122 CPC/73 não foi repetida no CPC/15; o juiz pode recusar a homologação e não 
decretar a separação judicial se verificar que a convenção, como apresentada na PI, não preserva 
suficientemente o interesse dos filhos ou de um dos cônjuges (art. 34, §2º LD e art. 1574, pú CC); a falta de 
acordo sobre a partilha dos bens não obsta a homologação do divórcio, cuja partilha será feita depois (art. 731, 
pú CPC). 
SEPARAÇÃO EXTRAJUDICIAL: não havendo nascituro ou filhos incapazes, a separação e o divórcio consensuais, 
bem como a extinção consensual de união estável podem ser feitas por ESCRITURA PÚBLICA (art. 733 CPC), 
independentemente de homologação judicial (art. 733, §1º CPC); é obrigatória a presença de advogado comum 
ou advogado de cada parte ou defensor público (art. 733, §2º CPC). 
TESTAMENTOS E CODICILOS: a lei regula o testamento público (art. 1864 CC), cerrado (art. 1868), particular 
(art. 1876 CC), marítimo (art. 1888 CC), aeronáutico (art. 1889 CC) e o militar (art. 1893 CC); quando se trata de 
testamento cerrado (redigido pelo testador ou por alguém a seu rogo e aprovado por tabelião, que não o lê), 
cumpre ao juiz inicialmente verificar se está intacto, ou seja, se apresenta vício externo de violação ou falsidade 
(art. 735 CPC), e não requisito de validade como a manifestação de vontade; se o testamento for público, 
observa-se, no que couber, o procedimento do testamento cerrado (art. 736 CPC); caso aquele que detenha o 
testamento não o apresente após a morte do testador, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer 
interessado mandará que o detentor o exiba, sob pena de tutela específica de busca e apreensão para a entrega 
de coisa (art. 498 CPC), já que o NCPC extinguiu o procedimento especial de busca e apreensão; quando o 
testamento é particular, marítimo, aeronáutico ou militar o procedimento não se destina unicamente à 
verificação do estado do documento, mas sim à confirmação do testamento, uma vez que não teve a 
intervenção do notário para comprovar o cumprimento dos requisitos de formação; herdeiro, legatário ou 
testamenteiro, o NCPC excluiu a possibilidade de o juiz iniciar o procedimento de ofício, requerem (PI + cédula 
de testamento particular) a publicação em juízo do testamento e a inquirição das testemunhas que o assinaram, 
nos termos do art. 737 CPC; as testemunhas deverão confirmar os requisitos de validade do testamento, que 
ele foi lido em voz alta na sua presença e que são verídicas as assinaturas ali lançadas; se pelo menos 3 das 5 
 
