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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA Santos, 2018 APONTAMENTOS DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA Prof. Me. Paulo Roberto Canton Prof. Me. Luiz de França Netto SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE MASSA .............................................................. 3 1.1. DIFUSIVIDADE ................................................................................................................ 4 1.1.1. ESTIMATIVA DA DIFUSIVIDADE PARA GASES ............................................... 4 1.1.2. ESTIMATIVA DA DIFUSIVIDADE PARA LÍQUIDOS ......................................... 5 2. LEI DE FICK: DIFUSÃO DE GASES ..................................................................................... 7 2.1. LEI DE STEFAN: DIFUSÃO E CONVECÇÃO DE UM GÁS “A” EM UM GÁS “B” ESTAGNADO .......................................................................................................................... 8 3. RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR PARA SISTEMAS DE LÍQUIDOS COMPLETAMENTE MISCÍVEIS E DE COMPORTAMENTO IDEAL................................. 14 3.1. DETERMINAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES MOLARES ATRAVÉS DAS LEIS DE DALTON E DE RAOULT ..................................................................................................... 15 3.2. VOLATILIDADE RELATIVA ....................................................................................... 16 4. DESTILAÇÃO ........................................................................................................................ 21 4.1. DESTILAÇÃO DIFERENCIAL OU SIMPLES ............................................................. 21 4.2. DESTILAÇÃO DE EQUILÍBRIO OU FLASH .............................................................. 27 4.3. DESTILAÇÃO FRACIONADA ...................................................................................... 32 4.3.1. MÉTODO ANALÍTICO DE LEWIS-SOREL PARA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS (NPT) DA COLUNA ............................................. 33 4.3.2. RAZÃO DE REFLUXO ........................................................................................... 36 4.3.3. BALANÇOS MATERIAIS EM COLUNA DE FRACIONAMENTO .................... 37 4.3.4. MÉTODO GRÁFICO DE McCABE-THIELE PARA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS (NPT) DA COLUNA ............................................. 40 4.3.5. DIMENSIONAMENTO DA ALTURA E DO DIÂMETRO DE UMA COLUNA DE PRATOS COM CAMPÂNULAS PARA DESTILAÇÃO ................................................. 51 4.3.6. CÁLCULO DO CONSUMO DE UTILIDADES: VAZÕES DE ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO E VAPOR SATURADO DE AQUECIMENTO ................................. 54 REFERÊNCIAS AULA 1 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 3 TRANSFERÊNCIA DE MASSA A velocidade dos diferentes processos físicos pode ser analisada sob o ponto de vista de três tipos de transferências: de quantidade de movimento, de calor e de massa. Para cada uma, o transporte se dá devido a uma força propulsora que deve ser interpretada como a variação de uma propriedade específica entre dois pontos, sendo no sentido decrescente desta propriedade. Exemplificando, um fluido escoa do ponto de maior para o de menor pressão, assim como o calor se transmite do ponto de maior para o de menor temperatura. O foco de estudo em Transferência de Massa será os processos de difusão e convecção, bem como as operações de destilação. 1. INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE MASSA A transferência de massa é um fenômeno ocasionado pela diferença de concentração (maior para a menor) de um determinado soluto em certo meio. Exemplos: (a) ampola de gás cloro aberta à atmosfera; (b) cristal de KMnO4 colocado em contato com água. Destacam-se: (a) Transferência de massa em fase gasosa SOLUTO: espécie que se transfere; SOLVENTE ou GÁS INERTE: meio de transferência; SOLUTO + SOLVENTE: caracteriza a mistura gasosa. (b) Transferência de massa em fase líquida SOLUTO: espécie que se transfere; SOLVENTE: meio de transferência; SOLUTO + SOLVENTE: caracteriza a solução. O que promove a transferência de massa é a diferença de concentração denominada força propulsora, causando o movimento. Porém, há uma resistência do meio a esse movimento que está relacionada às interações soluto-solvente (nível molecular), que é a difusão, e soluto-solvente mais uma ação externa (nível macroscópico), que é a convecção ou advecção. Um grupo de operações para separar componentes de misturas é baseado na transferência de massa de uma fase para outra. Destacam-se as operações de: destilação, absorção, extração, cristalização e adsorção. O tratamento quantitativo da transferência de massa é baseado em balanços de massa, balanços de energia, relações de equilíbrio e equações de velocidade. Estas equações relacionam taxas de transferência de massa e AULA 1 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 4 transferência de calor. Os problemas de transporte de massa são solucionados por meio de dois métodos distintos: 1. Utilizando o conceito de estágio de equilíbrio; 2. Baseado nos processos que envolvem transferência difusional. A escolha do método depende da espécie de equipamento no qual a operação é realizada. Por exemplo, na destilação em colunas de pratos, os cálculos são desenvolvidos através de estágios de equilíbrio. Na absorção e outras operações efetuadas em colunas de enchimento, os cálculos são efetuados utilizando o conceito de difusão. 