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Questões de História - Enem - INEP - 2016

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Questões de História 
1- 
 
 
TEXTO II 
 Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram 
obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a 
vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que 
deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de 
origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica. 
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 
2007 (adaptado). 
Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra 
matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII 
relacionados a um esforço da Igreja Católica para 
a) reduzir o poder das confrarias. 
b) cristianizar a população afro-brasileira. 
c) espoliar recursos materiais dos cativos. 
d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. 
e) atender a demanda popular por padroeiros locais. 
 
2- O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários 
rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o 
predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema 
político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O 
coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a 
professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma 
de voto. 
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo 
Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado). 
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se 
na 
a) coação das milícias locais. 
b) estagnação da dinâmica urbana. 
c) valorização do proselitismo partidário. 
d) disseminação de práticas clientelistas. 
e) centralização de decisões administrativas. 
 
3- 
 
Uma scena franco-brazileira: “franco” — pelo local e os personagens, o local que é Paris e 
os personagens que são pessôas do povo da grande capital; “brazileira” pelo que ahi se 
está bebendo: café do Brazil. O Lettreiro diz a verdade apregoando que esse é o melhor 
de todos os cafés. (Essa página foi desenhada especialmente para A Illustração 
Brazileira pelo Sr. Tofani, desenhista do Je Sais Tout.) 
 A Illustração Brazileira, n. 2, 15 jun. 1909 (adaptado) 
A página do periódico do início do século XX documenta um importante elemento da 
cultura francesa, que é revelador do papel do Brasil na economia mundial, indicado no 
seguinte aspecto: 
a) Prestador de serviços gerais. 
b) Exportador de bens industriais. 
c) Importador de padrões estéticos. 
d) Fornecedor de produtos agrícolas. 
e) Formador de padrões de consumo. 
 
4- 
 
Nos Estados Unidos, durante o século XIX, tal como representada no mapa, a relação 
entre território e nação foi reconfigurada por uma política que 
a) transferiu as populações indígenas para territórios de fronteira anexados, 
protegendo a cultura protestante dos migrantes fundadores da nação norte-
americana. 
b) respondeu à ameaças europeias pelo fim da escravidão, integrando a população de 
escravos ao projeto de expansão por meio da doação de terras. 
c) assinou acordos com países latino-americanos, ajudando na reestruturação da 
economia desses países após suas independências. 
d) projetou o avanço de populações excedentes para além da faixa atlântica, 
reformulando fronteiras para o estabelecimento de um país continental. 
e) instalou manufaturas nas áreas compradas e anexadas, visando utilizar a mão de 
obra barata das populações em trânsito. 
5- 
 
Com seu manto real em verde e amarelo, as cores da casa dos Habsburgo e Bragança, mas 
que lembravam também os tons da natureza do “Novo Mundo”, cravejado de estrelas 
representando o Cruzeiro do Sul e, finalmente, com o cabeção de penas de papo de tucano 
em volta do pescoço, D. Pedro II foi coroado imperador do Brasil. O monarca jamais foi tão 
tropical. Entre muitos ramos de café e tabaco, coroado como um César em meio a coqueiros 
e paineiras, D. Pedro transformava-se em sinônimo da nacionalidade. 
 SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. 
 São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado). 
No Segundo Reinado, a Monarquia brasileira recorreu ao simbolismo de determinadas 
figuras e alegorias. A análise da imagem e do texto revela que o objetivo de tal estratégia 
era 
 
a) exaltar o modelo absolutista e despótico. 
b) valorizar a mestiçagem africana e nativa. 
c) reduzir a participação democrática e popular. 
d) mobilizar o sentimento patriótico e antilusitano. 
e) obscurecer a origem portuguesa e colonizadora. 
 
