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Processo Civil - Conhecimento

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1. Da execução em geral
Introdução
- Há dois tipos de execução: a fundada em título judicial, denominada cumprimento de sentença, que constitui, em regra, apenas uma fase subsequente ao processo de conhecimento, na qual tenha sido proferida sentença que reconhece a exigibilidade de uma obrigação; e a fundada em título executivo extrajudicial que, esta sim, implica a formação de um novo processo.
- Quando se tratar de cumprimento de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira, conquanto fundado em título judicial, continuará constituindo um novo processo, porque não há outro processo judicial civil anterior. 
- A execução de título extrajudicial constitui um processo autônomo, não precedido de nenhum anterior.
Obs.: 
Têm natureza de processos autônomos as execuções fundadas em título extrajudicial e os cumprimentos de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira;
Não têm natureza de processo autônomo as execuções fundadas em título judicial, com as exceções supramencionadas.
Instrumentos da sanção executiva
- Sub-rogação: o Estado-juiz substitui o devedor no cumprimento. 
Ex.: se ele não paga, o Estado apreende bens suficientes do seu patrimônio, e com o produto da excussão, paga o credor.
- Coerção: a lei mune o Juiz de poderes para coagir o devedor a cumprir aquilo que não queria espontaneamente, como, por exemplo, o de fixar multas diárias, que forcem o devedor. É usada, especialmente, nas obrigações personalíssimas, por estas não serem objeto de sub-rogação.
Espécies de execução
- Mediata: acontece com a instauração de um processo, no qual o executado deve ser citado
- Imediata: se realiza sem novo processo, como uma sequência natural da fase de conhecimento que lhe antecede (são imediatas as execuções por título judicial, salvo as fundadas em sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira)
- Específica: aquela em que se busca a satisfação da pretensão do autor tal como estatuída no título executivo. 
Arts. 497, 499, 536, § 1º, 498
- Por título judicial: em regra, é imediata, sem novo processo – salvo a fundada em sentença arbitral, estrangeira, penal condenatória. (art. 515)
- Por título extrajudicial: sempre implica a formação de processo autônomo (art. 784)
- Cumprimento provisório de sentença: acontece quando fundado em decisão judicial não transitado em julgado (art. 520) e na efetivação da tutela provisória (conforme art. 297, § único)
➡ Corre por conta e risco do credor, que assume a responsabilidade pela reversão do julgado, pois ainda há recurso pendente.
➡ Caso haja reversão, as partes serão repostas ao status quo ante
➡ O cumprimento realiza-se nos autos em que o título foi constituído
➡ O credor deverá prestar caução, mas apenas para o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado.
Obs.:
Dispensa de caução: “o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem”; “o credor demonstrar situação de necessidade”; “pender o agravo do art. 1.042 – agravo em recurso especial ou extraordinário”; “a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula do STF ou STJ ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos”.
- Cumprimento definitivo de sentença: acontece nos casos não abarcados pelo cumprimento provisório
Obs.: 
A execução por título extrajudicial será sempre definitiva (súmula 317, STJ)
Classificação das execuções 
Quanto ao fundamento
Quanto ao fundamento
Quanto às prestações 
Princípios gerais da execução
Autonomia
- Persiste, se não com um processo novo, ao menos com o desencadeamento de uma nova fase processual
Patrimonialidade
- A execução recai sobre o patrimônio do devedor, sobre os seus bens, não sobre sua pessoa (art. 789)
Exato adimplemento
- O credor deve, sempre que possível, obter o mesmo resultado que seria alcançado caso o devedor tivesse cumprido voluntariamente a obrigação (arts. 497 e 498)
- Para alcance do exato adimplemento, o Juiz pode se valer de meios de coerção e sub-rogação
- A obrigação específica somente será substituída pela de reparação de danos quando credor exigir ou quando o cumprimento específico se tornar impossível 
Disponibilidade do processo pelo credor
- A execução é feita a benefício do credor, para eu possa satisfazer o seu crédito. Ele pode desistir dela a qualquer tempo, sem necessidade de consentimento do devedor (art. 775)
- A desistência é livre quando:
➡ a execução não estiver impugnada ou embargada
➡a impugnação ou os embargos opostos versarem sobre matéria processual
- Caso desista (extinga a execução), o credor será condenado a pagar as custas e honorários advocatícios
Utilidade
- A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem para o credor, pois a sua finalidade é trazer satisfação total ou parcial do crédito (art. 836)
Menor onerosidade
- Art. 805: “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”
- Ainda que a execução seja feita em benefício do credor, não se pode usá-la para impor ao devedor desnecessários incômodos, humilhações ou ofensas
Contraditório
- Ainda que com mitigações, que se justificam pela natureza da execução, o contraditório há de estar presente. O executado deve ser citado (quando a execução for fundada em título extrajudicial) e intimado de todos os atos do processo, tendo oportunidade de manifestar-se, por meio de advogado.
