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DESCRIÇÃO A logística no varejo do Brasil: sua importância para a economia do país, além de suas particularidades e características. PROPÓSITO Compreender as atividades-chave da logística no varejo e seus canais de distribuição, assim como a inter-relação dela com a tecnologia da informação para o atendimento ao varejo e o relacionamento entre a logística reversa e o varejo sustentável. OBJETIVOS MÓDULO 1 Selecionar as atividades-chave da logística no varejo MÓDULO 2 Esquematizar os canais de distribuição utilizados no varejo MÓDULO 3 Nomear a relação entre a logística e a tecnologia da informação para o varejo MÓDULO 4 Identificar o funcionamento da logística reversa e sua relação com o varejo sustentável INTRODUÇÃO De acordo com os dados da Empresômetro, empresa de inteligência de mercado, o Brasil possuía, em setembro de 2019, mais de 4,8 milhões de negócios de comércio varejista. É natural que um segmento que empregue um em cada cinco trabalhadores brasileiros, gerando impacto em dois terços do PIB (algo como R$ 2,4 trilhões) do país, tenha seu universo analisado e estudado. Seus números, portanto, são acompanhados com bastante interesse. Até os anos 1990, mais especificamente na implantação do Plano Real, em 1994, não havia grandes preocupações por parte dos fornecedores e distribuidores envolvidos na logística em economias de tempo e valor, já que o varejo brasileiro estava mais concentrado nos rendimentos financeiros. Os varejistas apoiavam-se em parcelamento elástico e de longo prazo na aquisição de mercadorias de seus fornecedores em detrimento das vendas à vista aos clientes finais. Essa prática lhes possibilitava receber pela venda do produto antes de realizar o pagamento, procedendo, nesse intervalo de tempo, a uma aplicação financeira desses recursos. A partir do Plano Real, as empresas, em geral, precisaram prestar mais atenção a seus custos, sendo um deles a logística. A logística envolvida no varejo é complexa, não estando limitada apenas à entrega do fornecedor para o consumidor final (como ela comumente é entendida). Não se trata de uma linha direta, sem intermediários. Existem diversos canais logísticos disponíveis que contam com tecnologia avançada, permitindo o rastreamento de entrada, armazenagem, movimentação e saída – além de, se for o caso, devolução de mercadorias com eventual descarte de modo sustentável. O conhecimento das etapas da logística no varejo, dos seus processos de gestão e da tecnologia da informação aplicada à logística nos permitirá entender os desafios, as complexidades envolvidas e as soluções existentes ou em desenvolvimento para atender a esse imenso mercado sempre em crescimento. MÓDULO 1 Selecionar as atividades-chave da logística no varejo CONCEITOS LOGÍSTICA A LOGÍSTICA É UM CONJUNTO DE ATIVIDADES FUNCIONAIS INTER-RELACIONADAS (TRANSPORTES, CONTROLES DE ESTOQUES ETC.), QUE SE REPETEM INÚMERAS VEZES AO LONGO DO CANAL PELO QUAL MATÉRIAS-PRIMAS VÃO SENDO CONVERTIDAS EM PRODUTOS ACABADOS, AOS QUAIS SE AGREGA VALOR AO CONSUMIDOR. (BALLOU, 2006, p. 29) A logística pode ser definida como o processo de gestão estratégica que inclui a compra, o transporte e o armazenamento de matérias-primas, partes e produtos acabados, além da entrega e de uma eventual devolução pelo cliente (logística reversa), incluindo o descarte de materiais e produtos. Para isso, é utilizado um fluxo de informações relacionadas ao processo que busca maximizar o lucro por meio do menor custo de entrega. O objetivo da logística é disponibilizar os produtos e serviços nos locais onde eles sejam necessários e no momento desejado pelo cliente. Listaremos agora as atividades-chave que compõem a logística no varejo: Gestão de estoque Rotinas de armazenagem Segurança dos produtos Transporte de cargas e entrega do pedido ATIVIDADES-CHAVE DA LOGÍSTICA NO VAREJO Veremos neste vídeo como as atividades-chave da logística no varejo são examinadas. GESTÃO DE ESTOQUES A gestão de estoque compreende o controle do fluxo de produtos que a empresa comercializa. Ela engloba o acompanhamento da previsão da demanda, a integração com o setor de compras, a realização de contagens físicas do estoque e o acompanhamento dos indicadores de desempenho do setor. A previsão da demanda é um trabalho em conjunto de vários setores da empresa, como, por exemplo, as áreas de produção, financeira, comercial e compras. O objetivo é antecipar, baseado em dados históricos e análises de tendência de mercado e consumo, o nível futuro de procura por determinados itens de estoque, controlando as oscilações dentro do possível. Fonte: Billion Photos/Shutterstock O processo de previsão da demanda é uma das atividades mais importantes relacionadas à gestão de estoques, pois garante que os pedidos dos clientes sejam atendidos quando solicitados. IMPORTANTE Uma parte importante dessa gestão é o envolvimento com o setor de compras da empresa. Em conjunto, ambos devem estar atentos aos níveis máximos e mínimos de estoque, ao relacionamento com os fornecedores atuais e ao desenvolvimento de novos fornecedores. Diversos indicadores de desempenho utilizados para a gestão e o controle de estoque devem ser usados de forma parcimoniosa, adequando-se às necessidades e ao tamanho de cada empresa. O esforço para obter os indicadores não deve ser maior que o despendido para seu gerenciamento. Esse controle é obtido a partir de dados numéricos transformados em indicadores do desempenho, os quais, por sua vez, são alcançados por meio de pessoas, sistemas e processos. Os grandes pensadores da gestão são unânimes nesse quesito. Segundo Deming (1990), “não se gerencia o que não se mede”. Já Kaplan e Norton (1997) atestam que “medir é importante: o que não é medido não é gerenciado”. Ainda podemos citar o guru Peter Drucker (1987): “se você não pode medir, você não pode gerenciar”. Conhecidos como KPIs (key performance indicators) no jargão empresarial, esses indicadores- chave de performance relacionam-se com a atividade-fim e servem para medir o desempenho da gestão. Os indicadores mais comuns de performance em gestão de estoques são: Giro de estoque – De todos os indicadores de gestão de estoque, este talvez seja o mais conhecido e utilizado, porque mostra se os produtos estão estagnados nas prateleiras (baixo giro) ou com grande demanda do público e bastante saída (alto giro). Ele também ajuda a identificar quais produtos têm maior e menor procura, fazendo com que, a partir daí, seja possível saber se as estratégias de distribuição e de marketing estão sendo bem executadas ou se precisam ser revistas. Quanto maior for o giro de estoque, maiores serão os lucros da empresa. Fonte: Mr Aesthetics/Shutterstock Para calcular o giro de estoque, emprega-se esta fórmula: Total de vendas / Estoque médio Para chegar à média de estoque, basta fazer a seguinte operação: Estoque inicial + Estoque final / 2. O valor da conta do giro de estoque indica a quantidade de vezes que ele precisou ser renovado por completo. Exemplo prático: Uma empresa começou o mês com 500 produtos. Durante o mês, houve a venda de 300 deles e aquisição de mais 100. Ou seja, no final desse período, o estoque final era de 300 e o saldo de vendas, de 300 itens. Aplicando o cálculo de estoque médio (500 + 300 / 2 = 400), chega-se à média de estoque: 400. Depois desse cálculo, chegou o momento de descobrir o giro de estoque: 300 / 400 = 0,75 Compreende-se então que a média de estoque da empresa é de 400 e que o giro, ou seja, sua renovação, é de 0,75 vezes no mês. Fonte: ALPA PROD/Shutterstock Cobertura de estoque – Este indicador é mais utilizado para fins de planejamento e segurança de atendimento de necessidades, já que seus dados dizem respeito à quantidade de tempo que o estoque existente na empresa é capaz de atender aos pedidos. A partir desse índice, a empresa pode realizar o planejamento de reposição de estoque ou fazer compras estratégicasquando houver oportunidades vantajosas. Para calcular essa cobertura, basta dividir a quantidade de estoque existente com a previsão de vendas, seja ela diária ou relativa a determinado período. Fonte: ALPA PROD/Shutterstock Ruptura de estoque – A ruptura de estoque indica a relação entre os produtos em falta e os disponíveis na loja. Se uma empresa vende 10 marcas de determinado produto, mas a marca “X” está em falta, isso significa que a ruptura de estoque é de 10%. O objetivo da empresa é sempre atender a 100% dos pedidos dos clientes; portanto, controlar esse indicador torna-se fundamental. Com ele, evita-se a perda das vendas e clientes possivelmente insatisfeitos que poderiam procurar a concorrência. Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock On shelf availability (OSA) – Trata-se da disponibilidade em prateleira. Semelhante à ruptura de estoque, o OSA é um indicador que mostra a disponibilidade de determinado produto de acordo com a projeção e o histórico de vendas dele. Com o OSA, é possível identificar as causas que levaram à ausência do produto, o que gera um valor perdido de faturamento potencial. Dessa maneira, podem ser corrigidos eventuais erros de planejamento e de definição de estratégias que impeçam faltas e excessos no estoque. Fonte: Billion Photos/Shutterstock Tempo de reposição (TR) – É um indicador que mede o tempo necessário para que determinado produto chegue ao estoque e esteja pronto para ser colocado à venda. Para o cálculo do TR, leva-se em consideração o tempo de aquisição do produto e de transporte do fornecedor até a empresa ou de produção da própria empresa. Em alguns casos, também é levado em conta o tempo necessário para que o item seja cadastrado no sistema e possa ser utilizado ou vendido. O objetivo é que o TR seja o menor possível, evitando desagradar aos clientes e não perder a venda. Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock Ponto de pedido – Este indicador é utilizado para que a empresa calcule o momento certo de realizar o pedido de mercadorias. Desse modo, ela não corre o risco de haver falta de produtos e falhas no atendimento dos pedidos. Para sua definição, há uma série de fatores relacionados ao tempo. O prazo existente entre o pedido e a entrega é o principal deles, mas não é único. Leva-se em conta ainda: Tempo de emissão do pedido: pode ser necessário realizar uma cotação entre os fornecedores antes do pedido; Tempo de preparação do produto: caso o fornecedor necessite encomendar as mercadorias solicitadas com seu fabricante; Tempo de produção: caso ele produza a partir do pedido; Tempo de transporte: contado da saída do fornecedor até o seu estoque. Todos esses detalhes são responsáveis por alterar o TR em dias. O cálculo considera ainda o estoque de segurança (ES) e o consumo médio (CM), que corresponde à média diária de mercadorias consumidas (ou vendidas) em sua loja. A fórmula para encontrar o ponto de pedido é: PP = (CM x TR) + ES Já a fórmula aplicada para o ES é esta: ES = PP - (CM x TR) Exemplo prático: Uma loja de instrumentos musicais vende 20 violões nos 30 dias do mês (CM 0,67), mas o processo para novos itens leva até 45 dias. Considerando que seu estoque mínimo seja de 27 unidades, o ponto de pedido será: PP = (0,67 x 45) + 27 = 57,15 Ou seja, quando a quantidade de instrumentos chegar a 57 no estoque (usando o critério de arredondamento), será o momento de fazer um novo pedido ao fornecedor. Perdas no estoque – Este indicador trata da quantidade de mercadoria que foi perdida enquanto estava armazenada, sendo fundamental para se evitar prejuízos. Excesso de produtos, desvios por furtos e armazenamento inadequado são fatores que causam perdas no estoque. É essencial manter organizados os apontamentos para garantir a gestão deste indicador e, assim, adotar medidas corretivas que melhorem a qualidade dos processos, impedindo que esse tipo de falha aconteça. Fonte: Iakov Filimonov/Shutterstock Fonte: KOBE611/Shutterstock Taxa de retorno – Mede a quantidade de produtos que retornaram ao estoque após a conclusão da venda. O ideal é que este indicador esteja o mais próximo de zero. Para fazer o cálculo, basta dividir o total de produtos retornados pelo total dos vendidos e depois multiplicar por 100. A taxa de retorno é importante para que se possa identificar quais produtos apresentam um maior índice de devolução, investigando, a partir disso, as possíveis causas e adotando estratégias capazes de reduzir esse percentual. Capacidade de estocagem – O indicador de capacidade de estoque consiste em analisar e identificar quanto de seu espaço do estoque físico está sendo usado. Para essa medição, pode ser realizada a contagem de quantas prateleiras e locais de armazenamento estão disponíveis e quanto está sendo usado. Diversos especialistas apontam que se deve usar um máximo de 80% a 90% da capacidade total do local. Fonte: Don Pablo/Shutterstock ROTINAS DE ARMAZENAGEM Dentro das rotinas de armazenagem, podemos destacar o recebimento físico dos itens a serem armazenados, a contagem cíclica dos itens, o controle de vida útil e o posicionamento no estoque, garantindo o atendimento dos pedidos de forma ágil e completa. No recebimento físico, deve-se sempre seguir as melhores práticas. Uma delas diz respeito à contagem por conferência cega. A contagem por conferência cega é um processo que confere o item que chegou fisicamente ao estoque e o compara ao que consta na nota fiscal enviada pelo fornecedor. Ela acontece da seguinte forma: 1 O fornecedor entrega na portaria (ou departamento responsável) a nota fiscal (NF) das mercadorias. A portaria confere as informações fiscais da NF (CNPJ e inscrição estadual, endereço e razão social), além das informações comerciais da ordem de compra (itens, preço e prazo). Essa conferência também pode ser anterior à chegada do fornecedor com a emissão sistêmica da NF, facilitando, desse modo, a correção dela se houver alguma inconsistência. Em caso positivo, solicita-se ao fornecedor que encaminhe as mercadorias até o depósito ou estoque. 2 3 No depósito ou estoque, o almoxarife recebe para conferência apenas um documento chamado “romaneio cego” (documento espelho da nota fiscal sem quantidade e valores). Ele deve realizar a contagem física da mercadoria, lançando as quantidades contadas ao lado do item. Após o término do recebimento, outro funcionário verifica se o que foi recebido está de acordo com a nota fiscal original. Caso esteja tudo certo, libera-se o fornecedor; caso contrário, é feita uma nova conferência. De acordo com ela, a mercadoria é ingressada no estoque, porém, caso haja uma divergência na quantidade, um ajuste documental é solicitado ao fornecedor. 4 Outro ponto de atenção nas boas práticas das rotinas de armazenagem diz respeito à contagem cíclica. Fonte: Zephyr_p/Shutterstock Contagem cíclica, como o nome sugere, significa que alguns itens podem ser contados várias vezes durante o ano dependendo de sua importância no processo produtivo ou no ciclo comercial em função da quantidade normalmente movimentada ou do valor agregado. Essa contagem tem como objetivo garantir que os saldos de estoque estejam sempre corretos independentemente dos valores do estoque. O foco não é apenas encontrar possíveis erros, mas também identificar o que os gerou para corrigi-los. Esse método permite identificar rapidamente as discrepâncias entre o estoque físico e o contabilizado, propiciando uma melhoria significativa no planejamento da necessidade de mercadorias. Como a contagem de estoque é realizada de forma contínua, o custo desse processo é distribuído ao longo do ano, diferentemente do que ocorre em um inventário anual. Fonte: Dragana Gordic/Shutterstock Em relação ao controle da vida útil e posicionamento de mercadorias em estoque, é comum em empresas com grande número de itens que eles estejam mal organizados, vencidos e ou descontinuados (sem saída e sem possibilidadede venda há muito tempo). No caso de um item que esteja vencido, seu descarte poderá exigir cuidados (e custos) específicos, aumentando o custo final de armazenagem. Métodos de gerenciamento de estoques, como, por exemplo, o PVPS (primeiro vence, primeiro sai) e o PEPS (primeiro entra, primeiro sai), são imprescindíveis na organização e prevenção de perdas. Aquele refere-se à validade do produto, enquanto este prioriza o primeiro a dar entrada no estoque. Notemos ainda que o lote de entrada é uma coisa, enquanto a validade do produto é outra, já que uma mesma mercadoria pode ter lotes diferentes de entrada e datas de validade. Fonte: YDUQS SEGURANÇA DOS PRODUTOS Em logística de varejo, é fundamental que os produtos sejam armazenados de forma a garantir o menor índice possível de avarias e perdas, já que isso afeta diretamente o nível de satisfação dos clientes. Sendo assim, é necessário ter cuidados adequados durante a movimentação dos itens no estoque e no carregamento para a distribuição e a entrega ao cliente. Por exemplo, quando empilhados, os materiais armazenados têm de manter uma altura e um formato que garantam sua estabilidade, não prejudicando o manuseio. Em pisos elevados, eles não devem ser empilhados a uma distância das bordas menor que a equivalente à altura, a menos que estejam instaladas proteções especificamente para impedir sua queda. Fonte: Marcin Balcerzak/Shutterstock Da mesma forma, quando se armazenam tubos, vergalhões, pranchas ou barras de maior comprimento, a arrumação precisa ser feita em camadas, utilizando-se espaçadores e peças de retenção com separação segundo o tipo de material e a bitola das peças. Treinamentos constantes da equipe envolvida, material de apoio e embalagens adequadas são questões fundamentais que devem ser observadas, garantindo, assim, a segurança das pessoas e dos materiais. TRANSPORTE DE CARGAS E ENTREGA DO PEDIDO A maioria das empresas no Brasil enfrenta muitas dificuldades em uma das últimas partes do processo de venda: a entrega ao cliente. Incluem-se nessa etapa a emissão e a separação de pedidos, a embalagem, o planejamento e a otimização de rotas, assim como a escolha do modal logístico (ônibus, caminhão, navio, avião, trem etc.). Várias análises e decisões precisam ser realizadas – e o tempo é curto! Abordaremos a seguir as partes principais desse processo: Separação, manuseio e expedição Rotas estratégicas: por que e como criá-las? Demanda e modal logístico: como equilibrá-los? Análise de entregas, métricas e resultados SEPARAÇÃO, MANUSEIO E EXPEDIÇÃO Estas três etapas são o resultado de um processo maior sobre o qual já falamos anteriormente: a rotina de armazenagem. A depender do tipo de armazenagem escolhida pela empresa (própria, mista ou terceirizada), partes do processo poderão perder em eficiência. Para efeitos de ilustração e facilidade no aprendizado, adotaremos como exemplo as organizações que utilizam o armazenamento próprio, ou seja, operado pela própria empresa. O processo todo deve ser pensado para que ele seja rápido e eficiente. É muito importante haver mecanismos de controle e rastreamento capazes de possibilitar o andamento do pedido ao longo de todo o processo, permitindo que, assim que o pedido seja recebido, exista um sincronismo entre as etapas. ROTAS ESTRATÉGICAS: POR QUE E COMO CRIÁ- LAS? Gerar o menor gasto e o menor tempo possível na entrega é o objetivo de todas as empresas que lidam com varejo; para isso, quanto menor a distância, melhor. Dessa forma é possível economizar combustível, reduzir a emissão de poluentes da frota e o desgaste de equipamentos. Como uma empresa consegue criar rotas otimizadas? Resposta: utilizando softwares de roteirização e gestão de rotas específicos disponíveis no mercado! Todos os softwares contam com tecnologia de roteirização e algoritmos (em ciência da computação, um algoritmo é uma sequência finita de ações executáveis que busca obter uma solução para determinado