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Semiotecnica Neurologica

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Semiologia 
 Neurológica 
 
 
 
 Ana Clara Paiva 
 
 3O Semestre – Uniceplac 
 
 
 
Ana Clara Paiva – 3 semestre 
1 
 Exame Neurológico 
Introdução: 
O exame neurológico executado por funções 
sequencialmente (exames de todos os reflexos, 
do tônus, bem como da força) demanda 
numerosas mudanças de posição, que tornam o 
exame entediante e cansativo. Em contrapartida, 
quando se faz o exame neurológico em três 
etapas sucessivas (nas posições deitada, sentada 
e de pé), ele se torna mais rápido e mais lógico. 
Síndromes: 
conjunto de sinais e sintomas observáveis em 
vários processos patológicos diferentes e sem 
causa específica. 
As principais síndromes neurológicas são a de 
hipertensão intracraniana, a do I neurônio motor 
ou piramidal, a do II neurônio motor, a 
hemiplégica, a cerebelar, a radiculocordonal 
posterior, a de hemissecção transversa lateral da 
medula, a meníngea e a de compressão medular 
Dividimos o diagnostico em três categorias 
Diagnostico sindrômico : 
Trata-se de um paciente com uma síndrome 
cognitiva à custa de alteração de 
comportamento (agitação, apatia) e 
desorientação têmporo-espacial; associada a 
uma síndrome álgica craniana (cefaleia de forte 
intensidade), com a presença também de uma 
síndrome febril. 
Diagnostico topográfico 
Onde os sinais clínicos do paciente melhor se 
encaixam, ou seja, localização da lesão. 
Na neuro, o encéfalo é o mais comum, mais 
especificamente nas regiões corticais associadas 
ao sistema límbico, como o lobo temporal ou os 
lobos frontais. 
Diagnostico noológico : 
O nome da patologia, mais especificadamente. 
Sinais e sintomas : 
 Dividimos os sinais e sintomas em dois, positivo 
e negativo. 
Normalmente o sinal negativo diz 
respeito a um fator deficitário, enquanto o sinal 
positivo faz jus a um sintoma (ex: tremor, febre e 
etc) 
Sintomas deficitários ou negativos: 
♡ Perda ou diminuição da motricidade (paresia 
ou plegia), que atinge globalmente um ou mais 
membros, sobretudo a musculatura 
antigravitária 
♡ Diminuição ou abolição dos reflexos cutâneo-
abdominais, que pode ser definitiva ou 
transitória 
♡ Atrofia muscular, habitualmente moderada, 
atingindo globalmente o segmento paralisado. 
Cumpre ressaltar que a atrofia só aparece após 
decorrido muito tempo e é consequência do 
desuso da musculatura ou, segundo alguns, é 
causada por um mecanismo transináptico 
Sintomas de liberação ou positivos: 
♡ Sincinesias, que correspondem a movimentos 
associados anormais e se evidenciam nos 
membros deficitários quando o paciente executa 
determinado movimento (p. ex., a mão do lado 
hemiplégico se contrai quando o paciente fecha 
fortemente a mão do lado normal) 
♡ Sinal de Babinski, que é constituído pela 
extensão do hálux ao estímulo cutaneoplantar 
Exagero do reflexo de automatismo ou de 
defesa, representado pela tríplice flexão do 
membro inferior ao estímulo nociceptivo 
 ♡ Hiper-reflexia profunda, às vezes policinesia 
(mais de uma resposta a um único estímulo) e/ou 
sinreflexia (resposta ao estímulo também do lado 
oposto) Espasticidade 
 Escala de Research Council (MRC) 
É um instrumento simples que foi adaptado para 
avaliação da força muscular em pacientes 
críticos. 
O escore é obtido através da avaliação de seis 
movimentos dos membros superiores (MMSS) e 
membros inferiores (MMII) e a força é graduada 
entre 0 a 5. 
A graduação de força varia de 0 (plegia) a 5 
pontos ( força normal), totalizando um 
valor máximo de 60 pontos. Valores 
 
 
 
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menores que 48 pontos considera o paciente 
portador de fraqueza muscular. 
 
 
Síndrome do I Neurônio Motor/ Piramidal 
A síndrome piramidal é um conjunto de sinais e 
sintomas decorrentes da interrupção, anatômica 
ou funcional, da via corticoespinal. 
Compreende os seguintes sinais e sintomas: 
→ Liberação ou positivos: 
♡ Sinal de Babinski. 
♡ Hiperreflexia profunda, às vezes policinesia 
♡ Espasticidade 
→ Deficitários ou negativos: 
♡ Perda ou diminuição da motricidade (paresia 
ou plegia 
♡ Diminuição ou abolição dos reflexos cutâneo-
abdominais, que pode ser definitiva ou 
transitória 
♡ Atrofia muscular, habitualmente moderada, 
atingindo globalmente o segmento paralisado. 
ATENÇÃO: Convém ressaltar que nas lesões 
agudas da via piramidal é comum a verificação 
de paralisia, hipotonia e arreflexia. 
 
 Síndrome do II Neurônio Motor : 
Nas lesões do II neurônio motor (corpo celular ou 
axônio), os impulsos motores que partem do 
centro não chegam à periferia. 
Em consequência, todos os atos motores 
(voluntários, automáticos e reflexos) são abolidos 
♡ Paresia ou paralisia: frequentemente 
segmentar, assimétrica, interessando o 
grupamento muscular inervado pelos neurônios 
lesionados 
♡ Hipotonia: traduz se por aumento da 
passividade e da extensibilidade musculares 
♡ Arreflexia: pode ser superficial ou profunda 
♡ Fasciculações: decorrem dos processos 
simultâneos de degeneração e regeneração nos 
músculos comprometidos; é de evolução crônica 
♡ Atrofia da musculatura comprometida: instala--
se mais ou menos precocemente. 
 Síndrome da Lesão Medular: 
É uma condição de insuficiência parcial ou total 
do funcionamento da medula espinhal, 
decorrente da interrupção dos tratos nervosos 
motor e sensorial desse órgão, podendo levar a 
alterações nas funções motoras e déficits 
sensitivos, superficial e profundo nos segmentos 
corporais localizados abaixo do nível da lesão, 
além de alterações viscerais, autonômicas, 
disfunções vasomotoras, esfincterianas, sexuais e 
tróficas 
 
 
 
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As manifestações clínicas dependerão do nível e 
grau da lesão. 
 Em relação ao grau, as lesões podem ser 
classificadas como completas e não- -completas 
Nas lesões completas existe perda sensitiva e 
paralisia motora total abaixo do nível da lesão 
devido à interrupção completa dos tratos 
nervosos. 
 Em uma lesão incompleta estão preservados 
grupos musculares e áreas sensitivas que não 
foram afetados. 
1) Síndrome centromedular: os membros 
superiores são mais afetados que os membros 
inferiores; 
 2) Síndrome Brown-Séquard: apenas um lado da 
medula é seccionado resultando em perda 
motora e proprioceptiva homolateral à lesão e 
perda da sensibilidade térmica e dolorosa 
contralateral à lesão; 
3) Síndrome medular anterior: ocorre perda 
motora e da sensibilidade térmica e dolorosa 
estando preservada a propriocepção; 
4) Síndrome medular transversa: lesão acima do 
cone medular com perda motora (paralisia 
espástica) e sensitiva completa (anestesia 
superficial e profunda); 
 5) Síndrome do cone medular: lesão da medula 
sacral e das raízes lombares com perda motora 
(paralisia flácida) e sensitiva dos dermátomos 
lombossacros correspondentes; 
6) Síndrome da cauda equina: lesão de raízes 
lombossacras abaixo do cone medular com 
perda motora (paralisia flácida) e sensitiva 
correspondentes às raízes lesionadas. 
 
Síndrome da Pessoa Rígida 
afeta o sistema nervoso central, mas tem 
manifestações neuromusculares. 
A maioria dos pacientes com síndrome da pessoa 
rígida tem anticorpos contra descarboxilase do 
ácido glutâmico (DAG), a enzima envolvida na 
produção do neurotransmissor inibidor de GABA 
(ácido gama-aminobutírico). Entretanto, a 
síndrome da pessoa rígida pode ser 
♡ Autoimune 
♡ Paraneoplásica 
♡ Idiopática 
 
 Reflexos : 
Entende-se como reflexo toda reação 
involuntária do corpo a um estímulo de qualquer 
natureza. 
Sempre haverá um estímulo sensitivo aferente e 
uma resposta de um órgão efetor. 
É importante lembrar que a base 
anatomofuncional dos reflexos motores é o arco 
reflexos 
é constituído pelos seguintes elementos: 
 ♡ Via aferente:receptor e fibras sensitivas do 
nervo 
♡ Centro reflexógeno: substância cinzenta do 
sistema nervoso 
 ♡ Via eferente: fibras motoras do nervo 
♡ Órgão efetor: músculo. 
Reflexos exteroceptivos ou superficiais 
Nestes reflexos o estímulo é feito na pele ou na 
mucosa por meio de um estilete rombo 
♡ Reflexo cutâneo-plantar: Com o paciente em 
decúbito dorsal, com os membros inferiores 
estendidos, o examinador estimula 
superficialmente a região plantar, próxima à 
borda lateral e no sentido 
 
 
 
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posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na 
parte mais anterior 
Sinal de Babinski: um dos mais importantes 
elementos semiológicos do sistema nervoso, 
Este sinal indica lesão da via piramidal ou 
corticoespinal 
 
 
♡ Reflexos cutâneo-abdominais: Ainda com o 
paciente em decúbito dorsal, mantendo a 
parede abdominal em completo relaxamento, o 
examinador estimula o abdome no sentido da 
linha mediana em três níveis: superior, médio e 
inferior. Resposta normal é a contração dos 
músculos abdominais, que determina um leve 
deslocamento da cicatriz umbilical para o lado 
estimulado. 
Reflexos profundos ou miotáticos: 
Reconhecemse os tipos fásicos ou clônicos e os 
tônicos ou posturais. Na pesquisa dos reflexos 
miotáticos fásicos ou clônicos, o estímulo é feito 
pela percussão com o martelo de reflexos do 
tendão do músculo a ser examinado. 
São investigados os reflexos aquileu, patelar, 
flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital 
e tricipital 
Pela maneira especial como é provocado, o 
clônus do pé e da rótula é alocado à parte do 
quadro geral dos reflexos. Estes reflexos 
consistem na contração sucessiva, clônica, do 
tríceps sural e dos quadríceps, respectivamente, 
quando se provoca estiramento rápido e 
mantido do músculo interessado 
O registro dos resultados deve ser feito 
literalmente ou por meio de sinais convencionais, 
da seguinte maneira: 
 ➸Arreflexia ou reflexo abolido: 0 
➸ Hiporreflexia ou reflexo diminuído: – 
➸ Normor-reflexia ou reflexo normal: + 
➸ Reflexo vivo: ++ 
➸ Hiper-reflexia ou reflexo exaltado: +++. 
A arreflexia ou a hiporreflexia são encontradas 
comumente nas lesões que interrompem o arco 
reflexo (poliomielite, polineuropatia periférica, 
miopatia) 
Hiper-reflexia nas lesões da via piramidal 
(acidente vascular cerebral, tumor, doença 
desmielinizante, traumatismo). 
Nos pacientes com lesão do cerebelo é comum 
a resposta em pêndulo do reflexo patelar (reflexo 
patelar pendular), consequência da hipotonia. 
Sensibilidade: 
A sensibilidade subjetiva compreende as queixas 
sensitivas que o paciente relata durante a 
anamnese, ou seja, a dor e as parestesias 
(dormência, formigamento). 
A sensibilidade objetiva, a rigor, não deixa de ser 
subjetiva, uma vez que depende da resposta do 
paciente aos estímulos percebidos. 
A sensibilidade especial corresponde aos 
sensórios e será estudada na seção relativa aos 
nervos cranianos. 
 
