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https://novaescola.org.br/conteudo/20183/trilha-bncc-ciclo-de-alfabetizacao-escrita-
leitura-oralidade-planejamento-atividades
Publicado em NOVA ESCOLA 24 de Março | 2021
Trilha Alfabetização
Alfabetização no ensino remoto:
como desenvolver a escrita,
leitura e oralidade
Entenda como planejar atividades alinhadas à BNCC e conheça a experiência
de duas professoras de escolas públicas durante a pandemia
Paula Salas
Consultoria pedagógica: Selene Coletti
Crédito: Getty Images
Na Escola Municipal Analice Maciel de Jesus, em Tartarugalzinho (AP), o trabalho durante o ensino
remoto apenas foi possível com atividades impressas, que eram corrigidas e devolvidas às famílias.
Antes da pandemia, a professora Tamila Tavares conseguiu fazer as atividades diagnósticas. "Apesar
de ser uma turma de 1º ano, alguns já liam palavras ou conheciam o alfabeto", relata. A leitura, escrita
e oralidade estiveram presentes em todas as propostas de atividades, entregues quinzenalmente para
as famílias. 
O trabalho de Tamila é baseado em textos simples - como, por exemplo, parlendas, cantigas ou
poemas - que possam ser lidos para ou pelos alunos, dependendo do nível de aprendizagem que ele já
se encontra. É a partir de uma história ou textos que envolvem situações reais (como uma lista de
compras ou o passo a passo de uma receita básica) que a professora desenvolve o trabalho com as
palavras. "O aluno consegue compreender porque está trabalhando aquelas letras. Ele vê um todo
para depois olhar para uma palavra", explica. As propostas conectam leitura, escrita e oralidade. Para
aquelas famílias que possuem acesso ao WhatsApp, ela propôs que as crianças contassem histórias
https://novaescola.org.br/conteudo/20183/trilha-bncc-ciclo-de-alfabetizacao-escrita-leitura-oralidade-planejamento-atividades
que foram criadas por eles por áudios. "No início eram muito simples, mas depois começaram a vir
áudios elaborados", relata. "Entre os 25 alunos da minha turma no ano passado, 22 alunos retiraram as
atividades impressas. Desses, 18 conseguiram avançar". 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que as atividades de leitura, escuta e produção
textual em várias mídias (como os próprios textos em papel ou mesmo os áudios de WhatsApp)
trabalhem o desenvolvimento de habilidades para o uso significativo da linguagem e de forma a
sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e funções sociais. O documento é
estruturado em campos de atuação (vida cotidiana, artístico-literário, estudo e pesquisa, e vida
pública), que representam tipos de textos que estão inseridos em cada um desses espaços sociais. Em
cada um, os professores têm uma série de habilidades relacionadas a cada prática de linguagem
(leitura e escuta, produção de texto, oralidade, e análise linguística/semiótica).
Para aprofundar-se mais sobre a BNCC de Alfabetização, acesse o Nova
Escola Box
Entenda o que a Base propõe para os Anos Iniciais no componente curricular de Língua Portuguesa, quais textos
usar durante a alfabetização inicial e como trabalhar consciência fonológica
ACESSE AQUI
Como planejar atividades de escrita, leitura e oralidade?
"Escrever é mais complicado do que completar letras de uma palavra", diz Maria José da Nóbrega,
formadora de professores e consultora pedagógica de Língua Portuguesa. “Eu aprendo a escrever
imitando outros autores, me apropriando de referências", complementa. Por isso, é importante o
trabalho de forma contextualizada baseado em textos reais – o que não impede que o professor faça
exercícios de sistematização ou de trabalhar com “palavras soltas”. 
Dentro dessa perspectiva, a especialista explica que o professor pode partir de um texto – uma
situação contextualizada – e ir para a palavra para fazer uma reflexão sobre a escrita, mas não pode
deixar de voltar para o texto. Em um exemplo: se o docente tem a intenção de trabalhar a escrita da
palavra CASA, pode fazer a leitura do conto dos Três Porquinhos ou da música A Casa, de Vinicius de
Moraes, e destacar o termo para levar a criança a pensar sobre o uso das letras. Isto é, ele sai do texto
para estudar a palavra. Mas, depois, o professor sempre deve devolvê-la para seu contexto de forma a
que a criança possa empregar o que aprendeu em uma situação de maior complexidade. O professor
pode voltar para o texto para revisar e ler o que foi trabalhado ou colocar um problema para que o
aluno identifique uma regularidade de escrita no texto. 
Ao planejar uma sequência didática sobre determinado gênero textual, Maria José recomenda que o
docente passe por todas as práticas de linguagem relacionadas ao campo de atuação que está sendo
abordado. Mas, é possível criar momentos em que a atividade proposta mobilize unicamente
habilidades de leitura, por exemplo. O importante é que, na sequência completa, o professor não
deixe nenhuma prática de linguagem de fora. "Se o professor quer que a criança produza um texto, ela
precisa ser repertoriada sobre esse gênero para entender como funciona", explica a formadora. Por
isso, é necessário passar por todos os eixos. Assim, se a expectativa é uma produção de texto sobre
fábula para desenvolver habilidades de escrita, é preciso antes ter o momento de leitura, fazer a
análise linguística dentro de textos desse gênero, desenvolver habilidades específicas do campo
artístico-literário e trabalhar a oralidade para que a criança perceba as características do texto. 