1.1. DIFUSIVIDADE A difusividade ( ), também chamada coeficiente de difusão, é uma constante de proporcionalidade entre o fluxo mássico e o gradiente de concentrações. Exemplos de determinação experimental da difusividade para gases: (a) evaporação de água mantida no interior de um tubo com ar seco parado na extremidade deste tubo. Anota-se o tempo decorrido para o nível da água no interior do tubo baixar uma certa altura; (b) contato entre misturas de gases de concentrações diferentes à pressão e temperatura constantes em recipientes unidos por um tubo dotado de válvula. Encontram-se disponíveis na literatura dados experimentais de difusividade. SISTEMA TEMPERATURA (ºC) DIFUSIVIDADE (cm 2 /s) Ar / NH3 0 0,198 Ar / H2O 0 / 42 0,220 / 0,288 Ar / CO2 3 / 44 0,142 / 0,177 Ar / H2 0 0,611 Ar / C2H5OH 25 0,135 Ar / CH4 25 0,202 1.1.1. ESTIMATIVA DA DIFUSIVIDADE PARA GASES Um método semi-empírico frequentemente utilizado que permite obter estimativas de difusividade de misturas gasosas é o proposto por Fuller et al. (1966). A equação foi obtida correlacionando muitos dados recentes e usa volumes difusionais que são somados para cada tipo de molécula gasosa. ( ) [( ) ( ) ] ( ) AULA 1 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 5 Nesta fórmula: em K, em atm, em m 2 /s e valores para (volume difusional) e (soma de volumes) encontram-se nas tabelas abaixo (adaptadas de Geankoplis, 1993). O método é válido para misturas de gases não polares ou misturas polar-não polar. ÁTOMO ÁTOMO / ESTRUTURA C 16,5 (C ) 19,5 H 1,98 (S) 17,0 O 5,48 Anel Aromático –20,2 (N)* 5,69 Anel Heterogêneo –20,2 MOLÉCULA MOLÉCULA H2 7,07 CO 8,9 D2 6,70 CO2 26,9 He 2,88 N2O 35,9 N2 17,9 NH3 14,9 O2 16,6 H2O 12,7 Ar Seco 20,1 (CC 2F2) 114,8 Ar 16,1 (SF6) 69,7 Kr 22,8 (C 2) 37,7 (Xe) 37,9 (Br2) 67,2 Ne 5,59 (SO2) 41,1 *Parênteses indicam que os valores listados são baseados em poucos dados.1.1.2. ESTIMATIVA DA DIFUSIVIDADE PARA LÍQUIDOS Para o caso de líquido, a correlação de Wilke-Chang (1955) pode ser empregada, sendo A o soluto diluído no solvente B. Para valores de (volume molar do soluto na temperatura normal de ebulição, m 3 /kmol) abaixo de 0,5m 3 /kmol: ( ) ( ) Do contrário, empregar: ( ) Nestas fórmulas: em K, em Pa s (kg/m s), em m 2 /s e valores para (volume atômico) e (volume molar) encontram-se nas tabelas da página seguinte (adaptadas de Geankoplis, 1993). O parâmetro de associação do solvente, , tem valor unitário para a maioria dos solventes (não associam). Para água e metanol assume os valores 2,6 e 1,9 respectivamente. AULA 1 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 6 ÁTOMO (m 3 /kmol) ÁTOMO / ESTRUTURA (m 3 /kmol) C 14,8 N Com dupla ligação Em aminas primárias Em aminas secundárias 15,6 10,5 12,0 H 3,7 O (exceto como abaixo) Em carbonila Em aldeídos e cetonas Em éster metílico Em éter metílico Em éster etílico Em éter etílico Em ésteres maiores Em éteres maiores Em ácidos ( –OH) Ligado a S, P ou N 7,4 7,4 7,4 9,1 9,9 9,9 9,9 11,0 11,0 12,0 8,3 F 8,7 Br 27,0 C em RCHC R’ C em RC (extremidade) 24,6 21,6 I 37,0 Anel, com 3 átomos 4 átomos 5 átomos 6 átomos –6,0 –8,5 –11,5 –15,0 S 25,6 Naftaleno –30,0 P 27,0 Antraceno –47,5 MOLÉCULA (m 3 /kmol) MOLÉCULA (m 3 /kmol) H2 14,3 CO 30,7 SO2 44,8 CO2 34,0 NO 23,6 N2O 36,4 N2 31,2 NH3 25,8 O2 25,6 H2O 12,7 Ar Seco 29,9 H2S 32,9 C 2 48,4 Br2 53,2 EXERCÍCIO 1: (GEANKOPLIS, p.397) Butanol normal (A) difunde através de ar seco (B) a 1atm absoluta. Utilizando o método de Fuller et al., estimar a difusividade de A em B ( ) a 0ºC. O valor experimental é 7,03 10 –6 m 2 /s. (Resp.: 7,71 10–6m2/s) EXERCÍCIO 2: (GEANKOPLIS, p.402) Estimar o coeficiente de difusão da acetona em água a 25ºC usando a equação de Wilke-Chang. (Resp.: 1,277 10–9m2/s) Dados: Viscosidade da água a 25ºC Valor experimental = 0,8937 10 –3 Pa s = 1,28 10 –9 m 2 /s AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 7 2. LEI DE FICK: DIFUSÃO DE GASES Seja A a espécie química gasosa que se difunde num certo meio B. Sendo válidas as seguintes hipóteses: (a) Regime permanente de transferência de massa (RP); (b) Transferência de massa unidirecional (direção z); (c) Propriedades físicas constantes: temperatura, pressão e difusividade; (d) Transferência de massa exclusivamente difusional. O fluxo de transferência de massa (mol/s m 2 ) poderá ser calculado através da lei de Fick, cuja equação diferencial é: ( ) ( ⁄ ) ̃ ̃ ( ⁄ ) Ainda nas condições supracitadas, podemos integrar a expressão considerando fluxo de massa constante do ponto genérico (1) para (2) tal que e : ∫ ∫ ( ) ( ) ( ) Lembrando-se ainda que, para gases ideais, a concentração pode ser convenientemente expressa em termos de pressão, a equação modifica-se para: ( ) ( ) AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 8 A taxa de transferência de massa (mol/s) é o produto entre o fluxo mássico e a área (m2) de transferência: ( ) 2.1. LEI DE STEFAN: DIFUSÃO E CONVECÇÃO DE UM GÁS “A” EM UM GÁS “B” ESTAGNADO A velocidade de transferência de massa de uma espécie química A em relação a um ponto estacionário, isto é, a velocidade total , é igual à soma das velocidades de transferência por difusão e convecção (ou escoamento) . O produto da velocidade de transferência pela concentração é o fluxo mássico: ( ) : fluxo total de A em relação a um ponto estacionário; : fluxo difusivo de A em relação ao movimento fluido; : fluxo convectivo de A em relação a um ponto estacionário. As parcelas da equação ( ) podem ser desmembradas: ( ) ( ) ( ) : fluxo convectivo de B em relação a um ponto estacionário; : fluxo convectivo total em relação a um ponto estacionário; : velocidade de transferência por convecção (macroscópica) ( ); : concentração total do sistema. Substituindo as equações ( ) e ( ) em ( ), resultará: AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 9 ( ) No caso particular de um sistema gasoso binário no qual B esteja estagnado, ou seja, = 0, temos: ( ) Observe que: Assim, a equação em termos de fração molar de A é: ( ) ( ) Analogamente ao que vimos anteriormente, a concentração total em função da pressão total será: E sendo aplicável a lei de Dalton: Logo: ( ) ( ) AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 10 ∫ ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) É usual ainda encontrarmos a lei de Stefan em função da média logarítmica das pressões parciais do gás parado B ( ), aplicando-se a lei de Dalton: e Substituindo este fator na equação ( ), resulta: ( ) ( ) EXERCÍCIO 3: Seja o recipiente esquematizado na figura a seguir. Para o sistema ar- água, calcular o valor do coeficiente de difusividade. (Resp.: 0,109m 2 /h) Dados do experimento: temperatura constante de 54ºC; pressão total constante de 1atm; densidade da água a 54ºC: 986,8kg/m3; pressão máxima de vapor da água a 54°C: 115,51mmHg; massa molar da água: 18kg/kmol; ar circula sobre uma substância