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 Cortex cerebral: 
Corresponde à camada mais externa do cérebro 
dos vertebrados 
É a fina camada de substancia cinzenta que 
reveste o centro branco medular de todo 
encéfalo 
Rico em neurônio e o local do processamento 
neural mais sofisticado e distinto. 
Tem 2-4mm de espessura. 
É formado por massa cinzenta e é responsável 
pela realização do entendimento e da razão, 
responsável pela memoria, percepção e 
linguagem 
 Áreas de Brodmaan : 
É uma região do córtex cerebral definida com 
base nas suas estruturas citoarquitetonicas e 
organização de suas células. 
Ele é dividido em várias áreas e as caracterizam 
como mapa de Brodmann 
 
 Estruturas subcorticais: 
São um grupo de diversas formações neurais que 
se encontram no interior do cérebro, e incluem 
o diencéfalo, hipófise, as estruturas límbicas e os 
núcleos da base. 
 
 
 
 
 
 
Estas estruturas atuam como centro de 
informações do sistema nervoso, pois transitem 
e modulam informações que passam para as 
diferentes áreas do cérebro. 
 
 Desenvolvimento da linguagem: 
A linguagem constitui um claro exemplo de 
função cerebral superior e seu desenvolvimento 
sustenta-se em uma estrutura anatômica e 
funcional determinada geneticamente e no 
estímulo verbal oferecido pelo meio ambiente. 
Não é, pois, uma função ou capacidade 
estanque, estando relacionada e dependente de 
outros tipos de função: audição, visão, atenção, 
a memória, não esquecendo a função motora, 
necessária para a produção dos sons, que se 
constituem em palavras. 
No processo de linguagem podemos considerar: 
 Fonética : O processo que governa a 
produção e percepção de sons falados. 
 Fonologia: Conjunto de regras 
especificas da linguagem, através das 
quais os sons são representados e 
manipulados, permitindo a construção de 
palavras. 
 Semântica : Área da linguística que 
estuda o significado das palavras ou 
nomes 
 Sintaxe: Parte da gramática que estuda as 
palavras enquanto elementos de uma 
frase, que permite utilizar as palavras, e 
assim construir frases 
 
 
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Anatomia e fisiologia da linguagem: 
Localização cerebral das áreas ativadas durante 
o processo de linguagem, preferencialmente 
para o hemisfério esquerdo, envolvendo áreas 
corticais e subcorticais. 
O córtex cerebral: papel mais importante. 
Áreas temporais esquerdas e a região frontal 
inferior esquerda: interação dos processos 
semânticos e fonológicos. 
Córtex temporal medial esquerdo: 
processamento da compreensão linguística 
Giro supratemporal esquerdo, córtex motor e 
pré-mortos ipsilaterais a parte de ambos os 
hemisférios cerebelares 
Áreas corticais para a linguagem: 
Admite-se a existência de apenas duas áreas 
corticais para a linguagem: uma anterior e outra 
posterior, que estão associados e ligadas por 
uma terceira estrutura. 
 Área de broca 
 Área anterior da linguagem 
 Região especial no córtex pré-frontal que 
contem um circuito necessários para 
formação da palavra ( PARTE MOTORA) 
 Está localizada parcialmente no córtex 
pré-frontal póstero-lateral e parcialmente 
na área pre motora 
 Corresponde as áreas 44 e 45 de 
brodmann 
 Constitui o componente sintático- 
articulatório da linguagem- Gera sinais 
para a musculatura produzir sons 
significativos 
 
Áreas corticais para a linguagem: 
Área de Wenicke : 
Área posterior da linguagem 
Situada no lobo temporal, mais precisamente na 
junção entre os lobos temporal e parietal 
Corresponde à parte mais posterior da área 22 
de brodmann 
É a área de percepção/ compreensão da 
linguagem 
A área de broca trabalha estreitamente para 
executar a área da linguagem 
Fascículo arqueado ( fascículos arcuate) 
Constitui um feixe de fibras que liga as áreas de 
wernicke e broca. 
Informações relevantes para a correta expressão 
da linguagem passam da área de wernicke para 
a área de broca 
 
SEMPRE DO LADO ESQUERDO 
Área de Dronker: ( não muito falada) 
Localizada no gyrus pré-central da insula 
Esta relacionada com programação da 
musculatura de fala para a produção de sons na 
ordem correta no tempo correto 
Esta relacionada com uma função direta de 
execução, para produzir o som de forma correta 
numa hora correta. 
 
 
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Distúrbios da linguagem: Afasias 
 Lesões dessas áreas dao origem a 
distúrbios de linguagem denominados 
AFASIAS. 
 Nas afasias, as perturbações da linguagem 
não pode ser atribuídas a lesões das vias 
sensitivas ou motoras envolvidas na 
fonação, mas APENAS LESÃO DAS ÁREAS 
CORTICAIS de associação responsáveis 
pela linguagem. 
 Distingue-se em três tipos básicos de afasia: 
motora ou de expressão, com alesão 
ocorre na área de broca 
 Sensitiva ou percepção, em que a lesão 
ocorre na área de Wernicke 
 Afasia de condução, em que a lesão de 
ocorre no fascículo arqueado, com áreas de 
Wernicke e broca intactas. 
 
Afasia motora ou de expressão / Broca 
Indivíduo é capaz de compreender a linguagem 
falada ou escrita, mas tem dificuldade de se 
expressar adequadamente, falando ou 
escrevendo. 
Nos casos mais comuns, ele consegue apenas 
produzir poucas palavras com dificuldade 
Tende a falar as frases ou escrevendo de maneira 
telegráfica 
O paciente sabe o que quer dizer, mas é incapaz 
de dizê-lo. 
Afasias sensivivas ou de percepção / Wernicke 
A compreensão da linguagem tanto falada como 
escrita é muito deficiente 
Há também algum déficit na expressão da 
linguagem, uma vez que o perfeito funciona da 
ara de broca depende de informações que 
recebe da área de Wernicke 
Não há uma comunicação com muita precisão, 
pois as palavras não seguem uma ordem. 
O paciente não é capaz de perceber seus erros e 
também não é capaz de repetir frases 
Pode também estar associada à apraxia 
ideomotora ou construtiva e déficits de campo 
visual. 
Afasia de condução: 
O doente fala fluentemente, compreende o que 
se lhe diz, mas é incapaz de repetir uma palavra 
Curiosamente a dificuldade de repetição é maior 
para as palavras mais pequenas, estando 
relativamente preservada a capacidade de 
repetição de números 
Admite-se que seja consequência de lesão no 
fascículo arqueado, interrompendo a 
comunicação entre as áreas de Wernicke e broca 
 
 Lesões na área de Dronker 
Atenção!! Não é afasia, e sim apraxia.. 
As lesões da área de Dronker estão relacionadas 
com a APRAXIA da FALA, isto é, a dificuldade na 
programação da musculatura da fala para a 
produção de sons na ordem correta e no timing 
correto. 
Pessoas com lesões nesta área apresentam boa 
percepção da linguagem, pode reconhecer e 
perceber sons falados, mas cometem erros 
articulatórios 
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Praxia : pode ser definida como a dificultade de 
execurar gestos voluntários aprendidos na 
ausendia de alterações da motricidade e da 
coordenação motora. 
É a incapacidade de executar, quando solicitado, 
um ato motor intencional e familiar, na ausência 
de deficiência motora ou sensitiva da parte 
afetada 
 
Assimetria funcional dos hemisférios cerebrais: 
As afasias estão sempre associadas a lesões no 
hemisfério esquerdo. 
Lesões do lado direito só excepcionalmente 
causam distúrbio da linguagem 
Esse fato demonstra que, do ponto de vista 
funcional, os hemisférios cerebrais NÃO SÃO 
SIMETRICOS 
Surge então o conceito de que o hemisfério 
esquerdo seria o hemisfério dominante 
 Hemisfério esquerdo: linguagem e do 
raciocínio matemático 
 Direito `` dominante``: habilidades artísticas 
como música e pintura, à percepção de 
relações espaciais ou ao reconhecimento. 
Apesar de não totalmente correto, o conceito de 
hemisfério dominante pode ser empregado, 
mesmo porque ele continua a ser de uso 
corrente na prática médica. 
Curiosas são as relações entre dominância 
cerebral na linguagem e o uso preferencial da 
mão 
Em 96% dos indivíduos destros, o hemisfério 
dominante é o esquerdo, mas nos indivíduos 
canhotos ou ambidestros esse valor cai para 
70%, ou seja, em um canhoto é mais difícil prever 
o lado em que se localizam os centros da 
linguagem. 
 
