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0 1 SUMÁRIO 1 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO ................... 4 3 AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE ......................................................... 6 Vigitel .................................................................................................... 7 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ..................................................................... 9 4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ............................... 11 5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM 14 Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: 17 O homem e o acesso aos serviços de saúde ..................................... 18 6 O ENVELHECIMENTO: Políticas, Programas e Rede de Atenção à Saúde do Idoso 19 População Idosa no País .................................................................... 19 Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento ......................... 20 Plano de ação sobre a saúde das pessoas idosas ............................ 21 Políticas, programas e ações nacionais ............................................. 21 7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA ........................................ 22 8 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA ......................... 24 Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa ............................................... 26 Rede de Atenção à Saúde do Idoso ................................................... 27 Unidades Básicas de Saúde (UBS) .................................................... 28 Unidades de atendimento ambulatorial especializado ....................... 29 Unidades de reabilitação .................................................................... 30 9 IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NO ORGANISMO HUMANO ........... 31 2 10 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS....................................... 34 Práticas Corporais e Atividades Físicas .......................................... 36 Preparando os idosos para atividades físicas ou práticas corporais 37 Como devem ser realizadas as atividades físicas ou práticas corporais com idosos ............................................................................................. 38 11 QUEDAS ENTRE OS IDOSOS ............................................................. 39 Fatores de risco .............................................................................. 40 Prevenção de quedas ..................................................................... 41 Orientações aos idosos e cuidadores ............................................. 42 12 O CUIDADO OFERTADO AOS IDOSOS .............................................. 43 O autocuidado ................................................................................. 44 O cuidador ....................................................................................... 45 O cuidador e a equipe de saúde ..................................................... 48 O cuidador e a família ..................................................................... 49 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 52 3 1 1 INTRODUÇÃO Prezado (a) aluno (a)! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro quase improvável, um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO Fonte: imagem.band.com.br Algumas mudanças ocorridas no país nas últimas décadas como, o processo de urbanização, aumento da expectativa de vida, redução da fecundidade, migração, entre outras, contribuíram para a modificar a estrutura de faixa etária da população. O quantitativo de pessoas adultas, ou seja, com idade de 20 a 59 anos, foi significativamente ampliado. Como consequência do envelhecimento da população, as doenças crônico degenerativas surgem como sendo as principais causas de morbidade e mortalidade (JÚNIOR et al.,2013). Conforme afirma Malta et al. (2017), são responsáveis por 70% das mortes no mundo, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo elas: Doenças Cardiovasculares, Respiratórias Crônicas, Diabetes Mellitus e Cânceres. A estimativa é de 38 milhões de mortes por ano e dentre esses óbitos, 16 milhões são de pessoas com menos de 70 anos de idade. Essas doenças tendem a ser de longa duração e surgem como o resultado da combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. Tabagismo, sedentarismo, alcoolismo e dieta pouco saudável contribuem para o aumento do risco de morte por DCNT, além da poluição do ar, que também é um fator de risco para as enfermidades (ONU, 2018). 5 Para atender às necessidades sociais em saúde, a promoção da saúde que é parte estratégica de produção de saúde, deve ocorrer de forma articulada às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro. Ações que possibilitam responder à essas necessidades são construídas (BRASIL, 2010). A Atenção Integral à Saúde do Adulto, atua nas condições específicas a esse público. No Brasil, além das DCNT citadas anteriormente, também são foco do Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto (PAISA): Tuberculose; Hanseníase e Saúde do Homem. A execução dessas ações se constitui como uma das iniciativas do Ministério da Saúde (MS) que priorizam condições pautadas no perfil epidemiológico desta população, com o intuito de articular ações de caráter individual e coletivo. Programas educativos sobre doenças crônicas e degenerativas reduz o número de hospitalizações, melhora as complicações agudas e crônicas e previne de algumas enfermidades (GARCIA; FONSÊCA, 2016). Algumas estratégias podem ser utilizadas no desenvolvimento de ações à saúde do adulto, como por exemplo: Atividades de grupo para a população adulta: Grupos de promoção à saúde para portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), grupo de atividade física, grupo de saúde mental, grupo de trabalhos manuais, grupo de tabagismo e grupo de reabilitação; Atividades de sala de espera: Espaço que possibilita práticas pontuais de educação em saúde e troca de informações; e Visita domiciliar: Priorizar portadores de doenças crônicas com limitação física, egressos de hospital com condição incapacitante, usuários em fase terminal, portadores de doença mental com limitação de acesso à UBS, abordagem familiar, busca ativa de marcadores do Siab/Sisab ou de doenças de notificação compulsória. Para reorganizar as Redes de Atenção à Saúde (RAS), bem como as linhas de cuidado às doenças crônicas, o Ministério da Saúde tem investido em diretrizes que oriente essa reorganização. Ações de vigilância das doenças infecciosas mais prevalentes tambémreceberam orientações do MS. Na Atenção à saúde do homem, as ações voltadas para prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, 6 manutenção, promoção e proteção da saúde tem sido de grande importância para a saúde do adulto. 3 AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE É responsabilidade da Vigilância em Saúde, desenvolver ações que possibilite acompanhamento, prevenção e controle de doenças transmissíveis, bem como a responsabilidade de atuar na vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, na promoção da saúde, na saúde ambiental e do trabalhador, vigilância sanitária e também analisar a situação de saúde da população brasileira (BRASIL, 2017). De acordo com o relatório final da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (2018), realizada entre os dias 27 de fevereiro a 2 de março de 2018, no Centro de Eventos da Ascade, em Brasília (DF), as ações da Vigilância em Saúde, para que possam superar vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais, devem ser orientadas da seguinte forma: Por meio do planejamento a partir dos territórios das Regiões e Unidades de Saúde; Deve haver fortalecimento das ferramentas de comunicação social; e Deve haver educação permanente dos profissionais de saúde e conselheiros de saúde municipais, estaduais e do Distrito Federal. A tuberculose e a hanseníase, estão relacionadas como sendo os agravos transmissíveis mais frequentes dentre a população adulta em nosso país, quando se trata de saúde do adulto. Dessa forma é necessária a promoção de ações de prevenção e controle das mesmas, o que refletirá na ampliação da capacidade de respostas dos serviços às doenças emergentes e às endemias. O diagnóstico e tratamento dos pacientes acometidos por essas doenças, constituem em foco importante da ação de controle desses agravos, afim de interromper a cadeia de transmissão. E grande parte das ações encontra-se no âmbito da Atenção Básica/Saúde da Família. A saúde do trabalhador também corresponde a uma área importante incorporada as ações de vigilância em saúde, juntamente com a saúde do adulto. Compreende um conjunto de atividades voltadas à promoção e proteção da saúde 7 dos trabalhadores, visando a recuperação e reabilitação da saúde desses trabalhadores, submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Abrange os seguintes aspectos: (1) assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; (2) participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; (3) informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional (BRASIL, 2008 apud GARCIA; FONSÊCA, 2016). De acordo com Brasil (2018), eventos decorrentes do exercício da profissão ou ocorridos no percurso de ida e volta entre a residência e o local de trabalho, que cause lesão ou prejuízo funcional, levando a morte ou perda ou redução da capacidade para o trabalho, é considerado acidente de trabalho. A taxa de incidência por sexo aponta índice superior a 76% para a população masculina, conforme divulgado pelo Portal Brasileiro de Dados Abertos, na série histórica 1997-2008. Os estereótipos de gênero colaboram para que os homens se exponham mais a situações de risco no trabalho, evidenciadas em descumprimentos de normas básicas de segurança e proteção, rotinas de trabalho desfavoráveis, entre outras. Vigitel Para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade das DCNT é necessário primeiramente, conhecer a situação de saúde da população. Dessa forma, pesquisas são realizadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, através do Vigitel, que compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para DCNT, atuando em parceria com outros inquéritos, como os domiciliares e os voltados para a população escolar (BRASIL, 2017). O sistema foi implantado em 2006 em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. O objetivo é monitorar a frequência e a distribuição desses fatores de risco e proteção para as doenças, através de inquérito telefônico. As entrevistas telefônicas são realizadas anualmente com a população adulta a partir de 18 anos, residente em domicílios com linha de telefone fixo. O Vigitel monitora as seguintes Doenças Crônicas Não Transmissíveis: 8 Diabetes; Câncer; Doenças respiratórias crônicas, e Doenças cardiovasculares (HAS-Hipertensão Arterial Sistêmica). “ A HAS tem grande impacto na morbimortalidade e na qualidade de vida da população. ” Alguns fatores de risco são comuns para as doenças supracitadas e são também monitorados pelo Vigitel. São eles: Tabagismo; Alimentação não saudável; Inatividade física; e Uso nocivo de bebidas alcoólicas. Os indicadores avaliados pelo Vigitel também abordam os seguintes temas: Excesso de peso e obesidade; Condução de veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas; Autoavaliação do estado de saúde; Prevenção de câncer; e Morbidade referida. Através desse monitoramento são obtidas informações importantes para o planejamento de políticas públicas de promoção e prevenção, além da avaliação de intervenções realizadas. A elaboração do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011–2022, bem como o acompanhamento das metas propostas no mesmo, é resultado das ações do sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT. Dentro do sistema, o Vigitel apoia também o monitoramento das metas do Plano Regional de DCNT (Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS) e do Plano Global para o Enfrentamento das DCNT (Organização Mundial da Saúde). 9 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) As DNCT compõem um grupo de doenças de maior proporção no país, acometendo principalmente, as populações mais vulneráveis (de baixa renda e baixa escolaridade). Diante da situação, o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT, em parceria com vários ministérios, instituições de ensino e pesquisa, ONGs da área da saúde, entidades médicas e associações de portadores de doenças crônicas, visando preparar o Brasil para enfrentar e deter as DCNT até 2022. O desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências, a fim de prevenir e controlar as DCNT e seus fatores de risco, além de apoiar os serviços de saúde voltados às essas doenças, faz parte do Plano. As doenças crônicas não transmissíveis abordadas no Plano são: Doenças circulatórias; Doenças respiratórias crônicas; Diabetes; e Câncer. Os fatores de risco em comum modificáveis para essas doenças, também abordados no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT são: Tabagismo; Álcool; Inatividade física; Alimentação não saudável; e Obesidade. A promoção da saúde, como escopo da Vigilância em Saúde, compreende o conjunto de intervenções individuais, coletivas e ambientais responsáveis pela atuação sobre os determinantes sociais da saúde, visto a diferenças entre as necessidades, territórios e culturas em nosso país. A atenção à saúde, deve seguir um modelo diferenciado que vai além dos “muros das unidades” de saúde, atuando na prevenção de riscos e agravos e na promoção da saúde. E isso só é possível quando a equipe atua no território onde vive e trabalhaa população da área de 10 abrangência, superando assim o modelo voltado à atenção à “demanda espontânea”, de atendimento a doentes. É importante ressaltar que, um modelo não substitui o outro, ou seja, faz-se necessário realizar tanto a busca ativa e atenção domiciliar, quanto o acolhimento aos usuários e, esse acolhimento para que ocorra de maneira adequada, implica em responder às necessidades atuais dos usuários e programar o acompanhamento de suas condições crônicas. Geralmente os usuários portadores de doenças crônicas são frequentadores assíduos da Unidade Básica de Saúde e diversas são as razões: Verificar a pressão e/ou glicemia; Renovar receitas; Consulta de acompanhamento; Atendimento para agudização de sua condição crônica, entre outras. Durante o acolhimento à uma condição aguda, o enfermeiro deve avaliar o usuário investigando as seguintes condições: O uso correto das medicações prescritas; A alimentação (recente, eventuais exageros ou dieta muito restritiva); Realização ou não de atividade física; O uso de álcool, tabaco e outras drogas; Episódios de conflitos e outros estresses emocionais. “Os protocolos clínicos baseados em evidências são muito úteis ao recomendar o que fazer em cada situação, a exemplo dos Cadernos de Atenção Básica. ” (BRASIL, 2014). 11 4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Fonte: fafich.ufmg.br A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), a qual foi aprovada através da Portaria MS/GM nº 687, de 30 março de 2006, revogada e redefinida pela Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014, atua em sintonia com a lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 que institui o Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando que as ações públicas em saúde devem ultrapassar a ideia de cura e reabilitação, ou seja, que é necessário priorizar medidas preventivas e de promoção da saúde à fim de transformar os fatores da vida que colocam as coletividades em situação de iniquidade e vulnerabilidade, tais como: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordenada e má qualidade do ar e da água. Dessa forma a PNPS envolve ações e serviços, operando sobre os determinantes do adoecer (BRASIL, 2013). 12 Os 13 objetivos específicos da PNPS são: Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na RAS, articulada às demais redes de proteção social; Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social, visando reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, com respeito às diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e identidade de gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais e relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais; Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável; Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios; Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem viver; Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e complementares; Promover o empoderamento e a capacidade para tomada de decisão e a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da vida; Promover processos de educação, formação profissional e capacitação específicas em promoção da saúde, de acordo com os princípios e valores da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), para trabalhadores, gestores e cidadãos; Estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa de políticas públicas saudáveis; Estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos e estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde; Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e inquéritos, permitindo análise, monitoramento, avaliação e financiamento das ações; 13 Fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que estejam em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais com as agendas nacionais e internacionais. A PNPS, apresenta no Art. 10 (BRASIL, 2014), os temas prioritários, os quais foram evidenciados pelas ações de promoção da saúde realizadas, sendo compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos interfederativos e com o planejamento estratégico do MS, bem como acordos internacionais que foram firmados pelo governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas, com os outros setores e especificidades sanitárias: Formação e educação permanente; Alimentação adequada e saudável; Práticas corporais e atividades físicas; Enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados; Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas; Promoção da mobilidade segura (redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito); Promoção da cultura da paz e de direitos humanos; e Promoção do desenvolvimento sustentável. 