Atos executivos
Os atos de cognição são aqueles realizados com a finalidade de dar elementos ao juiz para, ao final, proferir sentença de mérito, formulando a regra que regerá o caso concreto. Quando a obrigação (se esta for reconhecida) está consubstanciada em título executivo, judicial ou extrajudicial, terá início a execução, que, no primeiro caso, será apenas uma fase subsequente à cognitiva, e, no segundo, um novo processo.
Competência para a execução civil
Competência para processar o cumprimento de sentença (art. 516)
- As duas primeiras hipóteses (inc. I e II) são de competência funcional, pois a execução está sempre atrelada a um processo de conhecimento que a antecedeu. Não pode ser modificada (absoluta) pelas partes, nem modificada por foro de eleição.
Obs.: o parágrafo único flexibiliza o inc. II para tornar mais rápido o cumprimento da sentença. Porém, a ação só pode correr em um dos juízos concorrentes previamente estabelecidos por lei, escolhidos não por contrato ou eleição, mas por opção do credor.
➡ O credor pode requerer que o cumprimento da sentença seja no juízo escolhido ➡ solicitará ao de origem a remessa dos autos ➡ o juízo escolhido verifica sua competência ➡ os autos serão arquivados no juízo onde correu a execução.
Obs.: execuções de alimentos provenientes de direito de família ➡ art. 528, § 9º.
- Na terceira hipótese (inc. III) a competência não é funcional porque não há prévio processo de conhecimento.
➡ Em sentença penal condenatória, a competência é decidida de acordo com os arts. 46 e ss.
➡ Em sentença arbitral, a competência será do foro em que se realizou a arbitragem.
➡ Em sentença estrangeira, a execução será processada perante a JF de primeira instância (art. 109, X, CF)
Competência para a execução de título extrajudicial (art. 781)
- Verifica-se:
 ➡ Se há foro de eleição, pois, tratando-se de competência relativa, as partes podem fixa-lo, o que deverá constar do título
 ➡ Se não houver eleição, deverá prevalecer a regra geral de competência do foro do domicílio do executado ou o de situação dos bens sujeitos à execução.
Das partes na execução
Legitimidade ativa (art. 778)
- O credor, a quem a lei confere título executivo ➡ legitimidade ordinária, pois estará postulando em nome e direito próprio
- O sucessor “mortis causa” ➡ legitimidade ordinária, pois com a morte do credor, o direito passou aos sucessores.
- O cessionário ➡ legitimidade ordinária pois, com a cessão, ele tornou-se titular dodireito.
- O MP ➡ a legitimidade será sempre extraordinária, porque ele não postula interesse próprio, mas, em nome próprio, interesse alheio.
- O sub-rogado (legal ou convencional – arts. 346 e 347) ➡ legitimidade pois, aquele que paga, por sub-rogação se torna o novo credor.
- Fiador sub-rogado
- O ofendido, ainda que não figure no título executivo 
- O advogado
Legitimidade passiva (art. 779)
- O devedor, reconhecido como tal no título executivo ➡ legitimado passivo primário
- O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor ➡ vale as mesmas regras analisadas no sucessor “mortis causa” supra e, ainda, a execução não pode ultrapassar as forças da herança.
- O novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo ➡ a assunção de débito exige prévia anuência do credor.
