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Análise do filme Pantera Negras com base nas contrinuições de Kurt Lewin

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
CLICIA SILVA SILVEIRA 
DÉBORA APARECIDA DA SOLEDADE 
 
 
 
 
 
Análise do filme “Panteras Negras” com base nas contribuições de Kurt Lewin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA, 
2021 
ANÁLISE DO FILME “PANTERAS NEGRAS” COM BASE NAS CONTRIBUIÇÕES DE 
KURT LEWIN 
Clicia Silva Silveira 
Débora Aparecida da Soledade 
Centro Universitário Alves Faria 
 
Introdução 
A Psicologia Social a partir de 1920 no cenário americano passou a se preocupar com o 
meio social mais adequado que favoreceria o processo de socialização do indivíduo perante a 
sociedade. Usando esta linha de pensamento Mac Dougall na obra “The group mind” deixou 
claro o objetivo primordial da psicologia social, analisar a influência do grupo sobre o sujeito. 
(Mailhiot, 1998) 
 Influenciados pelas teorias propostas por Freud os psicanalistas dedicavam-se a fazer 
experiências controladas com o individuo em relação aos grupos, no entanto logo esses 
resultados são postos a provas pois surge uma ciência denominada antropologia cultural, 
formada por sociólogos, psicólogos sociais e clínicos que buscam demonstrar o relativismo das 
culturas, deixando os resultados dos experimentos psicanalíticos inválidos pois os mesmos 
mostravam-se precipitados. 
Os psicanalistas e antropologistas cultural que eram influenciadores nos meios 
acadêmicos defendiam as pesquisas nos sentidos reducionistas e anexiomicista. Defensores de 
doutrinas Freudianas elaboravam tratados da psicologia social onde eram levados em 
consideração apenas as dimensões inconscientes da conduta tida como social, enquanto 
psicólogos sociais buscavam hipóteses antropológicas em busca de entender a conduta social 
como resultado de fatores coercitivos. (Mailhiot, 1998, p. 22) 
Desde que decide seguir pela psicologia social Kurt Lewin rompe com os antepassados 
ao estabelecer novos objetivos para a psicologia social, através de suas pesquisas ele contribui 
para a explicação da dinâmica de fenômenos grupais onde ele busca analisar as estruturas do 
grupo. Para Kurt Lewin um grupo é composto por mais que apenas seus membros, ele é formado 
por objetivos, relações e estrutura própria daquele grupo. Segundo Mailhiot G.B. (1998), Lewin 
buscava estimular que seus colegas psicólogos e sociólogos optem por modificar os 
experimentos psicológicos demonstrando a possibilidade de estudar a relação de 
interdependência entre o grupo e individuo de forma harmoniosa através de novos conceitos. 
Os conceitos novos para Lewin serviriam tanto para ilustrar hipóteses reais quanto para elaborar 
generalizações científicas. 
Responsável por observar as consequências dos padrões de grupos sobre a atitude dos 
indivíduos, Lewin acreditava que se mudasse a atitudes dos indivíduos componentes do grupo 
haveria uma mudança no padrão geral de comportamento de todos, ele fixa dois objetivos para 
sua pesquisa dos fenômenos sociais: providenciar uma análise sobre determinada situação 
social e elaborar os mecanismos que mantém o grupo vivo. Vistos como objetivos que se 
complementam, o pesquisador segundo Lewin deve firmar sua pesquisa a partir de uma situação 
social real que pretende a partir de sua pesquisa modificar, ele propões também que a partir da 
concepção proposta por Karl Jaspers na qual o pesquisador não pode observar os fenômenos 
sociais apenas do exterior ou laboratório, portanto o pesquisador deve imergir pessoalmente 
nos fenômenos sociais do grupo respeitando os processos evolutivos e modificando a dinâmica 
daquele grupo apenas quando lhe for conferido consentimento dos membros formadores 
daquele grupo que está sendo alvo de sua experiência. (Mailhiot, 1998) 
Segundo Mailhiot G. B. (1998) Kurt Lewin resolve se dedicar aos problemas sociais 
após ir morar nos Estados Unidos, onde por ser judeu passa por diversas situações em que é 
excluído e alvo de preconceito, a partir desses fatos ocorridos consigo ele busca estudar e 
pesquisar o fenômeno pelo qual ele passou, passando a partir daí definir seu objetivo para 
pesquisa. 
As chamadas Minorias Psicológicas são elaboradas a partir de sua própria experiência 
ao fazer parte das minorias judias, onde a partir do que é entendido por ele como fenômeno de 
grupos sociais ele amplia para estudos de outros grupos minoritários. Para que um grupo seja 
visto como Maioria Psicológica quando é estruturado, possui leis, direitos e deveres que regem 
do individual ao coletivo, independente do número de membros ou localização demográfica. 
Quando um grupo depende da generosidade de outro grupo para manter sua existência, esse 
grupo dependente é denominado como Minoria Psicológica. As maiorias psicológicas formam-
se a partir do comportamento dos membros das minorias psicológicas, é a partir dessa forma de 
se portar frente aos membros dos outros grupos que eles se distinguem (Mailhiot, 1998). 
Neste trabalho buscaremos compreender o filme Panteras Negras (1995) do diretor 
Mario Van Peebles levando em consideração aspectos psicossociais vividos pelos personagens 
no longa metragem visando elucidar e exemplificar o conceito de Minorias Psicológicas 
propostas por Kurt Lewin a partir da dinâmica de grupos. 
 
