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Metais e solventes orgânicos Definições Intoxicação crônica Ocorre por exposições repetidas ao toxicante (em baixas doses), por mais de 3 meses Intoxicação subaguda Somatório ou acúmulo do agente no organismo Somatório de efeitos Por dano irreversível que aumentada a cada exposição até nível detectado; ou Dano reversível, mas que com o somatório de exposições o organismo não se recupera totalmente em tempo hábil Exposição repetida por até um mês Intoxicação subcrônica Exposição repetida por 1 a 3 meses Chumbo Mercúrio Benzeno EPIDEMIOLOGIA Metais São elementos químicos com as seguintes propriedades físicas: Alta refletividade Elevada condutividade elétrica e térmica Maleabilidade Força mecânica Podem reagir com sistemas biológicos e perder elétrons Não são biodegradáveis Indestrutíveis e bioacumuláveis 2007-2016: 572 casos de intoxicação exógena relacionada ao trabalho O metal é o 12º da lista de intoxicações exógenas (1,35% dos casos) EXPOSIÇÃO Formas Orgânico Inorgânico Tetraelita e tetrametila Antigamente utilizados na gasolina Sais e óxidos de chumbo Utilizados em tintas, canos, munições, cerâmicas, joias e etc Níveis tóxicos Não existem níveis de chumbo no sangue que não produzam efeitos deletérios Nível de tolerância 10 micro g/dL Mais comum em crianças Mais comum em adultos Exposição por lascas de tinha e poeira Alimentos e água contaminados Exposição ocupacional Manufatura e reciclagem de bateria Produçao de latão e vidro Serragem de tubos, soldas, fundição, olarias TOXICOCINÉTICA TOXICODINÂMICA Absorção Ações moleculares Liga-se à proteínas estruturais, enzimáticas e receptores Alteração de vias metabólicas Ex. mitocondriais, 2º mensageiro e etc Efeitos mutagênicos Cálcio no SNC Características O Pb mimetiza e compete com o cálcio no corpo humano Bloqueia a entrada de Ca2+ nos terminais nervosos Inibe as ATPases do cálcio Inibe a utilização de cálcio pela mitocôndria Interfere nos receptores de cálcio Altera transporte de membrana Diminui produção de ATP no SNC Inorgânico Absorvidos por inalação (50-50%) Absorvido em baixa quantidade por ingestão pelo intestino delgado 16% no adulto 50% na criança Orgânicos São lipossolúveis Absorção cutânea e respiratória Distribuição Após a absorção, a ação do chumbo, independente da forma, é a mesma Meia-vida No sangue: 34 dias Tecidos moles: 40 dias Tecidos mineralizados: 27 anos Localização Óssos: Nos adultos contém de 90-95% do total do chumbo Nas crianças contém de 80-90% Sangue: Concentração menor que 2% Liga-se à Hb SNC: Maior predominância no cerebelo, hipocampo, córtex cerebral e medula Maior intensidade em fetos e crianças Biotransformação Inorgânico Não é biotransformado, apenas complexado à biomoléculas (glutationa) Orgânico Pode ser biotransformado em inorgânico no fígado Excreção 90% do ingerido não é absorvido, sendo excretado nas fezes O chumbo inalterado é excretado pelos rins Taxa de excreção é diretamente proprocional à TFG 25-30% pode ser excretado pela bile 8% por suor, cabelo e unhas SNC Adultos Manifestação clássica: neuropatia periférica Desmielinização segmental e possível degeneração axonal Pé e punho caídos Hematológico Altera a biossíntese do heme Inibição ALAD ALAD é responsável por condersar duas unidades de ALA e formar porfobilinogênio (PBG) Observa-se acúmulo de ALA Inibição ferroquelatase A enzima é responsável pela inserção do ferro no anel de protoporfirina, formando o heme Acúmulo de protoporfirina IX, que leva a substituição do ferro pelo zinco Em casos acentuados leva à anemia Renal Nefrotoxicidade aguda Disfunção tubular proximal É revertida pelo uso de quelantes Nefrotoxicidade crônica Fibrose intersticial e perda progressiva de néfrons, podendo evoluir para falência renal Azotemia: alta concentração de produtor nitrogenados Afeto a síntese de 1-alfa-hidroxilase, reduzindo a concentração de 1,25-2(OH)D A hiperuricemia poder levar á gota saturnina