- O fiador do débito constante em título extrajudicial
- O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito
- O responsável tributário ➡ a legislação tributária define os responsáveis
- Avalista ➡ aquele que presta garantia do pagamento de título de crédito, caso o devedor principal não pague.
Litisconsórcio na execução
Tanto no cumprimento de sentença quanto na execução por título extrajudicial será possível o litisconsórcio, ativo, passivo ou misto, dependendo do que conste do título
O litisconsórcio, na execução, poderá ser facultativo ou necessário. Sempre facultativo, caso a obrigação seja de pagamento pois as quantias são sempre divisíveis. Será necessário, se a obrigação imposta no título for de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, e tiver objeto indivisível.
Intervenção de terceiros
- As formas de intervenção, com exceção da denunciação da lide e o chamamento ao processo, são possíveis na execução.
- Existem formas especiais de ingresso de terceiro no processo:
 ➡ Adjudicação, requerida pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes, ou pelo cônjuge, descendentes ou ascendentes (art. 876, § 5º)
 ➡ Arrematação, feita em leilão judicial, por terceiro
 ➡ Concurso de preferências, quando credores preferenciais intervêm na execução para assegurar a prioridade de pagamento, em caso de alienação.
Dos requisitos necessários para a execução
Do inadimplemento do devedor
- A execução é necessária somente quando houver inadimplemento, pois, ainda há possibilidade da satisfação voluntária do débito.
- Art. 788
- A mora do devedor é suficiente para que gaja interesse na execução, não carecendo, portanto de inadimplemento absoluto
Obs.:
Mora ➡ o devedor não cumpre a obrigação na forma convencionada, mas ainda há possibilidade e utilidade de que ele a cumpra
Inadimplemento absoluto ➡ o devedor não cumpriu a obrigação na forma convencionada, nem poderá mais cumprir.
➡ Tanto no caso de mora quanto no de inadimplemento absoluto, será possível promover a execução.
Tempo no cumprimento das obrigações
- Se a obrigação é a termo, isto é, tem data certa de vencimento, o devedor incorre de pleno de direito em mora, assim que deixar passar o prazo de vencimento. 
- Se a obrigação não tem data certa de vencimento, será preciso notificar o devedor. Excepcionalmente, há casos em que o devedor precisará ser previamente notificado da mora.
- Nas obrigações por atos ilícitos, o devedor estará em mora desde a data do fato, nos termos da súmula 54 do STJ. 
O lugar
- Devem ser cumpridas no lugar convencionados ou, na falta, prevalece o art. 327 do CC
- A regra é que a obrigação seja cumprida no domicílio do devedor, cabendo ao credor procura-lo para receber (obrigações quesíveis). Porém, as partes podem convencionar, ou a lei determinar, ou, ainda, resultar da sua natureza ou das circunstancias que a obrigação deva ser satisfeita no domicílio do credor (obrigações portáveis)
Prova de pagamento
- Faz-se com a apresentação de recibo ou da devolução do título correspondente à obrigação.
Obrigação condicional ou a termo
- Art. 514
Obrigações bilaterais
- Art. 476 do CC c/c art. 787 do CPC
- O credor, para dar início à execução de obrigação bilateral, precisa provar que cumpriu a sua prestação, nos termos do art. 798, I, ‘d’.
Título executivo
- É requisito indispensável para qualquer execução
- Autônomo, já que basta que exista para que se desencadeie a execução; mas não afasta a possibilidade de que, no seu curso, o devedor consiga eximir-se comprovando que, apesar do título, o crédito não existe ou está extinto. O título é abstrato, mas não a ponto de impedir qualquer indagação a respeito do crédito, que deverá ser suscitada pelos mecanismos procedimentais adequados. Ao deferir a execução, o juiz vai apenas examinar se há título e inadimplemento. No seu curso, a inexistência do crédito poderá ser suscitada e discutida pelas vias próprias. 
Pluralidade de títulos
- Quando duas ou mais obrigações, representadas por títulos distintos são objeto do mesmo processo
- Requisitos gerais da cumulação de pretensões ➡ art. 327, § 1º
- Art. 780
Obs.: 
Súmula 27 do STJ: “pode a execução fundar-se em mais de um título executivo extrajudicial relativo ao mesmo negócio”.