Desenvolvimento 
 
1 – Kurt Lewin e as dinâmicas grupais 
De acordo com Mailhiot (1998), para falar sobre Kurt Lewin e sua contribuição à 
psicologia social, faz-se necessário entender como se consolidou essa área de estudos. A 
princípio, a psicologia social foi citada de forma negativa por Auguste Comte, que dizia que o 
social deve absorver o psíquico. De acordo com ele, apenas duas ciências eram legítimas e 
poderiam existir, eram essas a biologia (ciência da vida) e a sociologia (ciência da sociedade). 
Surge então, Émile Durkhein, com as mesmas conclusões, dizendo que a psicologia social era 
imprecisa, sem objetivos definidos e para ele, a psicologia não poderia ser senão individual. Já 
Gabriel Tarde se apresenta com uma ideia oposta do falado até então. Dizendo que a sociologia 
se não for psicologia, nada será, é ele quem cria os termos “sócio-psicologia” e “psicologia-
social”. Traz então ideias importantes para a consolidação da psicologia social, ao falar que 
quem explica o social e o coletivo é o indivíduo. Chega então Gustavo Le Bon, assimilando 
todo o fenômeno de grupo a um fenômeno hipnótico, considerando as massas envolvidas, 
dominadas e manipulada pelas elites. Mas é a partir de William MacDougall e Freud que de 
fato a psicologia social passa a se consagrar. Através de MacDougall a primeira obra 
consagrada da psicologia social é publicada e nesta obra ele define a Psicologia Individual, 
Psicologia Coletiva e Psicologia social. Freud então vem trazendo fortes estudos a respeito da 
psicologia social, sobre massa e qual o papel do líder nessas massas grupais. 
É a partir de 1936 que Kurt Lewin começa as experiências em psicologia social e suas 
pesquisas desde o começo serão esclarecedoras para elucidar a dinâmica dos fenômenos de 
grupo. Para Lewin, os psicólogos sociais deveriam recorrer à pesquisa-ação, ou seja, ele vai 
contra as pesquisas em laboratórios quando se trata de estudos sobre os fenômenos grupais, se 
faz necessário a atuação no campo em que esse grupo se insere (Mailhiot, 1998). 
Nos seus estudos sobre grupos, Lewin destaca que, para que um comportamento de 
grupo aconteça, é preciso que vários indivíduos experimentes das mesmas emoções do grupo, 
para que, quando o grau de coesão entre esses sujeitos atinja um nível mais elevado, eles passem 
a adotar o mesmo tipo de comportamento. 
Para uma boa parte dos teóricos contemporâneos, a dinâmica dos grupos tornou-se 
percebida, em grande escala, como ciência dos micro-grupos, ou seja, pequenos grupos, e 
tornou-se objeto de estudo da psicologia social a formação, crescimento e/ou desintegração 
destes micro-fenômenos (Mailhiot, 1998). 
Kurt Lewin então, irá trazera ideia e estudos a respeito de minorias grupais, em sua 
teoria Lewin aprofunda-se nas pesquisas sobre esse assunto, e de início dedica sua atenção para 
entender a psicologia do grupo étnico qual pertencia, ou seja, a psicologia das minorias judias 
e após isso passa a elabora uma psicologia dos grupos minoritários. 
Lewin procura clarificar as ideias a respeito dos termos maioria e minoria dentro dos 
conceitos de demografia e psicologia. A demografia utilizará minoria e maioria em sentidos 
diferentes da psicologia, dentro de uma perspectiva demográfica, minoria e maioria está ligado 
literalmente a quantidade de membros de determinado grupo, já em psicologia, um grupo é 
considerado como maioria psicológica independe do número de membros que o compõe, mas 
sim por possuir estruturas, status e direitos que o permitem se auto-determinarem um grupo 
autônomo, sendo que em uma minoria psicológica, seu destino coletivo depende estritamente 
da boa vontade do outro grupo, e conscientemente se percebem como menores (Mailhiot, 1998). 
