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Semiologia Neurológica Ana Clara Paiva 3O Semestre – Uniceplac Ana Clara Paiva – 3 semestre 1 Exame Neurológico Introdução: O exame neurológico executado por funções sequencialmente (exames de todos os reflexos, do tônus, bem como da força) demanda numerosas mudanças de posição, que tornam o exame entediante e cansativo. Em contrapartida, quando se faz o exame neurológico em três etapas sucessivas (nas posições deitada, sentada e de pé), ele se torna mais rápido e mais lógico. Síndromes: conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica. As principais síndromes neurológicas são a de hipertensão intracraniana, a do I neurônio motor ou piramidal, a do II neurônio motor, a hemiplégica, a cerebelar, a radiculocordonal posterior, a de hemissecção transversa lateral da medula, a meníngea e a de compressão medular Dividimos o diagnostico em três categorias Diagnostico sindrômico : Trata-se de um paciente com uma síndrome cognitiva à custa de alteração de comportamento (agitação, apatia) e desorientação têmporo-espacial; associada a uma síndrome álgica craniana (cefaleia de forte intensidade), com a presença também de uma síndrome febril. Diagnostico topográfico Onde os sinais clínicos do paciente melhor se encaixam, ou seja, localização da lesão. Na neuro, o encéfalo é o mais comum, mais especificamente nas regiões corticais associadas ao sistema límbico, como o lobo temporal ou os lobos frontais. Diagnostico noológico : O nome da patologia, mais especificadamente. Sinais e sintomas : Dividimos os sinais e sintomas em dois, positivo e negativo. Normalmente o sinal negativo diz respeito a um fator deficitário, enquanto o sinal positivo faz jus a um sintoma (ex: tremor, febre e etc) Sintomas deficitários ou negativos: ♡ Perda ou diminuição da motricidade (paresia ou plegia), que atinge globalmente um ou mais membros, sobretudo a musculatura antigravitária ♡ Diminuição ou abolição dos reflexos cutâneo- abdominais, que pode ser definitiva ou transitória ♡ Atrofia muscular, habitualmente moderada, atingindo globalmente o segmento paralisado. Cumpre ressaltar que a atrofia só aparece após decorrido muito tempo e é consequência do desuso da musculatura ou, segundo alguns, é causada por um mecanismo transináptico Sintomas de liberação ou positivos: ♡ Sincinesias, que correspondem a movimentos associados anormais e se evidenciam nos membros deficitários quando o paciente executa determinado movimento (p. ex., a mão do lado hemiplégico se contrai quando o paciente fecha fortemente a mão do lado normal) ♡ Sinal de Babinski, que é constituído pela extensão do hálux ao estímulo cutaneoplantar Exagero do reflexo de automatismo ou de defesa, representado pela tríplice flexão do membro inferior ao estímulo nociceptivo ♡ Hiper-reflexia profunda, às vezes policinesia (mais de uma resposta a um único estímulo) e/ou sinreflexia (resposta ao estímulo também do lado oposto) Espasticidade Escala de Research Council (MRC) É um instrumento simples que foi adaptado para avaliação da força muscular em pacientes críticos. O escore é obtido através da avaliação de seis movimentos dos membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII) e a força é graduada entre 0 a 5. A graduação de força varia de 0 (plegia) a 5 pontos ( força normal), totalizando um valor máximo de 60 pontos. Valores Ana Clara Paiva – 3 semestre 2 menores que 48 pontos considera o paciente portador de fraqueza muscular. Síndrome do I Neurônio Motor/ Piramidal A síndrome piramidal é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da interrupção, anatômica ou funcional, da via corticoespinal. Compreende os seguintes sinais e sintomas: → Liberação ou positivos: ♡ Sinal de Babinski. ♡ Hiperreflexia profunda, às vezes policinesia ♡ Espasticidade → Deficitários ou negativos: ♡ Perda ou diminuição da motricidade (paresia ou plegia ♡ Diminuição ou abolição dos reflexos cutâneo- abdominais, que pode ser definitiva ou transitória ♡ Atrofia muscular, habitualmente moderada, atingindo globalmente o segmento paralisado. ATENÇÃO: Convém ressaltar que nas lesões agudas da via piramidal é comum a verificação de paralisia, hipotonia e arreflexia. Síndrome do II Neurônio Motor : Nas lesões do II neurônio motor (corpo celular ou axônio), os impulsos motores que partem do centro não chegam à periferia. Em consequência, todos os atos motores (voluntários, automáticos e reflexos) são abolidos ♡ Paresia ou paralisia: frequentemente segmentar, assimétrica, interessando o grupamento muscular inervado pelos neurônios lesionados ♡ Hipotonia: traduz se por aumento da passividade e da extensibilidade musculares ♡ Arreflexia: pode ser superficial ou profunda ♡ Fasciculações: decorrem dos processos simultâneos de degeneração e regeneração nos músculos comprometidos; é de evolução crônica ♡ Atrofia da musculatura comprometida: instala-- se mais ou menos precocemente. Síndrome da Lesão Medular: É uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento da medula espinhal, decorrente da interrupção dos tratos nervosos motor e sensorial desse órgão, podendo levar a alterações nas funções motoras e déficits sensitivos, superficial e profundo nos segmentos corporais localizados abaixo do nível da lesão, além de alterações viscerais, autonômicas, disfunções vasomotoras, esfincterianas, sexuais e tróficas Ana Clara Paiva – 3 semestre 3 As manifestações clínicas dependerão do nível e grau da lesão. Em relação ao grau, as lesões podem ser classificadas como completas e não- -completas Nas lesões completas existe perda sensitiva e paralisia motora total abaixo do nível da lesão devido à interrupção completa dos tratos nervosos. Em uma lesão incompleta estão preservados grupos musculares e áreas sensitivas que não foram afetados. 1) Síndrome centromedular: os membros superiores são mais afetados que os membros inferiores; 2) Síndrome Brown-Séquard: apenas um lado da medula é seccionado resultando em perda motora e proprioceptiva homolateral à lesão e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão; 3) Síndrome medular anterior: ocorre perda motora e da sensibilidade térmica e dolorosa estando preservada a propriocepção; 4) Síndrome medular transversa: lesão acima do cone medular com perda motora (paralisia espástica) e sensitiva completa (anestesia superficial e profunda); 5) Síndrome do cone medular: lesão da medula sacral e das raízes lombares com perda motora (paralisia flácida) e sensitiva dos dermátomos lombossacros correspondentes; 6) Síndrome da cauda equina: lesão de raízes lombossacras abaixo do cone medular com perda motora (paralisia flácida) e sensitiva correspondentes às raízes lesionadas. Síndrome da Pessoa Rígida afeta o sistema nervoso central, mas tem manifestações neuromusculares. A maioria dos pacientes com síndrome da pessoa rígida tem anticorpos contra descarboxilase do ácido glutâmico (DAG), a enzima envolvida na produção do neurotransmissor inibidor de GABA (ácido gama-aminobutírico). Entretanto, a síndrome da pessoa rígida pode ser ♡ Autoimune ♡ Paraneoplásica ♡ Idiopática Reflexos : Entende-se como reflexo toda reação involuntária do corpo a um estímulo de qualquer natureza. Sempre haverá um estímulo sensitivo aferente e uma resposta de um órgão efetor. É importante lembrar que a base anatomofuncional dos reflexos motores é o arco reflexos é constituído pelos seguintes elementos: ♡ Via aferente:receptor e fibras sensitivas do nervo ♡ Centro reflexógeno: substância cinzenta do sistema nervoso ♡ Via eferente: fibras motoras do nervo ♡ Órgão efetor: músculo. Reflexos exteroceptivos ou superficiais Nestes reflexos o estímulo é feito na pele ou na mucosa por meio de um estilete rombo ♡ Reflexo cutâneo-plantar: Com o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, próxima à borda lateral e no sentido Ana Clara Paiva – 3 semestre 4 posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior Sinal de Babinski: um dos mais importantes elementos semiológicos do sistema nervoso, Este sinal indica lesão da via piramidal ou corticoespinal ♡ Reflexos cutâneo-abdominais: Ainda com o paciente em decúbito dorsal, mantendo a parede abdominal em completo relaxamento, o examinador estimula o abdome no sentido da linha mediana em três níveis: superior, médio e inferior. Resposta normal é a contração dos músculos abdominais, que determina um leve deslocamento da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Reflexos profundos ou miotáticos: Reconhecemse os tipos fásicos ou clônicos e os tônicos ou posturais. Na pesquisa dos reflexos miotáticos fásicos ou clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado. São investigados os reflexos aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital Pela maneira especial como é provocado, o clônus do pé e da rótula é alocado à parte do quadro geral dos reflexos. Estes reflexos consistem na contração sucessiva, clônica, do tríceps sural e dos quadríceps, respectivamente, quando se provoca estiramento rápido e mantido do músculo interessado O registro dos resultados deve ser feito literalmente ou por meio de sinais convencionais, da seguinte maneira: ➸Arreflexia ou reflexo abolido: 0 ➸ Hiporreflexia ou reflexo diminuído: – ➸ Normor-reflexia ou reflexo normal: + ➸ Reflexo vivo: ++ ➸ Hiper-reflexia ou reflexo exaltado: +++. A arreflexia ou a hiporreflexia são encontradas