Requisitos do título executivo
- Art. 783 c/c art. 803, I
- Cumpre ao juiz, de ofício, examinar esses requisitos, mas em abstrato, pois apesar de o título preenchê-los, pode o devedor demonstrar, em concreto, que o débito ano existe ou foi extinto.
Certeza
- Em abstrato. É preciso que o título aponte, em abstrato, a existência do débito e esteja formalmente em ordem, preenchendo todos os requisitos e indicando o credor e o devedor.
Liquidez
- Diz respeito à quantidade de bens que constitui o objeto da obrigação do devedor.
Obs.:
 Títulos extrajudiciais ➡ sempre líquidos
 Títulos judiciais ➡ podem depender de prévia liquidação, que precederá a fase de cumprimento de sentença. So existe liquidação de títulos judiciais.
Exigibilidade
- As obrigações a termo ou sob condição só se tornam exigíveis depois que estes se verificarem.
Títulos executivos judiciais (art. 515)
- Produzidos no exercício da jurisdição
- É possível identificar, na lei, outros títulos judiciais
Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa
- Os títulos executivos judiciais por excelência são a decisão interlocutória de mérito, a sentença e o acórdão que reconheçam a exigibilidade de uma obrigação.
Obs.:
 O STJ reconhece a exequibilidade de toda e qualquer decisão em que haja o reconhecimento da exigibilidade de obrigação, independentemente da natureza da ação ou da decisão proferida. Não é indispensável que ela seja condenatória, bastando que da leitura de seu conteúdo resulte o reconhecimento da exigibilidade da obrigação.
- Para que a decisão ou sentença civil seja título executivo, não é preciso que tenha transitado em julgado, bastando que não esteja pendente nenhum recurso dotado de efeito suspensivo.
 Obrigação de fazer ➡ arts. 536 e 537
 Obrigação de entrega de coisa ➡ art. 538
 Pagamento ➡ arts. 523 e ss. – necessária prévia liquidação, se a sentença for ilíquida.
Decisão homologatória de autocomposição judicial
- Em processo já instaurado, será título executivo, ainda que verse sobre matéria não posta em juízo e envolva terceiros que não participam do processo
- Resolve o mérito (art. 487, III, ‘b’)
- Só terá eficácia executiva se o acordo reconhecer alguma obrigação a ser cumprida pelos litigantes.
- Art. 487, III, ‘a’ – sentença que resolve mérito em caso de reconhecimento do pedido também será título executivo
Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza (art. 725, VIII)
- Vale a decisão ou sentença homologatória como título executivo judicial (procedimento ➡ arts. 719 e ss.)
Formal e certidão de partilha (art. 515, IV)
- A eficácia executiva do formal ou certidão de partilha será restrita ao inventariante, aos herdeiros e sucessores, a título universal singular. Eventuais credores do falecido deverão valer-se de prévio processo de conhecimento para obter título executivo, salvose já estiverem munidos de título extrajudicial.
Créditos de auxiliares da justiça aprovados por decisão judicial
- São títulos executivos judiciais (serventuários da justiça, o perito, o intérprete ou tradutor)
Sentença penal condenatória transitada em julgado
- Passada em julgado, a vítima, seu representante legal ou seus herdeiros (art. 63, CPP) poderão promover a execução dos danos na esfera cível, já que não é mais possível discutir a culpa do condenado.
- A sentença condenatória poderá ser executada tão somente contra o condenado, nunca contra o empregador, que não participou do processo penal.
- Art. 200, CC
- Art. 315, CPC ➡ faculdade do juiz, e, na prática, raras vezes tem sido determinada a suspensão.
Obs.:
 Se no curso de ação civil de reparação de danos sobrevier sentença penal condenatória do réu, o juiz extinguirá o processo por carência superveniente, ou, se caso, determinará o prosseguimento apenas para a apuração do quantum.
 Art. 66, CPP.
 A sentença absolutória criminal fará ou não coisa julgada na esfera cível conforme a sua fundamentação.