 
 Marcha, Postura e Equilíbrio: 
Correlação com os tratos da medula espinal e 
córtex cerebral. 
Vias e tratos neurais: 
Uma via neural é um feixe de axônios que 
conecta dois ou mais neurônios diferentes, 
facilitando a comunicação entre eles. 
Tratos são vias que estão localizadas no cérebro 
e na medula espinal ( sistema nervoso central) 
Pode ser chamado de lemnisco, pendúculo ou 
fascículo 
Os tratos são nomeados de acordo com sua 
origem( primeira metade do termo) e termino ( 
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parte restante do termo). Por exemplo, o trato 
espinotalâmico. 
 Tratos da medula Espinal: 
O cérebro tem numerosas conexões com 
estruturas extracranianas, uma vez que funciona 
como o supervisor da maioria dos processos 
fisiológicos do corpo. 
A M.E atua como um dos principais canais 
através dos quais o corpo e o cérebro trocam 
informações. 
A medula espinal é a continuação caudal do 
tronco cerebral. 
A medula E. tem numerosos grupos de fibras 
nervosas que se dirigem ou partem do cérebro. 
estes foram coletivamente chamados tratos 
ascendentes e descendentes da medula 
espinhal. São responsáveis por transportar 
estímulos motores e sensoriais. 
A direção seguida pelos tratos ascendentes é do 
local do estimulo ( fora do sistema nervoso 
central, na periferia, em um dos membros) até a 
área designada no cérebro. 
 Tratos da Medula Espinal: 
 Tratos ascendentes ou vias aferentes 
A medula espinhal contém tratos ascendentes e 
descendentes 
Os tratos ascendentes são vias neurais 
SENSORIAIS que viajam através da substância 
branca da medula, levando informações 
somatossensoriais até o cérebro 
Eles permitem que você sinta sensações 
provenientes do ambiente externo, como dor, 
temperatura, toque. 
Transmite informações PROPRIOCEPTIVAS 
provenientes do interior do corpo, como por 
exemplo dos músculos e das articulações 
 
 Tratos Espinocerebelares: 
Como podemos andar de forma coordenada? 
Com a ajuda de nossos tratos espinocerebelares. 
Os tratos espinocerebelares anterioe e posterior 
percebem a propriocepção de Golgi e dos 
receptores articulares. 
Como resultado, eles estão envolvidos na 
coordenação do movimento e na manutenção 
da postura 
Recebe sensações de músculos e articulações 
Os tratos ESPINOCEREBELAR POSTERIOR é 
especifico para os membros inferiores. 
As fibras originam-se dos neurônios localizados 
no corpo posterior da medula espinhal → viajam 
póstero-lateralmente através da substância 
branca sem decussar → projetam-se no córtex 
cerebelar. 
OBS: Decussar = cruzar 
O equivalente do trato espinocerebelar posterior 
para o membro superior é o trato 
cuneocerebelar. 
Trato cuneocerebelar : consiste em fibras 
arqueadas externas que acompanha o trato 
espinocerebelar posterior 
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O trato espinocerebelar anterior corre em 
paralelo com o trato espinocerebelar, só que ele 
cruza duas vezes 
Transmite informações proprioceptivas 
inconsistentes do corpo para o cerebelo 
O trato anterior decussa duas vezes no total 
Explica a direção direcionada e não direcionada 
 
 
 Trato descendentes ou vias eferentes ( 
Motoras) 
Essas fibras mototras percorrem a substância 
branca levando informações do cérebro para os 
efetores periféricos 
Chamamos de vias eferentes ou motoras o 
conjunto de axônios descendentes no SNC 
O circuito básico que promove o ato motor é 
formado pelo córtex cerebral e pelo neurônio 
motor 
As vias eferentes são responsáveis pelas 
informações referentes aos MOVIMENTOS, tanto 
para o comando dos movimentos, como 
para TODAS as informações de modulação de 
movimentos, como equilíbrio, velocidade, 
coordenação, dentre outros. 
Podem ser dividisas em dois grandes grupos: 
vias eferentes somáticas (do sistema nervoso da 
vida de relação) e vias eferentes viscerais ( do 
sistema nervoso autônomo ) 
Somaticas: controlam a atividade dos músculos 
esqueléticos, permitindo a realização de 
movimentos voluntários, regulando ainda o 
tônus e postura 
Vias eferentes do sistema nervoso autônomo: 
destinam-se ao musculo liso, musculo cardíaco, 
regulando o funcionaneto das vísceras e dos 
vasos 
Os tratos desdententes são denominados 
corticoespinal,corticobulbar, reticuloespinal etc. 
Os tratos corticoespinhal e corticobulbar formam 
o sistema piramidal,que está sob controle 
voluntario 
Os tratos restantes formam o sistema 
extrapiramidal, que está sob controle 
involuntário, na maioria das vezes. 
Vias piramidais : 
Compreende dois tratos: o tratos córticoespinhal 
e seu correspondente, no tronco encefálico, o 
trato córticonuclear 
As vias piramidais são as principais responsáveis 
pela execução dos movimentos voluntários, 
realizados através dos músculos estriados. 
Originam-se principalmente na área 4 de 
brodmann ( que é o córtex motor primário) 
Outras fibras do sistema piramidal originam-se 
nas áreas 6,3,2, e 1 
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Trato que sai do córtex e chega na medula, 
chegando no músculo 
 
 
 
 
 Trato corticoespinhal: 
Une o córtex cerebral aos neurônios motores da 
medula 
A principal região, que envia 31% dos axônios 
presentes no trato córticoespinhal, é a área 4 de 
Brodmann 
A principal função do trato corticoespinhal é 
motora somática 
Controlam tanto a musculatura axial como 
apendicular. 
Ao chegar no tronco encefálico e passar pelo 
bulbo, na altura das pirâmides bulbares, ocorre 
decussação de seus axônios, denominada 
DECUSSÃO PIRAMIDAL. 
É responsável por transmitir impulsos 
relacionados á velocidade e á agilidade dos 
movimentos voluntários 
 
 Trato corticonuclear : 
Tem o mesmo valor funcional do trato 
corticoespinhal 
Diferente principalmente pelo fato de transmitir 
impulsos aos neurônios motores do tronco 
encefálico e não aos da medula 
Responsável pela inervação dos núcleos dos 
nervos cranianos que possuem função motora, 
tanto no mesencéfalo, quanto na ponte, assim 
como no bulbo ( são 9 nervos cranianos motores) 
Outra diferença para o trato corticoespinhal: 
enquanto as fibras do trato corticoespinhal são 
fundamentalmente cruzadas, o trato 
corticulonuclear não cruzam , tendo um grande 
numero de fibras homolaterais. 
 
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Tratos descendentes: EXTRAPIRAMIDAIS 
 Vias extrapiramidais: 
Não passam pelas pirâmides bumbares: 
rebroespinhal, tectoespinhal, vestíbulos e 
retículoespinhal. 
Todas essas vias recebem fibras do córtex 
cerebral ( exceto o vestíbulo espinhal) 
A maioria é inconsciente, porém tem alguns que 
são voluntários 
Tratos reticuloespinhal ( MAIS IMPORTANTE) 
Descendente da formação reticular agindo nos 
neurônios motores que inervam o tronco e os 
músculos proximais. 
O trato reticuloespinham atua facilitando ou 
inibindo ações voluntarias e reflexivas. 
As funções do trato reticuloespinhal são variadas 
e envolvem o controle de movimentos tantos 
voluntários como automáticos, a cardo dos 
músculos PROXIMAIS dos membros, 
principalmente em locomoção e no controle 
postural. 
Ele ajuda a manter a postura inibindo os flexores 
e aumentando os impulsos para os extensores 
para que você fique em pé. 
Determina o grau adequado de contração 
desses músculos, de modo a colocar o corpo em 
uma postura básica, ou postura. 
Musculatura distal dos membros: controlada 
pelo trato córticoespinha. Aqui tem-se uma 
situação em que um trato extrapiramidal 
 
Trato vestibuloespinhal: 
Atua principalmente no EQUILIBRIO 
Ao receber informações dos canais 
semicirculantes do ouvido interno, esse trato 
ativa os músculos extensores e inibe os flexores 
Sabe-se que o controle do tônus e da postura se 
dá em grande parte a nível medular, através de 
reflexos miotáticos, os quais, são modulados por 
influências trazidas pelos tratos reticuloespinhal 
e vestibuloespinhal, agindo sobre os neurônios 
Ele esta muito relacionado com o cerebelo na 
manutenção do equilíbrio 
Importância do cerebelo: 
Órgão que regula o equilibri e a postura corporal 
no ambiente. 
Esta ligado a receptores localizados no ouvido 
interno (labirinto), que envia mensagens ao 
centro de controle do equilibro localizados no 
cerebelo. 
As principais funções do cerebelo são: 
 Os movimentos voluntários do corpo; 
 A postura; 
 A aprendizagem motora; 
 O equilíbrio; 
 Tônus muscular. 
Curiosidade: Quando acontecem lesões 
cerebelares, os seus principais sintomas são 
denominados de ipsilaterais, pois eles 
ocorrem do mesmo lado em que houve a lesão. 
As lesões na região denominada de vérmis 
apresentam sinais e sintomas no tronco. Já as 
lesões ocorridas nos hemisférios manifestam-
se nos membros. 
 
Ana Clara Paiva – Semestre 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
ORDEM DO EXAME: 
1. Anamnese 
2. Exame Físico 
3. Diagnóstico 
 
 
DIAGNÓSTICO 
a. Topográfico: Verificar a localização do 
problema 
b. Etiológico: Verificara causa da lesão (se é 
compressiva, neoplásica, congênita, vascular 
etc) 
c. Nosológico: Nome da doença em si. 
 
 
ANAMNESE 
 
IDENTIFICAÇÃO 
a. Idade: 
 Criança: mais comum infecções e 
epilepsia 
 Jovem adulto: mais comum doenças 
desminielizantes 
 Idoso: mais comum doenças vasculares e 
neoplásicas. 
 
b. Profissão: 
 Importante pois são comuns os casos de 
doenças neurológicas devido a 
exposição de agentes tóxicos 
dependendo da profissão. 
 
c. Escolaridade: 
 Importante para reconhecer síndromes 
demenciais 
 
d. Dominância: 
 Dominância cerebral / mão de 
preferência 
 Observamos a força muscular, 
linguagem etc. 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
 Deve ser feita em ordem cronológica 
 Os dados negativos são tão importantes 
quanto os positivos 
 Obter informação dos acompanhantes é 
importante. A vezes o paciente pode ter o 
nível intelectual reduzido, podem ser 
crianças, o nível de consciência pode estar 
rebaixado, paciente pode ter crises 
convulsivas (paciente durante as crises não 
sabe o que está acontecendo pois está 
inconsciente, apenas o acompanhante ou 
quem viu a crise pode descrever para o 
médico). 
 
INSTALAÇÃO 
A instalação é o tempo demorado para o 
problema/doença se instalar e causar sintomas. 
 Minutos (instalação superaguda): Problemas 
vasculares 
 Horas: hematomas ou meningites 
 Dias: Encefalites ou abcessos 
 Semanas: Tumores, hematoma subdural etc 
 Meses: doenças degenerativas 
 
EVOLUÇÃO 
Evolução é o tempo demorado para a 
doença/problema evoluir 
 Tumor cerebral: Evolui progressivamente 
 Doença desminielizante: Progressiva (mais 
progressiva que o tumor cerebral) 
 Doenças vasculares: Instalação súbita e 
após período variável há ou não a 
recuperação do paciente. 
 Esclerose Múltipla: é uma doença em Surto-
remissão (Onde o paciente tem fases de 
surtos e fases amenas, porém durante todas 
as fases amenas há uma soma das sequelas 
 
dos surtos anteriores, diferente da crise, a 
crise tem a fase de crise e a fase de 
melhora, onde não há sequelas das crises 
anteriores). 
 