comumente nas lesões que interrompem o arco reflexo (poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia) Hiper-reflexia nas lesões da via piramidal (acidente vascular cerebral, tumor, doença desmielinizante, traumatismo). Nos pacientes com lesão do cerebelo é comum a resposta em pêndulo do reflexo patelar (reflexo patelar pendular), consequência da hipotonia. Sensibilidade: A sensibilidade subjetiva compreende as queixas sensitivas que o paciente relata durante a anamnese, ou seja, a dor e as parestesias (dormência, formigamento). A sensibilidade objetiva, a rigor, não deixa de ser subjetiva, uma vez que depende da resposta do paciente aos estímulos percebidos. A sensibilidade especial corresponde aos sensórios e será estudada na seção relativa aos nervos cranianos. Ana Clara Paiva – Semestre 3 Cortex cerebral: Corresponde à camada mais externa do cérebro dos vertebrados É a fina camada de substancia cinzenta que reveste o centro branco medular de todo encéfalo Rico em neurônio e o local do processamento neural mais sofisticado e distinto. Tem 2-4mm de espessura. É formado por massa cinzenta e é responsável pela realização do entendimento e da razão, responsável pela memoria, percepção e linguagem Áreas de Brodmaan : É uma região do córtex cerebral definida com base nas suas estruturas citoarquitetonicas e organização de suas células. Ele é dividido em várias áreas e as caracterizam como mapa de Brodmann Estruturas subcorticais: São um grupo de diversas formações neurais que se encontram no interior do cérebro, e incluem o diencéfalo, hipófise, as estruturas límbicas e os núcleos da base. Estas estruturas atuam como centro de informações do sistema nervoso, pois transitem e modulam informações que passam para as diferentes áreas do cérebro. Desenvolvimento da linguagem: A linguagem constitui um claro exemplo de função cerebral superior e seu desenvolvimento sustenta-se em uma estrutura anatômica e funcional determinada geneticamente e no estímulo verbal oferecido pelo meio ambiente. Não é, pois, uma função ou capacidade estanque, estando relacionada e dependente de outros tipos de função: audição, visão, atenção, a memória, não esquecendo a função motora, necessária para a produção dos sons, que se constituem em palavras. No processo de linguagem podemos considerar: Fonética : O processo que governa a produção e percepção de sons falados. Fonologia: Conjunto de regras especificas da linguagem, através das quais os sons são representados e manipulados, permitindo a construção de palavras. Semântica : Área da linguística que estuda o significado das palavras ou nomes Sintaxe: Parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase, que permite utilizar as palavras, e assim construir frases Ana Clara Paiva – Semestre 3 Anatomia e fisiologia da linguagem: Localização cerebral das áreas ativadas durante o processo de linguagem, preferencialmente para o hemisfério esquerdo, envolvendo áreas corticais e subcorticais. O córtex cerebral: papel mais importante. Áreas temporais esquerdas e a região frontal inferior esquerda: interação dos processos semânticos e fonológicos. Córtex temporal medial esquerdo: processamento da compreensão linguística Giro supratemporal esquerdo, córtex motor e pré-mortos ipsilaterais a parte de ambos os hemisférios cerebelares Áreas corticais para a linguagem: Admite-se a existência de apenas duas áreas corticais para a linguagem: uma anterior e outra posterior, que estão associados e ligadas por uma terceira estrutura. Área de broca Área anterior da linguagem Região especial no córtex pré-frontal que contem um circuito necessários para formação da palavra ( PARTE MOTORA) Está localizada parcialmente no córtex pré-frontal póstero-lateral e parcialmente na área pre motora Corresponde as áreas 44 e 45 de brodmann Constitui o componente sintático- articulatório da linguagem- Gera sinais para a musculatura produzir sons significativos Áreas corticais para a linguagem: Área de Wenicke : Área posterior da linguagem Situada no lobo temporal, mais precisamente na junção entre os lobos temporal e parietal Corresponde à parte mais posterior da área 22 de brodmann É a área de percepção/ compreensão da linguagem A área de broca trabalha estreitamente para executar a área da linguagem Fascículo arqueado ( fascículos arcuate) Constitui um feixe de fibras que liga as áreas de wernicke e broca. Informações relevantes para a correta expressão da linguagem passam da área de wernicke para a área de broca SEMPRE DO LADO ESQUERDO Área de Dronker: ( não muito falada) Localizada no gyrus pré-central da insula Esta relacionada com programação da musculatura de fala para a produção de sons na ordem correta no tempo correto Esta relacionada com uma função direta de execução, para produzir o som de forma correta numa hora correta. Ana Clara Paiva – Semestre 3 Distúrbios da linguagem: Afasias Lesões dessas áreas dao origem a distúrbios de linguagem denominados AFASIAS. Nas afasias, as perturbações da linguagem não pode ser atribuídas a lesões das vias sensitivas ou motoras envolvidas na fonação, mas APENAS LESÃO DAS ÁREAS CORTICAIS de associação responsáveis pela linguagem. Distingue-se em três tipos básicos de afasia: motora ou de expressão, com alesão ocorre na área de broca Sensitiva ou percepção, em que a lesão ocorre na área de Wernicke Afasia de condução, em que a lesão de ocorre no fascículo arqueado, com áreas de Wernicke e broca intactas. Afasia motora ou de expressão / Broca Indivíduo é capaz de compreender a linguagem falada ou escrita, mas tem dificuldade de se expressar adequadamente, falando ou escrevendo. Nos casos mais comuns, ele consegue apenas produzir poucas palavras com dificuldade Tende a falar as frases ou escrevendo de maneira telegráfica O paciente sabe o que quer dizer, mas é incapaz de dizê-lo. Afasias sensivivas ou de percepção / Wernicke A compreensão da linguagem tanto falada como escrita é muito deficiente Há também algum déficit na expressão da linguagem, uma vez que o perfeito funciona da ara de broca depende de informações que recebe da área de Wernicke Não há uma comunicação com muita precisão, pois as palavras não seguem uma ordem. O paciente não é capaz de perceber seus erros e também não é capaz de repetir frases Pode também estar associada à apraxia ideomotora ou construtiva e déficits de campo visual. Afasia de condução: O doente fala fluentemente, compreende o que se lhe diz, mas é incapaz de repetir uma palavra Curiosamente a dificuldade de repetição é maior para as palavras mais pequenas, estando relativamente preservada a capacidade de repetição de números Admite-se que seja consequência de lesão no fascículo arqueado, interrompendo a comunicação entre as áreas de Wernicke e broca Lesões na área de Dronker Atenção!! Não é afasia, e sim apraxia.. As lesões da área de Dronker estão relacionadas com a APRAXIA da FALA, isto é, a dificuldade na programação da musculatura da fala para a produção de sons na ordem correta e no timing correto. Pessoas com lesões nesta área apresentam boa percepção da linguagem, pode reconhecer e perceber sons falados, mas cometem erros articulatórios Ana Clara Paiva – Semestre 3 Praxia : pode ser definida como a dificultade de execurar gestos voluntários aprendidos na ausendia de alterações da motricidade e da coordenação motora. É a incapacidade de executar, quando solicitado, um ato motor intencional e familiar, na ausência de deficiência motora ou sensitiva da parte afetada Assimetria funcional dos hemisférios cerebrais: As afasias estão sempre associadas a lesões no hemisfério esquerdo. Lesões do lado direito só excepcionalmente causam distúrbio da linguagem Esse fato demonstra que, do ponto de vista funcional, os hemisférios cerebrais NÃO SÃO SIMETRICOS Surge então o conceito de que o hemisfério esquerdo seria o hemisfério dominante Hemisfério esquerdo: linguagem e do raciocínio matemático Direito `` dominante``: habilidades artísticas como música e pintura, à percepção de relações espaciais ou ao reconhecimento. Apesar de não totalmente correto, o conceito de hemisfério dominante pode ser empregado, mesmo porque ele continua a ser de uso corrente na prática médica. Curiosas são as relações entre dominância cerebral na linguagem e o uso preferencial da mão Em 96% dos indivíduos destros, o hemisfério dominante é o esquerdo, mas nos indivíduos canhotos ou ambidestros esse valor cai para 70%, ou seja, em um canhoto é mais difícil prever o lado em que se localizam os centros da linguagem. Marcha, Postura e Equilíbrio: Correlação com os tratos da medula espinal e córtex cerebral. Vias e tratos neurais: Uma via neural é um feixe de axônios que conecta dois ou mais neurônios diferentes, facilitando a comunicação entre eles. Tratos são vias que estão localizadas no cérebro e na medula espinal ( sistema nervoso central) Pode ser chamado de lemnisco, pendúculo ou fascículo Os tratos são nomeados de acordo com sua origem( primeira metade do termo) e termino ( Ana Clara Paiva – Semestre 3 parte restante do termo). Por exemplo, o trato espinotalâmico. Tratos da medula Espinal: O cérebro tem numerosas conexões com estruturas extracranianas, uma vez que funciona como o supervisor da maioria dos processos fisiológicos do corpo. A M.E atua como um dos principais canais através dos quais o corpo e o cérebro trocam informações. A medula espinal é a continuação