Kurt lewin também apresentará os conceitos de minoria discriminada e minoria 
privilegiada. Para ele, toda minoria psicológica sempre será ou estará susceptível a ser uma 
minoria discriminada, justamente pelo motivo que sua sorte e seu destino estarem nas mãos do 
grupo majoritário. Ao contrário, toda maioria psicológica torna-se então um grupo privilegiado. 
Dentro do seu estudo sobre as minorias judias, Lewin diz os grupos não privilegiados têm como 
características semelhantes o fato de existirem somente por serem tolerados e que sua 
sobrevivência depende da boa vontade dos privilegiados, além disso, ele traz que, quando um 
judeu ou a massa em si, passa a exibir talentos, boas capacidades de se reerguerem, sucessos 
profissionais e um bom trabalho, provocam então ondas de anti-semitismo, aumentando os 
riscos de serem perseguidos (Mailhiot, 1998). 
Um segundo estudo de Lewin onde ele fala sobre a educação das crianças judias, ele 
trabalha com a ideia de que os pais e os educadores precisam educar, socializar o jovem judeu 
a respeito do que constitui aquele grupo, o papel dele em sociedade e sobre a dinâmica que o 
constitui que é a interdependência da sorte de seus membros. Para Lewin, a medida que um 
grupo oferece um status social para alguém, essa pessoa se sente segura e quando o grupo não 
concede nenhum status social, torna-se origem de insegurança para esse individuo. Esta 
condição relaciona-se com a dinâmica do individuo no grupo, se o mesmo irá o não se 
identificar com o seu grupo (Mailhiot, 1998). 
No terceiro estudo, Kurt Lewin irá tratar sobre os mecanismos de auto-depreciação que 
ocorrem dentro do seu próprio grupo. Ele abordará um conceito muito importe sobre o “ódio 
de si”, que ocorria dentre os judeus, sendo que para ele, esse fenômeno poderia ser individual, 
grupal ou social. Como fenômeno de grupo, o ódio de si afetaria as relações entre os diversos 
grupos ou sub-grupos judeus, ou seja, ocorre dentro do próprio grupo entre membros que 
pertencem a ele. Em esfera individual, o ódio de si se apresenta de diversas formas, quando um 
individuo culpa o grupo, por exemplo, ou quando rejeitam a si mesmos se auto punindo, ou 
quando rejeitam os costumes, a língua, o sistema de valores e a cultura em si. Para Lewin, esse 
ódio de si irá surgir a partir do momento que o individuo se percebe como incapaz de conquistar 
seu destino, suas ambições, projetos de vida, por pertencer a aquele grupo, passa a perceber 
esse grupo então como fonte de frustações. Ele conclui dizendo que esse ódio de si, é a 
expressão conflituosa criada pela situação social a qual o sujeito é forçado a viver, trata-se então 
de um fenômeno sócio-psicológico. E para não ceder ao ódio, o judeu passa a intensificar entre 
eles a busca pela causa judia (Mailhiot, 1998). 
No que concerne a origem das minorias, Lewin faz alguns apontamentos. 
Primeiramente, defende a ideia de que toda minoria psicológica tem suas dimensões sociais, 
são sociais em sua origem, em suas estruturas e na sua evolução, sua dinâmica também é social 
e sua sobrevivência só é assegurada a partir do momento em que eles tomam a consciência disto 
e o aceitam. A existência de toda minoria é possível graças à tolerância da maioria no meio em 
que se insere, onde a maioria sempre vai querer mostrar e provar as minorias seus direitos e 
privilégios, mas é nos momentos em que se sentem ameaçados pelas minorias, em momentos 
de perigo coletivo que o grupo majoritário exerce ataques às minorias, cedendo então a uma 
necessidade de descarregar sobre um bode expiatório as ondas de agressividade, essa represália 
torna-se excessiva para com as minorias sem defesa (Mailhiot, 1998). 