 
Curso de Processo Civil 15 Conrado Reis 
 
testemunhas que assinaram que assinaram o testamento particular confirmarem a sua autenticidade, a lei exige 
pelo menos 3 testemunhas subscritoras como requisito essencial de sua validade (art. 1876, §1º CPC), o juiz, 
depois de ouvir o Ministério Público, confirmará o testamento por sentença, na forma do art. 737, §2º CPC, 
aplicando-se o procedimento de confirmação previsto para o testamento cerrado, de acordo com o art. 737, 
§4º CPC; EXECUÇÃO DO TESTAMENTO: se dá com o testamenteiro cumprindo as disposições do testamento 
perante o juízo do inventário, requerendo ao juiz que lhe conceda os meios necessários e prestando contas do 
que recebeu e despendeu (art. 735, §5º CPC), cabendo-lhe ainda defender a posse dos bens da herança e 
propugnar a validade do testamento. 
HERANÇA JACENTE: dispõe a lei que a herança é jacente se o falecido não deixar testamento nem herdeiro 
legítimo notoriamente conhecido, surgindo a necessidade de arrecadação dos bens por curador para que não 
sejam tomados ilicitamente, na forma do art. 1819 CC; busca-se resguardar a herança para a hipótese de 
aparecer sucessor posteriormente; a medida pode ser instaurada até de ofício pelo órgão judicial da comarca 
em que tinha domicílio o de cujus (art. 738 CPC), podendo ser provocado também pelo Ministério Público e 
credores do falecido, inclusive a Fazenda Pública, que têm legitimidade para requerer a abertura de inventário, 
também hão de tê-la para o procedimento da herança jacente; eis mais uma EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA 
INÉRCIA DA JURISDIÇÃO; essa situação perdura até que algum sucessor apareça, ou ocorra a declaração de 
vacância - HERANÇA VACANTE, decorrido 1 ANO sem que haja herdeiro habilitado (art. 1820 CC), com o que os 
bens incorporarão ao patrimônio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, ou o domínio da União se situados em território federal, decorridos 5 ANOS da abertura da 
sucessão (art. 1822 CC); o procedimento começa com a arrecadação, que tem uma peculiaridade: em vez de a 
diligência ficar a cargo do oficial de justiça, para assegurar a solenidade do ato, o juiz, acompanhado de escrivão 
e curador, comparecerá à casa do falecido e mandará arrolar os bens e descrevê-los em auto circunstanciado 
(art. 740 CPC); trata-se de previsão específica de INSPEÇÃO JUDICIAL, meio probatório genericamente regulado 
pelo art. 481 CPC; caso o curador ainda não tenha sido nomeado, os bens serão entregues a um depositário 
designado pelo juiz, que prestará compromisso, na forma do art. 740, §2º CPC; papéis, documentos, cartas 
missivas e livros domésticos serão examinados reservadamente pelo juiz que os mandará lacrar para serem 
entregues aos sucessores do falecido se aparecerem ou para serem queimados quando os bens forem 
declarados vacantes (art. 740, §4º CPC); não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará que a 
AUTORIDADE POLICIAL proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens com 2 testemunhas (art. 740, §1º 
CPC); ultimada a arrecadação, o juiz mandará publicar EDITAL NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES onde 
permanecerá por 3 meses e NA IMPRENSA DA COMARCA por 3 vezes para que sucessores do falecido se 
habilitem no prazo de 6 MESES, nos termos do art. 741 CPC; havendo a apresentação de algum herdeiro e 
comprovada essa condição, ocorrerá a CONVERSÃO DA ARRECADAÇÃO EM INVENTÁRIO (art. 741, §3º CPC); 
não aparecendo sucessor, o procedimento da herança jacente prossegue; CURADOR: a curadoria da herança 
jacente é uma função remunerada; durante a administração dos bens, o curador pode, com a autorização do 
juiz, alienar bens móveis de difícil ou dispendiosa conservação, títulos de crédito com receio de depreciação e 
até mesmo bens imóveis ameaçados de ruína ou se vencer a hipoteca, desde que não haja outra forma de pagar 
a dívida, dentre outros, nos termos do art. 742 CPC; 
ARRECADAÇÃO DOS BENS DOS AUSENTES: considera-se ausente aquele que desaparece do seu domicílio sem 
deixar representante ou deixando mandatário que depois não quer ou não pode continuar a exercer o mandato 
ou não tenha poderes suficientes, conforme art. 22 e art. 23 CC; tal como no procedimento de herança jacente, 
é razoável também aqui atribuir legitimidade para provocar a instauração da medida ao MP e aos credores do 
ausente; a nomeação do curador obedece à seguinte ordem: cônjuge do ausente, pais e descendentes (art. 25 
CC); na falta das pessoas mencionadas compete ao juiz a escolha do curador (art. 25, §3º CC); embora não haja 
 