higroscópica de forma que a concentração do vapor de água no ar é zero; ar no interior do tubo encontra-se parado; AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 11 admite-se que não haja mistura convectiva no tubo, acima do nível da água; para o nível descer de 13,0cm até 15,5cm abaixo da extremidade superiordecorrem 292 horas. (Dica: O fluxo total também pode ser calculado por ⁄ ⁄ ) EXERCÍCIO 4: Dispõe-se de dois vasos comunicantes cheios com misturas de metano e ar. A composição de um deles é 90% molar de metano, enquanto no outro é de 5% molar deste mesmo componente. A pressão é de 100kN/m 2 e a temperatura de 0ºC. A ligação entre os vasos é um tubo de 2mm de diâmetro interno e com 150mm de comprimento. Admitindo que a transferência de massa entre os tanques ocorra por meio de difusão molecular e que a difusividade do metano no ar é 1,57 10–5m2/s, a 100kN/m2 e 0ºC, calcule: (a) a taxa de transferência de metano através do tubo em regime permanente; (b) a pressão parcial do metano em um ponto equidistante das extremidades dos vasos. (Resp.: (a) 1,23 10 –8mol/s; (b) 47,5kN/m2) AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 12 EXERCÍCIO 5: (GEANKOPLIS, p.384) Uma mistura gasosa constituída de hélio e nitrogênio está contida em um tubo a 298K e 1atm de pressão total que é constante de uma extremidade a outra do tubo. Numa extremidade, a pressão parcial do hélio é 0,60atm e na outra, distante 0,2m, é 0,20atm. Calcular o fluxo de hélio em regime permanente sendo a difusividade igual a 0,687 10–4m2/s. (Resp.: 5,62 10 –3mol/s m2) EXERCÍCIO 6: O gás hidrogênio a 17ºC e pressão parcial de 0,010atm difunde através de uma membrana de neopreno vulcanizado de espessura 0,5mm. A pressão parcial do H2 do outro lado da membrana é zero. Calcular o fluxo de massa em regime permanente considerando a membrana como única resistência à difusão. (Resp.: 4,70 10 –9mol/s m2) Dados para gás hidrogênio a 17ºC: Solubilidade no neopreno = 0,051Nm3/m3 atm; Difusividade no neopreno = 1,03 10–10m2/s. (Dica: a concentração será dada por ⁄ ) EXERCÍCIO 7: Um filme de polietileno de espessura 0,15mm é usado como invólucro de um produto farmacêutico a 30ºC. Se a pressão parcial do O2 do lado de fora do filme é 0,21atm e no interior é 0,01atm, calcular o fluxo difusional do O2 em regime AULAS 2 e 3 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 13 permanente. Considerar que as resistências à difusão externa e interna ao filme são desprezíveis quando comparadas à resistência do próprio. (Resp.: 2,48 10 –7mol/s m2) Dado para gás oxigênio a 30ºC: Permeabilidade no polietileno = 4,17 10–12Nm3/s m2 (atm/m). (Dica: a permeabilidade é definida por ) AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 14 3. RELAÇÕES DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR PARA SISTEMAS DE LÍQUIDOS COMPLETAMENTE MISCÍVEIS E DE COMPORTAMENTO IDEAL Para um dado par fixo de temperatura e pressão total, dizemos que uma mistura ou substância encontra-se em equilíbrio líquido-vapor (ELV) quando a velocidade com a qual as moléculas líquidas passam para a fase vapor é igual à velocidade do processo inverso, isto é, o vapor torna-se líquido. Logo, as composições das fases líquida e vapor mantêm-se constantes. Como dito, as composições de equilíbrio estão diretamente associadas às suas respectivas temperaturas. Graficamente, podemos representar frações molares do componente mais volátil nas fases líquida ( ) e vapor ( ) em função da temperatura ( ) a pressão total ( ) constante. AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 15 A respeito deste diagrama, nota-se que: abaixo da curva dos pontos de bolha (ebulição), a mistura encontra-se no estado de líquido subresfriado (ou comprimido); sobre a curva dos pontos de bolha, a mistura encontra-se no estado de líquido saturado; acima da curva dos pontos de orvalho (condensação), a mistura encontra-se no estado de vapor superaquecido; sobre a curva dos pontos de orvalho, a mistura encontra-se no estado de vapor saturado; na região entre as duas curvas (domo), o sistema é formado por vapor e líquido saturados; um segmento de reta paralelo ao eixo das abscissas relaciona a temperatura de mudança de fase (PO ou PB) com as composições do componente mais volátil nas fases líquida ( ou ) e vapor ( ou ); a curva dos pontos de bolha fornece a fração molar do componente mais volátil na fase líquida; a curva dos pontos de orvalho fornece a fração molar do componente mais volátil na fase vapor. 3.1. DETERMINAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES MOLARES ATRAVÉS DAS LEIS DE DALTON E DE RAOULT Sejam conhecidas as pressões máximas de vapor dos componentes A e B, e , a temperatura, , e a pressão total, . Sendo aplicáveis as leis de Dalton e de Raoult, deduzimos: ( ) ( ) ( ) ( ) As equações ( ) e ( ) permitem o cálculo de e . As frações molares do componente B podem ser obtidas por diferença. AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 16 3.2. VOLATILIDADE RELATIVA Defini-se a volatilidade relativa ( ) de um líquido A em relação a outro, B, sendo A o mais volátil, através da relação: ( ) ( ) Para misturas ideais, cabe a simplificação: ( ) ( ) ( ) Para misturas binárias, sendo e temos: ( ) ( ) ( ) ( ) AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 17 ( ) ( ) A equação ( ) é a curva de equilíbrio em função da volatilidade relativa. Se for praticamente constante com a variação de temperatura, a curva será simétrica. Alguns exemplos estão no gráfico abaixo. A curva de equilíbrio é utilizada para determinação gráfica do número de estágios de equilíbrio (pratos) de uma coluna de destilação fracionada, como veremos em aulas futuras. Nestas colunas, quanto menor a pressão de operação, maior é o afastamento da curva de equilíbrio em relação à diagonal, isto é, menor será o número de pratos necessário. Do contrário, quanto maior a pressão de operação, maior o número de estágios necessário e maior o custo dos equipamentos. EXERCÍCIO 8: (GOMIDE, VOL.4, p.41) (Modificado) Necessita-se dos dados de equilíbrio vapor-líquido para misturas de pentano e butano a pressão total de 0,5atm. Admitindo aplicáveis as leis de Dalton e de Raoult, calcular e representar em diagramas apropriados: (a) as temperaturas de