 Art. 66 do CPP c/c art. 935 do CC.
 Art. 65.
A execução civil da sentença penal condenatória entrará óbice na autoridade da coisa julgada material que reveste a sentença civil de improcedência. Enquanto esta não for rescindida, aquela não poderá embasar a execução civil.
Sentença arbitral (art. 515, VI)
- Única criada pelo árbitro, e não pelo juiz.
- Art. 31 da Lei m. 9.307/96
Obs.:
 A execução é judicial, já que o árbitro não pode tomar medidas satisfativas.
 Feita em processo autônomo, com a citação do devedor.
Sentença estrangeira homologada pelo STJ (EC n. 45/2004)
- Só haverá execução se a sentença estrangeira reconhecer obrigação ou homologar autocomposição da qual decorrem obrigações para os litigantes. Será autônoma, e o executado terá de ser citado.
Obs.: 
 Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo STJ, valerá como título judicial (arts. 960 e ss.)
Obs.:
 Outros títulos executivos judiciais: a decisão que concede tutela provisória de natureza antecipada reconhecendo obrigação e a decisão inicial da ação monitória, quando não forem opostos embargos.
 Art. 702, § 4º – se os embargos não forem opostos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo, prosseguindo-se como cumprimento de sentença (art. 701, § 2º).
Títulos executivos extrajudiciais (art. 784 e em leis especiais)
- São aqueles documentos que, pela forma com que são constituídos e pelas garantias de que se revestem, gozam de um grau de certeza tal que permite a instauração da execução, sem prévia fase cognitiva (processo autônomo).
Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque e debêntures
 Títulos causais, em que a emissão está condicionada a um negócio jurídico subjacente (duplicata e letra de câmbio, p. ex.)
 Títulos não causais, que guardam autonomia sobre qualquer relação subjacente (nota promissória e cheque, p. ex.) 
Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
- São os lavrados por tabelião ou funcionário público no exercício das suas funções.
Obs.:
 Declaração de vontade observada pelo tabelião é suficiente para ensejar a execução. Não é necessária assinatura de testemunhas e nem devedor pois o tabelião goza de fé pública.
Documento particular firmado pelo devedor e duas testemunhas
- Tem força executiva
Obs.:
 STJ: “a lei não exige que a assinatura das testemunhas seja contemporânea à do devedor”. – As testemunhas não precisam estar presentes no momento em que o devedor assinou.
Instrumento de transação referendado pelo ministério público, Defensoria Pública, Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal
- O título será extrajudicial somente com o referendo
Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução
- O que se executa não é o direito real, mas a dívida garantida por ele.
- É título executivo o documento que contém obrigação de pagar dívida líquida, quando garantida por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia. Poderá haver execução se a garantia real constar do mesmo instrumento em que ficou consignada a dívida, ou de documento distinto. 
- Já as cauções são garantias que visam assegurar ao credor o pagamento.
➡ Caução real: um bem é afetado ao pagamento da dívida, para que, em futura excussão, o produto sirva prioritariamente para pagar o credor beneficiário.
➡ Caução fidejussória: decorre da fiança (que é sempre um contrato acessório e terá a mesma natureza do contrato principal), que poderá ser legal, judicial ou convencional.
Seguros de vida em caso de morte
- Aquele em que o segurador se compromete a, em caso de falecimento do segurado, pagar determinada indenização ao beneficiário por ele instituído.
Foro e laudêmio
- Foro é a renda anual que o enfiteuta (pessoa que tem o domínio útil do prédio por enfiteuse) deve pagar ao proprietário do imóvel, e laudêmio é o valor devido pelo alienante ao senhorio direto, sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento.
Aluguel e encargos acessórios
- Bastam as assinaturas do locador e do locatário.
Obs.: 
 Somente o contrato escrito terá força executiva.
 São irrelevantes a duração e a natureza da locação, sendo necessário apenas que o bem locado seja imóvel.
 Art. 784, VIII – executado também os encargos acessórios, como taxas e despesas de condomínio.
 As despesas condominiais também podem ser incluídas na execução contra o locatário.
 A moratória e a compensatória poderão ser incluídas na execução.