 Para sintetizar sobre a existência de grupos minoritários, Lewin irá apresentar os fatores 
constituintes, constituídos e constitutivos das minorias. Os constituintes estão ligados à 
estrutura e à dinâmica do grupo. Em relação às estruturas, ele traz que os grupos são constituídos 
por camadas, onde no centro estão as camadas solidificadas com os membros que aderem com 
boa vontade a tudo que envolve o grupo, como cultura, valores que os diferenciam de outros 
grupos. Outra camada é a periférica, onde encontra-se membros que com uma ambivalência 
marcante em relação ao seu grupo, são membros marginais das minorias. Essas, suportam com 
má vontade o fato de ter que vivem em um espaço à força. Em relação a dinâmica, as minorias 
demostram um equilíbrio mais ou menos estável entre dois campos de força, de um lado a força 
centrípeda, constituída pela atração e exerce sobre os membros uma influencia integrante de 
coesão, irredutíveis às culturas vizinhas, essa força gera o que Lewin chama de chauvinismo 
positivo, atitudes de lealdade com o seu grupo. Já no oposto disto, tem-se o campo de forças 
centrífugas, que exerce influência na dissociação entre os membros da minoria, isto se dá devido 
a força que a maioria exerce com os seus privilégios, gerando então o desamor ou chauvinismo 
negativo em relação a seu grupo e desejo de parecer com a maioria. Com relação ao fator 
constitutivo do grupo, Lewin considera ser o fator unificação. Onde de um lado há as camadas 
centrais, unidas e articuladas de modo orgânico, bem integradas, e do outro lado existem 
minorias mal ou não integrada, se revelando com uma unidade aparente, artificial. Quanto ao 
fato constitutivo das minorias, Lewin considera ser a interdependência da sorte de sus membros 
(Mailhiot, 1998). 
Para finalizar toda essa concepção das minorias, Lewin pensa a respeito do futuro das 
mesmas. Onde para ele, o futuro das minorias é antes de tudo, social, assim como sua origem, 
e está ligada a termos de sobrevivência. Ele apresenta dois caminhos possíveis para a 
sobrevivência desse grupo. De um lado aqueles que acreditam na emancipação do julgamento 
da maioria, onde lutam pela igualdade dos direitos e dos privilégios, e por outro lado aqueles 
que têm como objetivo a independência total e definitiva em relação a maioria, separando-se 
então totalmente dos grupos majoritários. Lewin aponta também que há aqueles que perdem 
totalmente a crença na sua sobrevivência e fazem de tudo para que a sua assimilação à maioria 
aconteça. 
2 – Análise do filme 
O objetivo desse trabalho é fazer uma análise uma do filme “Panteras Negras” de 1996 
com base na teoria de Kurt Lewin apresentada no tópico acima. Após assistir ao filme é possível 
entender de forma visível a respeito da teoria das minorias e maiorias psicológicas abordadas 
por Lewin. 
O filme conta em seu enredo a história de uma minoria psicológica, no caso, uma 
comunidade formada por afro-americanos, que vive um bairro localizado na Califórnia nos 
Estados Unidos, e sua luta contra uma maioria psicológica extremamente opressora, composta 
por brancos, de forma mais específica, políticos e autoridades que compunham aquela 
sociedade.O conceito de minoria psicológica se aplica neste caso justamente por ser um grupo 
totalmente discriminado, que sofre diversas injustiças, não conseguindo obter os mesmos 
direitos do outro grupo. Essa comunidade sofre em vários níveis a represaria da maioria, 
percebe-se um ponto importante da teoria de Lewin, quando ele fala que o fator existir e 
sobrevivência desses grupos estão totalmente dependentes da maioria que exerce o poder sobre 
eles. O filme inicia com um fator “simples”, o grupo minoritário solicita, já há um tempo, um 