tipo de problema) para ajudar nessa tarefa. Por meio do sistema, é possível, com pouco esforço, criar rotas otimizadas quase que de forma automática. Em geral, as principais questões tratadas pelos softwares de roteirização envolvem: Definição das melhores rotas; Melhor distribuição das cargas de acordo com a rota e o tamanho do veículo; Gerenciamento das coletas/entregas, monitorando todo o processo em tempo real; Comparação do planejado com o executado. Fonte: Autor DEMANDA E MODAL LOGÍSTICO: COMO EQUILIBRÁ- LOS? A consolidação do mercado de E-Commerce fez com que a demanda pelo sistema de cargas fracionadas — no qual um mesmo veículo realiza entregas para diferentes clientes em um mesmo trajeto — aumentasse consideravelmente. Ao mesmo tempo, o aumento do trânsito nas grandes capitais e suas limitações de entregas pelas legislações locais, assim como os perigos crescentes nas estradas, têm intensificado a necessidade de atenção por parte dos gestores quanto à necessidade de planejamento de rotas. Elaborar mapas de entrega otimizados faz toda a diferença no custo e no cumprimento do prazo. Realizados todo os processos anteriores, é a vez de escolher o meio de transporte mais adequado para o tipo de entrega, o volume dos produtos e a distância a ser percorrida. Basicamente, as cargas devem ser equilibradas com o tipo de veículo utilizado, buscando-se, com isso, economia e maior controle de gastos operacionais, sobretudo com a logística de distribuição. ANÁLISE DE ENTREGAS, MÉTRICAS E RESULTADOS É importante que todas as empresas acompanhem os processos de entrega e possibilitem que seus clientes possam acompanhar o andamento delas. Um exemplo interessante é dado por estas duas empresas: Mercado Livre e iFood. Após a solicitação do pedido, uma confirmação com um link é enviada para o cliente poder acompanhar o status da entrega via internet. Outra parte da gestão envolve o acompanhamento de métricas que analisem e apurem constantemente os resultados do planejamento. Uma das formas de entender o que ocorre com a operação se dá a partir de monitoramento veicular. Esse monitoramento permite às empresas o estudo de fontes de gasto e despesa com veículos, assim como das necessidades de adequação e de diversos outros fatores importantes, como, por exemplo, a melhoria do nível de serviço prestado e outras otimizações operacionais. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS NESTE MÓDULO SOBRE MUITAS QUESTÕES QUE ENVOLVEM AS ATIVIDADES-CHAVE DA LOGÍSTICA NO VAREJO. QUANTO ÀS ROTINAS DE ARMAZENAGEM, HÁ DIVERSAS ATIVIDADES REALIZADAS PARA QUE OS ESTOQUES SE MANTENHAM SEMPRE ORGANIZADOS E PRONTOS PARA ATENDER AOS PEDIDOS DOS CLIENTES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA UMA ATIVIDADE QUE NÃO CORRESPONDE A UMA PRÁTICA DE ARMAZENAGEM. A) Contagem cíclica B) Conferência cega C) Cálculo do valor das mercadorias estocadas D) Controle de vida útil E) Cálculo de rotas 2. UMA EMPRESA SEMPRE BUSCA A MELHOR RELAÇÃO ENTRE CUSTO E BENEFÍCIO NOS NÍVEIS DE ESTOQUE E NOS DE VENDA, OTIMIZANDO, COM ISSO, O LUCRO. PARA QUE ISSO ACONTEÇA, SÃO NECESSÁRIAS ALGUMAS ANÁLISES QUE PERMITAM À GESTÃO DOS ESTOQUES SER BEM EXECUTADA. DIVERSOS INDICADORES DE DESEMPENHO SÃO, PORTANTO, EMPREGADOS PARA A GESTÃO E O CONTROLE DE ESTOQUE. ENTRE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR, ASSINALE A QUE CONTÉM O INDICADOR QUE MEDE A QUANTIDADE DE TEMPO NA QUAL O ESTOQUE PODERÁ ATENDER À PREVISÃO DE PEDIDOS DA EMPRESA. A) Cobertura de estoque B) Giro de estoque C) Ruptura de estoque D) Tempo de reposição E) Ponto de pedido GABARITO 1. Estudamos neste módulo sobre muitas questões que envolvem as atividades-chave da logística no varejo. Quanto às rotinas de armazenagem, há diversas atividades realizadas para que os estoques se mantenham sempre organizados e prontos para atender aos pedidos dos clientes. Assinale a alternativa que contenha uma atividade que não corresponde a uma prática de armazenagem. A alternativa "C " está correta. Apesar de o valor dasmercadorias ser importante para a gestão, os valores delas são um objeto de atenção da área contábil da empresa. Armazenar é cuidar do que é guardado, garantindo que ele esteja pronto para uso na quantidade e na qualidade esperadas. 2. Uma empresa sempre busca a melhor relação entre custo e benefício nos níveis de estoque e nos de venda, otimizando, com isso, o lucro. Para que isso aconteça, são necessárias algumas análises que permitam à gestão dos estoques ser bem executada. Diversos indicadores de desempenho são, portanto, empregados para a gestão e o controle de estoque. Entre as alternativas a seguir, assinale a que contém o indicador que mede a quantidade de tempo na qual o estoque poderá atender à previsão de pedidos da empresa. A alternativa "A " está correta. Em muitas empresas, o excesso de estoque pode fazer com que ela tenha imensos prejuízos por manter o “dinheiro parado”, sem movimentação, já que não existe uma previsão de vendas para esses itens armazenados. A cobertura de estoque é calculada por meio da divisão da quantidade de itens em estoque pela previsão de vendas de um determinado período. MÓDULO 2 Esquematizar os canais de distribuição utilizados no varejo CONCEITOS Para Kotler e Keller (2012, p. 482), “o varejo inclui todas as atividades relativas à venda de bens e serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal”. Já Richter (1954) o define como um “processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande dos produtores atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final”. Além disso, é importante distinguir os diferentes grupos de varejo: o de bens de consumo geral, o de carros e combustíveis e o de serviços. No Brasil, diferentemente de outros países, o IBGE, por meio de sua pesquisa mensal do comércio (PMC), segmenta os dados do varejo nacional em dois grandes grupos: varejo restrito e varejo ampliado. ATENÇÃO O ampliado inclui, além de todo o varejo restrito, concessionárias de veículos e lojas de materiais de construção. Essa diferenciação na forma como o IBGE segmenta o varejo não permite comparações estatísticas com outros países. Neste tema, portanto, trataremos do varejo restrito e dos canais de distribuição. Canais de distribuição são os meios utilizados para que o produto chegue às mãos do cliente desde o fabricante. O principal objetivo desses canais é que as mercadorias estejam disponíveis para o consumidor final o mais rápido possível. Pascarella (2014) afirma que: [...] OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DEVEM SER CAPAZES DE GERAR E SATISFAZER A DEMANDA PARA OS PRODUTOS DA ORGANIZAÇÃO. LOGO, AS DECISÕES RELATIVAS À DEFINIÇÃO DA POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO DIZEM RESPEITO À GESTÃO DE UM SISTEMA VOLTADO PARA A ENTREGA DO PRODUTO CERTO, NO LOCAL CERTO, NO MOMENTO CERTO E NAS QUANTIDADES CERTAS. OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO, TAMBÉM CONHECIDOS COMO CANAIS DE MARKETING OU CANAIS COMERCIAIS, SÃO CONJUNTOS DE ORGANIZAÇÕES INTERDEPENDENTES ENVOLVIDAS NO PROCESSO DE DISPONIBILIZAÇÃO DE UM PRODUTO OU SERVIÇO PARA USO OU CONSUMO. (PASCARELLA, 2014) Por conta disso, os canais estão diretamente relacionados à logística, sendo fundamentais para que as mercadorias cheguem até os consumidores. Portanto, a escolha do canal de distribuição tem impacto direto nas vendas da empresa. Quando se trata de canais de distribuição, pode-se imaginar desde o mais tradicional, como um caminhão que realiza uma entrega, até o mais moderno e comentado hoje em dia: os drones! Os drones podem ser dimensionados apenas para transportar um pacote. No futuro, os caminhões autônomos ainda exigirão rodovias, mas drones aerotransportados menores, capazes de entregar a "última milha", significarão congestionamentos reduzidos, entregas mais rápidas e infraestrutura menos cara para ser mantida — isso sem mencionar outros benefícios, como, por exemplo, a entrega direta ao cliente em vez de um endereço físico. Se pensarmos um pouco mais à frente, notaremos que já há o desenvolvimento e a aplicação de testes alternativos para que a entrega de produtos seja feita via internet. O cliente, neste caso, os imprimirá em sua impressora 3D, esteja ela em sua casa ou em um centro de impressão mais próximo! A Amazon, por exemplo, está sempre inovando e já saiu na frente com essa ideia. Fonte: Sundry Photography/Shutterstock Hoje em dia, observa-se nessa área uma das maiores convergências entre a nova e velha economia. Afinal, as tradicionais formas de operação logística precisam ser aperfeiçoadas e seus processos, revisados. Elas farão isso apoiadas em novas tecnologias para ganhar eficiência e competitividade no mercado. COMENTÁRIO Vemos que o varejo, quando se fala em canais de distribuição, é um dos setores mais impactados pelas mudanças tecnológicas. Com a pandemia do Covid-19, houve o crescimento do varejo online, tendência, aliás, que deve se manter em alta e que afeta a forma como as compras são entregues. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO NO VAREJO Um especialista apresentará os canais de distribuição utilizados no varejo. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Feita a análise dos diferentes formatos de canais para fazer com que um produto chegue até o consumidor final, três deles podem ser escolhidos como os mais importantes. CANAL DIRETO CANAL INDIRETO CANAL HÍBRIDO Fonte: Hananeko_Studio/shutterstock CANAL DIRETO A empresa é inteiramente responsável por entregar o produto ao consumidor sem que ele precise passar por intermediários antes de chegar a seu destino. Este modelo dá controle total ao varejista sobre o canal de distribuição. Um exemplo muito comum são as vendas por catálogo com entrega direta (Avon e Natura são os mais conhecidos entre nós). Neste tipo de canal, como o vendedor é o único responsável por entregar os produtos, isso geralmente impossibilita o atendimento de um número maior de clientes. Por outro lado, é possível lhes oferecer preços mais baixos, já que a empresa não tem custos com intermediários. Eis as desvantagens do canal direto: Por ser feito de forma direta ao cliente, esse canal não proporciona toda a propagação de marca que o canal indireto; As vendas costumam ser em volumes menores, já que são mais especificamente direcionadas. Fonte: Travelpixs/shutterstock CANAL INDIRETO No canal indireto, a entrega dos produtos é feita por intermediários – e não por quem fabrica. Mas quem são esses intermediários? Eles podem ser atacadistas, varejistas, distribuidores ou corretores, por exemplo. Neste caso, o fabricante não tem controle total sobre o canal de distribuição, mas tem a possibilidade de vender para uma quantidade maior de clientes e com maiores volumes. A contrapartida é que, por conta desses intermediários, os produtos têm um valor mais alto, pois existe a necessidade do pagamento de comissões. Este é o meio mais comum de distribuição de produtos. Apontaremos a seguir duas desvantagens do canal indireto: Ele envolve mais elementos; sendo assim, o custo do produto é maior que no canal direto; Não há muita proximidade com os clientes finais. Além disso, pela complexidade do processo, é preciso ter mais controle e organização dos dados de venda. Fonte: Andrew Angelov/shutterstock CANAL HÍBRIDO O canal híbrido é uma mistura entre os canais direto e indireto. Neste modelo, o fabricante tem a parceria de intermediários, embora não deixe de assumir o controle em relação ao contato com os clientes. Um exemplo disso são as marcas que divulgam produtos pela internet, mas que não os entregam diretamente ao cliente, indicando, em vez disso, distribuidores autorizados. TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO Além dos canais de distribuição, existem três tipos de distribuição diferentes de entrega. Basicamente, eles apontam quem poderá vender seus produtos. DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA Neste caso, a empresa fabricante não distribui os produtos para uma grande loja ou equipe de vendas. Os revendedores são selecionados pela própria empresa, que possui umcontrole próximo da atividade de cada um deles. Sendo assim, há poucos intermediários inseridos no processo. Na distribuição exclusiva, um intermediário é responsável (por meios próprios ou utilizando serviços de terceiros) pela retirada dos produtos da empresa fabricante, levando-os a pontos de venda específicos. Isso significa que apenas os pontos de varejo exclusivos podem vender tais itens para o consumidor. Geralmente, essa forma de distribuição é aplicada para empreendimentos que vendem produtos de alto valor agregado, como concessionárias e construtoras, embora ela também possa ser feita para produtos diferenciados em mercados e lojas nos quais representantes da marca vão até o local com a condição de que eles sejam comercializados de forma exclusiva e controlada. Um exemplo bem conhecido de distribuição exclusiva é a Polishop: os produtos ali comercializados não são encontrados em outras lojas. Dependendo da qualidade dele, isso pode se tornar um grande diferencial não apenas para quem o produz, mas também para os pontos de venda ou as redes de lojas selecionados. DISTRIBUIÇÃO SELETIVA Nesse formato, as vendas são feitas para um grupo específico de intermediários especializados, sendo eles os responsáveis pela venda dos itens ao consumidor final. Por isso, um fator importante nessa equação é a reputação do intermediário, uma vez que ele terá um impacto direto na performance da empresa. Neste caso, o intermediário torna-se um verdadeiro consultor do cliente, solucionando as dúvidas e recomendando os produtos adequados para suas necessidades. Geralmente, esse formato é adotado por empreendimentos que vendem peças utilizadas para fins técnicos ou para produtos que precisam de maior valorização. Os revendedores são escolhidos com base em diferentes critérios: conhecimento técnico sobre o produto, localização, reputação, relação com os clientes etc. Nesse sistema, o vendedor cria uma relação extremamente próxima com o cliente, solucionando dúvidas específicas e até recomendando produtos que se encaixam com o perfil do comprador. Um bom exemplo das vendas ao consumidor com distribuição seletiva é o Shoptime. DISTRIBUIÇÃO INTENSIVA Na distribuição intensiva, o fabricante busca inserir seu produto no maior número possível de pontos de venda. Quem entra em cena são os próprios fabricantes, as equipes de venda e os representantes comerciais. Eles ficam responsáveis pela distribuição dos produtos nos pontos de venda. Essa forma de distribuição geralmente é utilizada por fabricantes de produtos com valor baixo e alta frequência de consumo, como alimentos, produtos de limpeza e perfumaria. INTERMEDIÁRIOS NA DISTRIBUIÇÃO Os intermediários nos canais de distribuição são peças fundamentais para a chegada do produto ao cliente. Destacaremos a seguir quatro dos nove principais tipos de intermediário: VAREJISTAS Os varejistas são os intermediários mais frequentemente utilizados pelas empresas. Como exemplo, podemos falar de supermercados, lojas, farmácias, restaurantes e bares que têm o direito sobre a venda. Em geral, os preços dos produtos são mais caros em varejistas, já que eles os compram e armazenam sem saber quando os venderão. Por isso, precisam colocar uma margem de lucro que possa cobrir o tempo de espera para vender, o vencimento da mercadoria, possíveis quebras etc. ATACADISTAS Atacadistas são intermediários que compram e revendem mercadorias para varejistas, os quais, por sua vez, vendem direto ao cliente final. A base por trás da compra no atacado é a seguinte: um fabricante, um fornecedor ou uma empresa atacadista vende grandes lotes dos mesmos produtos para os comerciantes. Isso significa que eles precisam ter certa quantidade de capital inicial para arcar com todos esses itens. Um atacadista vende seu produto em grandes quantidades para varejistas, permitindo que o varejista aproveite um preço mais baixo do que se comprasse itens individuais. O atacadista normalmente compra mercadorias diretamente do fabricante, mas também pode adquiri-las de um revendedor ou distribuidor. Em ambos os casos, ele obtém grandes descontos para a aquisição de grandes quantidades de mercadorias. O atacadista raramente está envolvido na fabricação real de um produto, concentrando-se na distribuição. Muitas vezes, ele é especialista em um produto específico ou em uma categoria de produtos. Já outros atacadistas oferecem uma ampla variedade de produtos. Além disso, o atacadista pode se concentrar em um tipo de negócio para seus produtos ou oferecer itens à venda para qualquer pessoa. Atacadistas são muito úteis: basta pensarmos no tamanho do nosso país e em suas dificuldades logísticas (estradas mal conservadas, por exemplo). Eles fazem o papel de “aproximar” os produtos dos varejistas que nos vendem. Quando a distância entre o fabricante e o consumidor é muito grande – e sabendo que o modal de transporte mais utilizado é rodoviário –, verifica-se que sairia muito caro para um varejista pequeno pedir uma carga variada de mercadorias só para ele. Esses intermediários geralmente não vendem em pequenas quantidades para o consumidor final, embora existam exceções. Há supermercados que atuam no modelo de atacado, como, por exemplo, Makro, Atacadão e Assaí – e isso apenas quando falamos de alimentos. Os preços nos atacadistas são mais baixos justamente por sua venda ser feita em grandes quantidades, tendo os pacotes fechados e as caixas originalmente embaladas pelos fabricantes. Outra diferença entre atacadistas e distribuidores é esta: ao contrário destes, aqueles normalmente não estão associados a um bem em particular. Logo, eles não estão propensos a ofertar o nível de serviço mais alto ou o suporte oferecido frequentemente pelos distribuidores oficiais de produtos. Isso ocorre porque o atacadista raramente possui uma filiação direta com o fabricante do qual compra. Ele tampouco está familiarizado com detalhes e complexidades dos produtos que vende. Atacadistas também podem oferecer produtos concorrentes, o que, aliás, não é o caso dos distribuidores. DISTRIBUIDORES Como é quase impossível para a maioria das empresas vender seus produtos diretamente para varejistas e atacadistas, elas nomeiam distribuidores para atingir o seguinte objetivo: disponibilizar produtos para a maioria dos varejistas e ou lojas. Muitos distribuidores mantêm contratos de compra exclusivos que limitam o número de participantes ou permitem que os distribuidores cubram determinado território. O distribuidor torna-se o ponto de contato direto do fabricante para possíveis compradores de determinados produtos. No entanto, ele raramente vende aos consumidores aqueles saídos diretamente de uma manufatura. Sua tarefa principal é disponibilizar os produtos da empresa o máximo possível para varejistas e atacadistas em sua área de responsabilidade. De maneira geral, as empresas nomeiam apenas um distribuidor em uma cidade, porém, nas grandes cidades, como as capitais, por exemplo, é normal nomear mais de um distribuidor, garantindo que seus produtos estejam disponíveis na maioria das lojas. Sempre que uma empresa indica mais de um distribuidor em uma cidade, ela os divide em subzonas ou áreas. Essas zonas serão alocadas aos respectivos distribuidores como sua área de operação limitada naquela cidade. É importante destacar aqui a diferença entre atacadista e distribuidor. Atacadista é um comerciante que compra mercadorias em grandes quantidades e as vende em menores. Já os distribuidores são os revendedores de produtos que cobrem uma área ou um mercado específico. Os distribuidores vendem, armazenam e geram assistência técnica para varejistas e atacadistas. Sua atuação é focada em uma região ou área específica. Retomemos a questão do tamanho do Brasil: com 5.570 municípios, o país torna-se um problema logístico para o fabricante. Basta pensar que é preciso garantir que seu produto chegue ao consumidor final para quem ele anunciou nos principaismeios de mídia existentes. Observaremos as principais diferenças no quadro a seguir: Base para comparação Atacadista Distribuidor Significado Um atacadista é um Um distribuidor é alguém comerciante que compra mercadorias em grandes quantidades e as vende em unidades relativamente menores. que está envolvido no fornecimento de bens e serviços para várias empresas e clientes. Contrato Não há contrato com os fabricantes. Possui contrato com os fabricantes. Área de atuação Limitada. Ampla. Clientes Varejistas e consumidores. Atacadistas, varejistas e consumidores diretos. Promoção Não se envolve em atividades promocionais. Promove produto para aumentar as vendas. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro comparativo entre atacadista e distribuidor. Fonte: Adaptado de: (GADGET-INFO.COM, 2020) INTERNET Para quem vende infoprodutos, a própria rede funciona como intermediária do canal de distribuição. Basta que o consumidor faça o download do material para ter acesso a ele. Mesmo atuando pela internet, as empresas de E-Commerce que vendem produtos físicos precisam da parceria de transportadoras para que a mercadoria delas chegue ao cliente. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISANDO AS CARACTERÍSTICAS DE DISTRIBUIÇÃO, VERIFICAMOS A EXISTÊNCIA DE DIVERSOS TIPOS DE INTERMEDIÁRIOS POSSÍVEIS ATÉ QUE A MERCADORIA CHEGUE AO CONSUMIDOR FINAL. ENTRE OS TIPOS DE INTERMEDIÁRIOS, UM ESTÁ MAIS LIGADO AO FABRICANTE, CONHECENDO, INCLUSIVE, DETALHES E COMPLEXIDADES DOS PRODUTOS QUE VENDE. POR ISSO, ELE É CAPAZ DE PRESTAR ASSISTÊNCIA TÉCNICA A VAREJISTAS E ATACADISTAS. ASSINALE QUAL DAS ALTERNATIVAS A SEGUIR REPRESENTA ESTE TIPO DE INTERMEDIÁRIO: A) Atacadista B) Internet C) Distribuidor D) Lojista E) Varejista 2. COMO AFIRMOU PASCARELLA (2014), “OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DEVEM SER CAPAZES DE GERAR E SATISFAZER À DEMANDA PARA OS PRODUTOS DA ORGANIZAÇÃO”. SENDO ASSIM, AS EMPRESAS PRECISAM SELECIONAR COM CAUTELA QUAL TIPO DE CANAL MAIS SE ADÉQUA À SUA ESTRATÉGIA. ASSINALE EM QUAL CANAL DESTAS ALTERNATIVAS HÁ MAIS CUSTOS COM A DISTRIBUIÇÃO, AFETANDO, POR CONSEGUINTE, O PREÇO FINAL OFERECIDO AO CONSUMIDOR. A) Seletivo B) Direto C) Indireto D) Intensivo E) Híbrido GABARITO 1. Analisando as características de distribuição, verificamos a existência de diversos tipos de intermediários possíveis até que a mercadoria chegue ao consumidor final. Entre os tipos de intermediários, um está mais ligado ao fabricante, conhecendo, inclusive, detalhes e complexidades dos produtos que vende. Por isso, ele é capaz de prestar assistência técnica a varejistas e atacadistas. Assinale qual das alternativas a seguir representa este tipo de intermediário: A alternativa "C " está correta. As empresas precisam garantir que suas mercadorias cheguem da forma planejada em suas estratégias — preços, prazos e qualidade — a seus clientes finais. Da mesma forma, elas necessitam de representantes locais para prestar toda assistência e suporte necessário. Para que esse objetivo seja alcançado, é fundamental haver deveres e direitos estabelecidos de forma a não quebrar o elo de confiança e exclusividade necessários ao sucesso. 2. Como afirmou Pascarella (2014), “os canais de distribuição devem ser capazes de gerar e satisfazer à demanda para os produtos da organização”. Sendo assim, as empresas precisam selecionar com cautela qual tipo de canal mais se adéqua à sua estratégia. Assinale em qual canal destas alternativas há mais custos com a distribuição, afetando, por conseguinte, o preço final oferecido ao consumidor. A alternativa "C " está correta. Canais de distribuição têm um impacto direto no custo da mercadoria para o consumidor final, já que eles envolvem mais atores no contexto. Avaliar constantemente esses canais pode ser a diferença entre ser bem-sucedido ou não em relação a uma estratégia. Usar canais indiretos permite vender para uma quantidade maior de clientes e com maiores volumes a despeito dos custos finais ao consumidor e do distanciamento do fabricante. MÓDULO 3 Nomear a relação entre a logística e a tecnologia da informação para o varejo CONCEITOS Conceito de tecnologia da informação TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) É TODO E QUALQUER DISPOSITIVO QUE TENHA CAPACIDADE PARA TRATAR E/OU PROCESSAR DADOS OU INFORMAÇÕES, TANTO DE FORMA SISTÊMICA COMO ESPORÁDICA, QUER ESTEJA APLICADA NO PRODUTO, QUER ESTEJA APLICADA NO PROCESSO. (CRUZ, 2010, p. 26) O termo “tecnologia da informação” serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e o uso da informação. A TI não se limita a equipamentos (hardware), programas (software) e comunicação de dados, pois abrange todas as atividades pelos recursos da informática. A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO VAREJO Neste vídeo, um especialista estabelecerá uma relação entre a logística e a TI para o varejo. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A SERVIÇO DA LOGÍSTICA Na era da Logística 4.0, constitui um erro fatal não se valer da tecnologia a favor dos resultados da empresa. A rentabilidade sempre será o maior direcionador da competitividade. Se a empresa não se alinhar a ela, estará em sérios apuros. Todos os processos ligados à informação e à logística estão diretamente ligados em um procedimento integrado, utilizando ferramentas informatizadas (hardware e software) para gerenciar informações e operações em uma empresa. Bowersox e Closs (2001) observaram que o compartilhamento de informação gera inúmeras vantagens. Algumas delas são a: Redução do custo de processamento de pedidos: mais rapidez, mais assertividade e menos erros. Diminuição das incertezas de planejamento e operações: conhecer antecipadamente os volumes a serem movimentados permite negociações de transporte que reduzem custos e melhoram o planejamento de mão de obra. Redução dos níveis de estoque: menores níveis de estoque geram menor necessidade financeira e propiciam maior lucratividade. Ter controle sobre as informações é fundamental em atividades logísticas, já que elas envolvem dados de clientes, níveis de estoque e movimentações de estoque, além de muitas outras informações que permitem a gestão e o controle. VOCÊ SABIA Antigamente, as informações eram coletadas e tratadas em papel, o que tornava a comunicação muito lenta e insegura, além de suscitar a possibilidade de erros e a perda de informação. Hoje, com o uso da tecnologia, a eficiência na troca de informação entre as áreas da empresa, clientes e fornecedores é contínua e fluída. Um bom exemplo são os websites de compras nos quais a tecnologia oferece uma completa comodidade para o cliente fazer suas compras de casa e poder acompanhar o produto até a chegada à sua residência. Ter informações em tempo real traz inúmeras vantagens tanto para o cliente, que sabe o que está acontecendo com sua compra, quanto para a manutenção dos estoques em níveis adequados do ponto de vista operacional e financeiro (como já vimos antes). Existem diversos softwares para uso em logística. Listaremos alguns deles a seguir. WAREHOUSE MANAGEMENT SYSTEM (WMS) Este é um software essencial para processos logísticos, pois otimiza o espaço utilizado no armazém e facilita a gestão do estoque. 1 O programa disponibiliza dados em tempo real, informando o status do uso de prateleiras. Isso é feito com a contribuição de códigos de barras e de dispositivos móveis, como os leitores de código de barras e as redes locais (ou internas) que monitoram com eficiência o fluxo dos produtos. Após a coleta dos dados, o WMS, utilizando a sincronização com sua base de dados centralizada, fornece relatórios sobre o status de cada mercadoria estocada. 2 3 Dessa forma, a realização de inventários torna-se mais fácil, orientando a operação quanto a espaços disponíveis nas prateleiras. Além disso, é possível processar pedidos com maior rapidez, mostrando de qual local o item deve ser retirado, agendar recebimentos de mercadoriasde acordo com o fluxo do armazém, receber devoluções ou retornos ao estoque e calcular quais são os recursos necessários. Ainda é possível, na entrega de cada pedido, enviar uma mensagem ou um e-mail informando que o item chegou ao seu destino. Com essa ferramenta de software, as equipes podem criar soluções logísticas melhores e, como consequência, conquistar boa vantagem competitiva na gestão de frete. No fim, elas tornam-se mais produtivas. Além disso, diversas tarefas operacionais são consequentemente aprimoradas. 