equilíbrio em função da fração molar do butano nas fases líquido- vapor (ver p.17); (b) as frações molares de butano na fase vapor em função das frações molares de butano na fase líquida (ver p.18); AULA 4 UNISANTA- Prof. Canton / Prof. França 18 (c) a curva da volatilidade do butano em relação ao pentano em função da fração molar de butano no líquido (ver p.19). T (ºC) PRESSÕES DE VAPOR (atm) BUTANO ( ) PENTANO ( ) –20 0,48 0,10 –10 0,73 0,16 0 1,06 0,25 10 1,50 0,38 20 2,10 0,55 T (ºC) (atm) (atm) –20 0,48 0,10 0,50 1,0 1,0 –10 0,73 0,16 0 1,06 0,25 10 1,50 0,38 0,50 0 0 20 2,10 0,55 AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 19 EXERCÍCIO 9: Utilizando o primeiro diagrama do exercício anterior: (a) determinar os pontos de bolha e de orvalho de uma mistura equimolar de butano e pentano a 0,5atm de pressão total; (Resp.: –7,5°C e 6ºC, respectivamente) (b) determinar a composição da mistura vaporizada em equilíbrio com a mistura líquida equimolar butano-pentano a 0,5atm; (Resp.: 84% molar butano e 16% molar pentano) (c) determinar a composição da primeira gota formada da mistura que condensa partindo-se de uma mistura gasosa equimolar butano-pentano a 0,5atm. (Resp.: 17% molar butano e 83% molar pentano) (d) resolva: certa mistura líquida contendo 20% molar de butano e 80% molar de pentano é pré-aquecida e introduzida em um tanque de expansão mantido a 0,5atm de pressão total e 10ºC. Qual é a fração da mistura inicial que é vaporizada no referido tanque e as composições do líquido separado e do vapor produzido em equilíbrio nas condições indicadas? (Resp.: 41% vaporiza; 11% molar butano no líquido e 33% molar butano no vapor) EXERCÍCIO 10: Com base nos resultados do exercício 8, dar a expressão matemática da curva de equilíbrio utilizando um valor médio da volatilidade relativa igual à média aritmética dos valores obtidos. (Resp.: ̅ = 4,26) AULA 4 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 20 AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 21 4. DESTILAÇÃO É uma operação de transferência de massa que visa separar os componentes de uma mistura líquida tendo em vista a diferença de volatilidade que apresentam. A transferência de massa ocorre entre uma fase líquida e outra vapor obtida através da vaporização parcial da mistura líquida. Como a fase vapor se enriquece dos componentes mais voláteis, qualquer grau de enriquecimento pode ser obtido em operação multiestágio. Os principais tipos de destilação são: 1. Destilação diferencial ou simples; 2. Destilação de equilíbrio ou flash; 3. Destilação fracionada. 4.1. DESTILAÇÃO DIFERENCIAL OU SIMPLES É também conhecida como destilação Rayleigh. Geralmente é uma operação descontínua, na qual a carga alimenta um fervedor onde os vapores produzidos são separados do líquido à medida que se formam. Sejam: carga inicial em kmol; composição da carga inicial (geralmente fração molar do componente mais volátil); carga residual em kmol; composição da carga residual (idem); temperatura de início de destilação; temperatura de término de destilação. AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 22 Num instante de operação, sejam: carga de vapor separado em kmol; composição da carga de vapor (idem); carga de líquido no fervedor em kmol; composição da carga de líquido em equilíbrio com o vapor (idem). Por se tratar de um processo descontínuo, podemos efetuar um balanço molar global diferencial no intervalo de tempo : ( ) Balanço molar parcial diferencial para o componente mais volátil: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ∫ ∫ ∫ ( ) Equação de Rayleigh Esta equação permite calcular sendo conhecidos , as especificações e e a relação de equilíbrio que une a . Se esta relação de equilíbrio estiver disponível na forma de uma expressão matemática, a integração será algébrica. Caso contrário, se estiver disponível na forma de uma tabela ou gráfico, a integração será numérica ou gráfica. Estudemos algumas simplificações da equação de Rayleigh. AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 23 (a) Relação de equilíbrio do tipo , com e constantes ∫ ∫ ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) [ ( ) ( ) ] [ ( ) ( ) ] [ ( ) ( ) ] ( ) (b) Relação de equilíbrio do tipo ( ) ⁄ , com constante ∫ ∫ ( ) ∫ [ ( ) ] ( ) ∫ ( ) ( ) ∫ ( ) ( ) ( ) ∫ ( ) ( ) ( ) ∫ ( ) ( ) ( ) ∫ [ ( ) ] ( ) ( ) ∫ ( ) ( ) [∫ ( ) ( ) ∫ ( ) ] AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 24 ∫ ∫ ( ) ( )| | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (c) Relação de equilíbrio na forma de tabela ou gráfico Faz-se a integração gráfica, isto é, a área sob a curva é numericamente igual ao valor da integral. ∫ ( ) Podemos trabalhar ainda com balanços molares ao término da destilação: ( ) Em operação empregando condensador total, toda a carga de vapor separado origina a corrente de destilado ( ). Logicamente, a composição do vapor é a mesma que a composição global do destilado ( ). AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 25 Como consequências: ( ) ( ) A fração vaporizada da carga inicialmente alimentada no fervedor é definida pela razão: ( ) E a porcentagem de recuperação do componente mais volátil da alimentação que se obtém no destilado é calculada pela fórmula: ̃ ( ) EXERCÍCIO 11: Para baixas concentrações de amoníaco em água, a relação entre as composições do vapor e do líquido em equilíbrio, expressas em frações molares de amoníaco é y = 16 x. Uma solução de composição 5mol% de amoníaco é submetida a uma destilação diferencial até que a composição no fervedor se reduza a 1mol% deamoníaco. Calcular a composição global do destilado e a porcentagem da carga inicial que é vaporizada. (Resp.: 40,33mol% amoníaco e 10,17% vaporiza) EXERCÍCIO 12: (GOMIDE, VOL.4, p.178) Uma amostra aquosa de ácido acético contendo 8mol% de ácido acético deve ser submetida a uma operação de destilação simples até que o número de moles no fervedor seja 6,25% do inicialmente colocado no aparelho. Calcular a composição do líquido residual do destilado. A relação de equilíbrio durante a operação pode ser usada sob a forma y = 0,75 x, onde x e y são respectivamente as frações molares de ácido acético no líquido e no vapor em equilíbrio. (Resp.: 16mol%) EXERCÍCIO 13: (GOMIDE, VOL.4, p. 