14 5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM Fonte: saude.gov.br A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) é uma das prioridades do governo, apresentada pelo Ministério da Saúde, que atua de forma alinhada com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e em consonância com os princípios do SUS. “Entre seus principais objetivos, insere-se a orientação com as ações e serviços de saúde para a população masculina, com integralidade e equidade, primando pela humanização da atenção. ” (GARCIA; FONSÊCA, 2016). Foi instituída pela Portaria GM nº 1.944, de 27 de agosto de 2009, hoje incluída no Anexo XII da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, Consolidação das Normas sobre as Políticas Nacionais de Saúde do Sistema Único de Saúde. A população masculina apresenta menor acesso aos serviços de saúde e, portanto, a atenção requer que os trabalhadores da saúde ampliem o olhar quanto a esse acesso, quanto ao acolhimento e ao atendimento a essa população (BRASIL, 2018). 15 Fonte: Ministério da Saúde Promover ações que contribuam para a compreensão da realidade singular masculina, em seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos e respeitar os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios é uma das diretrizes da PNAISH. Tem como objetivo geral, ampliar o acesso da população masculina da faixa etária de 20 a 59 anos aos serviços de saúde, bem como melhorar esse acesso. Para que seja alcançado esse objetivo, a PNAISH é desenvolvida a partir de cinco (05) eixos temáticos (BRASIL, 2019): Acesso e Acolhimento: Visa a reorganização das ações de saúde, por meio de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados. 16 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: Visa a sensibilização de gestores (as), profissionais de saúde e a população em geral à fim de reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para aproximá-los desta temática. Paternidade e Cuidado: Objetiva sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde ea população em geral sobre os benefícios do envolvimento ativo do homem com sua parceira durante as fases da gestação e participação nas ações de cuidados com os (as) filhos (as), destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis intrafamiliar. Doenças prevalentes na população masculina: Busca fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde. Prevenção de Violências e Acidentes: Busca propor e desenvolver ações que chamem atenção para a grave relação entre a população masculina e as violências (em especial a violência urbana) e acidentes, bem como sensibilizar a população em geral e também os profissionais de saúde sobre o tema. As doenças prevalentes na população masculina e que conforme pesquisas como a Vigitel, ocorrem com maior frequência entre os homens, estão relacionadas aos seguintes fatores de risco, conforme Brasil (2018): Tabagismo; Consumo de bebidas alcoólicas; Alimentação inadequada; Excesso de peso. Um dos desafios da PNAISH é a mobilização da população masculina brasileira para a luta pela garantia de seu direito social à saúde. É necessário sensibilizar os homens para que possam reconhecer e expressar suas condições sociais e de saúde, para que sucedam sujeitos protagonistas de suas demandas, consolidando seu exercício e gozo dos direitos de cidadania (GARCIA; FONSÊCA, 2016). 17 Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: As diretrizes da PNAISH, conforme Ministério da Saúde (2009) foram elaboradas a partir da integralidade, factibilidade, coerência e viabilidade, sendo norteadas pela humanização e a qualidade da assistência a ser prestada ao público masculino, princípios que devem permear todas as ações. Essas devem conduzir a elaboração dos planos, programas, projetos e atividades, como formulações que indicam as linhas de ação a serem seguidas pelo setor saúde: Entender a Saúde do Homem como um conjunto de ações de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde, executado nos diferentes níveis de atenção. Deve-se priorizar a atenção básica, com foco na Estratégia de Saúde da Família, porta de entrada do sistema de saúde integral, hierarquizado e regionalizado; Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão e do controle social, de acordo com as competências de cada um, garantindo condições para a execução da presente Política; Nortear a prática de saúde pela humanização e a qualidade da assistência a ser prestada, princípios que devem permear todas as ações; Integrar a execução da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem às demais políticas, programas, estratégias e ações do Ministério da Saúde; Promover a articulação interinstitucional, em especial com o setor Educação, como promotor de novas formas de pensar e agir; Reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados; Integrar as entidades da sociedade organizada na corresponsabilidade das ações governamentais pela convicção de que a saúde não é só um dever do Estado, mas uma prerrogativa da cidadania; Incluir na Educação permanente dos trabalhadores do SUS temas ligados a Atenção Integral à Saúde do Homem; 18 Aperfeiçoar os sistemas de informação de maneira a possibilitar um melhor monitoramento que permita tomadas racionais de decisão; e Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. O homem e o acesso aos serviços de saúde Algumas barreiras socioculturais envolvendo os homens como: medo de descobrir doenças, crenças de que o “homem é o sexo forte”, que são violentos por natureza, papel de provedor, entre outras serão mudadas através do acesso e acolhimento na PNAISH. As barreiras institucionais, também serão modificadas através de ações da política, como o fato de o homem ter dificuldade em ser liberado do trabalho para cuidados relacionados à saúde, horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), as filas e a qualidade dos serviços prestados por essas unidades. Conforme o Ministério da Saúde (2018), “É importante que trabalhadores (as) da saúde ampliem o olhar quanto à ambiência necessária nos serviços, de modo que os homens os reconheçam como espaços de cuidado também masculino.” Pois dados apontam que o homem, não acessa os serviços de saúde com frequência. Os serviços de saúde, bem como o ambiente das unidades, foram construídos a partir de estereótipos de gênero, onde o foco do acolhimento, primava por mulheres e crianças, prejudicando assim homens e outros usuários. A mediação permanente de conflitos na rotina dos serviços de saúde deve envolver toda a equipe, respeitando as singularidades dos usuários homens (BRASIL, 2018). Para o MS, segundo Brasil (2008 apud GARCIA; FONSÊCA, 2016), é necessário compreender as barreiras socioculturais e institucionais aqui apresentadas, bem como outras não descritas, para propor estratégias de medidas que promovam o acesso dos homens aos serviços de atenção primária, que deve ser a porta de entrada ao sistema de saúde, a fim de resguardar a prevenção e a promoção como eixos necessários e fundamentais de intervenção. 19 6 O ENVELHECIMENTO: Políticas, Programas e Rede de Atenção à Saúde do Idoso Fonte: mansaoreal.com.br População Idosa no País O aumento da expectativa média de vida trouxe repercussões diretas na saúde pública. O Brasil tem sofrido profundas transformações demográficas, políticas e sociais e ao mesmo tempo, o país experimenta uma transição de morbimortalidade onde predominam as enfermidades crônicas, mais complexas e onerosas, que exigem cuidados constantes (LIMA-COSTA et al., 2011 apud ALCÂNTARA; CAMARANO; GIACOMIN, 2016)). Doenças crônicas afetam mais os segmentos de maior idade. É para esta complexa dinâmica populacional que os formuladores de políticas públicas devem atentar. Tais políticas precisam oferecer suporte ao processo de envelhecimento no Brasil, de forma que atenda às necessidades dessa população. Martins et al (2007) afirma: Contudo, para atenção adequada ao idoso, juntamente com a magnitude e a severidade dos seus problemas funcionais, é imperativo o desenvolvimento de políticas sociais e de saúde factíveis e condizentes com as reais necessidades das pessoas nessa fase da vida. 20 Segundo o IBGE (PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) 2018, o número de idosos cresceu 18% de 2012 a 2017, ou seja, 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos, ultrapassando 30 milhões de idosos no país. Esse crescimento representa uma importante conquista social, é resultado da melhoria das condições de vida, com ampliação do acesso aos serviços de saúde, em especial a Atenção Básica, aos cuidados preventivos e curativos, do avanço da tecnologia médica, da ampliação da cobertura de saneamento básico, aumento da escolaridade e da renda, entre outros determinantes (BRASIL, 2015). Apesar dos avanços, resultando no aumento da expectativa de vida para a população brasileira, muitos idosos são portadores de doenças ou disfunções orgânicas, mas cabe destacar que esse quadro não significa necessariamente limitação de suas atividades, restrição da participação social ou do desempenho do seu papel social. Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento O Brasil vem formulando várias políticas públicas para atender a demanda idosa no país, a fim de garantir os direitos sociais e de cidadania paraesta população, trabalhando de forma alinhada à posição internacional sobre o tema. Foram elaboradas várias Leis, Decretos, Portarias e Políticas, tornando os idosos o público- alvo, conforme exemplifica Romero et al. (2019): Normas exigíveis imediatamente (direito ao transporte público gratuito); Normas-diretrizes para a ação do Estado (instrução para diminuir as desigualdades sociais nesse grupo etário e colocar a funcionalidade no centro da definição de saúde dos idosos). “ O Brasil é considerado um dos países que efetiva os acordos internacionais em matéria de envelhecimento.” O conceito de saúde foi transformado graças a Constituição Federal de 1988, e a partir daí o país aprovou a Política Nacional do Idoso (PNI), a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) e o Estatuto do Idoso, além de ter assinado diversos acordos internacionais na área, como por exemplo o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, em 2002 (ROMERO et al., 2019). 21 Esse Plano exigiu mudanças das atitudes, das políticas e das práticas em todos os níveis, fosse nacional ou internacional e em todos os setores, para que pudesse concretizar as enormes possibilidades que oferece o envelhecimento no século XXI. Oferece como um instrumento prático para ajudar os responsáveis pela formulação de políticas a considerar as prioridades básicas associadas com o envelhecimento dos indivíduos e das populações. O objetivo é garantir que a população possa envelhecer de forma segura e digna, e que os idosos possam continuar participando ativamente em suas sociedades como cidadãos plenos de direitos (BRASIL, 2003). Plano de ação sobre a saúde das pessoas idosas A promoção da saúde e bem-estar na velhice é uma das prioridades do plano de ação e o Brasil recebe apoio da ONU em sua estratégia de promoção do envelhecimento saudável. Trata-se da “Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa”, que foi implementada pelo Governo Federal, em parceria com a Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS), com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O intuito da iniciativa visa agregar políticas públicas em prol do idoso em municípios e comunidades, garantindo a efetivação do Estatuto do Idoso, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) (ONU, 2019). Em relação a agenda 2030 do ODS, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2019) afirma: “Valorizar a pessoa idosa e considerar seriamente o envelhecimento da população são vitais para a realização da Agenda 2030. Afinal, as questões que envolvem esse segmento populacional são transversais, perpassam quase todos os ODS, como os que abordam a erradicação da pobreza, a saúde e o bem-estar, a igualdade de gênero, o crescimento econômico, o trabalho decente, a redução das desigualdades e cidades sustentáveis”. Políticas, programas e ações nacionais Importantes instrumentos de organização do SUS, tiveram como parte integrante a Saúde do Idoso, como o Pacto pela Saúde em 2006, comtemplando três Eixos (Pacto em Defesa do SUS; Pacto em Defesa da Vida e Pacto de Gestão). Uma das prioridades do eixo Pacto em Defesa da Vida é a implantação da Política Nacional 22 de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção ao idoso de forma integral. O Contrato Organizativo de Ação Pública – Coap (2011) também teve como parte integrante, a Saúde do idoso (ROMERO et al., 2019). Fonte: Acervo do autor 7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), foi regulamentada em 2006, através da Portaria GM nº 648 de 28 de março. A concepção de Atenção Básica (AB) foi ampliada, incorporando as atribuições da atenção primária à saúde abrangente e reconhecendo a Saúde da Família como o modelo que substitui e reorganiza a AB. Além disso, as funções das Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram revisadas e também reconhecidas diferentes modalidades dessas UBS, ou seja, com ou sem Estratégia de Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2006; GIOVANELLA e MENDONÇA, 2012 apud MELO et al., 2018). Apesar da expansão da ESF nos grandes centros urbanos, pela incorporação e ampliação das Equipes de Saúde Bucal (ESB) e também a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), alguns pontos críticos (infraestrutura inadequada, subfinanciamento, modelo assistencial ultrapassado e a dificuldade de adesão de profissionais médicos), se mantiveram persistentes (MELO et al., 2018). A PNAB foi revista por meio da Portaria 2488 de 21 de outubro de 2011, com o objetivo de fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS), que é a porta de entrada ao SUS e coordenadora do cuidado nas Redes de Atenção. Iniciou-se então, naquele ano, segundo Pinto; Souza e Ferla (2014 apud MELO et al., 2018) um movimento de mudança dessa política, em grande parte no intuito de enfrentar os pontos críticos. O 23 Requalifica UBS (reformas, ampliações, construções e informatização), o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) e o Programa Mais Médicos (PMM) são demonstrações desse esforço. Porém em 2017, a Política Nacional de Atenção Básica, foi reformulada, através da Portaria 2.436 de 21 de setembro, definindo as Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para a organização do SUS, destacando a AB como a porta de entrada preferencial ao SUS e reconhecendo além da ESF, outras estratégias de organização da Atenção Primária, com parâmetros populacionais incertos de adscrição e carga horária (BRASIL, 2017). A implantação do NASF se deu em 2008 através da Portaria 154, constituindo- se em mais um esforço de reestruturação do processo de trabalho em saúde. Após a nova versão da PNAB em 2017, o NASF passou a se chamar Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). A consolidação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) é ponto essencial da PNAB. São organizados por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, atuando de maneira integrada e apoiando os profissionais das ESF e das equipes de AB no atendimento a populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais e Academia da Saúde), compartilhando de práticas e saberes em saúde. Os NASF fazem parte da AB, porém não são serviços com unidades físicas independentes ou especiais e o atendimento se dá conforme ofertado e referenciado pelas equipes de AB. Trabalham em conjunto com essas equipes e as ações são baseadas nas demandas identificadas, atuando de maneira integrada à RAS e outras redes, como por exemplo: Centros de Atenção Psicossocial - CAPS; Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST; Ambulatórios especializados; Sistema Único de Assistência Social - SUAS; Redes sociais e comunitárias. (ENSP, 2012 apud COELHO et al., 2018). 24 8 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA A proteção dos idosos no Brasil vem ganhando ênfase desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a partir de então, leis foram criadas a fim de atender as necessidades dessa população. Foi promulgada a Lei 8842/94, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, a Lei 10741/03, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e a Portaria 2528 de 19 de outubro de 2006, que instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) (BORBA et al., 2019). A elevação da expectativa de vida suscitou o interesse de diferentes setores da sociedade no sentido de melhor compreender as necessidades da população idosa. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, regulamentada na portaria 2528/06, reconhece a saúde como um direito universal e integral conquistado pela sociedade e compreende que o exercício de tal direito deva se pautar pelas garantias de acesso universal e igualitário à integralidade dos serviços, cujas ações devam ser pensadas de forma descentralizada. Dentrode suas determinações principais destaca-se a obrigação dos órgãos e entidades do Ministério da Saúde em promoverem a readequação de seus programas, projetos e atividades, de acordo com as diretrizes estabelecidas na lei (BRASIL, 2006 apud BORBA et al., 2019). Tem como finalidade primordial recuperar, manter e promover a autonomia e a independência das pessoas idosas, direcionando medidas consonantes com os princípios do SUS para esse fim e definindo as seguintes diretrizes para o atendimento das necessidades de saúde dessa população: 25 A escolha do melhor tipo de intervenção e monitorização do estado clínico e funcional da população idosa deve ser baseada na avaliação da capacidade funcional individual e coletiva. Quando se trata de funcionalidade é necessário ter um olhar que vá além das doenças e que considere todos os aspectos funcionais do indivíduo em seu processo de envelhecimento, desde a saúde física e mental até as condições socioeconômicas e a capacidade de autocuidado (BRASIL, 2006). A PNSPI determina que de acordo com a condição funcional do indivíduo, serão estabelecidas ações de atenção primária, de prevenção primária, secundária e terciária, de reabilitação, para a recuperação da máxima autonomia funcional, prevenção do declínio funcional, e recuperação da saúde. Estarão incluídas nessas ações o controle e a prevenção de agravos de doenças crônicas não-transmissíveis. Todo profissional deve procurar promover a qualidade de vida da pessoa idosa, quando chamado a atendê-la. É importante viver muito, mas é fundamental viver bem. Preservar a autonomia e a independência funcional dessa população deve ser a meta em todos os níveis de atenção. 