 
Curso de Processo Civil 16 Conrado Reis 
 
previsão de alienação dos bens do ausente pelo curador, tem-se que é possível nas mesmas condições previstas 
para a herança jacente quanto à ausência de herdeiros, aqui a ausência é do própriotitular do bem; concluída 
a arrecadação, inicia-se a fase de procura do ausente, publicando-se BIMESTRALMENTE DURANTE 1 ANO (art. 
745 CPC); caso o ausente ou seu representante não apareça nesse prazo, poderá ser requerida pelos 
interessados a ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA (art. 745, §1º CPC); o CPC/73 previa expressamente que 
o MP podia requerer a sucessão provisória caso nenhum interessado o fizesse; decorrido 1 ANO da arrecadação 
dos bens do ausente, contado da publicação do primeiro edital, ou se deixou representante ou procurador 3 
ANOS, poderão os interessados requerer a DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA E ABERTURA DA SUCESSÃO 
PROVISÓRIA (art. 26 CC); na sucessão provisória requerida, se pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes 
e do curador e a citação por edital dos eventuais herdeiros ausentes (art. 745, §2º CPC), sendo autuado em 
apartado por ser procedimento incidente; haverá incidência do ITCMD, nos termos da SÚMULA 313 STF: “É 
legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida”; regressando 
o ausente, a sucessão provisória será extinta, mas se restar algum conflito com os sucessores provisórios, estes 
serão citados para CONTESTAR pelo PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (art. 745, §4º CPC); por outro lado, 
a sucessão torna-se definitiva se houver certeza da morte do ausente ou 10 ANOS após o trânsito em julgado 
da abertura da sucessão provisória ou 5 ANOS das suas últimas notícias se contava com 80 ANOS DE IDADE (art. 
38 CC). 
ARRECADAÇÃO DAS COISAS VAGAS: quem achar coisa (móvel) alheia perdida tem o dever de restituir ao dono 
ou legítimo possuidor (art. 1233 CC); não o conhecendo, não o conhecendo ou não o encontrando, a coisa 
achada deve ser entregue à autoridade policial ou judicial, na forma do art. 1233, pú CC e art. 746, §1º CPC; 
recebendo a coisa perdida diretamente do descobridor, o juiz INSTAURARÁ O PROCEDIMENTO DE OFÍCIO (art 
746 CPC), sendo amis uma exceção ao princípio da inércia; o juiz mandará publicar edital na rede mundial de 
computadores e no sítio do tribunal, cuja coisa deverá ser reclamada no prazo de 60 DIAS (art. 1237 CC); há a 
possibilidade de utilização de EDITAL ELETRÔNICO, já previsto expressamente para o processo de execução 
(art. 887, §2º CPC), na forma do art. 193 CPC; não sendo reclamada a coisa será avaliada e alienada em hasta 
pública, deduzidas as despesas e a RECOMPENSA DE 5% DO VALOR DA COISA (art. 1234 CC) de quem a 
encontrou, e o saldo remanescente tocará à Fazenda Pública municipal (art. 1237 CC), que poderá abandoná-la 
em favor do descobridor se ela for de valor exíguo (art. 1237, pú CC). 
CURATELA DOS INTERDITOS: a interdição é o caminho processual para se obter a declaração de incapacidade 
da pessoa natural, impedindo-a de praticar atos da vida civil; as hipóteses de interdição estão previstas no art. 
1767 CC, que foi bastante alterado pela Lei 13146/15 (Estatuto das Pessoas com Deficiência); o modo de se 
promover a interdição está prevista no art. 747 CPC; o MP somente pode agir SUPLETIVAMENTE se, no caso de 
doença mental grave do interditando, não houver pessoa da família, não promoverem a interdição ou se forem 
menores ou incapazes (art. 748, I e II CPC); dispunha o art. 1182, §1º CPC/73 que “se a interdição for requerida 
pelo MP, ao interditando será nomeado CURADOR À LIDE”, querendo significar que se fosse requerida por 
outro legitimado, ao ser intimado como fiscal da lei o MP já supriria a necessidade de curadoria especial; porém, 
a jurisprudência já entendia que o MP, mesmo quando não era autor da ação, não poderia funcionar como 
curador especial, depois da CF/88 e da LC 80/94, função da Defensoria Pública; o NCPC não fala em curador à 
lide, apenas curador provisório em caso de urgência (art. 749, pú); o código atual determina que o interditando 
constitua advogado e caso não o faça será nomeado CURADOR ESPECIAL (art. 752, §2º CPC); o MP intervirá 
como FISCAL DA ORDEM JURÍDICA (art. 752, §1º CPC) não há prioridade entre os demais para requerer a 
interdição; trata-se de LEGITIMIDADE CONCORRENTE; ao mencionar “parentes” (art. 747, II CPC) a lei não 
impôs restrição de grau de parentesco, porque a finalidade do instituto é proteger os interesses do interditando; 
o interditando será citado para ENTREVISTA MINUCIOSA (art. 751 NCPC), substituindo a expressão 
 
