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Bronquiectasias: causas, sintomas e tratamentos

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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS
CLÍNICA MÉDICA III | PNEUMOLOGIA
GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A
Bronquiectasias
As bronquiectasias são dilatações brônquicas permanentes, irreversíveis, geralmente múltiplas. Em infecções
broncopulmonares agudas (por exemplo, pneumonias) pode haver dilatações brônquicas transitórias que revertem
com a resolução do processo. Isto não se considera bronquiectasias. Em pneumonia a hepatização do parênquima
pulmonar, pressão endopleural negativa atua diretamente nos brônquios e dilata. À medida que vai curando, os
brônquios voltam ao normal.
Fisiopatogenia das bronquiectasias
Alterações estruturais: distorção anatômica e injúria dos brônquios e
parênquima pulmonar → retenção de muco nas dilatações → reduz a
eficácia do mecanismo mucociliar → propicia colonização por MO →
infecção → infecção crônica → processo inflamatório crônico
destruindo parede brônquica e aumentando bronquiectasias
Ou seja, existe uma distorção anatômica e um injúria dos brônquios e
parênquima pulmonar. Essa lesão leva a retenção de muco na dilatação,
o que reduz a eficácia do mecanismo broncociliar e propicia a
colonização de microorganismos que vira uma infecção crônica, levando a um processo inflamatório crônico que
lesa mais a parede brônquica e aumentando mais as bronquiectasias. Do ponto de vista patológico ocorre uma
dilatação do calibre brônquico e uma diminuição das vias laterais
Etiologia
1) Idiopáticas (26%)
2) Pós infecciosas (mais frequentes, principalmente
relacionadas às doenças viróticas da infância - 30%):
sarampo, coqueluche, adenovírus, tuberculose,
aspergilose broncopulmonar alérgica entre outras.
3) Associadas à condição subjacente : fibrose cística,
discinesia ciliar, síndrome de Young, síndrome de
Williams-Campbell, imunodeficiências, traqueobroncomalácia - síndrome de Mounier Kuhn, fibrose pulmonar,
obstrução endobrônquica
Manifestações clínicas
Sintomas
- Tosse (100%) e expectoração purulenta, frequentemente volumosa, por longo
tempo (96%)
- Infecções respiratórias de repetição
- Pneumonias de repetição (40%)
- Hemoptises de repetição (rompimento parede brônquica - romper vasos)
(41%)
Sinais
- Crepitações localizadas (66%) → apenas no local
- Roncos e sibilos localizados (32,4%) → secreção endobrônquica
- Hipocratismo digital (não aparece na DPOC. Se aparecer, ou tem bronquiectasias associadas ou tem cancer
de pulmão)(29%)
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CLÍNICA MÉDICA III | PNEUMOLOGIA
GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A
Prevalência: Acredita-se que é mais frequente que o número sabido e sua ocorrência têm relação direta com o
número e gravidade de infecções respiratórias da comunidade, particularmente em jovens. Atualmente observa-se
uma redução devido aos antibióticos, vacinas e progresso da medicina, uma vez que a maior causa é pós infecciosa
Classificações
- Patológica/ radiológica
- Cilíndricas
- Císticas
- Varicosas
- Apresentação clínica
- Supuração crônica
- Hemoptises repetidas
- Natureza
- Congênitas?
- Adquiridas
Quando suspeitar: tosse e expectoração, geralmente
desde à infância; infecções de repetição; hemoptises de repetição; crepitações
localizadas; hipocratismo digital ; alterações radiológicas
Investigação Diagnóstica: a história clínica é muito importante
- RX de tórax pode ser aparentemente normal e em mais de 50% dos casos às
alterações podem ser inespecíficas
- O padrão ouro para o diagnóstico de bronquiectasias foi à broncografia, hoje
o padrão ouro é a TC de tórax
TC de tórax de alta resolução
- sinal do anel de sinete
- sinal do trilho de trem (bronquiectasia cilíndrica)
- sinal do cacho de uvas (bronquiectasia cística)
- impactação mucoide
- nódulos centrolobulares
- árvore em brotamento
- espessamento de parede brônquica
- perfusão em mosaico
- aprisionamento aéreo
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CLÍNICA MÉDICA III | PNEUMOLOGIA
GABRIELA PICCHIONI BAÊTA - 68A
Conduta Terapêutica (excluído os pacientes fibrocísticos): três
modelos distintos
- Doença sistêmica / bronquiectasia bilaterais (def
imunológica, discinesia, fibrose cística) →
tratamento clínico
- Bronquiectasia em múltiplos segmentos, pós
infecciosas → Tratamento clínico
- Bronquiectasia localizada (uni ou bilat) →
Tratamento cirúrgico curativo
Tratamento Clínico (excluído os pacientes fibrocísticos)
- Para as exacerbações infecciosas → antibiótico: orais, parenterais ou aerossolizados - dependendo
da situação clínica
- Nas exacerbações agudas, antibacterianos de amplo espectro são preferidos
- Para pacientes ambulatoriais, de leve a moderadamente doentes: amox/clav, cefalosporina de
segunda geração ou quinolonas por 7-10 dias
- Fisioterapia (para drenagem das secreções )
- Pacientes com doença obstrutiva significativa (bronco-bronquiolopatia) devem receber às
medicações broncodilatadoras usadas para DPOC: beta agonista ou anticolinérgico (cuidado com
ressecamento de secreção)

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