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Técnica de Restauração Atraumática (ART)

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1 Técnica de Restauração Atraumática- ART 
 
 
▪ O tratamento restaurador atraumático (ART) é uma técnica alternativa de tratamento para 
controle da doença cárie, que permite o emprego de preparos cavitários mínimos e o uso de 
materiais restauradores efetivos e seguros. Trata-se de um método simples, pois utiliza somente 
instrumentos manuais para a remoção da dentina infectada, com a restauração imediata da 
cavidade com um material restaurador adesivo, preservando-se a dentina afetada e passível de 
remineralização . 
▪ Nas lesões ativas profundas, ou seja, aquelas que atingem o terço interno da espessura de 
dentina, o ART é uma importante terapia indireta, que evita a exposição pulpar e a conseqüente 
necessidade de procedimentos mais invasivos como capeamento direto e pulpotomia. 
▪ OBJETIVOS: 
➢ Oferecer atenção odontológica às populações africanas que não contavam com 
atendimento, principalmente pelos seguintes quesitos: 
Ausência de equipamentos odontológicos; 
Ausência de eletricidade; 
Carência de recursos financeiros; 
Carências de profissionais especializados; 
➢ Paralisar o processo de desmineralização de decíduos e criar condições favoráveis para 
o processo de cura, controlando a doença cárie. 
▪ Preservação dos dentes cariados 
▪ Pode ser feito em pessoas de todas as idades 
▪ São medidas educativas e preventivas para o controle da doença cárie 
▪ COMO FAZ O ART? 
➢ Remoção da dentina cariada com instrumentos manuais e restauração com CIV 
convencional 
➢ Sem anestesia local 
➢ Sob isolamento relativo do campo operatório 
 
 
▪ INDICAÇÕES: 
➢ Pacientes muito ansiosos; 
➢ Todas as idades; 
➢ Portadores de necessidades especiais; 
➢ Campos de refugiados; 
➢ Decíduos e permanentes com lesão em dentina; 
➢ Ausência de alteração pulpar irreversível (fístula, dor espontânea, radiolucidez no raio-x) 
➢ Ausência de mobilidade compactável ou com traumatismo 
 
▪ LIMITAÇÕES: 
➢ CIV: pouca resistência ao desgaste 
➢ Adaptação proximal: restaurações envolvendo uma face tem mais desempenho do que as 
que envolvem duas faces 
@alemdaodonto 
 
2 Técnica de Restauração Atraumática- ART 
 
➢ Preparo cavitário: Quando apresenta falta de retenção e vedamento marginal deficiente, 
ocasiona insucessos. 
 
▪ Vantagens para o Paciente 
 
• Devido à utilização de instrumentos manuais na remoção seletiva da dentina cariada, a 
estrutura dental com organização de canalículos dentinários é preservada, o que explica a 
ausência de dor e com isto, há uma redução da ansiedade; 
• Por ser uma técnica simplificada e rápida, geralmente a equipe consegue restaurar vários 
elementos, reduzindo o número de retornos até a alta do paciente, com isto a ausência ao 
trabalho e escola deixa de ser um empecilho à frequência ao tratamento odontológico. 
 
O equipamento odontológico convencional para o atendimento odontológico, ainda que de 
modo precário no setor público e em condições mais adequadas no setor privado, houve uma 
adaptação da técnica original para a realidade brasileira, denominada Tratamento Restaurador 
Atraumático Modificado (ARTm), mantendo-se no entanto a fidelidade aos princípios da mínima 
intervenção, nos quais se baseia a técnica original. O termo não é consagrado na literatura 
internacional, mas no manual da AAPD encontra-se a frase “Esta técnica pode ser modificada 
pelo uso de instrumentos rotatórios”. 
Assim, o ARTm pode ser conceituado como uma técnica empregada na abordagem de lesões 
cavitadas ativas de dentina, baseadas nos princípios biológicos do ART original, que utiliza 
Manual de Referência abo-odontopediatria todos os recursos disponíveis para a melhor 
assistência ao paciente, quais sejam, equipamento odontológico, exames radiográficos pré e 
pós-operatórios, instrumentos rotatórios para remoção do esmalte sem sustentação e ampliação 
da cavidade para melhor curetagem da lesão, bem como materiais restauradores mais 
resistentes para se garantir a longevidade das restaurações. 
Os índices de sucesso das restaurações atraumáticas dependem: material usado, treinamento 
do operador e extensão das lesões de cárie. 
O cimento de ionômero de vidro é o material de escolha para o ART, em função de sua adesão 
ao esmalte e á dentina, liberação de fluoretos e facilidade de uso. A técnica original do ART 
mostra maior sucesso quando empregada em restaurações de superfícies únicas ou em duas 
superfícies pequenas. 
No entanto, os cimentos de ionômeros de vidro de alta viscosidade e os modificados por resina 
têm mostrado maiores índices de sucesso do que os cimentos de ionômero de vidro de baixa 
viscosidade, devido ao aumento da dureza e maior resistência a perda. Preparo cavitário 
inadequado, com falta de retenção e vedamento marginal deficiente, ocasiona insucessos. 
Aplicações tópicas de fluoretos e controle efetivo do biofilme, obtido com a conscientização, 
motivação e orientação continuada, são requisitos para o sucesso das restaurações 
convencionais ou alternativas 
 