 
2 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
 Epilepsia e Migrância (enxaqueca): Em 
crises, intervalos com períodos variáveis e 
paciente sem sequelas entre as crises. 
 
QUEIXAS MAIS COMUNS 
 Perda de consciência/ desmaio: Epilepsia, 
lipotimia, síncope 
 Cefaleia: Migrância, causas tensionais, 
Hipertensão intracraniana, tumores ou 
aneurismas 
 Convulsões: Epilepsias, intoxicação 
exógena, hipoglicemia 
 Ambliopia: Tumor cerebral, hipertensão 
intracraniana, neurite óptica, esclerose 
múltipla, amaurose. 
 Diplopia: Lesão nos nervos oculomotores 
 
❖ PSEUDO-ANEURISMA: é o aneurisma 
secundário a alguma outra doença, por 
exemplo o aneurisma advindo de uma 
hipertensão arterial ou craniana. 
 
❖ ANEURISMA VERDADEIRO: É o aneurisma 
que acomete uma pessoa que já nasceu com 
uma má formação na parede do vaso e 
desenvolve um aneurisma no decorrer da vida. 
 
 Os aneurismas não doem, são assintomáticos e 
silenciosos, só causam dor após seu rompimento, 
que se não tratado rapidamente podeser letal. 
 
 
ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS 
 Pré-natal: Infecções, toxemia gravídica, uso 
de drogas na gravidez, tentativas de 
aborto, internações. 
 Condições de nascimento: Idade 
gestacional, parto normal ou cesariano, se 
houve cianose ou icterícia, UTI, crescimento, 
desenvolvimento neuropsicomotor, vida 
escolar. 
 Vacinação: Importante saber se o cartão de 
vacina da criança está completo, e é 
importante saber se o paciente tomou 
alguma vacina recentemente a consulta, 
pois algumas vacinas podem desencadear 
síndromes desmilienizantes, síndrome de 
Guillain Barre (polineuropatia periférica, 
inflamatória, aguda e autoimune), etc. 
 
 
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS 
 É importante saber se o paciente já fez 
cirurgias gástricas pois falta de nutrientes 
pode levar a polineuropatias periféricas, 
rebaixamento de consciência etc (por conta 
da deficiência de b12) 
 Importante saber se o paciente teve alguma 
doença inflamatória intestinal (por conta da 
deficiência de vitamina B12 também). 
 O déficit vitamínico leva a demência, paciente 
não consegue andar, fica eufórico etc. 
 Doenças do tecido conjuntivo, que leva a 
vasculite e a vasculite levar a um AVC 
 Passado de TCE, meningite, epilepsia 
 Intoxicações medicamentosas ou outras 
substâncias 
 Passado de neoplasias 
 Fatores de risco vasculares (diabetes, 
hipertensão, arritmias, infarto agudo do 
miocárdio) 
 Medicações em uso (alterações sensoriais, 
tremores, convulsões) 
 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
 Verificar se na família do paciente há fator de 
risco vascular, doenças vasculares cerebrais; 
 Epilepsias, migrâneas, transtorno de movimento 
(tremores) 
 Alzheimer 
 Doenças heredodegenerativas 
(cosanguinidade) 
 Uso de anticoncepcional: doenças vasculares ou 
migrâneas 
 Abortos 
 
 
 
3 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
 
EXAME FÍSICO 
AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL 
 Doenças que afetam o estado mental podem 
ser trauma crânio encefálico TCE, intoxicações, 
neoplasias, histeria, coreia, doença de 
Huntington etc 
 É feito geralmente durante a anamnese 
 Avaliam a atitude e o comportamento 
 Podem ser feitos testes para a avaliação da 
capacidade intelectual 
 Testes para a memória, percepção ou raciocínio 
 
 
A avaliação do estado mental é feita em 
partes: 
 
1) Estado emocional 
 O paciente pode estar desembaraçado, 
tímido, indiferente, triste, alegre, ansioso, 
amedrontado, desconfiado, agressivo, irônico 
etc. 
2) Consciência 
 Observar a percepção do paciente com o 
mundo exterior e com ele mesmo, estado de 
vigília ou plena consciência, obnubilação 
 Parâmetros da consciência que ajudam a 
identificar: 
✓ Percepção: 
Perguntas simples, informações 
corriqueiras e a movimentação do 
paciente 
✓ Reação/reatividade e deglutição: 
Perguntar ao paciente como está 
comendo, se engasga com muita 
frequência, se tem alguma 
dificuldade de engolir, observar 
se é um paciente reativo, se tem 
reatividade a dor etc. 
✓ Reflexos: 
Observar se o paciente tem algum 
reflexo tendinoso, vestibular, da 
tosse, cutâneo, pupilar etc. 
 
 
Classificação de coma: 
 Grau 1: paciente leve e vigil 
 Grau 2: coma médio 
 Grau 3: coma profundo 
 Grau 4: Depassé (morte cerebral) 
Essa classificação não é muito usada, foi-se 
estudada um outro tipo de avaliação de consciência 
que é a escala de coma de Glasgow. 
 
3) Atenção: 
 É a capacidade do paciente se concentrar em 
uma atividade durante um certo tempo. 
 Se o paciente não consegue focar durante a 
consulta é sinal de que a atenção está 
prejudicada 
 
4) Orientação: 
 Capacidade de se orientar no tempo, espaço 
e em si mesmo (orientação alopsíquica e 
autopsíquica). O paciente que não sabe onde 
está, data, ou quem é quer dizer que está 
 
 
4 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
desorientado alopsiquicamente e 
autopsiquicamente. 
 Acontece na esquizofrenia, despersonalização 
(quando o paciente não reconhece ele mesmo, 
se sente outra pessoa) 
 
5) Pensamento: 
 É uma função complexa, para o individuo ter o 
pensamento organizado e realístico precisa de 
ter várias funções preservadas como a 
consciência, orientação, memoria, inteligência, 
atenção orientada. 
 Um paciente esquizofrênico, por exemplo, tem 
um pensamento fantástico. Um paciente 
desatento ou com retardo mental grave, muitas 
vezes também tem um pensamento fantástico. 
 
6) Memória: 
 Nesse caso faz-se perguntas simples, observa 
se ele sabe contar a história da doença 
certinho, se ele sabe relacionar os temas, se 
lembra coisas do passado etc. 
 Memória remota: é a memória mais antiga 
 Memória recente: são memórias recentes e 
atuais. 
 Hipermnésia: Quando um paciente com algum 
problema de memória, por exemplo, com 
Alzheimer, pega memórias remotas e 
transferem para o momento atual como se 
essas coisas estivessem acontecendo agora, 
com muita repetição. 
 Tipos de amnesia: 
✓ Lacunar: o paciente perde a memória 
de um período restrito, pode 
acontecer com traumas físicos ou 
psíquicos. 
✓ Imediata 
✓ Remota 
✓ De evocação 
✓ De fixação 
 
7) Percepção: 
 capacidade de dar sentido para os 
fatos que acontecem ao redor 
 acontece muito em pacientes com 
doenças degenerativas. 
 
8) Vontade 
 É a disposição em fazer algo 
 Acontece na depressão, esquizofrenia, 
negativismo, ecolalia, automatismo ao 
comando, ecopraxia (quando o paciente 
não consegue repetir alguma ação que o 
médico pede ORALMENTE, mas quando o 
médico demonstra a ação o paciente 
consegue repetir) etc. 
 
9) Inteligência: 
 A neurologia não faz exame de QI, quem faz 
esse tipo de exame é o neuropsicólogo. Porém, 
no dia a dia, podemos durante a anamnese ter 
alguma noção sobre a inteligência do paciente 
de acordo com a idade. Porém para ter algum 
dado definido, precisa-se solicitar ao 
neuropsicólogo. 
 
MEEM (MINI EXAME DO 
ESTADO MENTAL) 
 É um formulário pronto para a análise do 
estado mental. 
 Esse formulário só é indicado para pacientes 
idosos que perderam a cognição (demência) 
 Nos outros casos não é aplicado esse teste e sim 
o exame do estado mental normal. 
 27-30 = normal 
26-21= leve 
20-10= moderado 
< ou = 9 = declínio grave 
 O grau de normalidade também depende da 
escolaridade do indivíduo. 
 A pontuação está na frente das questões 
 Não se deve corrigir o paciente, pois ele fica 
constrangido. 
 Informar ao acompanhante que ele não pode 
ajudar ou dar dicas durante o teste. 
 A parte inicial é sobre orientação, depois sobre 
memória imediata (é aquela que usamos 
imediatamente, como por exemplo, quando 
alguém te fala o número de alguém e você 
anota, após isso não lembra mais o número de 
cor), nessa parte o médico fala 3 objetos que 
NÃO estão no campo de visão do paciente, e 
 
 
5 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
mais tarde no teste pedir pra ele repetir os 
objetos. Deixar claro para o paciente que ele 
precisa LEMBRAR dessas palavras. 
 Os cálculos do teste não podem ser substituídos, 
devem ser usados os mesmos. Para pacientes 
que não sabem fazer conta mas sabem ler, 
pede-se para soletrarem uma palavra de 5 
letras (ex:mundo) de frente para trás e de trás 
para frente. 
 Na parte de linguagem, primeiramente pedir 
para o paciente nomear dois objetos que estão 
no campo de visão. 
 O paciente, ainda na parte de linguagem, 
pede pra ele fazer um ato motor, assim como 
pede no teste, isso testa a cognição, se ele 
obedece ao que foi pedido, testa o 
automatismo ao comando. 
 É importante escrever no papel uma ação 
qualquer simples (como “feche os olhos”) e 
explicar que ele deve obedecer a essa ordem 
(ele pode ler em voz alta, tanto faz), isso testa 
a ecopraxia do paciente. 
 A repetição do desenho ao final, não necessitade um desenho perfeito, só se deve considerar 
a quantidade de vértices e lados corretos e que 
os desenhos estejam entrelaçados. Não importa 
se estiver virada, tremula etc. Após isso soma-
se os dados e tem-se o resultado. 
 