178) Cem mol de uma solução equimolar de CS2 e CC 4 são submetidos a uma operação de destilação simples realizada a pressão total de 1atm. Determinar a composição do destilado obtido e do resíduo que fica no fervedor quando os vapores que estiverem destilando contiverem 30mol% de CS2. AULA 5 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 26 Dados de equilíbrio: CS2–CC 4 a 1atm. Tabela y, x frações molares de CS2 no vapor e no líquido respectivamente. (Resp.: 55,72mol% e 12,74mol% respectivamente) T (ºC) 76,7 0 0 74,9 0,0296 0,0823 73,1 0,0615 0,1555 70,3 0,1106 0,2660 0,3000 68,6 0,1435 0,3325 63,8 0,2585 0,4950 59,3 0,3908 0,6340 0,5000 55,3 0,5318 0,7470 52,3 0,6630 0,8290 50,4 0,7574 0,8780 48,5 0,8604 0,9320 46,3 1,0000 1,0000 AULA 6 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 27 4.2. DESTILAÇÃO DE EQUILÍBRIO OU FLASH Geralmente é uma operação contínua na qual a alimentação é pré-aquecida até a temperatura de ebulição e introduzida num tanque de expansão onde ocorre vaporização parcial do líquido, sendo o vapor produzido imediatamente separado do líquido. Sejam: vazão da alimentação em kmol/h; composição da alimentação (geralmente fração molar do componente mais volátil); vazão de vapor produzido em kmol/h; composição do vapor (idem); vazão de líquido separado em kmol/h; composição do líquido (idem) em equilíbrio com o vapor; vazão de destilado produzido em kmol/h; composição do destilado (idem); pressão de operação do tanque; temperatura de equilíbrio entre as fases líquida e vapor. Sendo um processo em regime permanente e admitindo condensador total, os balanços molares fornecem: ( ) AULA 6 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 28 A fração vaporizada é definida como sendo a razão entre as vazões de vapor/destilado produzido e de mistura alimentada, semelhante à destilação diferencial. A partir das equações de balanço, chega-se a uma equação que permite o cálculo de em função das composições das correntes de vapor/destilado, líquido e alimentação: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Analogamente à equação ( ), temos que o percentual de recuperação do componente mais volátil no destilado para destilação de equilíbrio é dado por: ̃ ( ) Se pretendermos conhecer a pressão que deve ser mantida no tanque de expansão a fim de que sejam satisfeitas as especificações processuais, devemos combinar as expressões de balanço material com a relação de equilíbrio utilizando, quando for o caso, lei de Raoult, lei de Dalton e equação dos gases perfeitos. EXERCÍCIO 14: 100kmol/h de uma mistura equimolar de CS2 e CC 4 são submetidos à uma destilação de equilíbrio até que 40% da alimentação, a pressão de 1atm, seja vaporizada. Calcular as composições do destilado produzido e do líquido separado, bem como a temperatura em que acontece a destilação. Utilizar os dados de equilíbrio do exercício 13. (Resp.: 64,5mol% e 40,5mol% respectivamente a 58,9°C) EXERCÍCIO 15: (GOMIDE, VOL.4, p.49) Uma destilação contínua de equilíbrio deve ser realizada para recuperar o componente A de uma solução aquosa que encerra 4mol% de A e 96mol% de água. Deseja-se recuperar 85% do componente A no destilado operando-se com uma unidade que consta de um pré-aquecedor da alimentação, um tanque de expansão e um condensador total. Calcular as composições e vazões do resíduo líquido e do destilado para uma alimentação de 100kmol/h. Dados de equilíbrio nestas condições: (Resp.:1,825mol%; 5,2mol%; 33,33kmol/h; 66,67kmol/h respectivamente para resíduo e destilado) mol% de A no líquido 0,5 0,8 1,2 2,0 3,0 4,5 10,0 mol% de A no vapor 1,4 2,3 3,4 5,6 8,4 12,4 18,0 AULA 6 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 29 EXERCÍCIO 16: No sistema esquematizado abaixo, dois tanques de expansão realizam a destilação de equilíbrio contínua de uma solução aquosa que encerra 4mol% de A e 96mol% de água. Sabendo-se que os condensadores são totais e que a fração da alimentação vaporizada no primeiro tanque é 0,5, calcular: (a) a fração vaporizada no segundo tanque a fim de que o produto destilado no mesmo contenha 8,6mol% de A; (Resp.: 0,509) (b) a porcentagem de recuperação de A no destilado; (Resp.:54,7%) (c) a composição do líquido residual em cada tanque. (Resp.: 2,1mol% A e 3,1mol% A respectivamente). Dados de equilíbrio para resolução do problema proposto: mol% de A no líquido 0,5 0,8 1,2 2,0 3,0 4,5 10,0 mol% de A no vapor 1,4 2,3 3,4 5,6 8,4 12,4 18,0 AULA 6 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 30 AULA 6 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 31 AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 32 4.3. DESTILAÇÃO FRACIONADA Os métodos anteriores de destilação dão pouco enriquecimento das frações obtidas. A destilação fracionada geralmente é uma operação mais econômica e flexível no que diz respeito à pureza dos produtos obtidos. Em geral é uma operação contínua na qual é introduzida uma mistura a ser separada num ponto intermediário da coluna onde se obtém no topo um produto destilado e na base o resíduo. A seção da coluna que considera pratos acima da alimentação é denominada seção de enriquecimento (também retificação ou absorção), que visa enriquecer o vapor no componente mais volátil. A seção abaixo da alimentação é denominada seção de stripping (ou empobrecimento), que visa empobrecer o líquido no componente mais volátil. A instalação de fracionamento inclui, além da coluna, um condensador de topo, que pode ser total ou parcial (deflegmador), um acumulador entre o condensador e a bomba de destilado, um refervedor na base e, em alguns casos, um preaquecedor da alimentação introduzida na torre. AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 33 4.3.1. MÉTODO ANALÍTICO DE LEWIS-SOREL PARA DETERMINAÇÃODO NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS (NPT) DA COLUNA ( ) Esta última expressão relaciona a composição do vapor que chega a um determinado prato, situado acima da alimentação, com a composição do líquido que deixa o mesmo prato, uma vez conhecidas as vazões de líquido e de vapor que intervêm no referido prato. Analogamente para a seção de stripping: AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 34 ( ) Lewis (1922) propôs uma simplificação deste método de