Cardiovascular Hipertensão induzida por chumbo Inativação do NO e GPMc (guanosina) pela produção de EROs induzidas pelo chumbo Alteração do SRAA Aumento da atividade simpática Esímulo da bomba Na+/Ca2+ aumentando a contratilidade do miocárdio Aumento da endotelina e tromboxano QUADRO CLÍNICO Intoxicação Subclínica Pode ocorrer com crianças expostas a menos de 10 Ocorre menor estimulação do córtex pré-frontal pelos neurotransmissores (dopa, sero e nora) Baixa capacidade intelectual Problemas comportamentais, como hiperatividade Habilidades organizacionais precárias Int. Clínica Crianças Alterações ósseas "Linhas de Chumbo" Aumento da densidade óssea nas epífises Há inibição da cicatrização de fraturas Aumento da condrogênese Retardo da mineralização da cartilagem SNC Inibição dos neurotransmissores pela interrupção da homeostasia do cálcio Deficiências sensoriais, motoras, intelectuais, psicológicas q cognitivas Desenvolvimento psicomotor retardado Cegueira Psicose, convulsão e coma em casos graves Adultos SNC Neuropatia periféria desmielinizantes Especialmente nos nervos motores e músculos extensores do punho e dedos Paralisia dos músculos peroneais Queda do pé Queda da mão Hematológico Alteração da síntese do heme Aparência de sideroblasto em anel: precursores da hemácia Acúmulo de protoporfirina Anemia microcítica hipocrômica Hemólise leve Pontilhado basófilo Não é patognomônico Ocorre pela supressão da síntese de Hb Resquícios de RE e retenção de mitocôndrias com excesso de ferro não incorporados ao heme TGI Cólica de chumbo Dor abdominal intensa e mal localizada TGU Nefropatia Gengiva Formação das linhas de chumbo como resultado da hiperpigmentação da mucosa DIAGNÓSTICO Considerar epidemiologia, clínica e exames complementares Crianças Suspeitar em caso de alterações neurológicas e comportamentais, ou anemia inexplicável Definitivo em caso de níveis séricos elevados de chumbo, protoporfirina livre ou zinco ligado nas hemácias Diminuição da função cognitiva, aprendizagem e memória Afeta neurotransmissores glutamato, dopa e acetilcolina EXPOSIÇÃO E TOXICOCINÉTICA TOXICODINÂMICA QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO Formas Metálico ou elementar Orgânico Inorgânico Vapores inalados são absorvidos 80% pelos pulmões Não absorvidos pelo TGI Pele: causa irritação e erupções Altamente lipofílico, atravessando a membrana alveolar com facilidade Atravessa BHE e placentária Principal MeHg (metilmercúrio) É produzido por bactérias, especialmente no meio aquático 95% é absorvido pelo duodeno, especialmente em crianças Sua absorção é facilitada por se ligar à grupos "tiol", como da cisteína É transportado por ligação à albumina Atravasse BHE e placentária Principal: cloreto de mercúrio Proveniente da desgaseificação natural da crosta e pela contaminação industrial 20% absorvido no TGI No ambiente é convertido em MeHg pelas bactérias Principal causador de glomerulonefrite autoimune Locais Peixes contaminados com metilmercúrio Vapores de mercúrio ex. amálgama dentária Contaminação das águas Ciclo do mercúrio Deposição Metilmercúrio e metálico são lipofílicos e se acumulam no SNC O mercúrio se liga aà glutationa que contribui para sua toxicidade A glutationa é um dos principais antioxidantes, especialmente no SNC A ligação do mercúrio com o grupo sulfidrila (tiol) da glutationa causa a diminuição da capacidade antioxidante Há aumento do estresse oxidativo Dano mitocondrial Dano à membrana plasmática Dano ao DNA Os sintomas variam conforme a região acometida do SNC Tremores Iniciados nas nãos e se espalham Instabiidade emocional Irritação excessiva Excitaçao Timidez excessiva Perda de confiança Nervosismo Alteraçõesneuromusculares Fraqueza, atrofia ou espasmos Encefalites Diminuição da função cognitiva Mercúrio inorgânico O principal acometido são os rins Toxicidade direta às células tubulares renais Proteinúria Excreção Inorgânico Orgânico Via renal e fecal, comumente como mercúrio mercúrico