caudal do tronco cerebral. A medula E. tem numerosos grupos de fibras nervosas que se dirigem ou partem do cérebro. estes foram coletivamente chamados tratos ascendentes e descendentes da medula espinhal. São responsáveis por transportar estímulos motores e sensoriais. A direção seguida pelos tratos ascendentes é do local do estimulo ( fora do sistema nervoso central, na periferia, em um dos membros) até a área designada no cérebro. Tratos da Medula Espinal: Tratos ascendentes ou vias aferentes A medula espinhal contém tratos ascendentes e descendentes Os tratos ascendentes são vias neurais SENSORIAIS que viajam através da substância branca da medula, levando informações somatossensoriais até o cérebro Eles permitem que você sinta sensações provenientes do ambiente externo, como dor, temperatura, toque. Transmite informações PROPRIOCEPTIVAS provenientes do interior do corpo, como por exemplo dos músculos e das articulações Tratos Espinocerebelares: Como podemos andar de forma coordenada? Com a ajuda de nossos tratos espinocerebelares. Os tratos espinocerebelares anterioe e posterior percebem a propriocepção de Golgi e dos receptores articulares. Como resultado, eles estão envolvidos na coordenação do movimento e na manutenção da postura Recebe sensações de músculos e articulações Os tratos ESPINOCEREBELAR POSTERIOR é especifico para os membros inferiores. As fibras originam-se dos neurônios localizados no corpo posterior da medula espinhal → viajam póstero-lateralmente através da substância branca sem decussar → projetam-se no córtex cerebelar. OBS: Decussar = cruzar O equivalente do trato espinocerebelar posterior para o membro superior é o trato cuneocerebelar. Trato cuneocerebelar : consiste em fibras arqueadas externas que acompanha o trato espinocerebelar posterior Ana Clara Paiva – Semestre 3 O trato espinocerebelar anterior corre em paralelo com o trato espinocerebelar, só que ele cruza duas vezes Transmite informações proprioceptivas inconsistentes do corpo para o cerebelo O trato anterior decussa duas vezes no total Explica a direção direcionada e não direcionada Trato descendentes ou vias eferentes ( Motoras) Essas fibras mototras percorrem a substância branca levando informações do cérebro para os efetores periféricos Chamamos de vias eferentes ou motoras o conjunto de axônios descendentes no SNC O circuito básico que promove o ato motor é formado pelo córtex cerebral e pelo neurônio motor As vias eferentes são responsáveis pelas informações referentes aos MOVIMENTOS, tanto para o comando dos movimentos, como para TODAS as informações de modulação de movimentos, como equilíbrio, velocidade, coordenação, dentre outros. Podem ser dividisas em dois grandes grupos: vias eferentes somáticas (do sistema nervoso da vida de relação) e vias eferentes viscerais ( do sistema nervoso autônomo ) Somaticas: controlam a atividade dos músculos esqueléticos, permitindo a realização de movimentos voluntários, regulando ainda o tônus e postura Vias eferentes do sistema nervoso autônomo: destinam-se ao musculo liso, musculo cardíaco, regulando o funcionaneto das vísceras e dos vasos Os tratos desdententes são denominados corticoespinal,corticobulbar, reticuloespinal etc. Os tratos corticoespinhal e corticobulbar formam o sistema piramidal,que está sob controle voluntario Os tratos restantes formam o sistema extrapiramidal, que está sob controle involuntário, na maioria das vezes. Vias piramidais : Compreende dois tratos: o tratos córticoespinhal e seu correspondente, no tronco encefálico, o trato córticonuclear As vias piramidais são as principais responsáveis pela execução dos movimentos voluntários, realizados através dos músculos estriados. Originam-se principalmente na área 4 de brodmann ( que é o córtex motor primário) Outras fibras do sistema piramidal originam-se nas áreas 6,3,2, e 1 Ana Clara Paiva – Semestre 3 Trato que sai do córtex e chega na medula, chegando no músculo Trato corticoespinhal: Une o córtex cerebral aos neurônios motores da medula A principal região, que envia 31% dos axônios presentes no trato córticoespinhal, é a área 4 de Brodmann A principal função do trato corticoespinhal é motora somática Controlam tanto a musculatura axial como apendicular. Ao chegar no tronco encefálico e passar pelo bulbo, na altura das pirâmides bulbares, ocorre decussação de seus axônios, denominada DECUSSÃO PIRAMIDAL. É responsável por transmitir impulsos relacionados á velocidade e á agilidade dos movimentos voluntários Trato corticonuclear : Tem o mesmo valor funcional do trato corticoespinhal Diferente principalmente pelo fato de transmitir impulsos aos neurônios motores do tronco encefálico e não aos da medula Responsável pela inervação dos núcleos dos nervos cranianos que possuem função motora, tanto no mesencéfalo, quanto na ponte, assim como no bulbo ( são 9 nervos cranianos motores) Outra diferença para o trato corticoespinhal: enquanto as fibras do trato corticoespinhal são fundamentalmente cruzadas, o trato corticulonuclear não cruzam , tendo um grande numero de fibras homolaterais. Ana Clara Paiva – Semestre 3 Tratos descendentes: EXTRAPIRAMIDAIS Vias extrapiramidais: Não passam pelas pirâmides bumbares: rebroespinhal, tectoespinhal, vestíbulos e retículoespinhal. Todas essas vias recebem fibras do córtex cerebral ( exceto o vestíbulo espinhal) A maioria é inconsciente, porém tem alguns que são voluntários Tratos reticuloespinhal ( MAIS IMPORTANTE) Descendente da formação reticular agindo nos neurônios motores que inervam o tronco e os músculos proximais. O trato reticuloespinham atua facilitando ou inibindo ações voluntarias e reflexivas. As funções do trato reticuloespinhal são variadas e envolvem o controle de movimentos tantos voluntários como automáticos, a cardo dos músculos PROXIMAIS dos membros, principalmente em locomoção e no controle postural. Ele ajuda a manter a postura inibindo os flexores e aumentando os impulsos para os extensores para que você fique em pé. Determina o grau adequado de contração desses músculos, de modo a colocar o corpo em uma postura básica, ou postura. Musculatura distal dos membros: controlada pelo trato córticoespinha. Aqui tem-se uma situação em que um trato extrapiramidal Trato vestibuloespinhal: Atua principalmente no EQUILIBRIO Ao receber informações dos canais semicirculantes do ouvido interno, esse trato ativa os músculos extensores e inibe os flexores Sabe-se que o controle do tônus e da postura se dá em grande parte a nível medular, através de reflexos miotáticos, os quais, são modulados por influências trazidas pelos tratos reticuloespinhal e vestibuloespinhal, agindo sobre os neurônios Ele esta muito relacionado com o cerebelo na manutenção do equilíbrio Importância do cerebelo: Órgão que regula o equilibri e a postura corporal no ambiente. Esta ligado a receptores localizados no ouvido interno (labirinto), que envia mensagens ao centro de controle do equilibro localizados no cerebelo. As principais funções do cerebelo são: Os movimentos voluntários do corpo; A postura; A aprendizagem motora; O equilíbrio; Tônus muscular. Curiosidade: Quando acontecem lesões cerebelares, os seus principais sintomas são denominados de ipsilaterais, pois eles ocorrem do mesmo lado em que houve a lesão. As lesões na região denominada de vérmis apresentam sinais e sintomas no tronco. Já as lesões ocorridas nos hemisférios manifestam- se nos membros. Ana Clara Paiva – Semestre 3 1 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV ORDEM DO EXAME: 1. Anamnese 2. Exame Físico 3. Diagnóstico DIAGNÓSTICO a. Topográfico: Verificar a localização do problema b. Etiológico: Verificara causa da lesão (se é compressiva, neoplásica, congênita, vascular etc) c. Nosológico: Nome da doença em si. ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO a. Idade: Criança: mais comum infecções e epilepsia Jovem adulto: mais comum doenças desminielizantes Idoso: mais comum doenças vasculares e neoplásicas. b. Profissão: Importante pois são comuns os casos de doenças neurológicas devido a exposição de agentes tóxicos dependendo da profissão. c. Escolaridade: Importante para reconhecer síndromes demenciais d. Dominância: Dominância cerebral / mão de preferência Observamos a força muscular, linguagem etc. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Deve ser feita em ordem cronológica Os dados negativos são tão importantes quanto os positivos Obter informação dos acompanhantes é importante. A vezes o paciente pode ter o nível intelectual reduzido, podem ser crianças, o nível de consciência pode estar rebaixado, paciente pode ter crises convulsivas (paciente durante as crises não sabe o que está acontecendo pois está inconsciente, apenas o acompanhante ou quem viu a crise pode descrever para o médico). INSTALAÇÃO A instalação é o tempo demorado para o problema/doença se instalar e causar sintomas. Minutos (instalação superaguda): Problemas vasculares Horas: hematomas ou meningites Dias: Encefalites ou abcessos Semanas: Tumores, hematoma subdural etc Meses: doenças degenerativas EVOLUÇÃO Evolução é o tempo demorado para a doença/problema evoluir Tumor cerebral: Evolui progressivamente Doença desminielizante: Progressiva (mais progressiva que o tumor cerebral) Doenças vasculares: Instalação súbita e após período variável há ou não a recuperação do paciente. Esclerose Múltipla: é uma doença em Surto- remissão (Onde o paciente tem fases de surtos e fases amenas, porém durante todas as fases amenas há uma soma das sequelas dos surtos anteriores, diferente da crise, a crise tem a fase de crise e a fase de melhora, onde não há sequelas das crises anteriores). 