semáforo em um cruzamento perigoso onde vários acidentes já ocorreram, o pedido sempre 
lhes é negado, simplesmente por não ser algo de interesse da maioria. No decorrer do filme essa 
“pequena” luta se torna algo de proporção maior. 
Ainda em relação ao que Kurt Lewin aborda sobre a existência de grupos minoritários, 
ele aponta também os fatores constituintes, constituídos e constitutivos das minorias, neste 
contexto é possível perceber a forma como a comunidade abordada no filme está estruturada. 
Vemos um grupo de pessoas que estão nas camadas solidificadas, que aceitam sua história, sua 
cultura e suas diferenças, e também há aqueles membros, da camada periférica, que vivem à 
força naquele ambiente e não aceitam positivamente, pertencer àquele grupo. Percebe-se 
também as forças exercidas na dinâmica no grupo, composta por aqueles membros que 
interligados por força centrípeta, ou seja, membros leais ao seu grupo e sua história e 
irredutíveis às culturas vizinhas, esse movimento é percebido na fala de um membro que diz “a 
maioria de nós nem gostamos de brancos, a mãe África é a única salvação”; e membros que 
sofrem os efeitos da força centrifuga, ou seja, influenciam a dissociação entre membros da 
minoria, quando percebem os privilégios dos membros da maioria, gerando o que Lewin chama 
de chauvinismo negativo e um desejo de se assimilar à maioria, movimento percebido quando 
outro membro responde à fala anterior: “Não estamos na África, aqui enfrentamos a violência 
do branco, se isso não te incomoda, por que não se manda para a África”. 
Quando se olha para a formação do grupo Panteras negras, percebe-se todo esse 
movimento estudado por Lewin. Esse grupo irá surgir dentro da comunidade oprimida com o 
objetivo de fazer surgir uma revolução antirracista no contexto em que vivem. No movimento 
do filme, percebe-se que a camada central do grupo, a princípio não vai de acordo com a 
proposta trazida pelos Panteras Negras, levando então a dissociação de membros do mesmo 
grupo. Ainda no começo do filme vemos de um lado alguém dizendo “não somos nada se não 
formos muitos” e outro do outro lado dizendo “Não vão ligar para um bando de pretos”. 
Quanto as características do grupo Panteras Negras, pode-se dizer que é um grupo 
composto, em sua maioria, por pessoas que não estão satisfeitas com o seu status atual, 
socialmente falando, não estão de acordo com as repressões que sofrem por pertenceram àquele 
grupo, estão frustrados por não possuírem os mesmo direitos e privilégios da maioria, podendo 
então observar o conceito de “ódio de si” trazido por Lewin, ou seja, um grupo levado por um 
mecanismo de auto depreciação. Com o intuito, não consciente, de se libertarem desse ódio, se 
juntam para lutar pelas suas causas, buscando então maior autonomia e satisfação de suas 
necessidades. 
Para entender a formação desse grupo, destaca-se a respeito do comportamento de 
grupos, que Lewin traz. Para ele, um comportamento de grupo ocorre quando vários indivíduos 
passam a experimentar das mesmas emoções do grupo ao nível de se comportarem do mesmo 
jeito, ele ainda diz que geralmente esses comportamentos são conduzidos por um líder em 
específico. Isto se é percebido quando, em um primeiro momento os Panteras Negras não 
possuíam muitos membros, era formado apenas por três amigos que compartilhavam do mesmo 
sentimento e ideais, mas esse grupo cresce a partir do momento que mais pessoas compartilham 
destas mesmas ideias e emoções. 
Como já citado anteriormente, Lewin fala que a existência da minoria só é possível 
graças à tolerância da maioria, e que a minoria está sujeita a ameaças quando a maioria a 