 
Curso de Processo Civil 17 Conrado Reis 
 
“interrogatório” do código anterior; a citação será realizada por oficial de justiça, por ser ação de estado, sendo 
vedada a citação por correio nesse caso, na forma do art. 247, I CPC; as perguntas do juiz e respostas do 
interditando devem ser reduzidas a termo (art. 751 CPC); não podendo o interditando se deslocar, o juiz o ouvirá 
onde estiver (art. 751, §1º CPC); não se mostra adequada a condução coercitiva porque certamente 
comprometerá a espontaneidade das respostas; o juiz determinará a produção de prova pericial para avaliar a 
capacidade do interditando (art. 753 CPC); a perícia será realizada por uma JUNTA INTERDISCIPLINAR, na forma 
do art. 753, §1º CPC; a entrevista visa colher aspectos da personalidade e do comportamento que influenciarão 
na convicção do juiz, que pode perguntar sobre moeda corrente, presidente da república a fim de investigar 
sobre a HIGIDEZ MENTAL do interditando; dentro de 15 dias contados da entrevista, o interditando poderá 
IMPUGNAR o pedido (art. 752 CPC); a falta de manifestação do interditando não produz os efeitos da revelia, 
uma vez que se trata de DIREITO INDISPONÍVEL (capacidade da pessoa), na forma do art. 345, II CPC, sendo 
indispensável a produção da prova pericial do art. 753 CPC; discutível a classificação do processo de interdição 
como de jurisdição voluntária no interesse do interditando pela possibilidade de litígio; apresentado o laudo 
será designada AIJ para ouvir os interessados, sem a necessidade de depoimento pessoal porque já houve a 
entrevista minuciosa, nos termos do art. 754 CPC; a sentença de interdição, embora sujeita à apelação, produz 
efeito imediato, mesmo antes de transitar em julgado, uma vez que se eliminou a expressão do código anterior: 
“desde logo, embora sujeita à apelação” e tem peculiaridades: será INSCRITA no registro de pessoas naturais, 
publicada IMEDIATAMENTE na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal e na plataforma de editais 
do CNJ, onde permanecerá por 6 MESES, constando no edital os LIMITES DA CURATELA e, não sendo total a 
interdição, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente (art. 755, §3º CPC); no caso da prodigalidade 
(art. 1767, V CC), por exemplo, pode ocorrer que a interdição alcance apenas aspectos patrimoniais, mas não 
outros atos da vida civil; na sentença que decretar a interdição o juiz fixará os limites da curatela (art. 755, I 
CPC); a natureza jurídica da sentença é constitutiva, pois altera o estado jurídico da pessoa, que desafia apelação 
sem efeito suspensivo como já explicado; CESSAÇÃO: a interdição poderá ser levantada se cessar a causa que a 
determinou; o próprio interditado, o curador ou o Ministério Público poderá requerer o levantamento e o 
procedimento se repete em autos apensados aos principais (art. 756, §1º CPC), com AIJ após apresentação do 
laudo (art. 756, §2º CPC); acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição, publicada APÓS O 
TRÂNSITO EM JULGADO nos mesmos termos da que interditou, AVERBADA no registro das pessoas naturais 
(art. 756, §3º CPC); a interdição poderá ser LEVANTADA PARCIALMENTE (art. 756, §4º CPC).

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