4 SISTEMAS DE GESTÃO DE TRANSPORTES (TMS) Sigla para transportation management system, o TMS é um sistema de gestão dedicado a atividades de transporte, sendo indispensável para as rotinas das empresas que lidam com uma frota própria ou transportadoras. Ele abrange uma série de funções altamente vantajosas que contribuem para o planejamento e a otimização de processos. Em linhas gerais, o software controla qualquer tipo de informação e tarefa relacionada ao transporte, como, por exemplo, gestão de frota, otimização de carga e rotas, auditoria de frete, emissão de documentos e notas, além de despacho e entregas. Com ele, a empresa consegue obter ganhos em seu dia a dia, como a redução de custos, o aumento da visibilidade do negócio e de toda cadeia de transportes, a garantia da conformidade dos critérios de qualidade e legislação local e a possibilidade de acompanhamento dos processos por meio de indicadores de desempenho, dando apoio às tomadas de decisão. SISTEMAS DE ROTEIRIZAÇÃO Sistemas conhecidos como “roteirizadores” são extremamente úteis e indispensáveis para garantir a melhor entrega ao menor custo de tempo e valor possível. A empresa lança os dados sobre as entregas dela no sistema e escolhe seus critérios de preferência. Em seguida, o programa traça rotas, considerando aspectos como: Percurso mais curto; Gasto com combustível; Quantidade de pedágios na via (se utilizar rodovias); Histórico de assaltos e acidentes em determinadas estradas; Volume de entregas; Pontos de carga e descarga; Restrições de horário e exigências dos clientes; Custo do trajeto; Outros problemas que podem interferir no tipo de negócio de cada fabricante, distribuidor ou varejista. Há diversos sistemas para roteirização disponíveis no mercado. Seu custo é facilmente pago pela economia e pelos benefícios gerados. Eis alguns deles: Redução de gastos com combustível, pneus e manutenção; Agilidade de entrega; Aperfeiçoamento de possíveis desequilíbrios de gestão; Maior segurança; Aproveitamento da frota. Além da aquisição do software, são necessárias algumas adequações internas na empresa para que tudo funcione corretamente, como a definição das políticas de transportes para os clientes, pois, muitas vezes, eles estão mal acostumados pela própria empresa com determinadas exceções prejudiciais ao negócio. Um exemplo muito comum nesses casos é aquele cliente “de longa data” acostumado a ser atendido – sempre pela área comercial – preferencialmente e de última hora, ainda que ele não pague nada mais que os outros clientes. Será que isso vale a pena? Da mesma forma, pode haver alguma resistência dos motoristas já acostumados com rotas “conhecidas” das quais eles não queiram desviar. Este tipo de sistema traz certa rigidez (mesmo que benéfica) quanto às rotas que devem ser seguidas. Como toda mudança, é necessário um trabalho de convencimento e acompanhamento do gestor dos motoristas, utilizando, para isso, treinamentos, exemplos e demonstrações reais dos benefícios dessa mudança. COMENTÁRIO Uma alternativa é criar um programa de bonificações aos motoristas que mais se adaptarem e seguirem as novas regras, bem como aplicar advertências ou punições para aqueles que se negarem a entender a eficácia que o sistema pode trazer para todos os envolvidos. Fonte: maicasaa/shutterstock SISTEMA DE RASTREAMENTO DE ENTREGAS Feitas as roteirizações, também é necessário que as entregas possam ser devidamente acompanhadas tanto pela empresa quanto pelo cliente que as solicitou. As rotinas operacionais de transporte foram muito facilitadas com o uso de inovações, como, por exemplo, o GPS (sigla de global positioning system), que permite localizar algo móvel ou um dispositivo via satélite. Com isso, foi possível elevar a excelência do serviço prestado. O papel da ferramenta de rastreamento de entregas é permitir, em tempo real, a localização de uma carga e o status da remessa. Para a empresa, isso significa mais segurança, já que auxilia os gestores no acompanhamento da qualidade do trabalho dos profissionais de forma remota com o objetivo de conferir o fluxo das entregas e identificar não conformidades, erros ou eventuais problemas. Fonte: Jacob Lund/shutterstock Caso alguma coisa aconteça, a transportadora consegue comunicar-se facilmente com o condutor e avisar o usuário final sobre algum imprevisto ou atraso. Isso colabora para fortalecer a confiabilidade, a segurança e o controle. Fonte: Goksi/shutterstock Para o consumidor, existe a tranquilidade de saber que sua encomenda está a caminho mediante alertas sobre a situação de seu pedido. Isso já é comum em aplicativos de entregas de restaurantes e pizzarias, modelo, aliás, similar ao que já é utilizado pelos Correios. É possível saber até o status do pedido: “em preparação”, “enviado”, “a caminho”, “entregue” etc. SISTEMAS DE GESTÃO DE FROTAS Gerenciar o calendário de manutenções, a vida útil dos pneus e o consumo de combustível é uma atividade essencial e cotidiana para um operador logístico que utilize o meio rodoviário para entregas. O sistema de gestão de frotas permite automatizar a maior parte dessas atividades e aumentar a qualidade das operações. Por configurar um grande ativo de uma transportadora, otimizar seu uso e desempenho é crucial para o sucesso e a lucratividade do negócio. Em poucos cliques, é possível visualizar ou emitir relatórios com dados sobre a performance de cada veículo. Ainda falando sobre a TI a serviço da logística, não podemos nos esquecer da inteligência artificial, que é responsável por impactar profundamente os sistemas descritos anteriormente. Aliado a poderosos algoritmos (como uma receita para se fazer uma tarefa) inteligentes que detectam possíveis padrões, além da descoberta de correlações difíceis ou impossíveis de serem encontradas pelos seres humanos ou com o emprego de tecnologia convencional, o fato de poder acelerar as decisões a partir do aprendizado com os dados imputados nos sistemas muda completamente os processos de uma empresa. EXEMPLO Os clientes podem receber informações sobre a disponibilidade futura de caminhões e valores de cargas com o propósito de programar suas entregas e negociar valores muito antes de realizar a produção das mercadorias, afetando o valor de venda a distribuidores, atacadistas e varejistas. Isso muda bastante a forma como se deve encarar a TI em logística e seus impactos econômicos. EXEMPLO O terminal de Los Angeles da TraPac LLC já tem duas dúzias de robôs movendo contêineres utilizando algoritmos de última geração. Eles os transportam do porto ao navio e, em seguida, daí até os caminhões, os quais, por sua vez, os levarão a seus destinos. Todo o processo é automatizado e utiliza TI. Além de automatizar tarefas repetitivas e orientadas nos mínimos detalhes, robôs e drones precisam de menos infraestrutura e possibilitam um menor desperdício. Depender de motoristas humanos significa ter um veículo grande o suficiente para transportar pessoas, ponto em que os custos de investimento exigem mais economias de escala, acumulando, desse modo, valores suficientes para pagar o caminhão e o motorista. Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock Os drones podem ser dimensionados apenas para transportar um pacote. Caminhões autônomos ainda exigirão rodovias, mas drones aerotransportados menores, que entregam a "última milha", significarão congestionamento reduzido, entregasmais rápidas e diretas ao cliente, além de uma infraestrutura mais barata de ser mantida. As empresas que continuarem confiando em métodos manuais e soluções de softwares simples não conseguirão acompanhar o ritmo de seus concorrentes mais sofisticados. Outra tecnologia que irá impactar profundamente a logística será a impressão 3D. Envolvendo softwares e hardwares (impressoras), ela permitirá que determinadas mercadorias não precisem mais ser “entregues”. Elas serão, na verdade, impressas diretamente na casa do comprador ou em algum centro de impressão mais próximo do endereço fornecido para entrega. Isso, aliás, já é possível, apesar de seu valor ainda não ser competitivo e seu uso estar limitado a determinados nichos de mercado. VOCÊ SABIA No passado, muitas empresas terceirizavam sua produção para a Ásia a fim de economizar custos. Agora a impressão 3D lhes dá a opção de “encostar” sua produção em países com altos salários. A visão que se busca com a tecnologia de impressão 3D é mais ou menos assim: as mercadorias não precisam mais ser enviadas do outro lado do mundo, porque elas podem ser impressas perto do consumidor. Por enquanto, contudo, a ideia de que estaremos apenas enviando matérias-primas e cartuchos de impressão 3D ainda se trata de uma visão distante. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O USO DE TECNOLOGIA NA LOGÍSTICA DO VAREJO PERMITIRÁ QUE INÚMERAS ATIVIDADES SEJAM MAIS BEM EXECUTADAS, PROMOVENDO A DISSEMINAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ENTRE AS ÁREAS DA EMPRESA E PERMITINDO AOS GESTORES MAIORES E MELHORES INFORMAÇÕES PARA A DECISÃO. ENTRE SUAS DIVERSAS VANTAGENS, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A UMA DELAS: A) Índices de rentabilidade menores e maiores custos. B) Maior velocidade na tomada de decisões pelos gestores. C) Dados e informações mais confiáveis. D) Redução de estoques para venda. E) Gerenciamento dos recursos disponíveis. 2. ENTRE AS DIVERSAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DISPONÍVEIS PARA O GERENCIAMENTO LOGÍSTICO, O SISTEMA DE ROTEIRIZAÇÃO É UM GRANDE AUXILIAR DA LOGÍSTICA NO VAREJO, JÁ QUE ELE PERMITE QUE OS PEDIDOS POSSAM SER ENTREGUES COM MAIOR RAPIDEZ. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO FAZ PARTE DOS ASPECTOS CONSIDERADOS PARA A ROTEIRIZAÇÃO. A) Volumes a serem transportados. B) Percurso mais curto. C) Temperatura. D) Gastos com combustíveis e pedágios. E) Restrições de horários. GABARITO 1. O uso de tecnologia na logística do varejo permitirá que inúmeras atividades sejam mais bem executadas, promovendo a disseminação das informações entre as áreas da empresa e permitindo aos gestores maiores e melhores informações para a decisão. Entre suas diversas vantagens, assinale a alternativa que não corresponde a uma delas: A alternativa "A " está correta. Apesar da necessidade de investimentos em aquisição e manutenção de softwares e hardwares em um primeiro momento, as economias obtidas pela redução de estoques, o melhor gerenciamento dos recursos e a redução de perdas são compensatórias. 