 A execução poderá ser dirigida contra o fiador em casos de contrato de locação garantido por fiança.
Certidão de dívida ativa (art. 784, IX)
- A execução fundada nestes títulos é a fiscal, regida pela Lei n. 6.830/80.
Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício
- Para que se viabilize a execução, é indispensável que a despesa tenho sido prevista na convenção ou que tenha sido aprovada em assembleia geral, o que deve ser comprovado documentalmente.
Obs.:
 Não há óbice à execução das prestações vencidas e das vincendas, a partir do momento em que se forem vencendo.
 Enunciado 86, I Jornada de Direito Processual Civil da JF: “as prestações vincendas até o efetivo cumprimento da obrigação incluem-se na execução de título executivo extrajudicial (arts. 323 e 318, parágrafo único, CPC)”.
A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas havidas por atos por ela praticados
- Tais certidões têm força de título executivo extrajudicial e permitem o ajuizamento do processo de execução.
Outros títulos previstos em lei (art. 784, XII)
- A lei pode criar outros títulos executivos extrajudiciais.
O contrato de honorários advocatícios (art. 24 da Lei n. 8.906/94)
- Aqueles que o advogado e seu cliente tenham convencionado em contrato que indicará o montante.
- Não necessita de testemunhas, nem formalidade especial, mas apenas o quantum debeatur.
A possibilidade de opção pelo processo de conhecimento da parte munida de título executivo extrajudicial
- O credor, ainda que munido de título extrajudicial, pode preferir valer-se do processo de conhecimento para obter o título judicial, não se podendo mais falar, nestes casos, na inexistência de interesse de agir. O interesse do credor consistirá na obtenção de um título que lhe dará acesso ao cumprimento de sentença, e não mais à execução por título extrajudicial.
Da responsabilidade patrimonial
- É a sujeição do patrimônio de alguém ao cumprimento de uma obrigação.
- Em regra, quem responde pelo pagamento é o próprio devedor, mas o CPC enumera situações em que a responsabilidade recai sobre terceiros.
Obrigação e responsabilidade
- A obrigação surge quando o débito é contraído e, se houver adimplemento,não surgirá responsabilidade. Somente em caso de inadimplemento que a responsabilidade surge.
Obs.:
 Débito sem responsabilidade e responsabilidade sem débito: por exemplo, em caso de prescrição, o débito ainda existe, tanto que se houver o pagamento espontâneo, não será possível postular a restituição. Mas não é mais possível ingressar em juízo e invadir o patrimônio do devedor. O mesmo ocorre com as dívidas de jogo. Há o débito, mas não a responsabilidade.
Bens sujeitos à execução
- Art. 789 ➡ regra geral da responsabilidade patrimonial.
- O devedor é o responsável primário
- Em princípio, todos os bens estão sujeitos à execução, os que existiam no momento em que a obrigação foi contraída e os que não existiam ainda, e só vieram a ser adquiridos posteriormente, sejam eles corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico.
Bens não sujeitos à execução (art. 833)
- Lei n. 8.009/90 trata da impenhorabilidade do bem de família ➡ passou a considerar impenhorável o imóvel residencial da família ou entidade familiar, por dívidas de qualquer natureza, salvo as exceções previstas no art. 3º.
Obs.:
 Súmula 364, STJ: “o conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange também as pessoas solteiras, separadas ou viúvas”.
- Se o imóvel não pertencer ao devedor, mas ele for o locatário, aplica-se o disposto no art. 2º, parágrafo único da Lei n. 8.009/90.
Obs.:
 Súmula 486, STJ: “é impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terreiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família”.
- Conquanto a impenhorabilidade beneficie o locador e o locatário, ela não impede a penhora de bens do fiador do contrato de locação, nos termos do art. 3º, VII, da Lei n. 8.009/90.
Obs.:
 Súmula 539, STJ: “é válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
- a impenhorabilidade cessa se o devedor oferece o bem à penhora, com o eu terá renunciado ao benefício”.