▪ Passo a Passo do TRA 
 
 
3 Técnica de Restauração Atraumática- ART 
 
Para aplicação do TRA há necessidade de uma organização prévia do local, preparação do 
material e instrumental esterilizados, definir como será feito o atendimento e a logística do lixo 
contaminado que não pode ser deixado no local. Estas etapas não são discutidas neste artigo. 
• Profilaxia. A profilaxia no TRA deve ser feita pelo ASB ou Agente de Saúde através de uma 
escovação de todos dentes e uso do fio dental. 
• Seleção do quadrante. Pelo CD. A seleção do quadrante pode variar de acordo com a 
cooperação do paciente, idade do paciente, tamanho das cavidades a serem restauradas e 
tempo do profissional para execução do atendimento. 
• Acesso à lesão. Pelo CD. A cavidade pode estar aberta e o acesso já ter ocorrido pela cárie. 
Caso não haja acesso, utiliza- seum machado ou cinzel. 
• Alargamento da lesão. Pelo CD. Para saber se há necessidade de alargar a lesão, utilizar uma 
colher de dentina pequena e tentar remover a cárie necrosada. Caso o instrumento não consiga 
remover o tecido, utilizar o Alargador (Duflex, Brasil) ou o mesmo machado ou cinzel. 
• Remoção seletiva de cárie. Pelo CD. A remoção de cárie deve ser feita de forma muito suave, 
removendo apenas o tecido totalmente amolecido, necrosado. Isto não significa que este 
procedimento não deva ser cuidadoso e minucioso, principalmente sob as cúspides e na linha 
amelo-dentinária. 
• Remoção seletiva de cárie dos dentes vizinhos. Pelo CD. Caso haja cooperação e necessidade, 
aproveitar para trabalhar nos dentes adjacentes. 
• Espatulação do CIV de alta viscosidade. Pelo TSB ou ASB. O CIV exige uma dosificação 
cuidadosa e espatulação preferencialmente com espátula de plástico, de forma precisa, com 
atenção para não alterar a relação pó/líquido indicada pelo fabricante. Os CIVs de alta 
viscosidade não podem ser substituídos por CIVs convencionais para restauração sob o risco das 
restaurações falharem precocemente. 
• Isolamento relativo. Pelo CD ou TSB. Inclinar a cabeça do paciente para o lado oposto ao da(s) 
cavidade(s), para reduzir a contaminação por saliva. A equipe deve estar atenta à troca dos 
roletes de algodão assim que estiverem úmidos. 
• Secagem da cavidade. Pelo CD ou TSB. Com a pinça de algodão, utilizar bolinhas de algodão 
previamente feitas para esta etapa. 
• Inserção do CIV na cavidade. Pelo CD ou TSB. Utilizar espátula 1 ou esculpidor TRA (Duflex, Brasil). 
Caso exista a possibilidade de inserir o material com pontas tipo centrix, haverá menor introdução 
de bolhas, o que melhora a qualidade da restauração. 
• Aplicação do CIV nas fóssulas e fissuras dos dentes vizinhos. O selante nos dentes vizinhos 
aumenta a exposição do quadrante ao flúor. 
• Pressão digital. Pelo CD ou TSB. A pressão digital sobre o(s) dente(s) pode ser feita com o dedo 
indicador ou com o dedo polegar durante 4 a 5 minutos com objetivo manter acompressão no 
CIV durante sua geleificação e evitar a contaminação do material com a saliva neste momento 
crítico. 
• Remoção dos excessos. Pelo CD. Utilizar o esculpidor TRA (Duflex, Brasil). Quando necessário, 
utilizar carbono para ajuste oclusal. Nas proximais, utilizar fio dental e, eventualmente, tiras de 
polimento. 
• Orientações. Não mastigar por 1 hora. Alimentação pastosa por 24 horas. 
 
4 Técnica de Restauração Atraumática- ART 
 
 
 
✓ Fundamento biológico para o emprego do ART como Terapia Pulpar Indireta 
Tradicionalmente, o tratamento restaurador de lesões cariosas profundas é realizado sob 
anestesia local e isolamento absoluto, com utilização de instrumentos rotatórios, retirando-se todo 
o tecido infectado e afetado. No entanto, com o advento da abordagem de mínima 
intervenção, há 
substancial evidência de que a remoção completa da dentina cariada em lesões profundas de 
dentina não é requerida para o sucesso do tratamento. A remoção do tecido altamente 
infectado da camada externa da lesão de cárie, seguida do selamento cavitário efetivo 
determinam expressiva redução e inativação de bactérias, permitindo condições favoráveis para 
a paralisação do processo de desmineralização e para a reorganização da camada interna de 
dentina cariada que se remineraliza. 
Apesar da carência de estudos com a técnica do ART envolvendo especificamente lesões 
profundas de dentina, ela pode ser considerada uma terapia pulpar indireta importante, 
baseando-se nos mesmos princípios que regem a escavação gradativa e o capeamento pulpar 
indireto, técnicas reconhecidamente relevantes para a redução significativa de exposições 
pulpares, quando comparadas ao tratamento restaurador tradicional. 
 
▪ CAPEAMENTO PULPAR DIRETO E INDIRETO 
Capeamento Pulpar Direto 
 
Consiste em aplicar medicação diretamente sobre a polpa exposta, na tentativa de 
preservação da vitalidade dental. A diferença fundamental entre a pulpotomia é a 
extensão da remoção do tecido pulpar remanescente. 
No capeamento direto apenas uma mínima porção é removida, porém os passos 
seguintes do reparo e restauração são fundamentalmente semelhantes. 
 
Capeamento Pulpar Indireto 
 
Em casos de fratura sem exposição pulpar ou reabsorções dentárias iniciais, ex. cáries 
superficiais, é indicado o capeamento pulpar indireto. 
Neste processo são estimulados os mecanismos naturais de reparo dentinário pela 
polpa. Aplica-se o cemento hidróxido de cálcio sobre o local da lesão para induzir o 
reparo dentinário seguido pela restauração final, recompondo a estética dental. 
 
▪ PASTA = PÓ + SORO FISIOLÓGICO 
▪ CIMENTO= PASTA + PASTA

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