2. Entre as diversas ferramentas tecnológicas disponíveis para o gerenciamento logístico, o sistema de roteirização é um grande auxiliar da logística no varejo, já que ele permite que os pedidos possam ser entregues com maior rapidez. Assinale a alternativa que não faz parte dos aspectos considerados para a roteirização. A alternativa "C " está correta. Quanto maior a quantidade de informações disponíveis para roteirização, melhor. Apesar de a temperatura parecer um dado importante a ser visto com relação ao tipo de mercadoria a ser transportado, as empresas especializadas possuem equipamentos que permitem a mitigação desse risco. MÓDULO 4 Identificar o funcionamento da logística reversa e sua relação com o varejo sustentável LOGÍSTICA REVERSA Apesar de todos os esforços de planejamento para que haja uma entrega e um consumo de mercadorias dentro de condições, aspectos importantes e vida útil, conforme vimos nos módulos anteriores, certas questões gerenciáveis e não gerenciáveis podem impedir que isso aconteça. Da mesma forma, existem partes dessas mercadorias, como as embalagens, que podem ser reutilizadas ao invés de descartadas no ambiente. As empresas precisam estar preparadas para a recuperação e/ou a devolução dessas mercadorias e/ou embalagens de forma segura e sustentável. Isso faz parte da logística reversa ou canal de distribuição reverso. Fonte: Rebeca Bolanos/Shutterstock A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) De acordo com a PNRS instituída pela Lei nº 12.305/2010, os fabricantes e os distribuidores são obrigados a recolher as embalagens usadas. Segundo essa política, a logística reversa pode ser definida como: [...] INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, CARACTERIZADO POR UM CONJUNTO DE AÇÕES, PROCEDIMENTOS E MEIOS DESTINADOS A VIABILIZAR A COLETA E A RESTITUIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS AO SETOR EMPRESARIAL, PARA REAPROVEITAMENTO, EM SEU CICLO OU EM OUTROS CICLOS PRODUTIVOS, OU OUTRA DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA. (BRASIL, 2010) Os instrumentos da PNRS deveriam ajudar o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima: alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015. Feita pela Abrelpe com dados coletados em 2018, a pesquisa atual do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil demonstra o alarmante quadro de ineficiência na gestão dos resíduos pelas autoridades, gerando como consequência disso graves problemas urbanos. O índice nacional de reciclagem é de apenas 3%, o que nos leva a concluir que a PNRS, lei que já está vigente há uma década, não atingiu seus objetivos. Como consequência disso, um valioso montante de prováveis matérias-primas está indo para o lixo. Hoje em dia, já não basta mais reaproveitar e remover os refugos do processo de produção. O fabricante é responsável por todas as etapas até o fim da vida útil do produto. Apesar de regulamentada em 2010, a logística reversa só foi devidamente oficializada no ano de 2017 por meio do Decreto nº 9.177: ART. 1º ESTE DECRETO ESTABELECE NORMAS PARA ASSEGURAR A ISONOMIA NA FISCALIZAÇÃO E NO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES IMPUTADAS AOS FABRICANTES, AOS IMPORTADORES, AOS DISTRIBUIDORES E AOS COMERCIANTES DE PRODUTOS, SEUS RESÍDUOS E SUAS EMBALAGENS SUJEITOS À LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA. ART. 2º OS FABRICANTES, OS IMPORTADORES, OS DISTRIBUIDORES E OS COMERCIANTES DE PRODUTOS, SEUS RESÍDUOS E SUAS EMBALAGENS AOS QUAIS SE REFERE O CAPUT DO ART. 33 DA LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010, E DE OUTROS PRODUTOS, SEUS RESÍDUOS OU SUAS EMBALAGENS OBJETO DE LOGÍSTICA REVERSA NA FORMA DO § 1º DO REFERIDO ARTIGO, NÃO SIGNATÁRIOS DE ACORDO SETORIAL OU TERMO DE COMPROMISSO FIRMADO COM A UNIÃO, SÃO OBRIGADOS A ESTRUTURAR E IMPLEMENTAR SISTEMAS DE LOGÍSTICA REVERSA, CONSIDERADAS AS MESMAS OBRIGAÇÕES IMPUTÁVEIS AOS SIGNATÁRIOS E AOS ADERENTES DE ACORDO SETORIAL FIRMADO COM A UNIÃO. (BRASIL, 2017, grifos nossos) O QUE A LEI REPRESENTA NA PRÁTICA? Ela significa que a responsabilidade pelo descarte adequado do produto passa a ser dividido entre todos: comerciantes, fabricantes, importadores, distribuidores e cidadãos. Todos nós somos responsáveis pelo ciclo de vida do produto, de sua compra até o descarte dele. A lei determinou ainda que algumas categorias de produtos precisam de um sistema de logística reversa especial independente do serviço de limpeza público por conta de certas características que podem ser mais nocivas à população e ao meio ambiente: Agrotóxicos, bem como seus resíduos e embalagens; Pilhas e baterias; Pneus; Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Essa lista não está limitada às categorias listadas anteriormente. Ela define parâmetros mínimos que servem de referência para outros setores. Isso ocorreu com os medicamentos, gerando novos desafios (como veremos mais à frente). COMENTÁRIO Não importa se você é fabricanteou comerciante: a responsabilidade é de todos! A LOGÍSTICA REVERSA E O VAREJO SUSTENTÁVEL Identificaremos neste vídeo a operacionalidade da logística reversa e sua relação com o varejo sustentável. COMO ACONTECE A LOGÍSTICA REVERSA Assim como a logística comum é um conjunto de estratégias e ações para produzir e entregar produtos da forma mais barata e ágil possível às lojas e aos consumidores, a reversa se trata de um conjunto de estratégias e ações para recolher os que foram utilizados de forma mais barata e ágil. Para entregar um produto, apenas dois agentes são envolvidos: 1 O fabricante... 2 E sua transportadora. Ambos executam sua estratégia a fim de que os produtos cheguem ao ponto de venda. Para que a logística reversa aconteça, todos os agentes também devem ter incentivos. Os fabricantes e transportadoras precisam ser incentivadas pelo governo, mesmo que, como vimos anteriormente, por meio de lei. As lojas, por sua vez, devem sê-lo pelas empresas. Já as pessoas devem ser incentivadas tanto por estas quanto por aquelas. No esquema a seguir, verificamos o funcionamento da logística reversa entre fornecedor, indústria e consumidor: Fonte: (YDUQS, 2020) Logística reversa: responsabilidade compartilhada. No processo de pós-venda, o produto poderá retornar à sua cadeia de distribuição (fabricante, distribuidor etc.) antes mesmo de ter sido utilizado pelo consumidor se ele apresentar defeito. Desse modo, o produto poderá passar por nova vistoria, sendo recondicionado ou consertado. Além disso, ele poderá ser comercializado de novo ou descartado definitivamente. Já no processo de pós-consumo, aquele que foi adquirido será descartado pelo seu consumidor. Após o fim de sua vida útil, alguns bens de consumo mais duráveis, como os artigos eletroeletrônicos, por exemplo, normalmente são descartados por meio de catadores de materiais recicláveis, que, em seguida, os levam para as cooperativas de reciclagem. Elas os separam, processando-os para uma revenda feita aos próprios fabricantes ou a similares. Essa classe trabalhadora é muito importante, tendo sido responsável, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, por 90% do lixo reciclado no Brasil em 2016. EXEMPLO No caso da indústria farmacêutica, os produtos vencidos em farmácias devem retornar aos fabricantes. No caso daqueles vencidos em casa, não devemos descartar os medicamentos no lixo comum ou no esgoto doméstico, o que provoca a contaminação do solo e de águas subterrâneas, já que os sistemas de tratamento não conseguem eliminar algumas substâncias que contaminam o meio ambiente e causam danos aos seres humanos. O mais correto é incinerar os medicamentos. As incineradoras devem seguir normas técnicas e ambientais para manter sob controle os equipamentos, os quais, por sua vez, precisam ter alta eficiência na filtração e lavagem dos gases resultantes da incineração a fim de diminuir os riscos de contaminação. Fonte: Petukhov Anton/Shutterstock Vejamos alguns exemplos de logística reversa que acontecem todos os dias e que talvez você nem os perceba: Devolução de compras pela internet; Reciclagem de garrafas PET; Devolução de correspondências; Reciclagem de eletrônicos; Reciclagem de pilhas e baterias; Reciclagem de óleo lubrificante usado. Destacaremos alguns exemplos do aproveitamento de produtos descartados após o uso que foram recolhidos graças à logística reversa: rawf8/shutterstock Pilhas podem transformar-se em material para a produção de vidro, cerâmica e até fogos de artifício. sichkarenko.com/shutterstock Vidro pode se tornar novas embalagens de produtos no mercado a partir de um reaproveitamento na mesma indústria. Gearstd/shutterstock Pneus podem ser reaproveitados na criação de calçados, na decoração e até na pavimentação de passeios públicos, como ocorre, por exemplo, em diversas cidades do Brasil. PureRadiancePhoto/shutterstock Papeis (jornais, revistas etc.) e caixas são inteiramente reciclados em indústrias do mesmo segmento e voltam ao mercado. oneSHUTTER oneMEMORY/shutterstock Metais são inteiramente reaproveitados em suas indústrias de origem. E QUANDO É O CONSUMIDOR QUE PRECISA DEVOLVER ITENS PARA O FABRICANTE OU VENDEDOR? Neste caso, temos o canal de distribuição reverso. Ele é o que acontece, por exemplo, quando um consumidor recebe um produto com defeito ou quando faz compras pela internet que exijam uma troca. Isso é algo comum, por exemplo, em roupas e calçados com tamanho ou numeração errada, embora isso possa acontecer com qualquer produto, seja um aparelho de TV ou um celular. Quando isso acontece, o responsável por enviar os itens é o próprio cliente. Para isso, ele precisa encontrar a informação do fabricante ou do fornecedor a respeito de como proceder. Nos casos de um E-Commerce, por exemplo, o consumidor tem acesso no próprio site às instruções de devolução. Geralmente, é gerado um código de devolução utilizado pelos Correios para isentar o cliente de taxas. Se for um produto que não pode ser enviado pelos Correios, o fabricante ou vendedor providenciará sua retirada por meio de empresas especializadas. Para que a devolução seja possível, alguns passos são necessários pelo lado do fabricante ou fornecedor: 1 Ter uma página com uma política para devolução de produtos, tendo informações claras sobre as condições para a troca e a devolução de mercadorias. Esta página deve conter dados pautados na legislação atual. Contar com um serviço de atendimento ao consumidor (SAC) de qualidade. Em muitas ocasiões, a questão de substituição ou reembolso de um produto pode ser facilmente solucionada, porém isso não acontece devido a falhas na comunicação. 