2 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV Epilepsia e Migrância (enxaqueca): Em crises, intervalos com períodos variáveis e paciente sem sequelas entre as crises. QUEIXAS MAIS COMUNS Perda de consciência/ desmaio: Epilepsia, lipotimia, síncope Cefaleia: Migrância, causas tensionais, Hipertensão intracraniana, tumores ou aneurismas Convulsões: Epilepsias, intoxicação exógena, hipoglicemia Ambliopia: Tumor cerebral, hipertensão intracraniana, neurite óptica, esclerose múltipla, amaurose. Diplopia: Lesão nos nervos oculomotores ❖ PSEUDO-ANEURISMA: é o aneurisma secundário a alguma outra doença, por exemplo o aneurisma advindo de uma hipertensão arterial ou craniana. ❖ ANEURISMA VERDADEIRO: É o aneurisma que acomete uma pessoa que já nasceu com uma má formação na parede do vaso e desenvolve um aneurisma no decorrer da vida. Os aneurismas não doem, são assintomáticos e silenciosos, só causam dor após seu rompimento, que se não tratado rapidamente podeser letal. ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS Pré-natal: Infecções, toxemia gravídica, uso de drogas na gravidez, tentativas de aborto, internações. Condições de nascimento: Idade gestacional, parto normal ou cesariano, se houve cianose ou icterícia, UTI, crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor, vida escolar. Vacinação: Importante saber se o cartão de vacina da criança está completo, e é importante saber se o paciente tomou alguma vacina recentemente a consulta, pois algumas vacinas podem desencadear síndromes desmilienizantes, síndrome de Guillain Barre (polineuropatia periférica, inflamatória, aguda e autoimune), etc. ANTECEDENTES PATOLÓGICOS É importante saber se o paciente já fez cirurgias gástricas pois falta de nutrientes pode levar a polineuropatias periféricas, rebaixamento de consciência etc (por conta da deficiência de b12) Importante saber se o paciente teve alguma doença inflamatória intestinal (por conta da deficiência de vitamina B12 também). O déficit vitamínico leva a demência, paciente não consegue andar, fica eufórico etc. Doenças do tecido conjuntivo, que leva a vasculite e a vasculite levar a um AVC Passado de TCE, meningite, epilepsia Intoxicações medicamentosas ou outras substâncias Passado de neoplasias Fatores de risco vasculares (diabetes, hipertensão, arritmias, infarto agudo do miocárdio) Medicações em uso (alterações sensoriais, tremores, convulsões) ANTECEDENTES FAMILIARES Verificar se na família do paciente há fator de risco vascular, doenças vasculares cerebrais; Epilepsias, migrâneas, transtorno de movimento (tremores) Alzheimer Doenças heredodegenerativas (cosanguinidade) Uso de anticoncepcional: doenças vasculares ou migrâneas Abortos 3 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL Doenças que afetam o estado mental podem ser trauma crânio encefálico TCE, intoxicações, neoplasias, histeria, coreia, doença de Huntington etc É feito geralmente durante a anamnese Avaliam a atitude e o comportamento Podem ser feitos testes para a avaliação da capacidade intelectual Testes para a memória, percepção ou raciocínio A avaliação do estado mental é feita em partes: 1) Estado emocional O paciente pode estar desembaraçado, tímido, indiferente, triste, alegre, ansioso, amedrontado, desconfiado, agressivo, irônico etc. 2) Consciência Observar a percepção do paciente com o mundo exterior e com ele mesmo, estado de vigília ou plena consciência, obnubilação Parâmetros da consciência que ajudam a identificar: ✓ Percepção: Perguntas simples, informações corriqueiras e a movimentação do paciente ✓ Reação/reatividade e deglutição: Perguntar ao paciente como está comendo, se engasga com muita frequência, se tem alguma dificuldade de engolir, observar se é um paciente reativo, se tem reatividade a dor etc. ✓ Reflexos: Observar se o paciente tem algum reflexo tendinoso, vestibular, da tosse, cutâneo, pupilar etc. Classificação de coma: Grau 1: paciente leve e vigil Grau 2: coma médio Grau 3: coma profundo Grau 4: Depassé (morte cerebral) Essa classificação não é muito usada, foi-se estudada um outro tipo de avaliação de consciência que é a escala de coma de Glasgow. 3) Atenção: É a capacidade do paciente se concentrar em uma atividade durante um certo tempo. Se o paciente não consegue focar durante a consulta é sinal de que a atenção está prejudicada 4) Orientação: Capacidade de se orientar no tempo, espaço e em si mesmo (orientação alopsíquica e autopsíquica). O paciente que não sabe onde está, data, ou quem é quer dizer que está 4 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV desorientado alopsiquicamente e autopsiquicamente. Acontece na esquizofrenia, despersonalização (quando o paciente não reconhece ele mesmo, se sente outra pessoa) 5) Pensamento: É uma função complexa, para o individuo ter o pensamento organizado e realístico precisa de ter várias funções preservadas como a consciência, orientação, memoria, inteligência, atenção orientada. Um paciente esquizofrênico, por exemplo, tem um pensamento fantástico. Um paciente desatento ou com retardo mental grave, muitas vezes também tem um pensamento fantástico. 6) Memória: Nesse caso faz-se perguntas simples, observa se ele sabe contar a história da doença certinho, se ele sabe relacionar os temas, se lembra coisas do passado etc. Memória remota: é a memória mais antiga Memória recente: são memórias recentes e atuais. Hipermnésia: Quando um paciente com algum problema de memória, por exemplo, com Alzheimer, pega memórias remotas e transferem para o momento atual como se essas coisas estivessem acontecendo agora, com muita repetição. Tipos de amnesia: ✓ Lacunar: o paciente perde a memória de um período restrito, pode acontecer com traumas físicos ou psíquicos. ✓ Imediata ✓ Remota ✓ De evocação ✓ De fixação 7) Percepção: capacidade de dar sentido para os fatos que acontecem ao redor acontece muito em pacientes com doenças degenerativas. 8) Vontade É a disposição em fazer algo Acontece na depressão, esquizofrenia, negativismo, ecolalia, automatismo ao comando, ecopraxia (quando o paciente não consegue repetir alguma ação que o médico pede ORALMENTE, mas quando o médico demonstra a ação o paciente consegue repetir) etc. 9) Inteligência: A neurologia não faz exame de QI, quem faz esse tipo de exame é o neuropsicólogo. Porém, no dia a dia, podemos durante a anamnese ter alguma noção sobre a inteligência do paciente de acordo com a idade. Porém para ter algum dado definido, precisa-se solicitar ao neuropsicólogo. MEEM (MINI EXAME DO ESTADO MENTAL) É um formulário pronto para a análise do estado mental. Esse formulário só é indicado para pacientes idosos que perderam a cognição (demência) Nos outros casos não é aplicado esse teste e sim o exame do estado mental normal. 27-30 = normal 26-21= leve 20-10= moderado < ou = 9 = declínio grave O grau de normalidade também depende da escolaridade do indivíduo. A pontuação está na frente das questões Não se deve corrigir o paciente, pois ele fica constrangido. Informar ao acompanhante que ele não pode ajudar ou dar dicas durante o teste. A parte inicial é sobre orientação, depois sobre memória imediata (é aquela que usamos imediatamente, como por exemplo, quando alguém te fala o número de alguém e você anota, após isso não lembra mais o número de cor), nessa parte o médico fala 3 objetos que NÃO estão no campo de visão do paciente, e 5 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV mais tarde no teste pedir pra ele repetir os objetos. Deixar claro para o paciente que ele precisa LEMBRAR dessas palavras. Os cálculos do teste não podem ser substituídos, devem ser usados os mesmos. Para pacientes que não sabem fazer conta mas sabem ler, pede-se para soletrarem uma palavra de 5 letras (ex:mundo) de frente para trás e de trás para frente. Na parte de linguagem, primeiramente pedir para o paciente nomear dois objetos que estão no campo de visão. O paciente, ainda na parte de linguagem, pede pra ele fazer um ato motor, assim como pede no teste, isso testa a cognição, se ele obedece ao que foi pedido, testa o automatismo ao comando. É importante escrever no papel uma ação qualquer simples (como “feche os olhos”) e explicar que ele deve obedecer a essa ordem (ele pode ler em voz alta, tanto faz), isso testa a ecopraxia do paciente. A repetição do desenho ao final, não necessitade um desenho perfeito, só se deve considerar a quantidade de vértices e lados corretos e que os desenhos estejam entrelaçados. Não importa se estiver virada, tremula etc. Após isso soma- se os dados e tem-se o resultado. LINGUAGEM Principais alterações da fala Disfonias: A linguagem falada é produzida pela passagem de ar no aparelho fonador, uma disfonia é a alteração dessa produção do som/timbre. Essa disfonia percebe-se como uma voz anasalada, rouca, metálica etc. • Disfonia primária ou causada por afecções do instrumento vocal: Obstrução nasal, doenças inflamatórias no aparelho fonador e via respiratória alta, gripe, etc. • Disfonia secundária ou causada por problemas neurológicos: pode ser do sistema nervoso central ou periférico. Ex: um paciente que ficou