ENCONTRE PLANOS DE AULA PARA USAR A
DISTÂNCIA
Aprender com quem faz na prática
Em Tianguá, interior do Ceará, a professora Emanuela Barbosa da Silva dá aula para o 2º ano na Escola
Municipal Frei Gervásio. A maioria dos alunos são da zona rural. Quando a pandemia começou, o
diagnóstico tinha sido feito, mas muitas crianças ainda não sabiam ler. "Ninguém esperava trabalhar
assim e as crianças não tinham acesso à internet, mas, na turma de 24 alunos, apenas 3 famílias não
possuíam WhatsApp", conta a educadora. Este se tornou o principal canal de comunicação para as
aulas. Diariamente, a professora compartilhava uma "agenda explicativa", em que eram passadas as
https://box.novaescola.org.br/etapa/4/bncc-na-pratica/caixa/65/alfabetizacao-na-bncc-entenda-o-que-muda-nos-anos-iniciais
/plano-de-aula/busca-em-casa?disciplina=L%C3%ADngua Portuguesa&anoPlanoAula=1%C2%BA ano~2%C2%BA ano 
instruções de cada atividade do dia, com a disciplina, o assunto e a proposta - geralmente
acompanhada de um vídeo explicativo. Os alunos sem acesso, recebiam em casa os roteiros
impressos. 
Todos os dias, as crianças enviavam vídeos ou faziam uma chamada por vídeo com a professora para
fazer a leitura diária. Ao receber esses materiais, Emanuela passava dicas para melhorar a leitura e
também ajudava as crianças a pensar nos próximos textos que poderiam ser enviados. Fotos das
atividades realizadas, as correções e o feedback para as famílias também entraram na nova rotina.
Para planejar as aulas, a professora pensa em atividades de fácil compreensão para os alunos.
Geralmente, assim como Tamila, ela parte de um texto para depois seguir para a atividade. O assunto
trabalhado numa proposta se desdobra em todas as disciplinas. Quando o tema foi Tangram, por
exemplo, Emanuela gravou um vídeo em que mostrava uma versão do jogo feito de madeira e contava
a história. Depois, pedia para que eles recortassem do livro didático as peças do jogo e montassem os
desenhos. A leitura do dia também era associada à história do Tangram.
Ensinar a ler e escrever a distância é possível, sim!
Saiba como organizar e propor atividades remotas de escrita, leitura e oralidade para crianças (e familiares) em
fase de alfabetização.
ENTENDE AQUI
Outra atividade que deu certo em 2020 foram as sextas literárias, em que a professora gravava um
áudio contando a história de um livro. Para que os alunos pudessem acompanhar a leitura, também
eram enviados os textos. Depois, eles tinham que contar, em áudio, o que eles tinham acabado de
ouvir e fazer a reescrita da história. 
O planejamento para 2021
Paracontinuar com a mesma turma, a professora Tamila dará aula para o 2º ano em 2021. Ela conta
que, por enquanto, continuarão com o ensino remoto em um esquema semelhante ao do ano
passado. Mas, ela já tem planos do que gostaria de fazer diferente: "Quero estimular ainda mais a
leitura e aumentar a produção textual", conta. Ela diz que até o final do ano quer que os alunos
consigam escrever textos de três parágrafos. Depois de um ano de ensino remoto, ela também já se
sente mais confiante para explorar recursos digitais e quer gravar mais vídeos para os alunos. "Já
tenho vídeos de TikTok prontos para este ano. O que for surgindo de ideia, vou desenvolvendo".
Como usar ideias do ensino híbrido em Alfabetização
Entenda como desenvolver uma série de habilidades de leitura e escrita utilizando estratégias típicas de ensino
híbrido, como sala de aula invertida.
ACESSE O NOVA ESCOLA
BOX
Diferente de Tamila, Emanuela não conhece pessoalmente sua turma deste ano. As crianças também
carregam as defasagens do ano anterior. "Quando chegam no 2º ano, geralmente, são poucas as
crianças que não sabem ler, mas este ano está diferente. Eles vêm com dificuldade do 1º ano pela falta
de acesso e acompanhamento aos conteúdos, então são poucos que já leem", explica a educadora. Por
isso, além da continuidade com os roteiros de estudo, foram organizadas aulões pelo Google Meets,
entre todas as turmas do 2º ano, como uma forma de reforço. Então, toda semana nesses encontros é
trabalhado um assunto que as educadoras identificaram que os alunos têm dificuldade, em geral,
partindo de um gênero textual diferente (receita, poema, contos e outros).
Em uma etapa tão desafiadora para ser feita a distância, as professoras ressaltam a importância da
parceria com as famílias. A professora Emanuela criou uma medalha para aqueles que conseguissem
participar muito das aulas, e as famílias também recebiam um cartão parabenizando pelo
compromisso com a escola. “Foi uma forma de dar confiança para eles. Quando eles se sentem
https://box.novaescola.org.br/etapa/2/educacao-fundamental-1/caixa/118/ensinar-a-ler-e-escrever-a-distancia-e-possivel,-sim
https://box.novaescola.org.br/etapa/2/educacao-fundamental-1/caixa/212/como-usar-ideias-do-ensino-hibrido-em-alfabetizacao
confiantes, o retorno é bem melhor”, diz a alfabetizadora. A professora Tamila também destaca o
envolvimento dos pais e responsáveis: “Se não fosse pelo comprometimento deles, não teria tido o
sucesso que tive”.

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