LINGUAGEM 
Principais alterações da fala 
Disfonias: A linguagem falada é produzida pela 
passagem de ar no aparelho fonador, uma disfonia 
é a alteração dessa produção do som/timbre. 
Essa disfonia percebe-se como uma voz 
anasalada, rouca, metálica etc. 
• Disfonia primária ou causada por afecções do 
instrumento vocal: Obstrução nasal, doenças 
inflamatórias no aparelho fonador e via 
respiratória alta, gripe, etc. 
• Disfonia secundária ou causada por 
problemas neurológicos: pode ser do sistema 
nervoso central ou periférico. Ex: um paciente 
que ficou muito tempo internado com intubação 
orotraqueal com ventilação mecânica, por ele 
ficar muito tempo com o tubo comprimindo o 
nervo glossofaríngeo, após a extubação a voz 
dele sofrerá algumas alterações, se comprimir 
os dois nervos o paciente fica afônico. 
• Afasias: E um distúrbio na 
compreensão/percepção ou na expressão da 
fala, acontece SOMENTE POR LESÃO NO SNC, 
lesão nas áreas de linguagem. 
o Afasias de expressão (motora ou de 
brocá): Paciente tem uma lesão na área de 
broca (cortical, frontal e fica no hemisfério 
cerebral dominante) o individuo não 
consegue evocar a resposta correta, fica 
com um vocabulário comprometido e 
limitado, o vocabulário da língua materna 
adquirido durante a vida é perdido pela 
lesão na área de Brocá. Ele entende o que é 
perguntado, mas não consegue evocar a 
resposta. Quando a afasia motora é parcial, 
é observado que o paciente substitui muito 
as palavras. A limitação é a mesma na 
escrita 
o Afasias de percepção (compreensão, 
sensitiva ou de wernicke [que fica na área 
temporal]): O paciente não entende o que é 
falado. AS palavras são ouvidas, mas ele 
não entende, como se fosse um idioma 
diferente, porém o paciente consegue falar, 
mas não dá respostas corretas (não fazem 
sentido) pois não entende o que está 
perguntando. A leitura e a escrita também 
são comprometidas. 
o Afasia aminéstica ou nominal (é um tipo de 
afasia motora, porém é leve): O paciente 
sabe tudo o que é o objeto mostrado, pra 
que serve, porém não se lembra o nome. 
 
 
 
Distúrbios da articulação 
 O som produzido passa pelo aparelho 
ressoador (que da o timbre do som), e depois 
para ter algum sentido há a articulação, que 
articulamos e damos sentidos ao som, com isso 
 
 
6 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
formamos os fonemas, silabas, palavras frases. 
Sem esse aparelho articulador (mandíbula, 
dentes, língua, lábios etc.) não tem como se 
comunicar, apenas gemer, fazer sons aleatórios 
e gritos. 
 Dislalia: lesões no aparelho articulador, por 
exemplo: pessoa sem dente, lesões na boca. 
 Dislalia fisiológica de evolução: Criança na 
aquisição da fala, não tem o aparelho 
articulador tão maduro, portanto alguns 
fonemas e frases eles tem dificuldade de falar. 
 Disartria: Problemas no aparelho articulador 
causado por lesão neurológica. Ex: paralisia de 
BELL. Nessa doença o paciente fica com o andar 
inferior da face paralisado, ele consegue falar, 
porém os lábios estão paralisados, portanto 
não articula corretamente. 
Disrritmolalias 
alterações no ritmo da fala 
 Taquilalia: pessoas que falam muito rápido, 
porém ela é compreendida 
 Clutter: o paciente fala muito rápido porem não 
consegue falar as palavras corretamente, ficam 
incompletas. 
 Tanto a taquilalia quanto o clutter são tratáveis 
com fonoaudiólogos. 
 Gagueira fisiológica de evolução: crianças 
pequenas podem apresentar uma gagueira 
pois o pensamento é mais rápido do que a 
maturidade da fala, portanto ela quer falar 
muito rápido, mas como não amadureceu 
completamente o aparelho pode causar a 
gagueira fisiológica. Pode mostrar uma certa 
ansiedade da criança. 
 Gagueira: Quando o paciente repete várias 
vezes uma sílaba, prolonga silabas, interrompe 
o som bruscamente, apresenta movimentos 
involuntários na face e no corpo, pode 
introduzir sons estranhos na fala. Geralmente é 
componente familiar, mais comum em homens, 
fatores de ansiedade e problemas familiares 
as vezes estão por trás da gagueira. Caso o 
problema seja emocional, tratamento com a 
família e o paciente é necessário, com 
fonoaudiologia e medicamentos. A gagueira 
mostra que o paciente não conseguiu adquirir a 
automatização da fala, a fala é automática e 
acontece sincronizada com a respiração. As 
pessoas com gagueira têm uma dificuldade 
nessa sincronização com a respiração e 
automatização. 
 
Distúrbios de linguagem escrita: 
 Dislexia: Crianças com dificuldade de 
diferenciar letras que tem grafias e sons 
parecidos. O tratamento é simples, com técnicas 
especificas pra quem sofre desse problema, a 
criança consegue se desenvolver normalmente. 
O problema é que o acesso no SUS é 
dificultado, as crianças que chegam no 
fonoaudiólogo já têm uma certa idade, já 
passou por bullying etc. 
 Disgrafia: Escrita irregular e ilegível, essa 
disgrafia é adquirida, muito comum em 
pacientes com demência. Quando o paciente 
tem uma escrita normal e começa a sofrer de 
disgrafia. 
 
 Os distúrbios da fala são avaliados durante a 
anamnese, mas poderão ser feitos testes mais 
direcionados para avaliar a fala e a linguagem. 
 Os testes devem ser feitos em pacientes 
com a audição preservada e em estado 
mental bom 
 É importante saber a escolaridade do 
paciente para saber sobre o vocabulário 
do paciente e até mesmo o vocabulário a 
ser usado pelo médico 
 Primeira cosia a se avaliar é a 
compreensão, dando ordens ao paciente 
(ex: levante os braços, abra a boca, mexa 
os pés etc.), pode-se usar cartões também, 
com figuras, cores, símbolos. Com esses 
cartões pede ao paciente para apontar o 
cartão que tem tal coisa. (isso vê a afasia 
sensitiva) 
 Para verificar a afasia motora 
(expressão), vemos como o paciente se 
expressa oralmente, contando a história 
 
 
7 Anamnese Neurológica 
ANAMNESE NEUROLÓGICA | Rafaella Perissê XXXIV 
da doença, para observar a fluência da 
fala. 
 
 
 
XXXIV 
Exame físico neurológico 
 
 
Pares cranianos 
PRIMEIRO PAR CRANIANO: OLFATÓRIO 
 
• O primeiro par craniano é o olfatório 
• Nessa avaliação vamos averiguar o olfato do paciente 
• Primeiro, pergunta se o paciente sente cheiro 
normalmente, se há alguma mudança etc. 
• Serão dadas duas substâncias diferentes para o paciente 
cheirar e dizer o que ele acha que é, se é um perfume, 
pó de café etc 
• É importante não pedir para o paciente inspirar fundo 
e sim respirar normalmente 
 
SEGUNDO PAR CRANIANO: ÓPTICO 
• O segundo par craniano é o óptico 
• Avalia a acuidade visual e a campimetria 
• Na acuidade visual será pedido para o paciente ler algo 
de perto e ler algo de longe. Caso o paciente não saiba 
ler, podem e ser usados imagens ou símbolos. 
• A campimetria vai avaliar a visão periférica do paciente. 
Será colocado um objeto a mais ou menos 40cm de 
distância do paciente, pedir pra ele focar o olhar em 
outro objeto que esteja na sua frente. Após isso deve-
se mexer o objeto horizontalmente e pedir para o 
paciente dizer em qual momento não vê mais o objeto. 
É feito tanto horizontalmente quanto verticalmente. 
 
TERCEIRO PAR CRANIANO: OCULOMOTOR 
• O exame do terceiro par craniano não é examinado 
sozinho. Junto com ele se examina o QUARTO PAR 
(troclear) e o SEXTO PAR (abducente) 
• Ele é responsável por elevar as pálpebras 
• Oculomotricidade EXTRÍNSECA: 
o Será colocado um objeto a cerca de 40cm de 
distância do rosto do paciente, será pedido 
para o paciente manter a cabeça reta e mexer 
APENAS os olhos, seguindo o objeto. 
o O objeto deve ser movimentado 
horizontalmente, verticalmente e 
obliquamentepara os dois lados. 
o Na movimentação vertical, ao movimentar o 
objeto para baixo, é importante segurar 
levemente as pálpebras do paciente para que 
você consiga ver o movimento do olho 
o Nesse momento avalia-se também se há 
nistagmo no paciente ao olhar extremo. 
o Pode haver o nistagmo fisiológico (que é um 
tremor que para muito rápido) e o patológico 
(tremor persistente com outros sinais 
associados). 
o Ambos os nistagmos devem ser descritos no 
exame físico. 
• Oculomotricidade INTRÍNSECA 
o Avalia os reflexos fotomotor (direto) e o 
consensual (indireto) 
o No reflexo fotomotor você avalia o mesmo 
olho que direciona a luz e no consensual você 
vai direcionar a luz para um dos olhos e avaliar 
o outro olho 
o O exame é feito com uma lanterna, pede-se 
para o paciente fechar um pouco os olhos e 
caso o ambiente esteja muito claro, é 
interessante apagar ou diminuir as luzes. 
o Passar rapidamente a lanterna sobre o olho 
aberto do paciente e verificar se a pupila se 
contrai corretamente. 
o A via aferente do fotomotor direto é o 
segundo par craniano (óptico) direito e a 
eferente é o terceiro par craniano 
(oculomotor) direito. 
o A via aferente do reflexo consensual é o 
segundo par craniano esquerdo e a eferente é 
o terceiro par craniano esquerdo. 
 
QUINTO PAR CRANIANO: TRIGÊMEO 
• O nervo trigêmeo contém o ramo frontal, o maxilar e 
o mandibular. 
• É um nervo misto, é tanto sensitivo quanto motor. 
• Na avaliação motora é pedido para o paciente abrir a 
boca e mexer a mandíbula para os lados, assim 
verifica-se se não há nenhum problema na transmissão 
motora do nervo trigêmeo para a mandíbula. 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 2 
 
• Na avaliação sensitiva é passado um algodão no rosto 
do paciente, comparando os lados e pedindo sempre 
para o paciente informar se sente e se é igual dos dois 
lados. As áreas são pré-determinadas, e são 
exatamente as áreas que os nervos sensitivos inervam, 
as áreas estão demonstradas em vermelho: 
 
 
• Reflexo córneo-palpebral: Nesse reflexo é 
avaliado a sensibilidade da córnea do paciente. Será 
pedido para o paciente olhar fixamente para o lado 
extremo (sem movimentar a cabeça, somente os 
olhos) e é colocado a pontinha do algodão 
levemente na córnea. O reflexo é o paciente 
piscar pelo incômodo. A via aferente desse reflexo 
é o quinto par craniano (TRIGEMEO) e a via 
eferente é o nervo facial (SÉTIMO PAR). O nervo 
facial é responsável por fechar as pálpebras 
 
SÉTIMO PAR CRANIANO: FACIAL 
• O nervo facial é responsável pela mímica da face, 
ele é tanto sensitivo quanto motor. 
• Para avaliar a parte motora, pede-se para o 
paciente fazer caretas, bicos, franzir a testa, fechar 
os olhos com força e encher a boca de ar. 
• A parte sensitiva do nervo facial inerva os dois 
terços anteriores da língua, para avalia-los, coloca-
se uma solução de glicose em um algodão e coloca 
na língua do paciente, perguntando se o paciente 
sente o gosto. 
 