muito tempo internado com intubação orotraqueal com ventilação mecânica, por ele ficar muito tempo com o tubo comprimindo o nervo glossofaríngeo, após a extubação a voz dele sofrerá algumas alterações, se comprimir os dois nervos o paciente fica afônico. • Afasias: E um distúrbio na compreensão/percepção ou na expressão da fala, acontece SOMENTE POR LESÃO NO SNC, lesão nas áreas de linguagem. o Afasias de expressão (motora ou de brocá): Paciente tem uma lesão na área de broca (cortical, frontal e fica no hemisfério cerebral dominante) o individuo não consegue evocar a resposta correta, fica com um vocabulário comprometido e limitado, o vocabulário da língua materna adquirido durante a vida é perdido pela lesão na área de Brocá. Ele entende o que é perguntado, mas não consegue evocar a resposta. Quando a afasia motora é parcial, é observado que o paciente substitui muito as palavras. A limitação é a mesma na escrita o Afasias de percepção (compreensão, sensitiva ou de wernicke [que fica na área temporal]): O paciente não entende o que é falado. AS palavras são ouvidas, mas ele não entende, como se fosse um idioma diferente, porém o paciente consegue falar, mas não dá respostas corretas (não fazem sentido) pois não entende o que está perguntando. A leitura e a escrita também são comprometidas. o Afasia aminéstica ou nominal (é um tipo de afasia motora, porém é leve): O paciente sabe tudo o que é o objeto mostrado, pra que serve, porém não se lembra o nome. Distúrbios da articulação O som produzido passa pelo aparelho ressoador (que da o timbre do som), e depois para ter algum sentido há a articulação, que articulamos e damos sentidos ao som, com isso 6 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV formamos os fonemas, silabas, palavras frases. Sem esse aparelho articulador (mandíbula, dentes, língua, lábios etc.) não tem como se comunicar, apenas gemer, fazer sons aleatórios e gritos. Dislalia: lesões no aparelho articulador, por exemplo: pessoa sem dente, lesões na boca. Dislalia fisiológica de evolução: Criança na aquisição da fala, não tem o aparelho articulador tão maduro, portanto alguns fonemas e frases eles tem dificuldade de falar. Disartria: Problemas no aparelho articulador causado por lesão neurológica. Ex: paralisia de BELL. Nessa doença o paciente fica com o andar inferior da face paralisado, ele consegue falar, porém os lábios estão paralisados, portanto não articula corretamente. Disrritmolalias alterações no ritmo da fala Taquilalia: pessoas que falam muito rápido, porém ela é compreendida Clutter: o paciente fala muito rápido porem não consegue falar as palavras corretamente, ficam incompletas. Tanto a taquilalia quanto o clutter são tratáveis com fonoaudiólogos. Gagueira fisiológica de evolução: crianças pequenas podem apresentar uma gagueira pois o pensamento é mais rápido do que a maturidade da fala, portanto ela quer falar muito rápido, mas como não amadureceu completamente o aparelho pode causar a gagueira fisiológica. Pode mostrar uma certa ansiedade da criança. Gagueira: Quando o paciente repete várias vezes uma sílaba, prolonga silabas, interrompe o som bruscamente, apresenta movimentos involuntários na face e no corpo, pode introduzir sons estranhos na fala. Geralmente é componente familiar, mais comum em homens, fatores de ansiedade e problemas familiares as vezes estão por trás da gagueira. Caso o problema seja emocional, tratamento com a família e o paciente é necessário, com fonoaudiologia e medicamentos. A gagueira mostra que o paciente não conseguiu adquirir a automatização da fala, a fala é automática e acontece sincronizada com a respiração. As pessoas com gagueira têm uma dificuldade nessa sincronização com a respiração e automatização. Distúrbios de linguagem escrita: Dislexia: Crianças com dificuldade de diferenciar letras que tem grafias e sons parecidos. O tratamento é simples, com técnicas especificas pra quem sofre desse problema, a criança consegue se desenvolver normalmente. O problema é que o acesso no SUS é dificultado, as crianças que chegam no fonoaudiólogo já têm uma certa idade, já passou por bullying etc. Disgrafia: Escrita irregular e ilegível, essa disgrafia é adquirida, muito comum em pacientes com demência. Quando o paciente tem uma escrita normal e começa a sofrer de disgrafia. Os distúrbios da fala são avaliados durante a anamnese, mas poderão ser feitos testes mais direcionados para avaliar a fala e a linguagem. Os testes devem ser feitos em pacientes com a audição preservada e em estado mental bom É importante saber a escolaridade do paciente para saber sobre o vocabulário do paciente e até mesmo o vocabulário a ser usado pelo médico Primeira cosia a se avaliar é a compreensão, dando ordens ao paciente (ex: levante os braços, abra a boca, mexa os pés etc.), pode-se usar cartões também, com figuras, cores, símbolos. Com esses cartões pede ao paciente para apontar o cartão que tem tal coisa. (isso vê a afasia sensitiva) Para verificar a afasia motora (expressão), vemos como o paciente se expressa oralmente, contando a história 7 Anamnese Neurológica ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV da doença, para observar a fluência da fala. XXXIV Exame físico neurológico Pares cranianos PRIMEIRO PAR CRANIANO: OLFATÓRIO • O primeiro par craniano é o olfatório • Nessa avaliação vamos averiguar o olfato do paciente • Primeiro, pergunta se o paciente sente cheiro normalmente, se há alguma mudança etc. • Serão dadas duas substâncias diferentes para o paciente cheirar e dizer o que ele acha que é, se é um perfume, pó de café etc • É importante não pedir para o paciente inspirar fundo e sim respirar normalmente SEGUNDO PAR CRANIANO: ÓPTICO • O segundo par craniano é o óptico • Avalia a acuidade visual e a campimetria • Na acuidade visual será pedido para o paciente ler algo de perto e ler algo de longe. Caso o paciente não saiba ler, podem e ser usados imagens ou símbolos. • A campimetria vai avaliar a visão periférica do paciente. Será colocado um objeto a mais ou menos 40cm de distância do paciente, pedir pra ele focar o olhar em outro objeto que esteja na sua frente. Após isso deve- se mexer o objeto horizontalmente e pedir para o paciente dizer em qual momento não vê mais o objeto. É feito tanto horizontalmente quanto verticalmente. TERCEIRO PAR CRANIANO: OCULOMOTOR • O exame do terceiro par craniano não é examinado sozinho. Junto com ele se examina o QUARTO PAR (troclear) e o SEXTO PAR (abducente) • Ele é responsável por elevar as pálpebras • Oculomotricidade EXTRÍNSECA: o Será colocado um objeto a cerca de 40cm de distância do rosto do paciente, será pedido para o paciente manter a cabeça reta e mexer APENAS os olhos, seguindo o objeto. o O objeto deve ser movimentado horizontalmente, verticalmente e obliquamentepara os dois lados. o Na movimentação vertical, ao movimentar o objeto para baixo, é importante segurar levemente as pálpebras do paciente para que você consiga ver o movimento do olho o Nesse momento avalia-se também se há nistagmo no paciente ao olhar extremo. o Pode haver o nistagmo fisiológico (que é um tremor que para muito rápido) e o patológico (tremor persistente com outros sinais associados). o Ambos os nistagmos devem ser descritos no exame físico. • Oculomotricidade INTRÍNSECA o Avalia os reflexos fotomotor (direto) e o consensual (indireto) o No reflexo fotomotor você avalia o mesmo olho que direciona a luz e no consensual você vai direcionar a luz para um dos olhos e avaliar o outro olho o O exame é feito com uma lanterna, pede-se para o paciente fechar um pouco os olhos e caso o ambiente esteja muito claro, é interessante apagar ou diminuir as luzes. o Passar rapidamente a lanterna sobre o olho aberto do paciente e verificar se a pupila se contrai corretamente. o A via aferente do fotomotor direto é o segundo par craniano (óptico) direito e a eferente é o terceiro par craniano (oculomotor) direito. o A via aferente do reflexo consensual é o segundo par craniano esquerdo e a eferente é o terceiro par craniano esquerdo. QUINTO PAR CRANIANO: TRIGÊMEO • O nervo trigêmeo contém o ramo frontal, o maxilar e o mandibular. • É um nervo misto, é tanto sensitivo quanto motor. • Na avaliação motora é pedido para o paciente abrir a boca e mexer a mandíbula para os lados, assim verifica-se se não há nenhum problema na transmissão motora do nervo trigêmeo para a mandíbula. RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 2 • Na avaliação sensitiva é passado um algodão no rosto do paciente, comparando os lados e pedindo sempre para o paciente informar se sente e se é igual dos dois lados. As áreas são pré-determinadas, e são exatamente as áreas que os nervos sensitivos inervam, as áreas estão demonstradas em vermelho: • Reflexo córneo-palpebral: Nesse reflexo é avaliado a sensibilidade da córnea do paciente. Será pedido para o paciente olhar fixamente para o lado extremo (sem movimentar a cabeça, somente os olhos) e é colocado a pontinha do algodão levemente na córnea. O reflexo é o paciente piscar pelo incômodo. A via aferente desse reflexo é o quinto par craniano (TRIGEMEO) e a via eferente é o nervo facial (SÉTIMO PAR). O nervo facial é responsável por fechar as pálpebras SÉTIMO PAR CRANIANO: FACIAL • O nervo facial é responsável pela mímica da face, ele é tanto sensitivo quanto motor. • Para avaliar a parte motora, pede-se