balanços introduzindo as chamadas hipóteses simplificadoras usuais (HSU). Para um prato genérico n, sejam os balanços materiais e de energia: Hipóteses Simplificadoras Usuais (HSU) Regime permanente; Coluna adiabática: não há perdas de energia para as vizinhanças; Mistura ideal: entalpia de mistura vale zero; Validade da Regra de Trouton: Admitindo que a temperatura de ebulição da mistura líquida não varia apreciavelmente quando se passa de um prato para outro contíguo, então é praticamente constante. É provável que e . AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 35 Quando 1 mol do componente mais volátil deixa o líquido, 1 mol do componente menos volátil chega a este mesmo líquido, caracterizando a constância da vazão molar do líquido numa dada seção da coluna. Se a vazão molar do líquido mantém-se constante numa dada seção da coluna, então a vazão molar de vapor também se mantém constante nesta mesma seção. As equações de balanço material representadas anteriormente podem ser reescritas das seguintes formas: (a) Pratos acima da alimentação ( ) ( ) é uma reta que recebe o nome de Reta de Trabalho da seção de Enriquecimento (RTE). (b) Pratos abaixo da alimentação ( ) ( ) é uma reta que recebe o nome de Reta de Trabalho da seção de Stripping (RTS). A aplicação do método analítico de Lewis-Sorel consiste em partir de uma das extremidades da coluna e alternar as equações de balanço material BM (RTE e RTS) com a relação de equilíbrio (RE) de modo a determinar as composições do líquido e do vapor de cada prato. AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 36 Por exemplo, partindo-se do fervedor, com e a RE (que pode ser fornecida na forma de tabela, gráfico ou equação) encontra-se . Com e a RTS é possível calcular . Com e a RE para o prato 1 determina-se . Com e a equação de RTS calcula-se e assim por diante, alternando RE e BM até que se atinja a composição do prato de alimentação. Uma vez alcançado o prato de alimentação, recalcula-se a última composição determinada através de RTE. Deste prato em diante, alterna-se RE com BM através de RTE até que a composição do topo seja atingida. O maior índice de será o NPT da coluna. 4.3.2. RAZÃO DE REFLUXO Defini-se: (a) Razão de refluxo externa ou simplesmente razão de refluxo ( ) (b) Razão de refluxo interna ( ) A relação entre as razões de refluxo externa e interna pode ser obtida partindo-se das seguintes hipóteses de operação: ( ) AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 37 Note que a RTE pode ser escrita em função da razão de refluxo interna: ( ) ( ) ( ) ( ) 4.3.3. BALANÇOS MATERIAIS EM COLUNA DE FRACIONAMENTO AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 38 (a) COLUNA (b) TOPO ( ) (c) PRATO DE ALIMENTAÇÃO Seja a fração da alimentação que se incorpora à corrente líquida que desce do topo da coluna. Teremos: ( ) ( ) ( ) (d) BASE ( ) EXERCÍCIO 17: Em uma coluna de fracionamento operando em regime permanente separa-se uma mistura constituída de benzeno e tolueno produzindo um destilado contendo 95mol% de benzeno. A composição do vapor procedente de um prato acima da alimentação é 79mol% de benzeno, enquanto que a composição do líquido procedente do prato imediatamente superior é 75mol% de benzeno. Determinar a razão de refluxo. (Resp.: 4) EXERCÍCIO 18: Por fracionamento de uma mistura benzeno-tolueno obtém-se um destilado de composição 95mol% de benzeno. As composições dos líquidos de dois pratos contíguos situados acima da alimentação são 60mol% de benzeno e 48mol% de benzeno. Determinar a razão de refluxo empregada sabendo-se que o valor médio da volatilidade relativa é 2,47. (Resp.: 2,68) EXERCÍCIO 19: (GOMIDE, VOL.4, p.59) 100kmol/h de uma mistura equimolar de pentano e hexano deve ser fracionada para produzir um destilado com 90mol% de pentano e um resíduo com 10mol% de pentano. A alimentação da coluna é introduzida AULAS 7 e 8 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 39 em um prato apropriado na forma de líquido saturado. Um condensador total é utilizado e 5 moles de condensado retornam para o topo da coluna por mol de destilado removido. Utilizando o método de Lewis-Sorel, determinar o NPT (número de pratos teóricos) necessário. A volatilidade relativa do pentano em relação ao hexano é constante e igual a 2,77. (Resp.: 4 pratos) AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 40 4.3.4. MÉTODO GRÁFICO DE McCABE-THIELE PARA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS (NPT) DA COLUNA Sendo válidasas HSU, as equações de balanço material válidas para pratos acima (RTE) e abaixo (RTS) da alimentação quando representados num gráfico vs. juntamente com a curva de equilíbrio são equações de duas retas. O método gráfico consiste em traçar degraus a partir de uma das extremidades entre as referidas retas e a curva de equilíbrio (CE). (a) Intersecção de RTE com a diagonal AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 41 ( ) (b) Intersecção de RTS com a diagonal ( ) (c) Intersecção de RTE com RTS AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 42 ( ) ( ) ( ) ( ) Logo, a intersecção de RTE com RTS é um ponto pertencente à reta: ( ) Esta reta é denominada Reta de Alimentação (RA). O ponto P ( , ) pertence a esta reta. Provando: ( ) ( ) ( ) AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 43 4.3.4.1. EFEITO DA RAZÃO DE REFLUXO SOBRE O NPT Como vimos, a RTE pode ser escrita em função das razões de refluxo: ( ) ou ( ) Logo, à medida que a razão de refluxo varia, a inclinação de RTE varia. Esta variação faz com que RTE se aproxime da CE (mais pratos) ou se afaste da CE (menos pratos). Aumentando , a inclinação de RTE aumenta até que o refluxo seja total ( ). Nesta condição, o NPT é mínimo. À medida que diminui até um valor limite para o qual C tende à curva de equilíbrio, tem-se operação com razão mínima de refluxo ( ), o que corresponde a NPT infinito. AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 44 O valor da razão mínima de refluxo pode ser obtido graficamente como mostrado abaixo: ( ) Na prática, utiliza-se uma razão ótima de refluxo obtida através de um balanço econômico. Traçam-se as curvas dos custos de equipamento, de operação e total em função da razão de refluxo. A razão ótima de refluxo é de 