26 Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa Fonte: doutorricardo.rs.gov.br O Ministério da Saúde reconhece que ainda existem muitos desafios para que o envelhecimento ocorra com qualidade de vida. No campo das políticas e dos programas voltados para os idosos, o desafio é contemplar seus direitos, preferências e necessidades, para a manutenção e melhoria de sua capacidade funcional e garantir atenção integral dos mesmos (BRASIL, 2018). O objetivo da caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é qualificar a atenção ofertada à essa demanda, no SUS. Ela associa um conjunto de iniciativas, servindo de instrumento para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos próprios idosos, por seus familiares e por seus cuidadores Dessa forma, além do registro, a caderneta permitirá também o acompanhamento durante o período de 5 anos, com informações bastante relevantes como: Dados pessoais, sociais e familiares; 27 Condições de saúde; Hábitos de vida; e Vulnerabilidades. Além de ofertar orientações ao idosos para o autocuidado. É de responsabilidade da ESF a distribuição da caderneta, porém a mesma deve ser utilizada nos diferentes níveis de atenção à saúde. Rede de Atenção à Saúde do Idoso As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são conjuntos de serviços de saúde vinculados entre si, permitindo ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população. Constituem-se de três elementos: População; Estrutura operacional; e Modelo de atenção à saúde. A Portaria 4.279 de 30 de dezembro de 2010 estabelece as diretrizes para a organização das RAS no âmbito do SUS. Ela anuncia o papel central da Atenção Primária à Saúde (APS) como ponto de comunicação e ordenação do fluxo de usuários na rede e deve ser estruturada de forma espalhada, no intuito de alcançar toda a população definida. A ESF assume papel fundamental na implementação de ações de saúde para a população idosa e coordenação do fluxo desses usuários no sistema de saúde. Apesar do avanço da legislação brasileira, a prática da assistência ao idoso ainda é insatisfatória. As ações de assistência voltadas a atender especificamente as doenças crônicas não são satisfatórias, sendo necessário buscar estratégias que atendam às demandas dessa população cujo declínio funcional se apresenta como a mais relevante manifestação a ser combatida, acompanhada de um perfil de múltiplas comorbidades e alta utilização dos recursos de saúde (VERAS, 2012; MORAES, 2012; MARTINS et al., 2014 apud COELHO; MOTTA; CALDAS, 2019). O usuário idoso deve estar sempre vinculado à APS, que deve atuar de forma articulada e integrada aos outros pontos da atenção. Dessa forma, a continuidade do cuidado é assegurada, reduzindo a probabilidade de evolução para perda funcional e 28 melhorando a qualidade da assistência. Modelo ideal para o sustento das redes de atenção ao idoso (COELHO; MOTTA; CALDAS, 2019). Unidades Básicas de Saúde (UBS) Fonte: maismedicos.gov.br A Atenção Básica consiste na porta de entrada prioritária dos usuários do sistema de saúde, em especial do idoso, seja através de demanda espontânea ou de busca ativa. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são compostas por equipes multiprofissionais, promovendo ações de saúde em caráter individual e coletivo (BRASIL, 2015). Uma das ações de saúde, que é essencial no âmbito da AB na UBS, é a visita domiciliar, onde é realizado o registro e acompanhamento da população geral. Dentre as atividades e prioridades das equipes de UBS, encontra-se a identificação da população idosa, com ênfase na população idosa frágil ou em processo de fragilização no território da área de abrangência. “O cuidado da pessoa idosa é baseado na corresponsabilidade entre profissionais da atenção básica e dos profissionais que atuam nos demais pontos de atenção, dos diferentes componentes das diversas Redes de Atenção à Saúde. ” São diversas as ações e serviços ofertados: Ações e serviços de promoção; Prevenção; Proteção; Diagnóstico e reabilitação da saúde; Cobertura vacinal; 29 Orientações sobre alimentação, nutrição e práticas de atividades físicas; Orientações sobre prevenção e acompanhamento de vítimas de violência; Orientações sobre prevenção de quedas, higiene, saúde bucal, autocuidado e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; Orientações e acompanhamento às doenças crônicas, ao sofrimento mental, decorrentes ou não do uso de álcool e outras drogas. As ações supracitadas devem ser conduzidas não somente ao idoso, mas também aos seus familiares e cuidadores, que atuam na assistência as condições clinicas mais comuns que os afetam. A ESF deve atuar de forma integral, considerando todos os idosos na área adscrita, incluindo aqueles que se encontram em Instituições de Longa Permanência - ILPI. Unidades de atendimento ambulatorial especializado Além do atendimento e acompanhamento realizado pela atenção primária, é importante que os idosos também tenham acesso ao atendimento especializado, quando necessário, possibilitando a recuperação da saúde por meio de procedimentos específicos de cada especialidade. Garcia; Fonsêca (2016) citam 2 exemplos: Perda auditiva: Muitos idosos encaram como “normal da idade”. Catarata: Frequentemente encontrada no paciente idoso. Ambos podem ser corrigidos, melhorando a qualidade de vida desse paciente. Independentemente do acompanhamento por especialista, deve-se manter o vínculo e acompanhamento dos idosos na atenção básica. Devido as diferentes comorbidades que atingem os idosos, é comum que este seja acompanhado por diversos médicos especialistas, sem homogeneização dos tratamentos e sem comunicação entre eles, o que, frequentemente, leva à iatrogenia e à polifarmácia. Cabe ao profissional da atenção básica, que acompanha a população em geral, gerenciar e harmonizar o tratamento. 30 Unidades de reabilitação Preservar e recuperar a funcionalidade é essencial para a manutenção da condição de saúde do idoso. A reabilitação conta com diversos profissionais da área da saúde, como fisioterapeutas,terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, dentre outros e pode ser física ou cognitiva. No Brasil, no âmbito do SUS, as políticas públicas voltadas para a questão de reabilitação ainda estão focadas para atender a demanda das pessoas com deficiências. A Portaria nº 793 de 24 de abril de 2012, institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. A referida política estabelece: Dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) Art. 19. O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializada em reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território, e poderá ser organizado das seguintes formas: I - CER composto por dois serviços de reabilitação habilitados - CER II; II - CER composto por três serviços de reabilitação habilitados - CER III; e III - CER composto por quatro ou mais serviços de reabilitação habilitados - CER IV. § 1º O atendimento no CER será realizado de forma articulada com os outros pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde, através de Projeto Terapêutico Singular, cuja construção envolverá a equipe, o usuário e sua família. § 2º O CER poderá constituir rede de pesquisa e inovação tecnológica em reabilitação e ser polo de qualificação profissional no campo da reabilitação, por meio da educação permanente. 31 9 IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NO ORGANISMO HUMANO Fonte: reflectionsonnursingleadership.org O processo de envelhecimento “é determinado pela interação constante e acumulativa de eventos de natureza genético-biológica, psicossocial e sociocultural. ” Ao definir que idoso é a pessoa na faixa etária de 60 anos ou mais a legislação buscou um critério uniforme, de acordo com estudos científicos da OMS, a qual considera idosas as pessoas nas seguintes faixas etárias: 60 anos ou mais: Nos países em desenvolvimento. 