2 3 Mapear todo o ciclo de troca. Estabelece-se, com isso, o processo de coleta da mercadoria e a entrega de uma substituta para manter a logística reversa de seu E- Commerce eficiente. A LOGÍSTICA REVERSA E SUA RELAÇÃO COM O VAREJO SUSTENTÁVEL Como vimos, existem leis, normas e procedimentos que disciplinam a logística reversa desde sua origem até seu descarte final caso um produto não possa mais ser aproveitado. Alguns deles são normalmente utilizados por nós, como, por exemplo, pilhas, baterias, pneus e produtos eletrônicos. A relação da logística reversa com o varejo sustentável se dá a partir do momento em que todos estão preocupados e engajados para que isso aconteça e que os custos sejam cada vez menores, assim como os volumes, dentro do que é possível. Desse modo, o fabricante ou distribuidor deve criar canais para possibilitar essa realidade, incentivando a reciclagem. São comuns as ações de reciclagem em determinados locais que vendem produtos, como, por exemplo, os supermercados, em relação às embalagens PET (em benefício de entidades filantrópicas) e à reutilização de sacolas plásticas. O setor farmacêutico, por sua vez, incentiva o descarte de remédios vencidos, caixas e embalagens. Até já existem algumas obrigadas a tratar desses resíduos. Fonte: Syda Productions/Shutterstock Recentemente, a proibição de canudos de plástico fez com que repensássemos formas de utilização (ou não) dele. A vida moderna trouxe benefícios e vícios que precisam ser repensados para o bem da sustentabilidade. Práticas sustentáveis de consumo trarão consequências positivas para a redução da logística reversa. A Regra dos 5 Rs e o recommerce, que veremos a seguir, são dois exemplos disso. OS 5 RS A Regra dos 5Rs é uma recomendação de estilo de vida ecológico proposto por Béa Johnson, cujo objetivo é minimizar o impacto dos resíduos humanos. Vejamos quais são os 5Rs e o que eles significam: Fonte: ananaline/Shutterstock REPENSAR RECUSAR REDUZIR REUTILIZAR RECICLAR REPENSAR Cada pessoa deve repensar suas práticas em relação ao meio ambiente. Devemos repensar, por exemplo, nosso consumo e como fazemos o descarte dos nossos resíduos. Repensar é o início dessa mudança. RECUSAR O consumismo — a aquisiçãode bens que não são necessários — precisa ser repensado para que sejamos críticos em relação ao que consumimos. Devemos pensar em adquirir apenas aquilo de que realmente necessitamos – e, de preferência, de empresas preocupadas com o meio ambiente. REDUZIR Diz respeito principalmente ao nosso comportamento consumista. “Eu preciso realmente disso?”, é a pergunta que precisamos fazer sempre que formos adquirir um novo produto. Além disso, reduzir significa poupar. Devemos saber economizar quando o assunto são os nossos recursos naturais. Este é o caso, por exemplo, da água potável, que é muitas vezes utilizada de maneira indiscriminada. REUTILIZAR É possível utilizar novamente alguns objetos que seriam descartados. Certas embalagens podem ser reaproveitadas ou mesmo utilizadas para outras finalidades. RECICLAR Trata-se do reaproveitamento de um produto de modo que ele se torne a matéria-prima para a fabricação de outro. Reciclar é importante, pois ajuda a reduzir a quantidade de lixo gerado e reduz a utilização dos nossos recursos naturais. Entre os materiais que podem ser reciclados, estão o papel, o plástico e o alumínio. O RECOMMERCE – REVENDA OU COMÉRCIO REVERSO Tendo em vista a rápida evolução dos produtos e o descarte dos componentes ser muitas vezes complexo, diversos ramos do comércio estão sendo fortemente incentivados pelas tendências de sustentabilidade e pelo consumo consciente. VOCÊ SABIA Um dos meios encontrados para isso foi a comercialização de itens usados em vez de produtos novos. Sites realizam no Brasil a venda online de produtos de segunda mão, como, por exemplo, OLX, Mercado Livre, Enjoei e Estante Virtual (específico para livros). Em vez de serem jogados fora ou de permanecerem guardados sem uso, esses produtos podem ser reutilizados, resgatando a utilização dessas mercadorias por meio do mercado de seminovos. Com isso, valoriza-se o investimento feito no dispositivo e são estimuladas as práticas de consumo mais sustentáveis. Da mesma forma, empresas como a Apple incentivam a venda do aparelho usado (ainda em funcionamento) na troca por um novo. Já a fabricante de roupas FARM oferece descontos para os clientes que levarem roupas antigas da marca até suas lojas físicas. Há ainda iniciativas como o upcycling ou a reutilização criativa. Trata-se do aproveitamento das sobras de matéria-prima dos produtos principais. A FARM possui uma coleção feita a partir de sobras de tecido: a re-FARM ou re-ROUPA. De acordo com o Sebrae, uma pesquisa realizada em 2014 no Brasil revelou que cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas todos os anos e que 60% desse material vai parar em aterros sanitários e indústrias de cimento ou é utilizado em fundições para queima. Fonte: Puput/Shutterstock Como pudemos verificar neste tema, já estão em voga iniciativas que objetivam diminuir a necessidade de logística reversa a partir de ações de varejo sustentável. Isso vale, inclusive, para os produtos que não estejam na lista de itens obrigatórios citados na Lei nº 12.305/2010. Isso demonstra que estar alinhado com compromissos socioambientais gerará benefícios para toda a cadeia de suprimentos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. LEIS E DECRETOS SÃO NECESSÁRIOS PARA GARANTIR QUE OS DIREITOS DOS CIDADÃOS SEJAM RESPEITADOS E EVOLUAM DE ACORDO COM A HUMANIDADE. INSTITUÍDA PELA LEI Nº 12.305/2010, A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) VEIO REGULAR A QUESTÃO DO DESCARTE DE ARTIGOS SÓLIDOS E RESPONSABILIZAR FABRICANTES E DISTRIBUIDORES. INDIQUE A ALTERNATIVA QUE NÃO CONTENHA UM ITEM COBERTO DIRETAMENTE POR ESSA LEI: A) Pilhas e baterias. B) Embalagens de lubrificantes. C) Produtos têxteis. D) Resíduos de agrotóxicos. E) TVs e lâmpadas fluorescentes 2. DENTRO DO PROCESSO DE LOGÍSTICA REVERSA, VÁRIOS ATORES CITADOS PRECISAM SE ENVOLVER E SER RESPONSABILIZADOS PARA QUE ELA SEJA BEM- SUCEDIDA, CUMPRINDO SEU PAPEL DE RETORNAR O PRODUTO OU O DESCARTE DELE À SUA ORIGEM. APONTE A ALTERNATIVA QUE NÃO POSSUA UM AGENTE DESSE PROCESSO: A) Consumidor B) Fabricante C) Cooperativas de reciclagem D) Transportadora E) Comerciante GABARITO 1. Leis e decretos são necessários para garantir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados e evoluam de acordo com a humanidade. Instituída pela Lei nº 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) veio regular a questão do descarte de artigos sólidos e responsabilizar fabricantes e distribuidores. Indique a alternativa que não contenha um item coberto diretamente por essa lei: A alternativa "C " está correta. A PNRS buscou inicialmente autuar aqueles produtos de maior prejuízo ao meio ambiente, ajudando o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima: alcançar o índice de 20% de reciclagem de resíduos em 2015. Atualmente, esse índice está em 3%, informa o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Abrelpe, cujos dados foram coletados em 2018. 2. Dentro do processo de logística reversa, vários atores citados precisam se envolver e ser responsabilizados para que ela seja bem-sucedida, cumprindo seu papel de retornar o produto ou o descarte dele à sua origem. Aponte a alternativa que não possua um agente desse processo: A alternativa "C " está correta. Apesar de as cooperativas de reciclagem e seus catadores desempenharem um papel importante na reutilização de descartes, eles não são considerados agentes envolvidos na logística reversa, já que apenas participam dela após o produto ou a mercadoria ter sido descartado. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Apontamos neste tema que a logística no varejo é complexa, principalmente por conta de diversas atividades-chave. Tais atividades incluem desde o recebimento das mercadorias até a logística reversa, passando por práticas de armazenagem, distribuição, canais de distribuição, roteirização e gestão de toda essa cadeia por meio de indicadores de performance bem ajustados e medidos. Verificamos que a questão a envolver esses canais se torna complexa a partir da necessidade de intermediários bem geridos e selecionados segundo estratégias definidas de distribuição e marketing. Um distribuidor mal definido ou uma área de atuação sem definição clara de limites, portanto, pode prejudicar os resultados da empresa. Observamos ainda que a tecnologia atualmente é o grande aliado do varejo, já que permite a todos os envolvidos terem acesso a informações em cada etapa de cada um de seus processos, garantindo a análise e a melhoria contínua da tomada de decisões. Por fim, pontuamos que possuir políticas de logística reversa bem definidas e claras já constitui um diferencial competitivo importante. Por conta disso, manter práticas de sustentabilidade, como o aproveitamento de resíduos e o reaproveitamento de materiais, deve estar alinhado com os anseios e os hábitos dos consumidores, pois eles estão cada vez mais atentos a esses diferenciais, seja por questões ecológicas ou econômicas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA. Panorama da gestão de resíduos sólidos no Brasil. São Paulo: Abrelpe, 2018. BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2001. BRAIDO, G; MARTENS, C. A gestão logística em uma empresa varejista de autopeças: proposição de melhorias com base em conceitos de tecnologia da informação (TI) e gestão da informação. In: Revista eletrônica de ciência administrativa. v. 11. n. 1. jan.-jun. 2012. p. 26-47. BRASIL. Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017. Regulamenta o art. 33 da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e complementa os art. 16 e art. 17 do Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
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