para o paciente fazer caretas, bicos, franzir a testa, fechar os olhos com força e encher a boca de ar. • A parte sensitiva do nervo facial inerva os dois terços anteriores da língua, para avalia-los, coloca- se uma solução de glicose em um algodão e coloca na língua do paciente, perguntando se o paciente sente o gosto. OITAVO PAR CRANIANO: VESTÍBULO COCLEAR • Na parte vestibular verifica o equilíbrio, quando é avaliada a marcha do paciente, o teste de romber e o nistagmo. Os testes são feitos anteriormente, mas são descritos NESSA PARTE. • O nistagmo patológico pode ser algum problema no aparelho vestibular • Na parte coclear verifica-se a audição do paciente, onde pergunta se ele escuta bem e igualmente dos dois ouvidos, faz-se fricção das poupas digitais próximo ao ouvido e pergunta se escuta e se é igual dos dois ouvidos. • Nesse momento também são feitos os testes de Weber e de Rinne. TESTE DE WEBER • No teste de weber é usado o diapasão. • Primeiro, bata o diapasão para vibrar e depois coloque na linha média do crânio ou no topo da testa. • É importante avisar ao paciente que ele vai sentir uma vibração, para não se assustar. • O normal é quando o paciente sente a vibração simétrica dos dois lados da cabeça. • Um paciente com perda auditiva condutiva (condução óssea) unilateral deve ouvir o diapasão com mais intensidade no lado da orelha afetada. Isto acontece porque o problema de condução mascara o barulho do ambiente da sala, ao passo que a orelha interna que funciona bem recebe o som através dos ossos do crânio, gerando a percepção do som se torna mais intenso do que o da orelha não-afetada. • Um paciente com uma perda auditiva neurossensorial unilateral (condução aérea) escutaria o som mais intensamente na orelha não-afetada, porque a orelha afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido diretamente por condução para o ouvido interno. • Exemplo de descrição: Prova de Weber simétrica. • O teste de Weber é útil para indivíduos que possuam a audição diferente entre os dois ouvidos. Ele não pode confirmar uma audição normal porque não mede a sensibilidade ao som de uma maneira quantitativa. Os defeitos de audição que afetam ambas as orelhas igualmente, como na prebicusia, por exemplo, irão produzir um resultado aparentemente normal TESTE DE RINNE • Coloca-se o diapasão no mastoide do crânio, e pede para o paciente avisar quando parar de sentir a vibração (condução óssea do som) • Quando ele avisar, colocar a parte vibratória do diapasão próxima do ouvido e perguntar se o paciente escuta a vibração (condução aérea do som) https://pt.wikipedia.org/wiki/Perda_auditiva_condutiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Orelha_interna https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_interno https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Prebicusia&action=edit&redlink=1 RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 3 • Quando o paciente sente a vibração, mas não escuta, significa que o problema está na condução aérea do som. • Quando o paciente não sente a vibração direito mas escuta o som, significa que o problema está na condução óssea do som NONO E DÉCIMO PAR CRANIANO: GLOSSOFARÍNGEO E VAGO • O nono par craniano é examinado junto com o 10ª PAR (nervo vago). • O glossofaríngeo é do tipo misto, sensitivo e motor. • A parte sensitiva do glossofaríngeo é responsável pela percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato • É observado rouquidão ou disfonia caso haja alguma lesão nesse nervo • É importante observar a deglutição, perguntar se o paciente costuma se engasgar com facilidade, regurgitar, presença de disfagia etc. • O décimo par craniano é misto também, é responsável pelas Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais. • Nessa parte é testado o reflexo nauseoso, onde se coloca um palito na base da língua e observado se ele tem o reflexo de vômito • e é testado o reflexo do véu, sinal que demonstra lesão no nono e no decimo pares cranianos é o SINAL DA CORTINA. Quando pede para o paciente abrir a boca e falar A e há uma assimetria no levantamento do palato mole, um lado sobe e o outro fica abaixado. Exemplo: DÉCIMO PRIMEIRO PAR CRANIANO: ACESSÓRIO • O décimo par é puramente motor • Responsável pela rotação da cabeça e elevação do ombro, inervação dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. • Pede para o paciente levantar os ombros sozinho e depois usando uma força contrária para observar a inervação do trapézio. • Pedir para o paciente olhar para o lado juntamente com o movimento da cabeça e depois usamos uma força contrária para observar a força do esternocleidomastóideo. • Tem que observar se o paciente consegue fazer o movimento sem força contrária e com força contrária. Esses testes observam o grau da força do paciente, que será visto mais a frente. DÉCIMO SEGUNDO PAR CRANIANO: HIPOGLOSSO • Responsável pela força e motricidade da língua • Ele é puramente motor também • Esse par craniano é examinado pedindo para o paciente abrir a boca e mexer a língua para todos os lados e para fora.• Depois, deve ser testada a força da língua, pedindo para o paciente colocar a língua na bochecha e o médico coloca a o dedo na bochecha onde está a língua e colocando força, pedindo para o paciente fazer força contrária com a língua. RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 4 Motricidade • O exame da motricidade avalia o trofismo, tônus e força • O trofismo é volume muscular, é examinado olhando os músculos do paciente, se há alguma trofia. A musculatura tem que estar exposta, olhar os membros superiores e inferiores de frente e de costas, olhar o tronco posterior e anterior. Observar se há uma hipertrofia (aumentado) ou uma hipotrofia (diminuído). Tem que pedir para o paciente despir tomando todos os cuidados para não constranger o paciente. Pessoas em coma, por exemplo, há uma trofia por falta de uso a musculatura dela fica trofiada e pode ser revertida com fisioterapia. Outro tipo de atrofia é a atrofia por desnervação, é bem mais severa do que a por falta de uso. Pois se há uma desnervação, não há nem tônus, não tem estímulo no repouso. Isso causa uma atrofia severa e rápida. • O tônus muscular é uma contração ao repouso, é o estado de contração das fibras musculares ao repouso. No exame deve-se apalpar a musculatura ao repouso, primeiro palpa-se os grandes grupos musculares: braço, antebraço, panturrilha, perna. Deve-se observar se há uma hipotonia (flacidez exagerada) ou uma hipertonia o Patologicamente, a hipotonia com fraqueza pode ser uma lesão no segundo neurônio motor, pois o primeiro controla o segundo, só que como o segundo está danificado, a sinapse chega até ele mas não é propagada para os músculos. Pode ser causado por um trauma na coluna (altura medular) ou por uma lesão no nervo radial, que causa hipotonia na mão, por exemplo. o Uma lesão no primeiro neurônio motor tem fraqueza também, porém o tônus está aumentado, pois perdeu-se a modulação do segundo (o primeiro neurônio controla as sinapses do segundo neurônio. Se o primeiro não controla, o segundo manda sinapses sem parar). Pode ser causado por um AVC. o O primeiro neurônio motor está localizado no sistema nervoso central, o segundo neurônio está no sistema nervoso periférico. • O reflexo com a lesão do segundo neurônio motor está diminuído, quando a lesão é no primeiro neurônio os reflexos ficam aumentados. GRADAÇÃO DA FORÇA Grau 5 Movimento e força oposta normais Grau 4 Realiza o movimento, porém a força oposta não está normal Grau 3 Realiza o movimento, mas não há força oposta Grau 2 Não consegue fazer o movimento contra a gravidade, só faz se tirar a gravidade (deitar o paciente por exemplo). Não há força Grau 1 Não há movimento, porém há um esboço do movimento, é observado a tentativa de movimentar. Não há força Grau 0 Ausência de movimento e força, paralisia. O exame para avaliação da força, é feito com o paciente sentado ou deitado no leito. O exame é feito começando das partes mais distais para as proximais e dos membros inferiores para os superiores, de segmento para segmento (avalia os dois pés, depois as duas pernas, e por aí vai) 1. Pedir para o paciente levantar o pé, avalia o movimento, e depois avalia a força fazendo uma força contrária 2. Sobe para a perna, pede pro paciente chutar para avaliar o movimento, depois avalia a força fazendo uma força contraria. Fazer isso tanto na extensão quanto na flexão da perna 3. Fazer a mesma coisa com a coxa, apenas extensão, e depois fazendo força contrária. 4. Passar para os membros superiores, fazer com as mãos na flexão e extensão 5. Fazer com os braços também na flexão e extensão, avaliar o movimento e a força com uma força contrária RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 5 Reflexos • Reflexos profundos e sensitivos • As vias aferentes são sensitivas e as vias eferentes são motoras. • Os reflexos profundos estimulam a sensibilidade profunda, que volta com uma força (contração da musculatura). São estruturas abaixo da pele, não são visíveis. • Reflexo superficial estimula a pele REFLEXOS PROFUNDOS • Reflexo patelar: estimula ao tendão patelar • O paciente tem que estar com a região exposta 1. Primeiro deve-se palpar a patela do paciente e usar o martelinho embaixo da patela. 2. O paciente deve estar relaxado, com a musculatura relaxada para não ter alterações no exame. 