65 anos ou mais: Nos países desenvolvidos. O Brasil é um país em desenvolvimento e, portanto, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso, seguiram essa diretriz. Porém não devemos considerar somente os aspectos psicofísicos que tornam uma pessoa idosa. Vários fatores influenciam no processo de envelhecimento, dificultando a definição de quando se inicia a chamada “terceira idade”, ao considerarmos a pessoa individualmente, como: O sexo; A classe social; A educação; A personalidade; As vivências passadas; 32 O contexto socioeconômico, entre outros fatores. De acordo com Barletta (2008), “pode haver enorme diferença no estado de saúde (física e mental) entre duas pessoas sexagenárias, uma delas pode ser doente e debilitada, enquanto a outra se encontra em pleno vigor, sendo perfeitamente lúcida”. Porém o fato de a pessoa com 60 anos ou mais encontrar-se em boas condições de saúde, não lhe afasta a condição de pessoa biologicamente envelhecida. Com o avanço dos anos, algumas alterações biológicas (estruturais e funcionais), por mais que variem de um indivíduo a outro, são comuns em todos os idosos. “O envelhecimento saudável é mais que apenas a ausência de doença. Para a maioria dos adultos maiores, a manutenção da habilidade funcional é mais importante” (OMS, 2015). Ocorre durante o processo de envelhecimento um decréscimo das capacidades motoras, com redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, o que dificulta na realização das atividades diárias e na manutenção de um estilo de vida saudável. As alterações fisiológicas de perda da capacidade funcional ocorrem durante o envelhecimento em idades mais avançadas, comprometendo a saúde e a qualidade de vida do idoso. As alterações biológicas são irreversíveis, devido a modificações nas estruturas e funcionamento das células, tecidos e sistemas do organismo. Ocorre de forma lenta e contínua, gerando uma diminuição das reservas funcionais dos diferentes órgãos progressivamente (MOLETA, 2017). O processo de envelhecimento é caracterizado por mudanças biológicas e fisiológicas, que acontecem em diferentes níveis, nos seguintes sistemas: Composição e forma do corpo: Ocorre a diminuição na quantidade de água corporal, perda de massa muscular, diminuição do peso corporal, menor tolerância ao exercício físico, redução de massa óssea (nas mulheres geralmente ocorre após a menopausa), diminuição da estatura e curvatura da coluna vertebral, aumento da gordura corporal principalmente na faixa abdominal, entre outras. Pele e anexos: Surgimento da flacidez, redução do turgor e elasticidade, redução da espessura, maior mobilidade aumentando o risco de lesões cutâneas, rugas, alteração da regulação térmica corporal, manchas na 33 pele (mancha senil), redução de pelos corpóreos, perda de pigmentação (cabelos brancos). Sistema cardiovascular: A frequência cardíaca em repouso é diminuída, enquanto a pressão arterial e resistência vascular são aumentadas, é frequente a hipotensão postural, aterosclerose, etc. Sistema respiratório: Com a rigidez da parede torácica a capacidade respiratória máxima é diminuída, acarretando reflexo pulmonar, como tosse e predisposição ao acúmulo de secreção. Sistema gastrointestinal: Atrofia das papilas gustativas, causando alteração do paladar, desgaste dos dentes, dificuldade de fala, alteração no processo de mastigação, refluxo esofagiano, propensão à gastrite, maior tempo de esvaziamento gástrico, possíveis alterações de absorção, aumento da prevalência de constipação, predisposição à diverticulite, enfraquecimento da musculatura da bexiga e aumento do volume residual, menor capacidade de armazenamento de urina. Sistema gênito-urinário: Nas mulheres: atrofia de útero e ovário, atrofia da mucosa vaginal e diminuição da secreção lubrificante, atrofia de glândulas mamárias, de substituição por tecido adiposo, enfraquecimento da musculatura da mama; nos homens: diminuição da produção de espermatozoides, aumento do peso e tamanho da próstata, diminuição da produção de testosterona, pode ocorrer dificuldade de micção (estenose de uretra). Sistema nervoso: Redução do tamanho e peso do cérebro, redução de neurônios, maior prevalência de demência (demência senil, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson), processamento de informações mais lento, alterações nos reflexos. 34 10 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS Fonte: ginast.com.br O sedentarismo está relacionado à diminuição da qualidade de vida, assim como ao aumento de peso e ao aumento do risco para doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e metabólicas. Estudos apontam alto índice de sedentarismo na população em geral, causando grande preocupação em relação à qualidade de vida da população e, principalmente, com os idosos (MOLETA, 2017). Exercícios físicos são fundamentais e ajudam a melhorar a função em diversas atividades, mantendo o vigor e melhorando a qualidade de vida. Sua prática como medida de combater o sedentarismo, contribui para a manutenção da aptidão física do idoso e diversos são os benefícios: Melhora da capacidade funcional; Melhora da qualidade do sono; Melhora das funções orgânicas e cognitivas; Controle de peso; Garantia de independência pessoal; Prevenção de doenças; Melhora no sistema locomotor; https://ginast.com.br/academia-ao-ar-livre-para-idosos-dicas-de-exercicios-e-equipamentos-essenciais/ 35 Mais agilidade, flexibilidade e força; Diminuição das dores musculares e articulares; Diminuição da ansiedade e do estresse, melhorando o estado de humor e autoestima. De acordo com Quintiliano, 2003 (apud MOLETA, 2017) a prática de exercícios físicos retarda a atrofia dos músculos, evitando, assim, a descalcificação dosossos. Também é reconhecida como um meio de prevenção e controle de doenças associadas ao envelhecimento. Assim, podemos afirmar que a atividade física bem aplicada na adolescência é capaz de induzir um adulto à prática permanente, tornando-se, no futuro, um idoso saudável. Segundo o Ministério da Saúde: O incentivo e o apoio à adoção de modos de viver saudáveis devem ser prioridades no acompanhamento dos usuários. Dessa forma, busca-se promover a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população por meio de ações que permitam aos cidadãos conhecer, experimentar e incorporar a prática regular de atividades físicas. (BRASIL, 2006c, [s.p]) Manter uma vida mais saudável, ativa e independente é uma preocupação da população idosa no país e também objetivo de diferentes políticas públicas. Dessa forma, ações de incentivo à prática de atividades físicas são desenvolvidas, afim de promover uma vida saudável e com qualidade, principalmente se elas forem realizadas de maneira sistemática (FERRETTI et al., 2019). É fundamental a participação da equipe multiprofissional da AB, na avaliação do idoso e adoção da prática de atividades físicas. Dessa forma, como benefícios além da redução do consumo de medicamentos, também a socialização com outros idosos é estimulada. Em 2011, foi instituído o “Programa Academia da Saúde”, através da Portaria MS/GM nº 719, de 7 de abril de 2011, pelo Ministério da Saúde, o qual passou por reajustes, sendo redefinido em 2013, no âmbito do SUS, através da Portaria nº 2.681, de 7 de novembro desse mesmo ano. O objetivo do programa é contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de Práticas Corporais (PC) e Atividades Físicas (AF), de lazer e modos de vida saudáveis. Conforme o Art. 6º da portaria que redefine o programa, as atividades no âmbito do Programa Academia da Saúde serão desenvolvidas conforme os 8 eixos a seguir: 36 Práticas corporais e atividades físicas; Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis; Promoção da alimentação saudável; Práticas integrativas e complementares; Práticas artísticas e culturais; Educação em saúde; Planejamento e gestão; e Mobilização da comunidade. Práticas Corporais e Atividades Físicas As Práticas Corporais (PC) e Atividades Físicas (AF) são ações ofertadas nas unidades de saúde no âmbito do SUS, e devem ser compreendidas não somente como atividades de prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, mas num sentido amplo, onde o encontro, a convivência, a formação e fortalecimento de grupos sociais nos territórios, contribui proporcionando vínculo entre os sujeitos participantes e destes com os profissionais de saúde. Os benefícios das PC e AF estão evidenciados na literatura. Destacam-se: Socioafetivos: Como a maior inserção e interação na comunidade, aumento da autoestima, diminuição nos níveis de ansiedade e depressão; Biológicos: Como a prevenção das DCNT e seus fatores de risco, a prevenção e combate da osteoporose através do aumento e/ou manutenção da densidade mineral óssea, a diminuição ou cessação de dores crônicas; e Cognitivos: Como o aprimoramento da memória. Englobam uma diversidade de ações. São exemplos de PC e AF: Jogos cooperativos e competitivos; Brincadeiras; Esportes; 37 Exercícios resistidos (ajudam a desenvolver massa muscular, aumentar a força e melhorar o equilíbrio); Ginásticas; Atividades recreativas; Lutas, danças, atividades de aventura; Movimentos corporais que levem o sujeito a reconhecer seu corpo e suas partes; Movimentos que trabalhem a coordenação motora, equilíbrio e agilidade, relacionadas à postura, alongamentos e relaxamentos; Exercícios respiratórios; Caminhada e corrida, entre outros. As atividades coletivas são fundamentais para a formação de grupos heterogêneos, o que fará com que as pessoas vivenciem as diferenças e percebam que elas não devem ser impeditivas, mas constituintes da diversidade que é própria à condição humana. Os profissionais de saúde que conduzem os grupos, precisam estabelecer um ambiente que acolha os sujeitos, onde as