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Carolina Marques “OBESIDADE INFANTIL” · A obesidade é representada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos. · Um dos maiores problemas de saúde pública mundial, com enorme impacto na saúde das populações, devido a sua evolução para doenças crônicas degenerativas não transmissíveis, como diabetes melIitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares. · Nos últimos anos, houve um aumento global da prevalência de sobrepeso e obesidade entre as crianças e adolescentes. · A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou em 2016 que 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão classificadas com sobrepeso ou obesas. · ETIOLOGIA DA OBESIDADE • A sua etiologia é multifatorial com interação entre fatores genéticos, metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais e as mudanças no estilo de vida. • Transição nutricional é um processo de modificações sequenciais no padrão de nutrição e de consumo, que acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas no perfil de saúde das populações. • E nesse novo perfil, a urbanização determinou mudanças nos padrões de comportamento alimentar que, juntamente com a redução da atividade física, vem desempenhando importante papel. • O aumento da prevalência da obesidade no Brasil é relevante e proporcionalmente mais elevado nas famílias de baixa renda. · FATORES ENVOLVIDOS NA OBESIDADE INFANTIL · AVALIAÇÃO DA CRIANÇA • Anamnese • Dados nutrológicos (anamnese alimentar) • Exame físico (peso, altura, IMC, circunferência abdominal) é possível identificar critérios para o diagnóstico da obesidade. · ANAMNESE • História da obesidade – idade de início, • Relação com fatores desencadeantes. • Tentativas anteriores de tratamento e percepção da família sobre o problema. • Antecedentes pessoais – alto ou baixo peso ao nascer, • Ganho de peso acentuado no primeiro ano de vida. • Uso de medicamentos (anti-histamínicos, corticosteroides e imunossupressores, psicotrópicos, entre outros). • Antecedentes familiares – dados relacionados à obesidade e doença cardiovascular precoce. • Considera-se risco cardiovascular familiar se houver, em pais, avós, tios e tias, história de doença cardiovascular antes dos 55 anos nos homens e dos 65 anos nas mulheres. • Também devem ser incluídas informações sobre hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e tabagismo. • Antecedentes alimentares – tempo de aleitamento materno (cada período de 3,7 meses no tempo total de aleitamento materno reduz em 6% o risco de desenvolvimento de obesidade); • introdução da alimentação complementar e seus aspectos quantitativos e qualitativos. • Hábitos alimentares – esses dados são obtidos com base em informações sobre o dia alimentar habitual e/ou pelo recordatório de 24 horas, além da frequência de consumo dos alimentos com maior densidade energética. • Deve-se investigar também a dinâmica da refeição: onde é realizada, se ocorre com ou sem a presença de pais e irmãos, em que ambiente, horários, intervalos, o tempo gasto, se ocorre repetição, se há ingestão concomitante de líquidos, como é a mastigação. • Comportamento e estilo de vida – comportamento com familiares e colegas da escola, rendimento escolar. • Investigar a presença de ansiedade, depressão e compulsão alimentar. • Pesquisar como a criança ou o adolescente vai para a escola, a periodicidade e a duração das atividades físicas curriculares e extracurriculares realizadas por eles, o tempo gasto com televisão, videogames e computador e quais são as brincadeiras e atividades que eles preferem. • Investigar bullying. · EXAME FÍSICO • Apesar de se tratar de procedimentos simples, as medidas antropométricas devem ser realizadas cuidadosamente, seguindo-se uma padronização. • As medidas antropométricas mais utilizadas na faixa etária pediátrica são o peso, a estatura (altura/ comprimento) e a circunferência abdominal. · PESO X IDADE · IMC · IMC X IDADE · CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL · AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL • Pressão arterial sistêmica – deve ser aferida em todas as consultas, utilizando- -se manguitos apropriados . • Cerca de 30% das crianças e dos adolescentes obesos são hipertensos. · SÍNDROME METABÓLICA • A obesidade é definida como excesso de gordura corporal e não somente excesso de peso. • O excesso da gordura corporal está associado a um conjunto de alterações que caracterizam a síndrome metabólica como dislipidemia, hipertensão arterial, hiperinsulinemia e aumento do risco cardiovascular. • Associação entre obesidade e síndrome metabólica é ainda mais forte quando há excesso de adiposidade abdominal. · CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA • Todas as crianças com sobrepeso e obesidade devem ser submetidas a uma avaliação da função hepática, do perfil lipídico e a uma ultrassonografia hepática para investigação de DGFNA. EXAMES COMPLEMENTARES: • USG FIGADO • LIPIDOGRAMA • PERFIL GLICÊMICO • PERFIL HEPÁTICO · BASE DO TRATAMENTO DA OBESIDADE INFANTIL · Prevenção da Obesidade • A atividade física está entre as principais medidas preventivas e é muito importante que a recomendação faça parte da prescrição médica. • A atividade física regular está associada a um aumento na expectativa de vida e menor risco de desenvolvimento de doença cardiovascular, além de produzir benefícios físicos, psicológicos e sociais. • Uma criança sedentária muito provavelmente se tornará um adulto sedentário. • Recomendado que todas as crianças, incluindo as que não têm boa coordenação motora, sejam estimuladas a praticar exercícios prazerosos e adaptados à faixa etária, objetivando a participação e a inclusão, e não a competitividade. • Dessa forma, a atividade física deve ser incorporada à vida do indivíduo desde a infância, tornando-se um hábito e uma rotina salutar. • Boa qualidade de sono contribui para a memória, imunidade, crescimento e também na manutenção do peso. • As crianças e os adolescentes que dormem menos do que o recomendado para a idade têm risco aumentado de ganho de peso em 1 ano. • A formação dos hábitos alimentares se inicia desde a gestação, época em que a variedade de ingestão dos alimentos pela gestante expõe o feto a moléculas palatáveis provenientes dos alimentos, que ficam em suspensão no líquido amniótico, permitindo ao feto a associação da sensação desses paladares à segurança e ao prazer inerente da vida intrauterina • Na idade de introdução alimentar, algumas práticas simples adotadas pelos cuidadores facilitam sobremaneira a formação de bons hábitos alimentares pela criança. • A apresentação de todos os grupos alimentares desde a primeira papa contribui para o reconhecimento das notas dos diversos paladares pela criança. • Na idade de introdução alimentar, algumas práticas simples adotadas pelos cuidadores facilitam sobremaneira a formação de bons hábitos alimentares pela criança. • A apresentação de todos os grupos alimentares desde a primeira papa contribui para o reconhecimento das notas dos diversos paladares pela criança. • Quando a introdução alimentar é realizada sem adição de condimentos hiperpalatáveis, como sódio, açúcar e gordura saturada, permite-se à criança que perceba com mais naturalidade os outros diversos paladares, atingindo a sua saciedade com alimentos saudáveis e diminuindo o risco de formação de um hábito alimentar obesogênico.
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