3. Caso o paciente esteja alterando o exame, é interessante distraí-lo com outra ação, como por exemplo pedir pra ele apertar as mãos enquanto você faz o exame. • Reflexo Aquileu: estimula o tendão de Aquiles 1. Com o paciente sentado, o médico abaixa para ficar na altura do tendão de aquiles do paciente. 2. Segura o pé do paciente pelas laterais e faz- se uma flexão dorsal 3. Enquanto segura o pé, bate o martelinho na região do tendão. O reflexo do paciente é em flexão plantar. RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 6 REFLEXO SUPERFICIAL • O Reflexo superficial é avaliado pela pele do paciente • O reflexo se chama CUTANEO ABDOMINAL e é feito no abdômen, bilateralmente e em três níveis diferentes: nível médio (umbigo) nível superior (dois cm acima do umbigo) e nível inferior (2cm abaixo do umbigo). 1. O paciente deve estar deitado, com os braços ao lado do corpo e a musculatura relaxada 2. O cabo do martelo deve ser passado nessas regiões • O reflexo CUTÂNEO PLANTAR é feito na região plantar do pé, lateralmente, do calcanhar até o halux, sem passar na região central onde o pé não toca o chão. 1. O movimento tem que ser lento 2. A resposta normal desse reflexo é a flexão dos dedos do pé. 3. A extensão dos dedos é PATOLÓGICO, significa uma resposta anormal ao reflexo, pode ser uma lesão central de primeiro neurônio motor 4. O sinal do reflexo de extensão dos dedos é chamado de SINAL DE BABINSKI Sensibilidade • Existe a sensibilidade profunda e a sensibilidade superficial. SENSIBILIDADE SUPERFICIAL • A sensibilidade superficial é dividia em tátil, dolorosa e térmica. 1. Na sensibilidade superficial TÁTIL, utiliza- se um algodão, uma gaze, toalha de papel etc. 2. O paciente tem que estar deitado e com os olhos fechados 3. Passe o algodão levemente no peito do pé, contornando-o sem passar na região plantar, do calcanhar até o hálux. Deve-se repetir nos dois pés e perguntar se o paciente sente da mesma forma. 4. Repete o procedimento nas pernas, na coxa, mãos, antebraços, braços e abdomem. 5. Pede para o paciente deitar em decúbito ventral e repetir o procedimento • A sensibilidade dolorosa pode ser feita com um abaixador de língua quebrado no meio, usando as pontinhas para avaliar a sensibilidade. Irá passar as pontinhas em batidinhas, em todas as mesmas regiões que foi feito o exame da sensibilidade tática. Com o paciente de olhos fechados e sempre comparando um lado com o outro. • A sensibilidade térmica avalia se o paciente consegue perceber as diferenças de temperatura. 1. Pode usar líquidos, um quente e um frio 2. O mais prático é usar dois objetos, um de plástico e um de metal (por exemplo) que causam uma sensação de temperaturas diferentes. 3. Perguntar ao paciente bem diretamente qual o mais frio (ou o mais quente) se é o primeiro objeto ou o segundo. Evitar mudar a pergunta. Ex: “me fala qual é o mais frio, o primeiro ou o segundo” 4. Colocar em todos os segmentos do corpo dos exames anteriores, com o paciente de olhos fechados. RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 7 SENSIBILIDADE PROFUNDA • A sensibilidade profunda avalia a noção do paciente de sobre a localização dos segmentos do corpo sem olhar, se o paciente consegue diferenciar se sua perna está dobrada ou não, se a mão está com os dedos abertos ou não etc. •É importante sempre mostrar para o paciente quais são as opções de posição e só depois pedir para ele fechar os olhos. • Nos membros inferiores você vai extender e flexionar ascendentemente, nessa ordem: halux, pé, perna e coxa. • Nos membros superiores: dedo médio, punho, cotovelo e ombro • Tem que tomar cuidado para não encostar os segmentos do paciente na maca ou em objetos que ajudem ele a especificar a posição do membro • Se o paciente sabe especificar a posição do hálux dos dois lados, por exemplo, não precisa fazer todo o procedimento até chegar na perna. Se ele consegue das partes distais ele consegue das partes proximais também. • Sensibilidade vibratória: 1. O diapasão é estimulado e colocado em regiões sólidas, pé estabelecidas: a. Articulação do halux b. Maléolo lateral e medial (da tíbia e da fíbula) c. Crista ilíaca d. Articulação do dedo médio e. Processo estiloide da ulna f. Olecrano g. Último arco costal h. clavícula 2. É importante fazer comparando os dois lados, o teste da vibração é feito apenas ventralmente. 3. Descrição: noção segmentar do corpo preservada COORDENAÇÃO • O exame de coordenação é o ultimo exame, pois a coordenação é avaliada ao longo do exame físico, o que é feito nessa parte é o que faltou de avaliação da coordenação. • Está diretamente ligada as ataxias (vestibular, cerebelar e tabética) • O paciente que tem ataxia tabética, caminha batendo o é com muita força no chão pois ele perdeu a noção do corpo no espaço, perdeu a sensibilidade PROFUNDA. • O paciente que tem a ataxia cerebelar não consegue fazer a prova de ROMBER, pois não consegue ficar na posição de teste, o paciente tem base alargada, se apoia no móvel que está do lado etc. • O equiloibrio dinâmico é avaliado na marcha • O equilíbrio estático é avaliado no teste de romber • O nistagmo é avaliado na oculomotricidade, por lesão de 8º par. Índex- nariz • O teste do index nariz é feito com o paciente sentado na maca, e pede pro paciente, com o braço aberto, tocar o nariz com o index consecutivamente e acelerando, de olhos abertos e fechados. • Esse exame ajuda muito na ataxia cerebelar e na tabética. • no paciente cerebelar, tanto faz o olho dele aberto ou fechado, não há piora; se ele errou com o olho aberto, ao fechar ele vai errar da mesma forma e sem uma piora aparente. O paciente também tem uma decompisção do movimento, com algumas paradas em alguns momentos, no final do movimento pode haver um tremor. • O paciente tabético, com os olhos abertos ele pode aceitar o alvo e com os olhos fechados ele erra. Se a doença já estiver avançada, ele pode errar de olhos abertos também mas ao fechar os olhos o erro piora muito. RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 8 Calcanhar- joelho • Nesse exame pede-se para o paciente encostar o calcanhar no joelho da perna oposta e repetir o movimento. • Deve ser feito testando as duas pernas • Nesse exame não precisa fechar os olhos Diadococinesia • Diadococinesia é a capacidade do paciente fazer movimentos contrários rápidos e repetitivos • Quando o paciente tem lesão da diadoco cinesia é chamado DIS. Diadococinesia. • Nos membros inferiores, é pedido para o paciente bater o calcanhar no colchão da maca repoetidamente e rapidamente • Nos membros superiores é pedido para o paciente bater a mão na perna com a palma e o dorso rapidamente e alternadamente (em pronação e supinação) • O paciente cerebelar não consegue fazer os movimentos, é visível a DIS. Diadococinesia. • O paciente com Parkinson não consegue fazer os movimentos, são lentos e descoordenados, PORÉM tem outros problemas, e não problemas no cerebelo. @RESUMYNDOMED Reflexos Neurológicos Trata-se de uma resposta do organismo a um estimulo de qualquer natureza. A reação pode ser motora ou secretora, dependendo da modalidade do estimulo e do órgão estimulado. Reflexos exteroceptivos ou superficiais O estimulo é feito na pele ou na mucosa externa, por meio de um estilete rombo. Reflexo cutâneo-plantar Paciente em decúbito dorsal, com os MMII estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, próximo à borda lateral e no sentido póstero-anterior, fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior. Resposta normal: flexão dos dedos. Resposta anormal: SINAL DE BABINSKI (extensão do hálux, os demais podem não apresentar abertura em forma de leque); esse sinal indica lesão da via piramidal ou corticoespinal. Reflexo cutâneo-abdominal Paciente em decúbito dorsal, com a parede abdominal em completo relaxamento, o examinador estimula o abdome no sentido da linha mediana em três níveis: superior, médio e inferior. Resposta normal: contração dos músculos abdominais que determina um leve deslocamento da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Resposta anormal: abolidos (lesão da via piramidal, obesidade, pessoas idosas, multíparas). Reflexo cremastérico Se estimula com uma espátula a raiz interna da coxa e observa-se a elevação do testículo. @RESUMYNDOMED Reflexos Proprioceptivos, Profundos, Musculares Ou Miotáticos O estimulo é feito pela percussão - com o martelo de reflexos – do tendão do musculo que será examinado. Os reflexos podem estar: normais, abolidos, vivos ou exaltados, as alterações podem ser simétricas ou não. Arreflexia ou Hiporreflexia: lesões que interrompem o arco reflexo: o Poliomielite, polineuropatia periférica, miopatia. Hiper-reflexia: lesões da via piramidal: o AVE, neoplasia, traumatismo. São investigados os reflexos aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital. Reflexo aquileu Reflexo patelar Reflexo flexor dos dedos @RESUMYNDOMED Reflexo supinador Reflexo pronador REFLEXO BICIPITAL REFLEXO TRICIPITAL Sensibilidade Os estímulos que atuam sobre os órgãos receptores da superfície corporal ou na profundidade do corpo, são conduzidos por sistemas especiais até o sistema nervoso central. O estudo semiológico da sensibilidade, diz respeito aos receptores, às vias condutoras e aos centros localizados no encéfalo. O exame da sensibilidade tem por objetivo identificar a existência de áreas de redução, abolição, perversão ou aumento