diferenças sejam tratadas de maneira positiva, tornando as atividades mais atrativas. “É possível levantar e debater questões de gênero, étnico-raciais, ligadas aos ciclos de vida, a competitividade exacerbada, os padrões estéticos, doenças prevalentes, enfim, são muitas as possibilidades.” (CARVALHO, 2016) Ao escolher as atividades a serem desenvolvidas junto aos grupos, em especial na atenção aos idosos, é essencial que a equipe da AB avalie individualmente as demandas de cada indivíduo, levando em consideração fatores como, a aptidão física de cada um ou possível risco associado à atividade. É essencial que os exercícios sejam realizados com orientação profissional para evitar efeitos indesejados ou prejuízos à saúde do praticante. Preparando os idosos para atividades físicas ou práticas corporais Considerar as particularidades de cada idoso no desenvolvimento das atividades é entender que: “O processo de envelhecimento é bastante variável entre 38 as pessoas e é influenciado pelo estilo de vida adotado e pelos fatores hereditários do indivíduo. ” (CIVINSKI, et al 2011). As práticas seguintes são as mais indicadas, pois causam pouco impacto, a fim de não causar lesões. Além de desenvolver flexibilidade, bem como equilíbrio e força muscular, são ainda de fácil realização: Caminhadas; Atividades na água (natação/hidroginástica); Alongamento; Dança; e Musculação. As atividades junto aos idosos devem ser realizadas mediante as seguintes orientações: O bem-estar físico é fundamental para iniciar qualquer atividade; Extremos de temperatura devem ser evitados; Manter a hidratação; Usar roupas adequadas; Não realizar exercícios em jejum (Comer algo leve e saudável antes das atividades); Usar calçados adequados; Interromper as atividades em caso de dor ou desconforto, respeitando os limites pessoais; As atividades devem ser iniciadas de forma lenta e gradativa, permitindo assim a adaptação. Como devem ser realizadas as atividades físicas ou práticas corporais com idosos A equipe multidisciplinar responsável por conduzir os grupos, deve seguir os seguintes critérios: Todo programa de exercícios deve ser realizado com frequência regular, com continuidade. Os exercícios não devem ocorrer de forma esporádica; 39 A recomendação é de que haja atividade física no mínimo 3 vezes por semana, por 40 a 60 minutos de cada vez; O alongamento é indispensável e fundamental, para todos os participantes do grupo de atividades. 11 QUEDAS ENTRE OS IDOSOS Fonte: bhmulher.com.br As quedas sofridas por pessoas idosas representam um problema de saúde pública, sendo comuns entre essa população e aumentando progressivamente com a idade, em ambos os sexos. Podem ser sinal de declínio das funções fisiológicas ou de alguma patologia específica e dependendo da situação, podem provocar fraturas, traumatismos cranianos e até morte. Os acidentes por quedas afetam a qualidade de vida do idoso com consequências psicossociais, provocando sentimentos de medo, fragilidade e falta de confiança. “Muitas vezes funcionam como o início da degeneração do quadro geral do idoso, pois além de reduzir sua mobilidade, também afeta as atividades sociais e recreativas. ” 40 Fatores de risco Alguns fatores predispõem à queda no idoso, podendo ser divididos em: Intrínsecos: Fatores relacionados às alterações fisiológicas do processo de envelhecimento, a uma patologia específica ou ao uso de medicamentos. Fonte: biblioteca.cofen.gov41 As medicações devem ser administradas somente sob orientação médica e é necessário um cuidado especial para os diuréticos, remédios para pressão e calmantes. Extrínsecos: Fatores relacionados ao ambiente em que o idoso interage, como, sua casa, locais públicos, transporte coletivo, entre outros. São várias as circunstâncias do dia-a-dia que predispõem o idoso a sofrer quedas: Má iluminação dos espaços; Tapetes soltos; Superfícies molhadas; Calçado inadequado; Escadas pouco seguras ou sem corrimões; Banheiras; Objetos espalhados no chão, incluindo fios elétricos ou do telefone; Animais de estimação; Piso irregular dos passeios públicos; Árvores nas calçadas, buracos; Barreiras à passagem (automóveis incorretamente estacionados); Falta de segurança para pessoas com dificuldade motora nos transportes públicos, etc. Prevenção de quedas Um instrumento de auxílio para os familiares e cuidadores de idosos é a Caderneta de Saúde do Idoso, que oferece um recurso importante para a qualificação do cuidado diário, chamando a atenção não somente para a prevenção de doenças e agravos, vacinação, alimentação saudável, saúde sexual e bucal, mas também com orientações pertinentes a prevenção de quedas. As ações desenvolvidas na AB, pelo Programa Academia da Saúde, o qual traz diversos benefícios para as pessoas idosas, por meio de ações voltadas à preservação da capacidade funcional, através da realização de atividades como Dança Sênior, Tai Chi Chuan, atividades físicas orientadas para ganho de massa muscular, força, equilíbrio e coordenação motora, entre outras, conferem em itens 42 essenciais para a prevenção de quedas em idosos e outros agravos. Os reflexos e velocidade são melhores nos idosos praticantes de atividades físicas. Pino-Casado, 2016 (apud BRASIL, 2018), também relaciona as práticas como Tai Chi Chuan no auxílio a prevenção de quedas. Orientações aos idosos e cuidadores Ao acordar, o idoso precisa esperar alguns minutos antes de sentar e de caminhar. Evite levantar rapidamente; O ambiente domiciliar deve ser livre de entulhos e o caminho/acesso deve ser livre; Tapetes não são ideais, principalmente os de tecido ou retalhos, por serem escorregadios; Caso use tapetes, opte por tapetes emborrachados antiderrapantes, em especial nos banheiros; Não se utiliza cera nos pisos, quando reside idoso no domicílio; A iluminação do ambiente deve ser adequada; Deixe uma luz acesa à noite, para o caso de o idoso se levantar; Deve haver corrimão nas escadas ou próximo a degraus, bem como faixa antiderrapante e ambiente bem iluminado; Para o banheiro, o vaso não deve ser muito baixo e deve haver barras de apoio laterais e paralelas ao mesmo; Para o chuveiro, também deve haver barras de apoio nas paredes; Não tranque a porta do banheiro; Substitua ou conserte móveis instáveis; Evite cadeiras muito baixas e camas muito altas (deve ter a altura do joelho do idoso); Os calçados dos idosos devem ter solado antiderrapante; Não devem em nenhuma hipótese, andar/caminhar somente de meias; Os itens pessoais e objetos mais usados devem ser guardados ao nível do olhar ou um pouco mais abaixo, facilitando o acesso para o idoso; 43 Mantenha os fios dos aparelhos próximos às tomadas deixando o caminho livre; Instale iluminação adequada em calçadas e rampas (ambas com corrimão); Mantenha um telefone em local acessível; Se necessário, o idoso deve usar instrumentos de apoio (bengalas, muletas, etc). O importante é a segurança. 12 O CUIDADO OFERTADO AOS IDOSOS Fonte: cdlcampos.org.br Conhecer as diferentes necessidades dos idosos e a demanda específica da área de abrangência da ESF é fundamental para o planejamento das ações voltadas para essa população. O cuidado a partir dessas necessidades pode ser planejado através da classificação dos idosos de acordo com a capacidade funcional (BRASIL, 2019). Como já mencionado, a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é um instrumento que proporciona fundamental apoio para identificar e avaliar os critérios, durante a visita domiciliar ou acolhimento ao idoso. “É um instrumento estratégico de acompanhamento longitudinal das condições de saúde da população idosa nos serviços de saúde. ” 44 O plano de cuidados é elaborado de forma coordenada e integrada, em curto, médio e longo prazo, visando em especial a recuperação e/ou a manutenção da capacidade funcional da pessoa idosa. É de grande importância o envolvimento do usuário, de seus familiares e/ou cuidadores e da equipe de saúde, para alcançar o sucesso no plano de ação. Foi publicado em 2013 e 2014, pela Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, o documento “Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: proposta de Modelo de Atenção Integral”. O objetivo do documento é orientar a organização do cuidado à pessoa idosa no âmbito do SUS, potencializar as ações já desenvolvidas e propor estratégias a fim de fortalecer a articulação, a qualificação do cuidado e a ampliação do acesso da pessoa idosa aos pontos de atenção das RAS. O cuidado à Saúde da Pessoa Idosa apresenta características peculiares quanto à apresentação, instalação e desfechos dos agravos em saúde, traduzidas pela maior vulnerabilidade a eventos adversos, necessitando de intervenções multidimensionais e multissetoriais com foco no cuidado. Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões emocionais, a história de vida e os sentimentos do idoso. O cuidar do outro representa a essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do amor. O autocuidado Autocuidado constitui em ações do indivíduo em cuidar de si próprio, são condutas ou atitudes tomadas em seu próprio benefício, no intuito de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida. Representa a essência da existência humana. O indivíduo que apresenta limitações, necessitando de ajuda de um cuidador, deve realizar atividades de autocuidado sempre que possível. O papel do cuidador vai além de fazer para o outro, o qual se encontra em situação de risco ou fragilidade. Consiste também em observar e identificar o que a pessoa pode fazer por si e ajudar nas atividades diárias, quando este outro necessita, seja no domicílio e/ou em qualquer tipo de instituição na qual este necessite de atenção ou cuidado diário. 45 Dessa forma a pessoa que está recebendo os cuidados, será estimulada a conquistar sua autonomia e isso requer tempo e paciência (BRASIL, 2008). É fundamental que a equipe da AB apoie o autocuidado e oriente os idosos e demais indivíduos que necessitem de cuidado, a adotarem comportamentos saudáveis. A equipe de saúde deve ampliar a capacidade de confiança e eficácia dos indivíduos assistidos no manejo de suas condições, como por exemplo, na tomada de decisões cotidianas sobre alimentação, atividade física, medicação, estilo de vida e higiene pessoal. Na assistência prestada no apoio ao autocuidado, o profissional de saúde colabora para que os indivíduos desenvolvam habilidades para resolver problemas e lidar com as limitações (FIOCRUZ, 2015). Como agente fundamental integrante da Equipe de Saúde da Família, o enfermeiro deve utilizar de estratégias e planos de ação, a fim de estimular os idosos e demais indivíduos com capacidade funcional comprometida, a promover a saúde, adotando comportamentos saudáveis, mantendo o bem-estar, alcançando objetivos, prevenindo doenças e agravos e fortalecendo a autonomia na execução de atividade de vida diárias. O cuidador Fonte: altoastral.com.br 46 Cuidar é uma tarefa nobre e complexa, envolvendo sentimentos diversos e contraditórioscomo, raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro e medo da morte e da invalidez. É importante que o cuidador compreenda as reações e os sentimentos que envolvem o indivíduo, para que possa prestar a assistência da melhor maneira possível. Nem sempre se pode escolher ser cuidador, em especial quando a pessoa que se encontra fragilizada e limitada, necessitando de cuidados, compõe de um familiar ou alguém próximo, como por exemplo, um amigo. O cuidador é responsável por oferecer cuidados paliativos à pessoa assistida. É um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. De acordo com Ministério da Saúde (2018): Os cuidados paliativos são tomados a partir do diagnóstico de uma enfermidade, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares. Por exemplo, um paciente que foi diagnosticado com câncer com metástase em vários lugares do corpo, ele pode receber o cuidado junto à sua família, para que tenha uma condição de conforto até o final da sua vida. A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. Pode ser alguém da família ou não, prestando cuidados à quem esteja necessitando, seja por limitações físicas ou mentais, idosos ou não, fazendo pela pessoa assistida, o que ela mesma faria por si, em termos do autocuidado, porém as limitações próprias à sua condição, não lhe permite. A pessoa a ser cuidada se encontra em estado de fragilidade e vulnerabilidade, podendo apresentar reações e comportamentos que dificultam a assistência prestada por parte do cuidador, como recusa em aceitar a alimentação ofertada ou para tomar banho. É importante reconhecer e compreender essas possíveis dificuldades, lidando de forma a não se frustrar, não se culpar. O indivíduo à quem se presta a assistência deve ser tratado conforme com sua idade. De acordo com o Ministério da Saúde, no Guia Prático do Cuidador, adultos e idosos não se sentem à vontade se forem tratados como crianças. Mesmo fragilizados 47 ou com limitações, a pessoa a qual se presta o cuidado, deve ser incluída nas decisões, sempre que possível, o que lhe confere autonomia e autoestima elevada. Acompanhar e auxiliar o indivíduo é função do cuidador, realizando somente as atividades as quais esse indivíduo não esteja em condições de fazer sozinho. É importante ressaltar que algumas técnicas e procedimentos específicos da área da saúde, principalmente área da enfermagem, não podem e não devem ser atribuídos ao cuidador, ainda que ele tenha noções básicas de saúde, seu conhecimento se aplica apenas para observar os sintomas e agravos, identificar situações de emergência e solicitar socorro quando necessário. Cabe ao cuidador: Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde; Estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada; Ajudar nos cuidados com a higiene pessoal; Estimular e ajudar na alimentação; Ajudar na locomoção e marcha; Acompanhar e ajudar em atividades físicas; Estimular atividades de lazer e ocupacionais; Realizar mudanças de decúbito em caso de acamados; Administrar as medicações orais, conforme a prescrição médica e orientação da equipe de saúde; Manter a equipe de saúde informada sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada; entre outras funções. Não cabe ao cuidador: Diagnosticar; Indicar ou receitar remédios; Ofertar medicamentos não prescritos; Administrar medicações injetáveis ou vacinas; Realizar curativos; Cuidar dos serviços domésticos; 48 Servir os demais familiares e visitas; Passear com animais de estimação e cuidar das crianças. Ele pode, contudo, acompanhar o paciente em exercícios físicos leves, em consultas médicas, na realização de exames e também administrar medicamentos (devidamente prescritos) nos horários certos. Tudo de acordo com a orientação de especialistas das áreas competentes. O cuidador e a equipe de saúde Fonte: acheisudoeste.com.br É fundamental que a equipe de saúde tenha sensibilidade ao lidar com os cuidadores. No livro “Você não está sozinho” produzido pela ABRAz, Nori Graham, Chairman da ADI – Alzheimer Disease International, diz: “uma das maneiras mais importantes de ajudar as pessoas é oferecer informação. As pessoas que possuem informações, estão mais bem preparadas para controlar a situação em que se encontram”. Como mencionado anteriormente, o cuidador não dever ser caracterizado como um profissional de saúde, portanto, não devendo executar procedimentos técnicos que não lhe compete. Porém suas atividades devem ser planejadas junto aos profissionais de saúde e com os familiares, ficando claro qual o papel que cada um desempenha para uma assistência de qualidade. A equipe de saúde deve orienta-lo 49 sobre quais procedimentos o mesmo não pode realizar, quando acionar a equipe de saúde e como reconhecer sinais e sintomas de perigo. A qualidade da assistência prestada, de forma a atender as demandas do indivíduo a ser cuidado, vai depender dos conhecimentos e disponibilidade desse cuidador. Essa parceria entre os profissionais de saúde e o cuidador possibilita a sistematização das tarefas a serem realizadas no domicílio, em especial aquelas pertinentes à promoção da saúde, à prevenção de incapacidades e à manutenção da capacidade funcional da pessoa cuidada, contribuindo assim para diminuição dos índices de hospitalização, na medida do possível, do encaminhamento para instituições de longa permanência e outras formas de segregação e isolamento. Miranda et al., 2015 apud Nunes et al., 2019 afirmam: Alguns estudos apontaram que os cuidadores carecem de suporte profissional e de um espaço para compartilhar dúvidas e anseios, reforçando a necessidade de implementação de políticas públicas voltadas para a atenção à saúde do cuidador, assim como ações para instrumentalizar as famílias para a assistência efetiva a seus familiares idosos mais dependentes. O cuidador e a família Fonte: olhardacidade.com.br A partir do diagnóstico de uma doença, inúmeros fatores negativos surgem no ambiente familiar, refletindo no relacionamento entre o cuidador, a pessoa cuidada (idosa ou não) e os demais familiares. 50 Dentre eles estão: Não aceitação do diagnóstico; Administrar o estresse do dia-a-dia; Interagir com a família (que muitas vezes não quer ajudar); Sobrecarga de responsabilidade (geralmente sobre um elemento da família); Planejar o futuro; entre outros. O nível elevado de estresse vivenciado pelos cuidadores, os colocam em condições/situações de risco para um grande número de transtornos. Dentre eles estão: Doenças físicas; Depressão; Perda de peso; Insônia; Abuso de álcool e de medicamentos psicotrópicos; Alterações na vida conjugal e familiar. De acordo com Martinelli, 2019, abusar física e verbalmente do paciente também é um exemplo de problemas enfrentados, como consequência do estresse em cuidadores. O ideal é que ele seja o sujeito mais tranquilo e fisicamente saudável, o que lhe permitirá prestar uma assistência de qualidade. Historicamente, as mulheres assumiram a função de cuidar dos seus membros familiares mais necessitados, inicialmente, por tal função ser vista como mais feminina, depois, pelo fato de ainda não estarem inseridas no mercado de trabalho (MORGIRA; CALDAS,2007 apud NUNES et al., 2019). Essa mudança é um desafio para os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros,
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