OITAVO PAR CRANIANO: VESTÍBULO 
COCLEAR 
• Na parte vestibular verifica o equilíbrio, quando 
é avaliada a marcha do paciente, o teste de romber 
e o nistagmo. Os testes são feitos anteriormente, 
mas são descritos NESSA PARTE. 
• O nistagmo patológico pode ser algum problema 
no aparelho vestibular 
• Na parte coclear verifica-se a audição do 
paciente, onde pergunta se ele escuta bem e 
igualmente dos dois ouvidos, faz-se fricção das 
poupas digitais próximo ao ouvido e pergunta se 
escuta e se é igual dos dois ouvidos. 
• Nesse momento também são feitos os testes de 
Weber e de Rinne. 
 
TESTE DE WEBER 
• No teste de weber é usado o diapasão. 
• Primeiro, bata o diapasão para vibrar e depois 
coloque na linha média do crânio ou no topo da 
testa. 
• É importante avisar ao paciente que ele vai sentir 
uma vibração, para não se assustar. 
• O normal é quando o paciente sente a vibração 
simétrica dos dois lados da cabeça. 
• Um paciente com perda auditiva condutiva 
(condução óssea) unilateral deve ouvir o 
diapasão com mais intensidade no lado da orelha 
afetada. Isto acontece porque o problema de 
condução mascara o barulho do ambiente da 
sala, ao passo que a orelha interna que funciona 
bem recebe o som através dos ossos do crânio, 
gerando a percepção do som se torna mais 
intenso do que o da orelha não-afetada. 
• Um paciente com uma perda auditiva 
neurossensorial unilateral (condução aérea) 
escutaria o som mais intensamente na orelha 
não-afetada, porque a orelha afetada é menos 
efetiva em absorver o som mesmo que ele seja 
transmitido diretamente por condução para 
o ouvido interno. 
• Exemplo de descrição: Prova de Weber 
simétrica. 
• O teste de Weber é útil para indivíduos que 
possuam a audição diferente entre os dois 
ouvidos. Ele não pode confirmar uma audição 
normal porque não mede a sensibilidade ao som 
de uma maneira quantitativa. Os defeitos de 
audição que afetam ambas as orelhas igualmente, 
como na prebicusia, por exemplo, irão produzir 
um resultado aparentemente normal 
TESTE DE RINNE 
• Coloca-se o diapasão no mastoide do crânio, e pede 
para o paciente avisar quando parar de sentir a 
vibração (condução óssea do som) 
• Quando ele avisar, colocar a parte vibratória do 
diapasão próxima do ouvido e perguntar se o paciente 
escuta a vibração (condução aérea do som) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perda_auditiva_condutiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orelha_interna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_interno
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Prebicusia&action=edit&redlink=1
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 3 
 
• Quando o paciente sente a vibração, mas não escuta, 
significa que o problema está na condução aérea do 
som. 
• Quando o paciente não sente a vibração direito mas 
escuta o som, significa que o problema está na 
condução óssea do som 
 
 
NONO E DÉCIMO PAR CRANIANO: 
GLOSSOFARÍNGEO E VAGO 
• O nono par craniano é examinado junto com o 10ª 
PAR (nervo vago). 
• O glossofaríngeo é do tipo misto, sensitivo e 
motor. 
• A parte sensitiva do glossofaríngeo é 
responsável pela percepção gustativa no terço 
posterior da língua, percepções sensoriais da 
faringe, laringe e palato 
• É observado rouquidão ou disfonia caso haja 
alguma lesão nesse nervo 
• É importante observar a deglutição, perguntar 
se o paciente costuma se engasgar com 
facilidade, regurgitar, presença de disfagia etc. 
• O décimo par craniano é misto também, é 
responsável pelas Percepções sensoriais da 
orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. 
Inervação das vísceras torácicas e abdominais. 
• Nessa parte é testado o reflexo nauseoso, 
onde se coloca um palito na base da língua e 
observado se ele tem o reflexo de vômito 
• e é testado o reflexo do véu, sinal que 
demonstra lesão no nono e no decimo pares 
cranianos é o SINAL DA CORTINA. Quando 
pede para o paciente abrir a boca e falar A e 
há uma assimetria no levantamento do palato 
mole, um lado sobe e o outro fica abaixado. 
Exemplo: 
 
DÉCIMO PRIMEIRO PAR CRANIANO: 
ACESSÓRIO 
• O décimo par é puramente motor 
• Responsável pela rotação da cabeça e 
elevação do ombro, inervação dos músculos 
esternocleidomastóideo e trapézio. 
• Pede para o paciente levantar os ombros 
sozinho e depois usando uma força contrária 
para observar a inervação do trapézio. 
• Pedir para o paciente olhar para o lado 
juntamente com o movimento da cabeça e 
depois usamos uma força contrária para 
observar a força do esternocleidomastóideo. 
• Tem que observar se o paciente consegue 
fazer o movimento sem força contrária e com 
força contrária. Esses testes observam o grau 
da força do paciente, que será visto mais a 
frente. 
 
DÉCIMO SEGUNDO PAR CRANIANO: 
HIPOGLOSSO 
• Responsável pela força e motricidade da língua 
• Ele é puramente motor também 
• Esse par craniano é examinado pedindo para 
o paciente abrir a boca e mexer a língua para 
todos os lados e para fora.• Depois, deve ser testada a força da língua, 
pedindo para o paciente colocar a língua na 
bochecha e o médico coloca a o dedo na 
bochecha onde está a língua e colocando 
força, pedindo para o paciente fazer força 
contrária com a língua. 
 
 
 
 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 4 
 
Motricidade 
• O exame da motricidade avalia o trofismo, tônus e 
força 
• O trofismo é volume muscular, é examinado 
olhando os músculos do paciente, se há alguma 
trofia. A musculatura tem que estar exposta, olhar 
os membros superiores e inferiores de frente e de 
costas, olhar o tronco posterior e anterior. 
Observar se há uma hipertrofia (aumentado) ou 
uma hipotrofia (diminuído). Tem que pedir para o 
paciente despir tomando todos os cuidados para 
não constranger o paciente. Pessoas em coma, por 
exemplo, há uma trofia por falta de uso a 
musculatura dela fica trofiada e pode ser revertida 
com fisioterapia. Outro tipo de atrofia é a atrofia 
por desnervação, é bem mais severa do que a por 
falta de uso. Pois se há uma desnervação, não há 
nem tônus, não tem estímulo no repouso. Isso 
causa uma atrofia severa e rápida. 
• O tônus muscular é uma contração ao repouso, 
é o estado de contração das fibras musculares ao 
repouso. No exame deve-se apalpar a musculatura 
ao repouso, primeiro palpa-se os grandes grupos 
musculares: braço, antebraço, panturrilha, perna. 
Deve-se observar se há uma hipotonia (flacidez 
exagerada) ou uma hipertonia 
o Patologicamente, a hipotonia com fraqueza 
pode ser uma lesão no segundo neurônio 
motor, pois o primeiro controla o 
segundo, só que como o segundo está 
danificado, a sinapse chega até ele mas não 
é propagada para os músculos. Pode ser 
causado por um trauma na coluna (altura 
medular) ou por uma lesão no nervo radial, 
que causa hipotonia na mão, por exemplo. 
o Uma lesão no primeiro neurônio motor 
tem fraqueza também, porém o tônus está 
aumentado, pois perdeu-se a modulação 
do segundo (o primeiro neurônio controla 
as sinapses do segundo neurônio. Se o 
primeiro não controla, o segundo manda 
sinapses sem parar). Pode ser causado por 
um AVC. 
o O primeiro neurônio motor está 
localizado no sistema nervoso central, o 
segundo neurônio está no sistema nervoso 
periférico. 
• O reflexo com a lesão do segundo neurônio 
motor está diminuído, quando a lesão é no 
primeiro neurônio os reflexos ficam aumentados. 
 
 
GRADAÇÃO DA FORÇA 
 
Grau 5 Movimento e força oposta normais 
 
Grau 4 Realiza o movimento, porém a força 
oposta não está normal 
Grau 3 Realiza o movimento, mas não há força 
oposta 
Grau 2 Não consegue fazer o movimento contra a 
gravidade, só faz se tirar a gravidade (deitar 
o paciente por exemplo). Não há força 
Grau 1 Não há movimento, porém há um esboço 
do movimento, é observado a tentativa de 
movimentar. Não há força 
Grau 0 Ausência de movimento e força, paralisia. 
 
 
O exame para avaliação da força, é feito com o paciente 
sentado ou deitado no leito. O exame é feito 
começando das partes mais distais para as proximais e 
dos membros inferiores para os superiores, de 
segmento para segmento (avalia os dois pés, depois as 
duas pernas, e por aí vai) 
1. Pedir para o paciente levantar o pé, avalia o 
movimento, e depois avalia a força fazendo uma 
força contrária 
2. Sobe para a perna, pede pro paciente chutar 
para avaliar o movimento, depois avalia a força 
fazendo uma força contraria. Fazer isso tanto 
na extensão quanto na flexão da perna 
3. Fazer a mesma coisa com a coxa, apenas 
extensão, e depois fazendo força contrária. 
4. Passar para os membros superiores, fazer com 
as mãos na flexão e extensão 
5. Fazer com os braços também na flexão e 
extensão, avaliar o movimento e a força com 
uma força contrária 
 
 
 
 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 5 
 
 
 
Reflexos 
 
• Reflexos profundos e sensitivos 
• As vias aferentes são sensitivas e as vias eferentes 
são motoras. 
• Os reflexos profundos estimulam a sensibilidade 
profunda, que volta com uma força (contração da 
musculatura). São estruturas abaixo da pele, não 
são visíveis. 
• Reflexo superficial estimula a pele 
 
REFLEXOS PROFUNDOS 
• Reflexo patelar: estimula ao tendão patelar 
• O paciente tem que estar com a região exposta 
1. Primeiro deve-se palpar a patela do 
paciente e usar o martelinho embaixo da 
patela. 
2. O paciente deve estar relaxado, com a 
musculatura relaxada para não ter 
alterações no exame. 
3. Caso o paciente esteja alterando o exame, 
é interessante distraí-lo com outra ação, 
como por exemplo pedir pra ele apertar as 
mãos enquanto você faz o exame. 
 