15% a 30% superior à razão mínima de refluxo. Em projetos, geralmente empregam-se razões de operação de 30% a 100% superiores à razão mínima. AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 45 4.3.4.2. RECOMENDAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE McCABE-THIELE EM PAPEL MILIMETRADO (a) Em papel milimetrado, construir um quadrado de 10cm x 10cm e traçar sua diagonal. Plotar as frações molares do componente mais volátil utilizando escala de 0,1. As frações do vapor e do líquido devem estar respectivamente nos eixos das ordenadas e das abscissas. (b) Marcar no eixo x os valores de , e . Projetar os mesmos sobre a diagonal, marcando respectivamente os pontos B, P e A. (c) A partir do ponto P, traçar a reta de alimentação RA e marcar o ponto C’ de intersecção desta com a curva de equilíbrio CE. Caso a alimentação seja uma mistura líquido-vapor, empregar a equação (31) para construção da RA. AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 46 (d) Traçar o segmento de reta ̅̅̅̅̅ e prolongá-lo até cruzar o eixo y no valor . Empregar a equação (32) e calcular o valor . Determinar nas condições de operação e, pela equação (32), calcular o novo valor de ( ). (e) Marcar no eixo y e ligar este ponto ao ponto A. Marcar o ponto C de intersecção desta nova reta com RA. (f) Traçar os segmentos de reta ̅̅̅̅ e ̅̅̅̅ , que representam respectivamente RTS e RTE. AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 47 (g) A partir do ponto B, traçar um segmento vertical deste até a CE. Traçar um segmento horizontal do ponto projetado na CE até RTS e assim sucessivamente, conforme a figura ao lado, até o ponto A. Em cada degrau, marcar o número correspondente, iniciando pelo fervedor. (h) Caso o último segmento ultrapasse o ponto A, determinar a fração do prato teórico, como na figura ao lado. O prato de alimentação é o degrau no qual há inversão da reta de trabalho (RTS para RTE). No exemplo, 1º prato contando-se a partir da base da coluna. EXERCÍCIO 20: (GOMIDE, VOL.4, p.68) (Modificado) Resolver o exercício 19 empregando o diagrama de McCabe-Thiele. (Resp.: 4 pratos) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 EXERCÍCIO 21: 20 000kg/h de uma mistura contendo 40% de benzeno e 60% de tolueno em %molar deve ser separada em um destilado contendo 95mol% de benzeno e um resíduo com 4mol% de benzeno, empregando uma razão de refluxo igual a duas vezes a razão de refluxo mínima. A alimentação será pré-aquecida de modo tal que e serão empregados um fervedor e um condensador total. O refluxo é líquido saturado. Determinar: (a) as vazões de alimentação, destilado e resíduo; (Resp.: 231,5; 91,6; 139,9 (kmol/h) ) AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 48 (b) a equação da reta de alimentação; (Resp.: ) (c) a razão mínima de refluxo; (Resp.: 1,74) (d) as equações de RTE e RTS para a razão de refluxo especificada; (Resp.: ; ) (e) o número de pratos teóricos; (Resp.: 10,6 pratos) (f) a posição do prato de alimentação. (Resp.: 6º prato, a partir do topo) Dados de equilíbrio a pressão total de 1atm fração molar de benzeno no vapor fração molar de benzeno no líquido 0,060 0,132 0,540 0,747 0,140 0,280 0,660 0,831 0,220 0,404 0,740 0,879 0,300 0,508 0,820 0,942 0,420 0,640 0,940 0,977 EXERCÍCIO 22: (GOMIDE, VOL.4, p.184) (Modificado) Uma solução contendo 15mol% de etanol e 85mol% de água deve ser separada em um destilado contendo 80mol% de etanol e um resíduo com 1mol% deste mesmo componente, empregando uma razão de refluxo igual a duas vezes a razão mínima. A condição térmica é tal que e serão empregados um fervedor e um condensador total. O refluxo é líquido saturado. Para uma alimentação de 5 000kg/h de mistura, calcular: (a) as vazões de alimentação,destilado e resíduo; (Resp.: 225,2; 39,9; 185,3 (kmol/h) ) (b) a equação da reta de alimentação; (Resp.: ) (c) a razão mínima de refluxo; (Resp.: 1,16) (d) as equações de RTE e RTS para a razão de refluxo especificada; (Resp.: ; ) (e) o número de pratos teóricos; (Resp.: 9,6 pratos) (f) a posição do prato de alimentação. (Resp.: 2º prato, a partir da base) Dados de equilíbrio a pressão total de 1atm fração molar de etanol no vapor fração molar de etanol no líquido 0,02 0,17 0,33 0,58 0,07 0,39 0,52 0,66 0,12 0,47 0,68 0,74 0,23 0,54 0,89 0,89 AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 49 AULA 9 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 50 AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 51 4.3.5. DIMENSIONAMENTO DA ALTURA E DO DIÂMETRO DE UMA COLUNA DE PRATOS COM CAMPÂNULAS PARA DESTILAÇÃO (a) Eficiência global de placa ( ) A eficiência deve ser determinada experimentalmente operando uma coluna real em condições tão próximas quanto possível das condições de projeto. É obtida pela razão entre o número de pratos teóricos e o número de pratos reais: ( ) O’Connell (1946) apresenta uma correlação generalizada para determinação da eficiência global em função da volatilidade relativa e da viscosidade da alimentação, ambas à temperatura média da coluna. Os dados foram obtidos do fracionamento de hidrocarbonetos e similares. Gomide (1988) propõe a seguinte expressão para representar o gráfico acima: ( ) ( ) (b) Espaçamento entre placas ( ) O espaçamento geralmente é atribuído arbitrariamente com base na manutenção, limpeza e custo do equipamento. São utilizados espaçamentos padronizados em 18’’, 20’’, 22’’ e 24’’. Havendo falta de pé direito, é possível utilizar espaçamentos menores, inferiores a 2’’. Colunas maiores podem ser projetadas com espaçamentos maiores. Com o espaçamento escolhido, deve-se verificar se não ocorre inundação da coluna através dos cálculos de perda de carga. AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 52 (c) Altura da coluna ( ) A altura total da torre leva em consideração uma parcela referente aos pratos e outra referente ao topo (1m) e à base (1m) da coluna. Esta segunda parcela está relacionada à instalação de dispositivos para evitar arraste de líquido pela tubulação de gás e ao reservatório de líquido na base da coluna. ( ) ( ) (d) Diâmetro da coluna ( ) Geralmente o diâmetro é dimensionado com a vazão do vapor da seção de enriquecimento da coluna ( ). Calcula-se a velocidade permissível do vapor (m/s) através da expressão: √ ( ) A constante é função do espaçamento entre pratos (cm) e do selo (mm). AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 53 A altura do selo ( ) é a distância medida na vertical entre o nível do líquido sobre o vertedouroe a borda superior do borbulhador. É atribuída em função da pressão de operação da coluna. 