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Circulação Liquórica

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Raissa Fidelis - XLVI
Circulação Liquórica
O líquor é produzido pelos plexos corioides, sendo 40% do total do líquor formado responsável pelo epêndima das paredes ventriculares. 
Sua formação envolve transporte ativo de Na+ Cl-, através das células ependimárias dos plexos corioides, acompanhado de certa quantidade de água, necessária à manutenção do equilíbrio osmótico. 
Por existir plexos corioides nos ventrículos laterais e no teto do III e IV ventrículos, os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares (forame de Monro) e daí ao IV ventrículo através do aqueduto cerebral (aqueduto de sylvius). Por meio das aberturas mediana e laterais do IV ventrículo, o líquor formado no interior dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido, sobretudo através das granulações aracnoideas que se projetam no interior dos seios da dura-máter, pelas quais chega à circulação geral sistêmica. 
A circulação do líquor no espaço subaracnóideo se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. 
No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois há reabsorção liquórica nas pequenas granulações aracnoideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. 
A circulação do líquor é lenta. 
A produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção em outra são suficientes para causar sua movimentação. 
A pulsação das artérias intracranianas que, a cada sístole aumenta a pressão liquórica, contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. 
FUNÇÃO 
Proteção mecânica do encéfalo. 
Manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular.
Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso que passam aos espaços intersticiais. 
Veículo de comunicação entre diferentes áreas do SNC.
Exemplo: hormônios produzidos no hipotálamo são liberados no sangue, mas também no líquor podendo agir sobre regiões distantes do sistema ventricular. 
Neurônios 
Neurônio aferente (sensitivo):
Função de levar ao SNC informações sobre as modificações ocorridas no meio externo. 
Neurônio Eferente (motor):
Função de conduzir o impulso nervoso ao órgão efetuador (músculo ou glândula). 
O impulso eferente determina, assim, uma contração ou uma secreção.
Neurônios de primeira ordem: possui seu receptor em algum órgão efetor e leva o estímulo ou potencial de ação até o neurônio de segunda ordem. 
Neurônio de segunda ordem: recebem a informação dos neurônios de primeira ordem, cruzam a linha média e fazem suas sinapses com neurônios de terceira ordem no tálamo. 
Terceira ordem: recebe a informação do neurônio de segunda ordem e leva a mesma até o córtex. 
Via Coluna Dorsal-Lemnisco Medial
A informação sobre o tato ou a vibração da pele segue uma via em direção ao encéfalo que é totalmente distinta da via em que seguem as informações sobre a dor e a temperatura. A via do tato e chamada de via coluna dorsal-lemnisco medial, por razoes que veremos a seguir. O ramo ascendente dos axônios sensoriais calibrosos (Aβ) entra na coluna dorsal ipsolateral da medula espinhal, o tracto de substancia branca medial ao corno dorsal (ver Figura 12.14). As colunas dorsais levam informação acerca da sensação tátil (e da posição dos membros) em direção ao encéfalo. Estas são constituídas de axônios sensoriais primários, como também de axônios de neurônios de segunda ordem da substancia cinzenta espinhal. Os axônios da coluna dorsal terminam nos núcleos da coluna dorsal, que estão situados no limite entre a medula espinhal e o bulbo. Observe que alguns dos axônios mais longos do seu corpo se originam na pele de seu hálux e terminam nos núcleos da coluna dorsal, situados na base de sua cabeça. Esta e uma via rápida e direta que transmite informação da pele ao encéfalo sem uma sinapse no trajeto. Até este ponto da via, a informação ainda está sendo transmitida ipsolateralmente; ou seja, a informação do tato do lado direito do corpo está representada na atividade dos neurônios nos núcleos da coluna dorsal direita. Entretanto, os axônios dos neurônios dos núcleos da coluna dorsal fazem uma curva em direção ao bulbo ventral e medial e, então, decussam. A partir desse ponto, o sistema somatossensorial de um lado do encéfalo está relacionado com as sensações originadas do lado oposto do corpo. Os axônios dos núcleos da coluna dorsal ascendem por um tracto conspícuo de substancia branca, chamado de lemnisco medial. O lemnisco medial sobe pelo bulbo, pela ponte e pelo mesencéfalo, e seus axônios fazem sinapse com neurônios do núcleo ventral posterior (VP) do tálamo. Lembre-se que quase nenhuma informação sensorial segue diretamente ao córtex cerebral sem antes fazer sinapse no tálamo (o olfato e a exceção). Os neurônios talâmicos do núcleo VP projetam- -se, por sua vez, a regiões especificas do córtex somatossensorial primário, ou S1. E tentador supor que a informação sensorial seja simplesmente transferida, sem modificações, pelos núcleos do tronco encefálico e do tálamo no seu trajeto ao córtex e que o processamento realmente ocorra apenas no córtex. De fato, este pressuposto resultou na terminologia núcleos relé (como o dispositivo elétrico que intervém na passagem de corrente) ou núcleos de retransmissão, termos que sao frequentemente utilizados para descrever núcleos sensoriais específicos do tálamo, como é o caso do núcleo VP. Estudos neurofisiológicos têm demonstrado, entretanto, o oposto. Tanto nos núcleos da coluna dorsal como nos talâmicos, ocorre uma transformação considerável da informação. Como regra, a informação e alterada cada vez que passa por sinapses no encéfalo. Em especial, as interações inibitórias entre os grupos adjacentes de aferências, que chegam pela via coluna dorsal-lemnisco medial, aumentam as respostas aos estímulos táteis. Como veremos a seguir, algumas sinapses nesses núcleos também podem ter sua eficiência modificada, dependendo de sua atividade recente. Os neurônios tanto dos núcleos do tálamo como dos núcleos da coluna dorsal são controlados por aferencias do córtex cerebral. Consequentemente, a eferência do córtex pode influenciar a aferência para o próprio córtex.

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