 
• Reflexo Aquileu: estimula o tendão de Aquiles 
1. Com o paciente sentado, o médico abaixa 
para ficar na altura do tendão de aquiles do 
paciente. 
2. Segura o pé do paciente pelas laterais e faz-
se uma flexão dorsal 
3. Enquanto segura o pé, bate o martelinho na 
região do tendão. O reflexo do paciente é 
em flexão plantar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 6 
 
 
REFLEXO SUPERFICIAL 
• O Reflexo superficial é avaliado pela pele do paciente 
• O reflexo se chama CUTANEO ABDOMINAL e é 
feito no abdômen, bilateralmente e em três níveis 
diferentes: nível médio (umbigo) nível superior (dois 
cm acima do umbigo) e nível inferior (2cm abaixo do 
umbigo). 
1. O paciente deve estar deitado, com os braços 
ao lado do corpo e a musculatura relaxada 
2. O cabo do martelo deve ser passado nessas 
regiões 
 
 
• O reflexo CUTÂNEO PLANTAR é feito na região 
plantar do pé, lateralmente, do calcanhar até o halux, 
sem passar na região central onde o pé não toca o 
chão. 
1. O movimento tem que ser lento 
2. A resposta normal desse reflexo é a 
flexão dos dedos do pé. 
3. A extensão dos dedos é PATOLÓGICO, 
significa uma resposta anormal ao reflexo, 
pode ser uma lesão central de primeiro 
neurônio motor 
4. O sinal do reflexo de extensão dos dedos 
é chamado de SINAL DE BABINSKI 
 
 
Sensibilidade 
• Existe a sensibilidade profunda e a sensibilidade 
superficial. 
SENSIBILIDADE 
SUPERFICIAL 
• A sensibilidade superficial é dividia em tátil, 
dolorosa e térmica. 
1. Na sensibilidade superficial TÁTIL, utiliza-
se um algodão, uma gaze, toalha de papel etc. 
2. O paciente tem que estar deitado e com os 
olhos fechados 
3. Passe o algodão levemente no peito do pé, 
contornando-o sem passar na região plantar, 
do calcanhar até o hálux. Deve-se repetir 
nos dois pés e perguntar se o paciente sente 
da mesma forma. 
4. Repete o procedimento nas pernas, na coxa, 
mãos, antebraços, braços e abdomem. 
5. Pede para o paciente deitar em decúbito 
ventral e repetir o procedimento 
• A sensibilidade dolorosa pode ser feita com um 
abaixador de língua quebrado no meio, usando as 
pontinhas para avaliar a sensibilidade. Irá passar as 
pontinhas em batidinhas, em todas as mesmas 
regiões que foi feito o exame da sensibilidade tática. 
Com o paciente de olhos fechados e sempre 
comparando um lado com o outro. 
• A sensibilidade térmica avalia se o paciente 
consegue perceber as diferenças de temperatura. 
1. Pode usar líquidos, um quente e um frio 
2. O mais prático é usar dois objetos, um de 
plástico e um de metal (por exemplo) que 
causam uma sensação de temperaturas 
diferentes. 
3. Perguntar ao paciente bem diretamente qual 
o mais frio (ou o mais quente) se é o 
primeiro objeto ou o segundo. Evitar mudar 
a pergunta. Ex: “me fala qual é o mais frio, o 
primeiro ou o segundo” 
4. Colocar em todos os segmentos do corpo 
dos exames anteriores, com o paciente de 
olhos fechados. 
 
 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 7 
 
SENSIBILIDADE 
PROFUNDA 
• A sensibilidade profunda avalia a noção do paciente de 
sobre a localização dos segmentos do corpo sem olhar, 
se o paciente consegue diferenciar se sua perna está 
dobrada ou não, se a mão está com os dedos abertos ou 
não etc. 
•É importante sempre mostrar para o paciente quais são 
as opções de posição e só depois pedir para ele fechar 
os olhos. 
• Nos membros inferiores você vai extender e flexionar 
ascendentemente, nessa ordem: halux, pé, perna e coxa. 
• Nos membros superiores: dedo médio, punho, cotovelo 
e ombro 
• Tem que tomar cuidado para não encostar os 
segmentos do paciente na maca ou em objetos que 
ajudem ele a especificar a posição do membro 
• Se o paciente sabe especificar a posição do hálux dos 
dois lados, por exemplo, não precisa fazer todo o 
procedimento até chegar na perna. Se ele consegue das 
partes distais ele consegue das partes proximais 
também. 
• Sensibilidade vibratória: 
1. O diapasão é estimulado e colocado em regiões 
sólidas, pé estabelecidas: 
a. Articulação do halux 
b. Maléolo lateral e medial (da tíbia e da 
fíbula) 
c. Crista ilíaca 
d. Articulação do dedo médio 
e. Processo estiloide da ulna 
f. Olecrano 
g. Último arco costal 
h. clavícula 
2. É importante fazer comparando os dois lados, o 
teste da vibração é feito apenas ventralmente. 
3. Descrição: noção segmentar do corpo preservada 
 
 
COORDENAÇÃO 
 
• O exame de coordenação é o ultimo exame, pois a 
coordenação é avaliada ao longo do exame físico, o 
que é feito nessa parte é o que faltou de avaliação 
da coordenação. 
• Está diretamente ligada as ataxias (vestibular, 
cerebelar e tabética) 
• O paciente que tem ataxia tabética, caminha 
batendo o é com muita força no chão pois ele 
perdeu a noção do corpo no espaço, perdeu a 
sensibilidade PROFUNDA. 
• O paciente que tem a ataxia cerebelar não 
consegue fazer a prova de ROMBER, pois não 
consegue ficar na posição de teste, o paciente tem 
base alargada, se apoia no móvel que está do lado 
etc. 
• O equiloibrio dinâmico é avaliado na marcha 
• O equilíbrio estático é avaliado no teste de romber 
• O nistagmo é avaliado na oculomotricidade, por 
lesão de 8º par. 
 
Índex- nariz 
• O teste do index nariz é feito com o paciente 
sentado na maca, e pede pro paciente, com o braço 
aberto, tocar o nariz com o index 
consecutivamente e acelerando, de olhos abertos e 
fechados. 
• Esse exame ajuda muito na ataxia cerebelar e na 
tabética. 
• no paciente cerebelar, tanto faz o olho dele aberto 
ou fechado, não há piora; se ele errou com o olho 
aberto, ao fechar ele vai errar da mesma forma e 
sem uma piora aparente. O paciente também tem 
uma decompisção do movimento, com algumas 
paradas em alguns momentos, no final do 
movimento pode haver um tremor. 
• O paciente tabético, com os olhos abertos ele pode 
aceitar o alvo e com os olhos fechados ele erra. Se 
a doença já estiver avançada, ele pode errar de 
olhos abertos também mas ao fechar os olhos o 
erro piora muito. 
 
 
 
 
RAFAELLA PERISSÊ XXXIV 8 
 
Calcanhar- joelho 
• Nesse exame pede-se para o paciente encostar 
o calcanhar no joelho da perna oposta e repetir 
o movimento. 
• Deve ser feito testando as duas pernas 
• Nesse exame não precisa fechar os olhos 
 
Diadococinesia 
• Diadococinesia é a capacidade do paciente 
fazer movimentos contrários rápidos e 
repetitivos 
• Quando o paciente tem lesão da diadoco 
cinesia é chamado DIS. Diadococinesia. 
• Nos membros inferiores, é pedido para o 
paciente bater o calcanhar no colchão da maca 
repoetidamente e rapidamente 
• Nos membros superiores é pedido para o 
paciente bater a mão na perna com a palma e 
o dorso rapidamente e alternadamente (em 
pronação e supinação) 
• O paciente cerebelar não consegue fazer os 
movimentos, é visível a DIS. Diadococinesia. 
• O paciente com Parkinson não consegue fazer 
os movimentos, são lentos e descoordenados, 
PORÉM tem outros problemas, e não 
problemas no cerebelo. 
 
 
 
@RESUMYNDOMED 
Reflexos Neurológicos 
Trata-se de uma resposta do organismo a 
um estimulo de qualquer natureza. A 
reação pode ser motora ou secretora, 
dependendo da modalidade do estimulo e 
do órgão estimulado. 
 
Reflexos exteroceptivos 
ou superficiais 
O estimulo é feito na pele ou na mucosa 
externa, por meio de um estilete rombo. 
Reflexo cutâneo-plantar 
Paciente em decúbito dorsal, com os MMII 
estendidos, o examinador estimula 
superficialmente a região plantar, próximo à 
borda lateral e no sentido póstero-anterior, 
fazendo um leve semicírculo na parte mais 
anterior. 
 Resposta normal: flexão dos dedos. 
 Resposta anormal: SINAL DE 
BABINSKI (extensão do hálux, os 
demais podem não apresentar 
abertura em forma de leque); esse 
sinal indica lesão da via piramidal 
ou corticoespinal. 
 
 
 
Reflexo cutâneo-abdominal 
Paciente em decúbito dorsal, com a 
parede abdominal em completo 
relaxamento, o examinador estimula o 
abdome no sentido da linha mediana em 
três níveis: superior, médio e inferior. 
 Resposta normal: contração dos 
músculos abdominais que determina um 
leve deslocamento da cicatriz umbilical 
para o lado estimulado. 
 Resposta anormal: abolidos (lesão da 
via piramidal, obesidade, pessoas 
idosas, multíparas). 
 
Reflexo cremastérico 
Se estimula com uma espátula a raiz interna 
da coxa e observa-se a elevação do 
testículo. 
 
@RESUMYNDOMED 
 
Reflexos Proprioceptivos, 
Profundos, Musculares Ou 
Miotáticos 
O estimulo é feito pela percussão - com o 
martelo de reflexos – do tendão do musculo 
que será examinado. Os reflexos podem 
estar: normais, abolidos, vivos ou exaltados, 
as alterações podem ser simétricas ou não. 
 Arreflexia ou Hiporreflexia: lesões que 
interrompem o arco reflexo: 
o Poliomielite, polineuropatia 
periférica, miopatia. 
 Hiper-reflexia: lesões da via piramidal: 
o AVE, neoplasia, traumatismo. 
São investigados os reflexos aquileu, 
patelar, flexor dos dedos, supinador, 
pronador, bicipital e tricipital. 
 