percebe como ameaça. É o que podemos analisar no filme. Em um primeiro momento, no início 
da junção dos Panteras Negras, quando ainda não possuíam muitos membros e nem eram 
percebidos pro grande parte da população branca, o grupo majoritário não estava preocupado 
com eles, dizendo que era apenas barulhentos, mas não perigosos. Porém esse cenário muda 
conforme o movimento dos Panteras Negras passa a exercer maior força tanto dentro da própria 
comunidade, como também a nível nacional. É nesse momento que os ataques mais severos 
passam a acontecer. 
É importante atentar-se para o fato de que, aquela comunidade já sofria injustiças, das 
mais simples às mais brutais, puramente por forças racistas. Por isso podemos intitulá-los como 
minorias psicológicas, pois sofriam da dependência à um grupo com maiores poderes de direitos 
e privilégios, que conscientemente se intitulavam assim. Mas é a partir do momento que essa 
maioria se sente ameaçada, que ela passa a agir de forma mais brutal, não somente contra 
aqueles que estavam à frente da luta, mas contra todos os membros que pertenciam àquele 
grupo. 
Uma ultima análise é possível ser feita, a partir das ideias de Lewin sobre o futuro das 
minorias, que está ligada à sobrevivência desses membros. Com o desenrolar da história do 
filme, percebe-se que o meio de sobrevivência que mais se sobressaiu entre os membros daquela 
comunidade, foi justamente o movimento de ir à luta pela igualdade dos direitos e privilégios 
que os brancos tinham. Essa é uma alternativa que Lewin traz em seus estudos, membros do 
grupo que acreditam na emancipação do julgamento da maioria. Além dessa alternativa, Kurt 
Lewin irá falar sobre aqueles que, para sobreviverem, buscam sua emancipação total e 
definitiva em relação a maioria, se separando integralmente desses grupos majoritários, e por 
fim, há aqueles que desacreditam da sua sobrevivência e fazem de tudo para que sua assimilação 
à maioria aconteça. 
O filme então vem mostrando aos telespectadores a respeito da luta enfrentada pelos 
membros Pantera Negra, tudo que precisaram passar para que a revolução antirracista tivesse 
inicio e um fim positivo, o grupo trabalha com as leis e de forma a educar aqueles que os ouvem. 
Um ponto muito interessante do filme é que os organizadores do movimento, ao buscar 
seus membros, não querem simplesmente um amontoado de pessoas sem propósito, ao 
chamarem novos membros eles passam a educar aquela comunidade a respeito da história a 
qual fazem parte e descrevem os motivos pelos quais estão lutando, não somente por um 
objetivo individual, mas pelo reconhecimento do grupo que fazem parte, acreditam no poder ao 
povo. 
 
 
 
Conclusão 
 Assim como proposto por Lewin o filme trouxe uma realidade de um grupo que é tido 
como minoria psicológica por um aspecto racial proposto por uma maioria psicológica. Os 
personagens retratam a violência que uma maioria psicológica pode exercer sobre a minoria 
caso se sinta ameaçada por eles. Portanto é importante ressaltar que a sobrevivências das 
minorias está ligada ao modo de sobrevivência de seus membros, como proposto por Lewin, 
observado no filme e vivenciado nos dias atuais, a luta dos membros das minorias psicológicas 
em busca da autonomia e liberdade que emancipa-os das maiorias psicológicas e os tornam 
responsáveis por suas próprias diretrizes ganhando espaço social e voz em meio a ao cenário 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
American Psychological Association. (2012). Manual de publicação da APA. (6. Ed.). Porto 
Alegre: Penso. 
 
Mailhiot, G. B. (1998). Dinâmica e gênese dos grupos. 8.ed. São Paulo: Duas Cidades

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