6- O número de votantes potenciais em 1872 era de 1 097 698, o que correspondia a 
10,8% da população total. Esse número poderia chegar a 13%, quando separamos 
os escravos dos demais indivíduos. Em 1886, cinco anos depois de a Lei Saraiva 
ter sido aprovada, o número de cidadãos que poderiam se qualificar eleitores era de 
117 022, isto é, 0,8% da população. 
CASTELLUCCI, A. A. S. Trabalhadores, máquina política e eleições na Primeira 
República. Disponível em: www.ifch.unicamp.br. Acesso em: 28 jul. 2012. 
A explicação para a alteração envolvendo o número de eleitores no período é a 
a) criação da Justiça Eleitoral. 
b) exigência da alfabetização. 
c) redução da renda nacional. 
d) exclusão do voto feminino. 
e) coibição do voto de cabresto. 
 
7- 
 Aquarela do Brasil 
Brasil! 
Meu Brasil brasileiro 
Meu mulato inzoneiro 
Vou cantar-te nos meus versos 
O Brasil, samba que dá 
Bamboleio que faz gingar 
O Brasil do meu amor 
Terra de Nosso Senhor 
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim! 
Ah! Abre a cortina do passado 
Tira a mãe preta do Cerrado 
Bota o rei congo no congado 
Brasil! Pra mim! 
Deixa cantar de novo o trovador 
A merencória luz da lua 
Toda canção do meu amor 
Quero ver a sá dona caminhando 
Pelos salões arrastando 
O seu vestido rendado 
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim! 
 ARY BARROSO. Aquarela do Brasil, 1939 (fragmento). 
Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de Ary Barroso é um exemplo típico 
de 
 
a) música de sátira. 
b) samba exaltação. 
c) hino revolucionário. 
d) propaganda eleitoral. 
e) marchinha de protesto. 
 
8- A imagem da relação patrão-empregado geralmente veiculada pelas classes 
dominantes brasileiras na República Velha era de que esta relação se assemelhava 
em muitos aspectos à relação entre pais e filhos. O patrão era uma espécie de “juiz 
doméstico” que procurava guiar e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia 
realizar suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão. 
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro 
da Belle Époque. Campinas: Unicamp, 2001. 
No contexto da transição do trabalho escravo para o trabalho livre, a construção da 
imagem descrita no texto tinha por objetivo 
a) esvaziar o conflito de uma relação baseada na desigualdade entre os indivíduos que 
dela participavam. 
b) driblar a lentidão da nascente Justiça do Trabalho, que não conseguia conter os 
conflitos cotidianos. 
c) separar os âmbitos público e privado na organização do trabalho para aumentar a 
eficiência dos funcionários. 
d) burlar a aplicação das leis trabalhistas conquistadas pelos operários nos primeiros 
governos civis do período republicano. 
e) compensar os prejuízos econômicos sofridos pelas elites em função da ausência de 
indenização pela libertação dos escravos. 
 
9- A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho 
direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última 
análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” — istoé, fora do território de Roma. 
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. 
A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os 
plebeus 
a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio. 
b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores. 
c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios. 
d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos. 
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis. 
 
10- A história não corresponde exatamente ao que foi realmente conservado na 
memória popular, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e 
institucionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. Os historiadores, sejam 
quais forem seus objetivos, estão envolvidos nesse processo, uma vez que eles 
contribuem, conscientemente ou não, para a criação, demolição e reestruturação de 
imagens do passado que pertencem não só ao mundo da investigação 
especializada, mas também à esfera pública na qual o homem atua como ser 
político. 
HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1984 (adaptado). 
Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade mencionada, é tarefa de 
profissional envolvido 
a) criticar as ideias dominantes. 
b) respeitar os interesses sociais. 
c) defender os direitos das minorias. 
d) explicitar as escolhas realizadas. 
e) satisfazer os financiadores de pesquisas. 
 
____________________________________________________________________ 
Gabarito: 1 B, 2 D, 3 D, 4 D, 5 E, 6 B, 7 B, 8 A, 9 E, 10 D

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