da sensibilidade. @RESUMYNDOMED Sensibilidade superficial Tátil utiliza-se um pedaço de algodão ou pincel macio, os quais são roçados de leve em várias partes do corpo. Térmica requer 2 tubos de ensaio, um com agua gelada e outro com agua quente, com os quais, se tocam em diferentes pontos do corpo, alternando- se os tubos. Dolorosa pesquisada com estilete rombo, capaz de provocar dor sem ferir o paciente. Sensibilidade profunda Sensibilidade vibratória (PALESTESIA): pesquisada com diapasão, colocando-o em saliências ósseas. Sensibilidade à pressão (BARESTESIA): mediante a compressão digital ou manual de qualquer parte do corpo, especialmente de massas musculares. Sensibilidade Cinético-Postural ou Artrocinética (BATIESTESIA): descola-se suavemente qualquer segmento do corpo em varias direções. Em dado momento, fixa-se o segmento em uma determinada posição, que deverá ser reconhecida pelo paciente. Sensibilidade dolorosa profunda: avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e tendões, o que normalmente não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. Iniciar em luva e em bota Olhos do paciente fechados “enganar o paciente” – perguntar se sentiu algo se sentiu algo sem tocar com o algodão. NERVOS CRANIANOS NERVO O QUE FAZ COMO TESTA I - Olfatório Responsável pela olfação Pedindo pro pacienteidentificar odores. II - Óptico Responsável pela visão Testa a acuidade visual, cada olho é avaliado individualmente. III – Oculomotor Responsável pela motricidade do olho Testa a motilidade ocular, testa os componentes da musculatura extrínseca. IV - Troclear Exclusivamente motor Avaliado junto com o oculomotor. V - Trigêmeo É um nervo misto, avalia a sensibilidade da face e mastigação Divide em 3 partes, avalia a função motora: verifica-se os músculos da mastigação, sensação de dor, tato e temperatura e reflexos corneano e mandibular. VI - Abducente Exclusivamente motor Testa a acuidade visual, junto com o II e IV. VII - Facial Testa a motricidade dos músculos da expressão facial Observação da face do paciente, procura a assimetria das fissuras palpebrais e das pregas nasolabiais, pede pro paciente contrair os músculos faciais. VIII - Vestibulococlear Dividido em componente vestibular e componente coclear É realizado uma audiometria com diapasão, teste de Weber → coloca o diapasão no vértice do crânio, teste de Rinne → diapasão em vibração é encontrada do mastoide. IX - Glossofaríngeo Responsável pela sensibilidade geral doo terço posterior da língua, faringe úvula, tonsila e tuba auditiva É o mesmo exame que se testa no nervo X, avalia a função motora e reflexo do vomito solicita que o paciente diga “ah” com a boca aberta, avaliando o movimento do palato. X - Vago Da origem ao nervo laríngeo É o mesmo exame que se testa no nervo IX, avalia a função motora e reflexo do vomito solicita que o paciente diga “ah” com a boca aberta, avaliando o movimento do palato XI - Acessório Responsável pelo movimento de rotação da cabeça e elevação dos ombros Pede-se pro paciente girar a cabeça contra a resistência imposta pela mão do examinador, pede pro paciente levantar os ombros contra a resistência do examinador. XII - Hipoglosso Responsável pela motricidade da língua. Pede pro paciente exteriorizar a língua, verificando-se se há atrofia, fasciculações e fraqueza. Isabela Baghin Aranda – UAM TXII EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO CONTENTS 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Exame do pescoço e da coluna ........................... 5 3. Avaliação da marcha ................................................ 8 4. Exame da motricidade ...........................................10 5. Provas cerebelares ..................................................18 6. Reflexos .......................................................................23 7. Sensibilidade .............................................................32 8. Nível de consciência ...............................................37 9. Exame dos nervos cranianos ..............................39 10. Exame da Linguagem .........................................59 Referências Bibliograficas .........................................62 3EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO 1. INTRODUÇÃO Antes de falarmos sobre o exame neurológico propriamente dito, é ne- cessário que façamos algumas ob- servações que são úteis não só para a compreensão da semiologia do sis- tema nervoso, mas para a prática clí- nica neurológica, tendo como base a anatomia e a fisiologia desse sistema. Inicialmente, temos que a presença de um sintoma não indica qual re- gião do cérebro está envolvida, dado o fato que as vias eferentes serem muito longas. E justamente o fato de haver a possibilidade de diferentes topografias para determinado déficit neurológico impacta no cuidado do paciente. É importante termos em mente que a complexidade da semiologia neu- rológica tem como um dos seus fato- res as dificuldades dos pacientes em descrever o que sentem. A fim de fa- cilitar o raciocínio clínico, organiza-se um padrão de três etapas: • Diagnóstico sindrômico: conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo paciente. • Diagnóstico topográfico: local da lesão causadora do sintoma do paciente. • Diagnóstico etiológico: qual a cau- sa da lesão (vascular, inflamatória, degenerativa etc.). A história clínica do paciente permi- te: identificar a queixa principal, bem como estabelecer possíveis regiões anatômicas envolvidas; averiguar es- truturas anatômicas afetadas ou pre- servadas; e identificar o modo de ins- talação do sintoma. Justamente por toda essa complexi- dade, as manobras são fundamen- tais para checar a hipótese diag- nóstica. Do mesmo modo como nos demais sistemas, o exame físico per- mite confirmar os dados de história e exame físico, inclusive os achados sintomáticos. Vamos a um exemplo: Caso clínico: Sr. João, 68 anos, natural e procedente de SP, casado, dá entra- da no pronto-socorro com queixa de fraqueza no lado direito do corpo há 12 horas. Conta que foi dormir bem e acordou assim, sem conseguir cami- nhar. Refere ainda dormência do lado direito do corpo e fala enrolada. Nega outros sintomas. Antecedentes pes- soais: hipertensão arterial há 20 anos em tratamento irregular, diabetes em uso de metformina 2 comprimidos de 500 mg por dia, infarto agudo do miocárdio há 5 anos. Nesse caso, temos: Sintoma guia: fraqueza, acompanha- da por uma queixa sensitiva e fala enrolada. A queixa motora e sensitiva ocorrendo do mesmo lado sugere a ocorrência 4EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO de uma lesão em uma região na qual os tratos motores e sensitivos andam muito próximos. A apresentação súbita dos sintomas sugere etiologia vascular. Continuando... Ao realizar o exame físico neurológico do Sr. João você observa: Seu João está acordado e orientado no tempo e espaço. Informa correta- mente onde está, em que dia esta- mos e em que ano estamos. Sr. João obedece a comandos, lê, compreen- de, escreve, repete e nomeia objetos. Observamos que a alteração da fala é uma dificuldade na articulação das palavras. Graduamos a força conforme a esca- la disponível no material de referência de exame físico Seu João não conse- gue ficar de pé ou caminhar. FMG3 MSD (força muscular grau 3 membro/superior direito); FMG3 MID (força muscular grau 3 membro inferior direito); FMG5 MSE (força muscular grau 5 membro superior esquerdo); FMG5 MIE (força muscular grau 5 membro inferior esquerdo). Reflexos profundos (bicipital, tricipital, patelar e aquileu) exaltados à direita e normoativos à esquerda. Reflexo cutâneo plantar em extensão à direita; Sensibilidade tátil abolida à direita e preservada à esquerda; Provas cerebelares não puderam ser executadas à direita devido à paresia apresentada pelo paciente. Provas cerebelares normais à esquerda; Movimentação ocular extrínseca (MOE) normal, reflexos fotomotor e consensual normais. Desvio da rima para esquerda; Língua centrada, úvula centrada. Manobras de rigidez de nuca ausentes. Observa-se correspondência das queixas do paciente com os dados de história e exame físico. Identifica-se fraqueza com sinais de lesão no neurônio motor superior, dada a presença de reflexos exalta- dos e Babinski. Diagnóstico sindrômico: síndrome pi- ramidal deficitária, caracterizada por fraqueza, reflexos exaltados, disartria e cutâneo plantar em extensão; • Síndrome sensitiva, caracterizada por hipoestesia direita. • Os sintomas do paciente indicam lesão da cápsula interna esquer- da, sendo que uma lesão corti- cal condizente com os sintomas do paciente deveria afetar os lo- bos frontal e parietal, o que leva- ria a um rebaixamento do nível de consciência. 5EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO • O paciente apresenta uma dificul- dade na articulação da fala deno- minada disartria. • Descarta-se a possibilidade de lesão do tronco cerebral porque não há envolvimento de nervos cranianos Diagnóstico topográfico: cápsula interna. Exemplos de diagnóstico sindrômico: síndrome de baixa acuidade visual, caracterizada por redução da acui- dade visual no olho direito; síndrome dos nervos cranianos, caracterizada por paralisia do sexto nervo crania- no; síndrome dos nervos cranianos, caracterizada por paralisia do tercei- ro nervo craniano; síndrome cerebe-
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