1) Operação a vácuo: = 12mm (0,5’’) 2) Operação a pressão atmosférica: = 25mm (1’’) 3) Operação a média pressão: = 50mm (2’’) 4) Operação a alta pressão: = 75mm (3’’) √ ( ) AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 54 A vazão pode ser determinada em função da vazão molar através da expressão a seguir deduzida: ̅ ( ̅ ̅ ) ̅ ( ) Os valores médios de temperatura, massa molar e massa específica do vapor são calculados por: ̅ ( ) ̅ ( ) ̅ ( ) 4.3.6. CÁLCULO DO CONSUMO DE UTILIDADES: VAZÕES DE ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO E VAPOR SATURADO DE AQUECIMENTO (a) Consumo de água de refrigeração no condensador total ( ) Admitindo-se que o vapor entre no condensador saturado e que sua temperatura seja a mesma que do destilado e do refluxo, temos a seguinte simplificação: AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 55 ( ) ( ) Sendo o fluido térmico frio do condensador água de refrigeração (geralmente proveniente de uma torre de resfriamento), temos: ( ) ( ) ( ) ( ) Nesta fórmula, pode ser admitido igual a 1,0kcal/kgºC e é a entalpia média de condensação do vapor de topo em base molar (kcal/kmol). (b) Consumo de vapor saturado de aquecimento no fervedor ( ) Admitindo-se que o vapor abandone o fervedor no estado de saturação e que a temperatura do líquido seja a mesma que do resíduo, temos a seguinte simplificação: ( ) AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 56 Sendo o fluido térmico quente do fervedor vapor d’água saturado, temos: ( ) Nesta fórmula, é a entalpia média de vaporização do produto de fundo em base molar (kcal/kmol) e é a entalpia de condensação do vapor em base mássica (kcal/kg). Para resolução dos exercícios 23 e 24, empregar os dados abaixo: Dados de equilíbrio a pressão total de 1atm fração molar de benzeno no vapor fração molar de benzeno no líquido T(ºC) T(ºC) 110,0 0,013 0,031 93,4 0,459 0,678 107,2 0,075 0,161 90,6 0,555 0,757 104,4 0,141 0,281 87,8 0,659 0,831 101,6 0,211 0,393 85,0 0,773 0,897 98,9 0,288 0,496 83,0 0,940 0,977 96,1 0,370 0,591 80,3 1 1 EXERCÍCIO 23: 25 000kg/h de uma mistura de composição 45mol% de benzeno e 55mol% de tolueno deve ser fracionada numa coluna de pratos de modo a produzir produtos com 95mol% de pureza. A alimentação é introduzida num prato intermediário da coluna na forma de líquido saturado. A razão de refluxo de operação é 50% superior à mínima e tanto o refluxo quanto o destilado são líquidos saturados. Calcular: (a) a altura da coluna sabendo-se que o espaçamento entre pratos é 50cm; (Resp.: 12m) (b) o diâmetro da coluna; (Resp.: 2,24m) (c) o consumo de água de refrigeração no condensador total sabendo-se que a mesma entra a 20°C e sai a 40°C; (Resp.: 118,9m 3 /h) (d) o consumo de vapor de aquecimento no fervedor sabendo-se que é empregado vapor saturado a 2,36kgf/cm 2 de pressão absoluta, sendo o condensado retirado na temperatura de condensação do vapor (125°C); (Resp.: 5 986,8kg/h) AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton/ Prof. França 57 Informações adicionais: 1. Admitir densidade média da mistura líquida igual a 0,865g/cm 3 ; 2. Considerar volatilidade relativa à temperatura média da coluna igual a 2,45; 3. Considerar viscosidade da alimentação à temperatura média da coluna igual a 0,3cP; 4. Entalpias vaporização do benzeno e tolueno puros respectivamente iguais a 80kcal/kg e 92kcal/kg em qualquer ponto da coluna; 5. Massas molares do benzeno e do tolueno respectivamente iguais a 78kg/kmol e 92kg/kmol; 6. Entalpia de vaporização do vapor d’água a 2,36kgf/cm 2 (abs) igual a 522,5kcal/kg. EXERCÍCIO 24: 5 000kg/h de uma mistura benzeno-tolueno de composição 35% em peso de benzeno alimentam uma coluna de fracionamento para obter um destilado de composição 92mol% de benzeno e um produto de fundo de composição 8mol% de benzeno. Se a alimentação entra na forma de líquido frio, tal que = 1,25 e a razão de refluxo de operação é 80% superior à mínima, calcular: (a) o NPT necessário pelo método de McCabe-Thiele; (Resp.: 9,5 pratos) (b) a altura da instalação de fracionamento sabendo-se que a eficiência glocal de placa é 60% e o espaçamento entre pratos é 45cm; (Resp.: 9,12m) (c) as composições do líquido e do vapor que deixam o 3º prato teórico da coluna pelo método de Lewis-Sorel; (Resp.: 29mol% e 49mol%, respectivamente) (d) o diâmetro da coluna considerando para dimensionamento a vazão de vapor da seção de stripping e propriedade do vapor do fervedor. Considere densidade do líquido de 0,870g/cm 3 ; (Resp.: 1,14m) (e) o consumo de água de refrigeração no condensador total se a elevação de sua temperatura não deve ser superior a 20°C; (Resp.: 21 336,5kg/h) AULAS 10 e 11 UNISANTA - Prof. Canton / Prof. França 58 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BENNETT, C.O.; MYERS, J.E. Fenômenos de transporte: quantidade de movimento, calor e massa. Trad. E.W. Leser et al. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. BERGMAN, T.L.; LAVINE, A.S.; INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de transferência de calor e de massa. Trad. E.M. Queiroz, F.L.P. Pessoa. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. BIRD, R.B.; STEWART, W.E.; LIGHTFOOT, E.N. Fenômenos de transporte. Trad. A.S. Telles et al. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. CALDAS, J.N.; LACERDA, A.I.; VELOSO, E.; PASCHOAL, L.C.M. Internos de torres: pratos & recheios. 2ª ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2007. ÇENGEL, Y.A.; GHAJAR, A.J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. Trad. F.A.M. Lino. 4ª ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2012. COKER, A.K. Ludwig’s applied process design for chemical and petrochemical plants. 4ª ed. Amsterdam: Gulf Professional Publishing, 2007. v. 2. CREMASCO, M.A. Fundamentos de transferência de massa. 3ª ed. São Paulo: Blücher, 2016. GEANKOPLIS, C.J. 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