Obs.:
 Alegação de impenhorabilidade
 A impenhorabilidade do bem é matéria de ordem pública e deve ser conhecida pelo juízo de ofício a qualquer tempo. Se ele não fizer, caberá ao devedor alega-la, por simples petição nos autos, ou pelos meios de defesa tradicionais: a impugnação (no cumprimento de sentença) ou os embargos (na execução de título extrajudicial).
Responsabilidade patrimonial de terceiros (art. 790)
Responsabilidade do sucessor a título singular
- A hipótese é de alienação da coisa litigiosa. Se no curso do processo que versa sobre direito real ou obrigação reipersecutória, o devedor aliena a coisa a um terceiro, a sentença estende os seus efeitos a ele (art. 109, § 3º).
Bens do sócio
- São casos em que, conquanto o débito seja da empresa, os sócios têm responsabilidade patrimonial. Sendo a empresa solvente, os bens dos sócios não serão atingidos.
Obs.:
 Desconsideração da personalidade jurídica
 Em princípio, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada e sociedades anônimas, os sócios não respondem pessoalmente pelos débitos da empresa. Exceção expressa no art. 50 do CC.
 O juiz não extinguirá a empresa, mas estenderá a responsabilidade patrimonial aos sócios, que passarão a responder pelo débito da empresa com os seus bens particulares. Só pode ser decretada se promovida por meio de incidente próprio (arts. 133 a 137). Determinada penhora sem ele, o sócio poderá opor-se por meio de embargos de terceiro.
Bens do executado ainda que em poder de terceiros
- Não trata de responsabilidade patrimonial atribuída a terceiro, mas da responsabilidade primária do próprio devedor, cujos bens ficam sujeitos à execução estando em seu poder ou em poder de terceiros.
Bens do cônjuge ou companheiro
- Em regra, um cônjuge ou companheiro só tem responsabilidade pelas dívidas contraídas pelo outro se elas tiverem revertido em proveito do casal ou da família. Mas presume-se que a dívida de um dos cônjuges ou companheiros reverte em proveito de outro, salvo quando decorrente de atos ilícitos.
Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução
- As alienações de bem em fraude à execução são ineficazes perante o credor, que pode postular que ele continue sujeito à execução, ainda que em mãos do adquirente ou cessionário. O adquirente ou cessionário não responderá pela dívida, mas o bem a ele transferido ficará sujeito à execução. 
Obs.:
 Fraude à execução 
 É instituto de direito processual civil que constitui ato atentatório à dignidade da justiça e se distingue da fraude contra credores, defeito dos negócios jurídicos (art. 158 do CC). Em ambas, o devedor desfaz-se de bens de seu patrimônio, tornando-se insolvente. A diferença é que, na fraude contra credores, a alienação é feita quando ainda não havia ação em curo, ao passo que a fraude à execução só existe se a ação já estava em andamento.
 Hipóteses de fraude à execução ➡ art. 792.
 O credor pode postular o reconhecimento da fraude à execução nos próprios autos do processo em curso; a fraude contra credores só pode ser declarada em ação própria, chamada pauliana. Só a fraude à execução pode ser reconhecida em embargos de terceiro.
 Súmula 195, STJ: “em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude conta credores”.
 
 Requisitos da fraude à execução
 O processo pendente
 A fraude à execução pressupõe a alienação de bens do devedor quando há processo pendente. Haverá fraude à execução se a alienação ocorrer em qualquer tipo de processo pendente, de conhecimento ou de execução. Prevalece o entendimento de que, para a fraude à execução, é preciso que o devedor já tenha sido citado para o processo, seja ele de conhecimento ou de execução.
 O art. 828 o exequente a obter certidão comprobatória da admissão da execução para averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade. A finalidade da averbação é tornar pública a execução, de modo que os terceiros adquirentes do bem não sejam surpreendidos com o reconhecimento da fraude. A averbação deve ser comunicada ao juízo no prazo de dez dias. O art. 828, § 5º manda que o exequente indenize o devedor, em caso de averbação manifestamente indevida, o que se processará em um incidente em autos apartados.
 Súmula 375: “o reconhecimento de fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da priva de má-fé do terceiro adquirente”.
