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CASO FICTICIO 2

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AO JUÍZO DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE HARMONIA – ESTADO DA ALEGRIA
 A "Associação Força Contra a Corrupção”, por meio de seu representante legal, com fundamento no art. 5° da Lei 7.347/85, vem propor a presente 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE RESPONSABILIDADE PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, em face de:
 Prefeito de Harmonia, do Estado da Alegria; 
Empresa “Rápido Expresso”; 
Mévio; 
Caio; e 
Tício;
I.DOS FATOS
 No caso em tela, o requerido, Prefeito do Município de Harmonia, localizado no Estado da Alegria, ao utilizar-se de dinheiro público para proveito próprio, além de locupletar-se ilicitamente com a propaganda pessoal, gerou prejuízo ao erário e atentou contra os princípios da Administração Pública, já que ordenou que a empresa “Rápido Expresso”, fizesse a colocação de outdoors, com o símbolo da campanha eleitoral, em edifícios históricos da cidade. 
Pretende, apenas e tão somente, ascender-se na opinião pública, com o propósito de auferir vantagens na disputa eleitoral, uma vez que está candidato à reeleição. Esta atitude é totalmente contra os princípios constitucionais da impessoalidade, legalidade e moralidade administrativa, consistindo verdadeira afronta à probidade inerente à Administração Pública.
Além disso, a contratação da empresa “Rápido Expresso”, sem a realização de licitação apresenta-se com uma clara violação a outro preceito constitucional, que será demonstrado mais adiante. Ademais, cumpre também notar a contratação, sem concurso público, de Mévio, Caio e Tício, pelo prefeito, para ajudá-lo na campanha eleitoral, violando o regramento constitucional que determina a realização de concurso para investimento em cargo ou emprego público.
II DA LEGITIMIDADE ATIVA. 
Os legitimados concorrentes a proporem a Ação Civil Pública estão dispostos no art. 5° da Lei 7.347/92:
Art. 5o. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:  
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública;  
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;  
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente:  
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;  
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.    
    
