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Resenha crítica_limitações constitucionais ao poder de tributar e vedação ao uso de sanções

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-Graduação em Direito Tributário
Resenha crítica: 
A arbitrariedade do Estado na cobrança dos contribuintes inadimplentes e a violação dos direitos fundamentais consagrados na Lei Magna e no CTN
Com base no artigo: “Limitações constitucionais ao poder de tributar e a vedação ao uso de sanções políticas como método coercitivo de cobrança dos contribuintes inadimplentes”
Francisco José de Oliveira Silva
Matrícula: 202001422211
Introdução ao Direito Tributário Material
Fortaleza/CE
2020
Resenha crítica
A arbitrariedade do Estado na cobrança dos contribuintes inadimplentes e a violação dos direitos fundamentais consagrados na Lei Magna e no CTN
SILVA, Antonio Claudio Portella Serra e; VIEIRA, Mariana Antunes. Limitações constitucionais ao poder de tributar e a vedação ao uso de sanções políticas como método coercitivo de cobrança dos contribuintes inadimplentes. In: Arquivo Jurídico, v. 4, n. 2, Piauí, jul./dez 2017, p. 57-71
O artigo em tela tem por objetivo central investigar a relação de conflito que envolve o aparelho estatal por meio de sua gestão fiscal e o sujeito passivo da obrigação tributária enquanto inadimplente. Nesse sentido, os autores alegam que, mesmo que a Constituição Federal de 1988 tenha estabelecido limitações ao poder de tributar por parte do Estado e buscado proteger o contribuinte considerado como a parte mais fraca da relação, estabelecendo assim princípios que visam impedir a atuação arbitrária do Estado por ocasião da prescrição de sanções tributárias, o Fisco ainda exige do contribuinte o pagamento dos tributos mediante penalidades coercitivas e desproporcionais, gerando um ônus desequilibrado para esse contribuinte, ferindo direitos também consagrados na Carta Magna e no CTN. Dentre esses direitos, os autores citam o in dubio pro reo quando existem dúvidas quanto ao disposto na lei em interpretação ao enquadramento da conduta do contribuinte a partir da sanção aplicada, e o da isonomia que, no âmbito tributário, refere-se à noção de tributar cada pessoa na dimensão de sua capacidade contributiva. Ainda consoante os autores, não existe codificação legal no tocante às sanções tributárias em face da ausência de previsão legal específica acerca do seu conteúdo, contudo, o Estado ainda adota medidas coercitivas e discricionárias, mesmo que presumidas como legítimas, punindo o contribuinte e procurando evitar o não cumprimento das obrigações tributárias, gerando assim insegurança jurídica para esse contribuinte. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal decidiu que deve ser observada a proporcionalidade entre a conduta do contribuinte e a medida da sanção aplicada, pois esta não pode ter finalidade confiscatória. Assim, divergências doutrinárias e jurisprudenciais se apresentam, visto que o artigo 150 da CF/88 menciona a expressão “tributo” e não faz referência às sanções tributárias, assim como o CTN que conceitua tributo não como sanção por ato ilícito. Acompanhando o STF, o Tribunal de Justiça do Piauí declarou que inconstitucionalidade da norma que tem a previsão de exigência de pagamento de débitos como premissa para autorização de emissão de normas eletrônicas pelo contribuinte, a partir da concepção de que o Fisco tem outras formas de cobrar seus créditos e não podendo fazer uso de proibições à atividade comercial para constranger o contribuinte ao pagamento de tributos. Esse é o mesmo posicionamento dos autores do artigo.
Em complemento ao artigo, o autor desta resenha julga oportuno mencionar o princípio da não-vinculação, pois a cobrança tributária não está vinculada à nenhuma prestação de serviços específica do Estado, conforme estabelecido no artigo 16 do CTN. Já o artigo 3º do CTN estabelece que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória, que não constitua sanção de ato ilícito prevista em lei e, portanto, essa atividade não poderá ensejar discricionariedade, pois o Estado está obrigado ao estrito cumprimento da legislação. Nesse sentido, o poder de tributar é um assunto complexo e polêmico. A Lei Magna estabelece ao Estado inúmeras prerrogativas referentes à cobrança dos tributos a que tem direito, indicando a primazia do interesse do Estado na relação com os seus contribuintes, buscando garantir a prestação dos serviços públicos. Contudo, essas prerrogativas são limitadas conforme bem abordado pelos autores do artigo ora analisado, pois a Carta Magna/88 e o CTN amparam o contribuinte a partir do estabelecimento de princípios e direitos devendo estes, assim, serem respeitados, originando desta feita limitações do poder de tributar por parte do Estado. Isto porque, é sabido que a carga tributária brasileira é altíssima, ocupando a segunda posição na América Latina. Além disso, as lides tributárias no Brasil também alcançam números expressivos, visto que o Estado não esclarece ao contribuinte quanto aos mecanismos utilizados para a cobrança do tributo, nem no tocante às suas obrigações. Assim, tendo em vista o atributo impositivo dos tributos, as sanções tributárias aplicadas pelo Estado constituem violação, tanto no concernente à propriedade privada, como à liberdade individual. Finalmente, cumpre informar que esta resenha teve o objetivo de analisar o artigo em apreço e verificou-se que ele é bastante claro e de grande utilidade para a comunidade acadêmica e profissionais da área, visto abordar aspectos constitucionais e infraconstitucionais aplicados à limitação ao poder de tributar por parte do Estado.