 
 Coisa litigiosa ou insolvência do devedor
 Art. 792, I: o bem alienado é o próprio objeto do litígio, a coisa litigiosa, e se for alienado, haverá fraude à execução, ainda que o devedor tenha outros bens e esteja solvente. Acolhia a ação real ou com pretensão reipersecutória, o autor terá direito sobre o bem alienado, e poderá reavê-lo do terceiro adquirente ou cessionário (arts. 109, § 3º, e 792, I). A ação reipersecutória é aquela de natureza obrigacional, cujo desfecho repercute sobre a propriedade ou posse de um bem. 
 Havendo ação real ou com pretensão reipersecutória, a alienação do bem sobre o qual recai o litígio será em fraude à execução, mas desde que tenha havido a averbação da pendência do processo no registro de imóveis. Sem averbação, a existência da ação real ou reipersecutória não será pública, e o adquirente haverá de ser considerado de boa-fé, salvo prova em contrário.
 Art. 792, IV: nesse caso, a fraude à execução não se caracterizará pela alienação de um bem determinado, mas de qualquer bem do patrimônio do devedor, desde que disso resulte o estado de insolvência. Se, iniciada a execução, os bens no patrimônio do devedor não forem encontrados ou identificados, presumir-se-á o seu estado de insolvência, e as alienações que tiverem ocorrido desde a citação na fase cognitiva serão declaradas em fraude à execução. A fraude à execução só pode ser reconhecida na execução, porque só então ficará caracterizado o estado de insolvência. Mas, ao reconhecê-la, o juiz declarará a ineficácia retroativa de todas as alienações ocorridas desde a citaçãona fase de conhecimento.
 
 Má-fé do adquirente
 Em relação aos bens sujeitos a registro, a má-fé do adquirente não é presumida, salvo se houver a averbação da penhora, à qual se pode acrescentar a da certidão do art. 828. Se a alienação ocorrer após a averbação da penhora, os adquirentes presumir-se-ão de má-fé, pois a averbação torna pública a constrição, fazendo com que tenha eficácia erga omnes. Se não houver averbação, o reconhecimento da fraude dependerá da prova de que o adquirente estava de má-fé. Cabe ao credor diligente, que queira evitar o ônus de uma possível fraude à execução, tomar as providencias necessárias para tornar pública a existência da ação ou da constrição.
 Em se tratando de bens não sujeitos a registro, o ônus da prova de boa-fé será de terceiro adquirente, a quem caberá demonstrar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicilio do vendedor e no local em que se encontra. Senão, presumir-se-á que o adquiriu de má-fé, e o juiz declarará fraude à execução.
 A necessidade de intimação do terceiro adquirente
 O terceiro adquirente não se tornará parte, mas o bem por ele adquirido responderá pela dívida (art. 792, § 4º). Caso queira defender-se, deverá opor embargos de terceiro (prazo de 15 dias a contar da intimação) com o condão de demonstrar que a alienação não foi fraudulenta.
 Ineficácia da alienação
 O reconhecimento de frade contra credores ou da fraude à execução não implicará a declaração de nulidade ou a anulação do ato de alienação, mas tão somente a de ineficácia perante o credor. Tanto que, nos casos do art. 792, IV, se o devedor saldar o débito para com o credor, a alienação remanescerá íntegra e válida, ainda que o juízo tenha reconhecido a fraude, que fará com que a responsabilidade patrimonial se estenda ao terceiro adquirente, até o montante do bem por ele recebido.
 Aqueles cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento em ação autônoma, de fraude contra credores
 Esta não pode ser reconhecida incidenter tantum, no curso de processo pendente, nem no bojo de embargos de terceiro. Ela pressupõe a ação pauliana, que tem natureza de ação declaratória de ineficácia. Como a ação pauliana apenas declara a alienação ineficaz perante o credor, trazendo prejuízo unicamente para o adquirente, somente este deverá figurar no polo passivo da ação.
 O reconhecimento da fraude à execução prescinde de ação declaratória e pode ser feita incidentemente, no bojo da própria execução, quando o juiz verificar que o devedor está insolvente e que alienou bens após citação.
 
 
2. Liquidação de sentença

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