Resta configurada, pois, a legitimidade ativa da “Associação Força Contra a Corrupção”, pois ela está em funcionamento há dois anos, para ingressar como polo ativo nesta ação civil pública, 
III. DA LEGITMIDADE PASSIVA
O art. 1º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), Lei nº 8.429/92, assevera que o ato de improbidade administrativa pode ser praticado por "qualquer agente público, servidor ou não".
Assim, o ato de improbidade administrativa poderá ser praticado por toda e qualquer categoria de agentes públicos, nestes incluindo os servidores estatutários, empregados públicos celetistas, agentes políticos, contratados temporários e particulares em colaboração com a Administração, bem como aqueles requisitados de serviço.
Nesse sentido, o art. 2º da LIA esclarece que:
Art. 2°. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vinculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Todavia, o art. 3º estende as penas previstas na Lei também aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a pratica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta. 
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Assim, figurarão no polo passivo o prefeito, a empresa “Rápido Expresso”, Mévio, Tício e Caio.
IV. DO DIREITO
Constitui dever da Administração Pública guiar seus atos pelos princípios constantes na Constituição Federal, principalmente no que tange à publicidade de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas.
Neste sentido, o parágrafo 1° do art. 37, da Constituição da República estabelece que: 
Art. 37, § 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
			O desrespeito a este preceito constitucional e aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade configurando a promoção pessoal do administrador público, e o consequente ato de improbidade administrativa.
			Com o intuito de conferir densidade e aplicabilidade ao supramencionado artigo constitucional, o legislador infraconstitucional editou a Lei 8.429/92, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que versa sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos, quando estes cometerem improbidades no exercício do mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta e fundacional.
			O diploma normativo em comento elenca, em seus arts. 9°, 10 e 11, os tipos de atos de improbidade administrativa. Destarte, a contratação da empresa “Rápido Expresso”, promovida pelo prefeito, para a colocação dos outdoors, se encaixa perfeitamente nas disposições contidas nos art. 10 e 11, senão vejamos:
	Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de competência;
Destaque-se ainda que a Lei de Licitações (Lei 8.666/93) prevê, em seu art. 2°, que: 
Art. 2º. As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta lei.
Cabe ainda mencionar:
Art. 13. Para os fins desta lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
§ 1º. Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
A Lei 8.666/93 ainda disserta:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no Art. 13 desta lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:
			Constata-se, assim, que, para a inexigibilidade da licitação, três requisitos devem se fazer presente, que são: inviabilidade de competição, natureza singular do serviço e notória especialização. Na situação posta, a contração da empresa “Rápido Expresso”, feitapelo prefeito não observou estes requisitos provocando prejuízos aos cofres públicos municipais.
			Não obstante a ilegalidade presente na contração da empresa “Rápido Expresso” para a colocação de outdoors, estes serviam para a promoção pessoal do prefeito, em clara violação aos princípios constitucionais da administração pública (impessoalidade, moralidade e legalidade).
Deste modo, versa o art. 9°, inciso XII, da Lei 8.429/92, o seguinte:
Art. 9°. Constitui ato de improbidade Administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (...) 
XII – usar em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no artigo 1º desta Lei.
Ao fazer propaganda pessoal com verba integrante do erário da prefeitura de Harmonia, o prefeito manifestamente violou o princípio da impessoalidade, cujo mesmo proíbe a promoção pessoal de agentes políticos ou de servidores públicos nos atos, programas, na realização de obras, na prestação de serviços e outros, que devem ser imputados ao órgão ou entidade administrativa da administração pública.
O prefeito fez propaganda política e promoção pessoal, fazendo uso do dinheiro público para tanto, em evidente desvio de finalidade, importando em enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário municipal. O uso do símbolo da campanha eleitoral identificado do agente político, caracteriza hipótese de ato ímprobo, constante no art. 11, inciso I da Lei 8.429/92, já mencionado no corpo desta peça processual, restando configurando violação aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade.
Ademais, outro ponto que deve ser explanado diz respeito a contração e nomeação de Mévio, Caio e Tício, sem a realização de concurso público, para ajudar o prefeito na campanha eleitoral, o que implica nova prática de ato de improbidade administrativa, provocando prejuízos ao erário, nos moldes da Lei 8. 429/92. 
A Constituição Federal, em seu art.   Art. 37, II, prescreve que:
Art. 37. (...)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;  
Ainda no mesmo artigo:
Art. 37. (...)
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(...)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público;
Da leitura dos preceitos normativos acima descritos, percebe-se que as contrações de Mévio, Caio e Tício, feriram a determinação constitucional que exige a realização de concurso, para a investidura em cargo ou emprego público, posto que a função para a qual eles foram contratados, não se encaixa em nenhuma daquelas presentes no incisos V e IX, do art. 37, da CF. Cometeu, assim, o prefeito, novo ato de improbidade administrativa, por violação ao art. 11, caput, da Lei 8.429/92. 
V.DOS PEDIDOS 
Como amplamente demonstrado na inicial, a utilização de verba pública para inconstitucional campanha de promoção pessoal deve ser abortada imediatamente, assim como se declare tanto a nulidade do contrato firmado com a empresa “Rápido Expresso”, como a nulidade das nomeações de Mévio, Caio e Tício, sob pena de prosseguimento de danos ao erário.
Diante deste quadro, requer-se; 
a) A citação dos impetrados, na pessoa de seus representantes legais para, querendo e no prazo de 15 (quinze) dias, oferecer manifestação por escrito, as quais poderão ser instruídas com documentos e justificações. Após o recebimento da inicial, seja determinada a citação do demandado para o oferecimento de respostas à presente ação, observado o rito ordinário, nos termos do artigo 17 da Lei nº 8.429/1992, no prazo legal e sob pena de revelia; 
b) A intimação do representante do Ministério Público para apresentar parecer, nos termos da lei;
c) Seja determinado ao prefeito que imediatamente se abstenha de utilizar os outdoors ou qualquer outo símbolo, slogan, marca, logo, etc para promoção pessoal.
d) Condenação dos Réus nas penas do art. 12, inciso III, da LIA, assim como a condenação em honorários advocatícios e custas processuais, na forma do art. 85, do CPC:
e) A concessão dos benefícios do artigo 18 da Lei nº 7.347/85;
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados, oitiva de testemunhas e outras mais que se fizerem necessárias, desde já requeridas.
Valor da causa de acordo com o art. 291, ou 319 CPC/15.
Nestes termos, pede deferimento

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