Meia-vida varia de dias a meses Fezes Meia-vida de 70 dias Clínico CARACTERÍSTICAS TOXICOCINÉTICA EXPOSIÇÃO TOXICODINÂMICA QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO Absorção Respiratória: é a principal forma Cutânea: é praticamente disprezível O contato direto do líquido com a pele pode causar certa absorção, sendo um risco especial para os frentistas TGI: é pouco comum, porém é absorvível Biotransformação Após a absorção, por ser lipossolúvel, é transportado por proteínas Cerca de 80-90% é biotransformado no fígado pelo sistema p-450 Principal enzima: CYP2E1 A substância sofre oxidação e gera metabólitos ativos, especialmente o fenol Tropismo pelos tecidos lipídicos, principalmente a medula Causam a alteração do DNA Em alguns casos, segue diretamente para a M.O, onde srá biotransformada Excreção A porção que não é biotransformada é eliminada pela respiração Exposição crônica leva à mielotoxicidade pela depressão da medula óssea Evolui para hipoplasia ou aplasia medular Não existem sinais patognomônicos Sintomas gerais Astenia, mialgia, sonolência e tontura Hemograma observa-se alterações da hematopoiese Ex. leucopenia, neutropenia, eosinofilia, macrocitose, plaquetopenia e etc Clínico + laboratorial + epidemiológico Considerar história de exposição, principalmente a ocupacional TRATAMENTO Medidas gerais Hidratação Exames gerais de funções Controle de distúrbio hidroeletrolítico, caso haja Não há antídoto ou medicação específica Exames complementares Expecíficos Gerais Pumbinemia Plumbúria Se solicitar teste rápido e der positivo, deve-se confirmar pelo nível sérico de chumbo Atenção especial para aumento da protoporfirina livre ou zincada Diminuição da atividade da ALA Levar em conta a história de exposição, especialmente ocupacional Complementar Específico Geral Espectometria de absorção É sensível mas não diferencia a forma química Mercúrio urinário Não é indicado em caso de mercúrio orgânico, pois a eliminação é fecal Utilizado principalmente no controle da terapia quelante Pode ser solicitado mercúrio sérico TRATAMENTO Suporte Descontaminação Antídoto Desobstruir via aéres e administrar O2 conforme indicação Monitoramento dos sinais vitais Manutenção do acesso venoso Hidratação adequada Ingestão aguda Exposição cutânea ou ocular Considerar remoção endoscópica em caso de corpos estranhos contendo chumbo Irrigação intestinal pode ser indicada para crianças Lavagem com água e sabão Quelantes Reduzem a concentração sanguínea por se complexar Substância com a capacidade de fixar íons metálicos, formando um complexo (quelato), solúvel e não tóxico Aumenta a excreção urinária, por tornam solúvel A indicação varia conforme a idade do pacientes, sintomas e os exames laboratoriais Não há indicação quando: Adultos assintomáticos e com nível sérico <70 mcg/dL Crianças assintomáticas com nível sérico <44mcg/dL TRATAMENTO Via oral A descontaminação não costuma ser indicada pela baixa absorção Exceção: mercúrio orgânico, pois é lipossolúvel Carvão ativado não é eficaz Antídoto Quelantes Indicados em caso de indivíduos sintomáticos após exposição aguda ou crônica É um solvente orgânico - hidrocarboneto aromático Encontrado em estado líquido, incolor, lipossolúvel, volátil, inflamável e de odor característico É derivado do petróleo A principal via é a inalatória Tabagismo Principal fonte em ambiente residencial Esporádica Emissão de vapor de gasolina Solventes de drogas: loló e lança perfume Exposição ocupacional Produção e refino de petróleo Indústria de ferro e aço Manufatura de plásticos e borracha Leva à um estado de mielodisplasia (pré-neoplásico), que pode evoluir para leucemia mieloide Metabólitos do benzeno também produzem efeitos tóxicos Ocorre, de forma geral, por ligação covalente com proteínas, DNA e RNA, causando: Inibição de enzimas Destruição de células Alteração do crescimento celular, como a inibição Estresse oxidativo
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