Reflexo aquileu 
 
Reflexo patelar 
 
Reflexo flexor dos dedos 
 
@RESUMYNDOMED 
Reflexo supinador 
 
Reflexo pronador 
 
 
REFLEXO BICIPITAL 
 
 
REFLEXO TRICIPITAL 
 
 
 
Sensibilidade 
 Os estímulos que atuam sobre os órgãos 
receptores da superfície corporal ou na 
profundidade do corpo, são 
conduzidos por sistemas especiais até o 
sistema nervoso central. 
 O estudo semiológico da sensibilidade, 
diz respeito aos receptores, às vias 
condutoras e aos centros localizados 
no encéfalo. 
 O exame da sensibilidade tem por 
objetivo identificar a existência de 
áreas de redução, abolição, perversão 
ou aumento da sensibilidade. 
 
 
@RESUMYNDOMED 
Sensibilidade superficial 
 Tátil  utiliza-se um pedaço de 
algodão ou pincel macio, os quais são 
roçados de leve em várias partes do 
corpo. 
 Térmica requer 2 tubos de ensaio, um 
com agua gelada e outro com agua 
quente, com os quais, se tocam em 
diferentes pontos do corpo, alternando-
se os tubos. 
 Dolorosa  pesquisada com estilete 
rombo, capaz de provocar dor sem ferir 
o paciente. 
 
 
 
 
 
Sensibilidade profunda 
 Sensibilidade vibratória (PALESTESIA): 
pesquisada com diapasão, colocando-o 
em saliências ósseas. 
 
 Sensibilidade à pressão (BARESTESIA): 
mediante a compressão digital ou 
manual de qualquer parte do corpo, 
especialmente de massas musculares. 
 Sensibilidade Cinético-Postural ou 
Artrocinética (BATIESTESIA): descola-se 
suavemente qualquer segmento do 
corpo em varias direções. Em dado 
momento, fixa-se o segmento em uma 
determinada posição, que deverá ser 
reconhecida pelo paciente. 
 
 Sensibilidade dolorosa profunda: 
avaliada mediante compressão moderada 
de massas musculares e tendões, o que 
normalmente não desperta dor. Se o 
paciente acusar dor, é sinal de que há 
neurites e miosites. 
 
 Iniciar em luva e em bota 
 Olhos do paciente fechados 
 “enganar o paciente” – perguntar se 
sentiu algo se sentiu algo sem tocar 
com o algodão. 
NERVOS CRANIANOS
NERVO O QUE FAZ COMO TESTA
I - Olfatório Responsável pela olfação Pedindo pro pacienteidentificar odores.
II - Óptico Responsável pela visão Testa a acuidade visual, cada olho é
avaliado individualmente.
III – Oculomotor Responsável pela motricidade
do olho
Testa a motilidade ocular, testa os
componentes da musculatura extrínseca.
IV - Troclear Exclusivamente motor Avaliado junto com o oculomotor.
V - Trigêmeo
É um nervo misto, avalia a
sensibilidade da face e
mastigação
Divide em 3 partes, avalia a função
motora: verifica-se os músculos da
mastigação, sensação de dor, tato e
temperatura e reflexos corneano e
mandibular.
VI - Abducente Exclusivamente motor Testa a acuidade visual, junto com o II e
IV.
VII - Facial Testa a motricidade dos
músculos da expressão facial
Observação da face do paciente, procura a
assimetria das fissuras palpebrais e das
pregas nasolabiais, pede pro paciente
contrair os músculos faciais.
VIII -
Vestibulococlear
Dividido em componente
vestibular e componente
coclear
É realizado uma audiometria com
diapasão, teste de Weber → coloca o
diapasão no vértice do crânio, teste de
Rinne → diapasão em vibração é
encontrada do mastoide.
IX - Glossofaríngeo
Responsável pela sensibilidade
geral doo terço posterior da
língua, faringe úvula, tonsila e
tuba auditiva
É o mesmo exame que se testa no nervo
X, avalia a função motora e reflexo do
vomito solicita que o paciente diga “ah”
com a boca aberta, avaliando o
movimento do palato.
X - Vago Da origem ao nervo laríngeo
É o mesmo exame que se testa no nervo
IX, avalia a função motora e reflexo do
vomito solicita que o paciente diga “ah”
com a boca aberta, avaliando o
movimento do palato
XI - Acessório
Responsável pelo movimento
de rotação da cabeça e elevação
dos ombros
Pede-se pro paciente girar a cabeça contra
a resistência imposta pela mão do
examinador, pede pro paciente levantar os
ombros contra a resistência do
examinador.
XII - Hipoglosso Responsável pela motricidade
da língua.
Pede pro paciente exteriorizar a língua,
verificando-se se há atrofia, fasciculações
e fraqueza.
Isabela Baghin Aranda – UAM TXII
EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO
CONTENTS
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Exame do pescoço e da coluna ........................... 5
3. Avaliação da marcha ................................................ 8
4. Exame da motricidade ...........................................10
5. Provas cerebelares ..................................................18
6. Reflexos .......................................................................23
7. Sensibilidade .............................................................32
8. Nível de consciência ...............................................37
9. Exame dos nervos cranianos ..............................39
10. Exame da Linguagem .........................................59
Referências Bibliograficas .........................................62
3EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO
1. INTRODUÇÃO
Antes de falarmos sobre o exame 
neurológico propriamente dito, é ne-
cessário que façamos algumas ob-
servações que são úteis não só para 
a compreensão da semiologia do sis-
tema nervoso, mas para a prática clí-
nica neurológica, tendo como base a 
anatomia e a fisiologia desse sistema.
Inicialmente, temos que a presença 
de um sintoma não indica qual re-
gião do cérebro está envolvida, dado 
o fato que as vias eferentes serem 
muito longas. E justamente o fato de 
haver a possibilidade de diferentes 
topografias para determinado déficit 
neurológico impacta no cuidado do 
paciente.
É importante termos em mente que 
a complexidade da semiologia neu-
rológica tem como um dos seus fato-
res as dificuldades dos pacientes em 
descrever o que sentem. A fim de fa-
cilitar o raciocínio clínico, organiza-se 
um padrão de três etapas:
• Diagnóstico sindrômico: conjunto 
de sinais e sintomas apresentados 
pelo paciente.
• Diagnóstico topográfico: local da 
lesão causadora do sintoma do 
paciente.
• Diagnóstico etiológico: qual a cau-
sa da lesão (vascular, inflamatória, 
degenerativa etc.).
A história clínica do paciente permi-
te: identificar a queixa principal, bem 
como estabelecer possíveis regiões 
anatômicas envolvidas; averiguar es-
truturas anatômicas afetadas ou pre-
servadas; e identificar o modo de ins-
talação do sintoma.
Justamente por toda essa complexi-
dade, as manobras são fundamen-
tais para checar a hipótese diag-
nóstica. Do mesmo modo como nos 
demais sistemas, o exame físico per-
mite confirmar os dados de história 
e exame físico, inclusive os achados 
sintomáticos.
Vamos a um exemplo:
Caso clínico: Sr. João, 68 anos, natural 
e procedente de SP, casado, dá entra-
da no pronto-socorro com queixa de 
fraqueza no lado direito do corpo há 
12 horas. Conta que foi dormir bem e 
acordou assim, sem conseguir cami-
nhar. Refere ainda dormência do lado 
direito do corpo e fala enrolada. Nega 
outros sintomas. Antecedentes pes-
soais: hipertensão arterial há 20 anos 
em tratamento irregular, diabetes em 
uso de metformina 2 comprimidos 
de 500 mg por dia, infarto agudo do 
miocárdio há 5 anos.
Nesse caso, temos:
Sintoma guia: fraqueza, acompanha-
da por uma queixa sensitiva e fala 
enrolada.
A queixa motora e sensitiva ocorrendo 
do mesmo lado sugere a ocorrência 
4EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO
de uma lesão em uma região na qual 
os tratos motores e sensitivos andam 
muito próximos.
A apresentação súbita dos sintomas 
sugere etiologia vascular.
Continuando...
Ao realizar o exame físico neurológico 
do Sr. João você observa:
Seu João está acordado e orientado 
no tempo e espaço. Informa correta-
mente onde está, em que dia esta-
mos e em que ano estamos. Sr. João 
obedece a comandos, lê, compreen-
de, escreve, repete e nomeia objetos. 
Observamos que a alteração da fala 
é uma dificuldade na articulação das 
palavras.
Graduamos a força conforme a esca-
la disponível no material de referência 
de exame físico Seu João não conse-
gue ficar de pé ou caminhar.
FMG3 MSD (força muscular grau 3 
membro/superior direito);
FMG3 MID (força muscular grau 3 
membro inferior direito);
FMG5 MSE (força muscular grau 5 
membro superior esquerdo);
FMG5 MIE (força muscular grau 5 
membro inferior esquerdo).
Reflexos profundos (bicipital, tricipital, 
patelar e aquileu) exaltados à direita e 
normoativos à esquerda.
Reflexo cutâneo plantar em extensão 
à direita;
Sensibilidade tátil abolida à direita e 
preservada à esquerda;
Provas cerebelares não puderam ser 
executadas à direita devido à paresia 
apresentada pelo paciente.
Provas cerebelares normais à 
esquerda;
Movimentação ocular extrínseca 
(MOE) normal, reflexos fotomotor e 
consensual normais.
Desvio da rima para esquerda;
Língua centrada, úvula centrada.
Manobras de rigidez de nuca 
ausentes.
Observa-se correspondência das 
queixas do paciente com os dados de 
história e exame físico.
Identifica-se fraqueza com sinais de 
lesão no neurônio motor superior, 
dada a presença de reflexos exalta-
dos e Babinski.
Diagnóstico sindrômico: síndrome pi-
ramidal deficitária, caracterizada por 
fraqueza, reflexos exaltados, disartria 
e cutâneo plantar em extensão;
• Síndrome sensitiva, caracterizada 
por hipoestesia direita.
• Os sintomas do paciente indicam 
lesão da cápsula interna esquer-
da, sendo que uma lesão corti-
cal condizente com os sintomas 
do paciente deveria afetar os lo-
bos frontal e parietal, o que leva-
ria a um rebaixamento do nível de 
consciência.
5EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO
• O paciente apresenta uma dificul-
dade na articulação da fala deno-
minada disartria.
• Descarta-se a possibilidade de 
lesão do tronco cerebral porque 
não há envolvimento de nervos 
cranianos
Diagnóstico topográfico: cápsula 
interna.
Exemplos de diagnóstico sindrômico: 
síndrome de baixa acuidade visual, 
caracterizada por redução da acui-
dade visual no olho direito; síndrome 
dos nervos cranianos, caracterizada 
por paralisia do sexto nervo crania-
no; síndrome dos nervos cranianos, 
caracterizada por paralisia do tercei-
ro nervo craniano; síndrome cerebe-

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