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Sangramento da 2ª metade da GestaçãoSangramento da 2ª metade da Gestação Descolamento prematuro deDescolamento prematuro deDescolamento prematuro de placenta e Placenta préviaplacenta e Placenta préviaplacenta e Placenta prévia Introdução Coagulação Intravascular Disseminada (CID) Hemorragia Choque Histerectomia É a separação total ou parcial da placenta que está inserida no colo uterino. Com idade gestacional superior a 20 semanas (se for antes é aborto) antes da expulsão do feto. Implica em sangramento uterino e reduz o aporte de oxigênio e nutrientes ao feto. Ocorre ruptura dos vasos maternos na decídua basal. O sangue acumulado atinge a zona de clivagem decíduo- placentária e inicia a separação. O DPP é a principal causa de morte perinatal. O risco materno correlaciona-se com a gravidade do DPP, ou seja, com a presença de: Fatores de Risco = DPP prévio Idade materna > 35 anos ou abaixo de 20 anos Paridade maior ou igual a 3 Tabagismo, uso de álcool e drogas Hipertensão arterial: corresponde por até 50% dos casos de DPP não traumático. Trombofilias: mutações genéticas DM gestacional Hipotireoidismo Placenta prévia Oligoâmnio/polidrâmnio Anemia Fisiopatologia A hemorragia decidual que inicia o descolamento. O sangramento intrauterino leva a liberação de tromboplastina e produção de trombina. Ao mesmo tempo, a hipóxia faz com que aumente o fator de cresc. endotelial (VEGF) que age nas céls endoteliais produzindo + trombina = provoca contrações e hipertonia. A trombina também ↑ a expressão de citocinas inflamatórias, ocasionando lesão tissular e degradação da matriz extracelular. A liberação da tromboplastina faz com que a produção de trombina seja superior aos mecanismos compensatórios, resultando em coagulação intravascular (mais detalhes na discrasia abaixo) Esse coágulo formado é devido ao hematoma retroplacentário que tende a invadir a placenta formando uma "cratera" na sua superfície. Este processo aumenta a área descolada que, por sua vez, provoca maior extravasamento sanguíneo e aumento de volume do coágulo, constituindo assim o círculo vicioso que caracteriza a progressão e irreversibilidade do DPP. É inevitável a morte fetal quando há mais de 50% da área da placenta descolada. O choque hipovolêmico ocasiona baixa perfusão renal e necrose tubular aguda com insuficiência renal. Causas ੦ placenta prévia ੦ descolamento prematuro de placenta ੦ rotura uterina ੦ rotura de vasa prévia ੦ sangramento do colo no trabalho de parto ੦ cervicites ੦ pólipo endocervical ੦ ectrópio ੦ câncer de colo de útero ੦ trauma vaginal ou abdominal ੦ Hipertensão da veia cava inf. por compressão uterina ੦ Corioamnionite ੦ Mecânico: alteração artificial da apresentação fetal. Sangramento vaginal escurecido (80%) Dor abdominal súbita e/ou intensa Hipertonia uterina Vitalidade fetal prejudicada (existe batimentos) Bolsa das águas tensas Hemoâmnio: líquido amniótico c/ sangue - 50% casos Aumento da altura uterina Quadro Clínico bianca Rocha Classificação GRAU 0 (assintomático) O diagnóstico é retrospectivo, confirmado pelo exame histopatológico da placenta, que revela o hematoma. O DPP é classificado de acordo com classificação de Sher: GRAU II (intermediário) - Sangramento vaginal moderado - Contrações tetânicas (hipertonia uterina), dor abdominal, taquicardia materna e alterações posturais da PA. - Feto vivo, porém sinais de sofrimento fetal - Diagnóstico: clínico e achados US GRAU I (leve) - Sangramento vaginal discreto - Sem hipertonia uterina significativa - Paciente não refere dor - mas tem sintomas - A vitalidade fetal: preservada - Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatias - Diagnosticado no pós-parto com a identificação do coágulo retroplacentário. GRAU III (grave) IIIA – sem coagulopatia instalada; IIIB – com coagulopatia instalada. - Sangramento genital moderado a intenso - Hipertonia uterina presente - Óbito fetal; descolamento de 50% - Repercussões hemodinâmicas presentes Coagulopatias intravascular disseminada, pode ser subdividido em: ↑ exagerado da frequência das metrossístoles (contração) leva ao quadro de hipertonia por taquissistolia, nem possui o intervalo de relaxamento Hipertonia autêntica: decorrente da ação irritativa do sangue sobre a fibra muscular ❖ Hipertonia/Hipotonia pós parto Ocorre pois o sangue extravasado em contato com útero exerce irritação na musculatura. Se contrai e o quadro evolui para trabalho de parto. - 2 processos fisiológicos que contribui p/ hipertonia: 1. 2. Com a evolução do processo, observa-se intensa infiltração sanguínea miometrial que apresenta desorganização da sua citoarquitetura muscular. Em 20% dos casos cursam com "hemorragia oculta", em que o sangue pode infiltrar o miométrio e chegar até a serosa do órgão. Ocorre, então, a passagem de hipertonia para a hipotonia no pós-parto. Macroscopicamente, o útero apresenta-se edemaciado, arroxeado e com sufusões hemorrágicas. Este quadro anatomopatológico é denominado "Útero de Couvelaire" ou apoplexia uteroplacentária ❖ Sofrimento Fetal Pois a porção descolada da placenta é incapaz de nutrir o feto, levando a hipoxemia. Macroscopicamente, o útero apresenta-se edemaciado, arroxeado e com sufusões hemorrágicas. É uma das complicações que corresponde a hemorragia e equimose em útero, tubas, ovário e ligamentos largos, que ficam com cor azulada, devido a atonia uterina e hemorragia pós-parto. Diagnóstico É clínico. Não é necessário exame de imagem. US ajuda em casos duvidosos. ❖ Discrasia Fetal O processo de descolamento tem uma lesão tecidual, isso acarreta a liberação de tromboplastina e a formação de um coágulo retroplacentário. A tromboplastina na circulação materna, estimula a liberação da cascata de coagulação nos capilares maternos. A Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) promove a formação de coágulos, que resulta em repercussões hemodinâmicas que podem levar a paciente ao óbito. O quadro resultante é de incoagulabilidade sanguínea, pelo consumo de fatores de coagulação e da ativação da fibrinólise = aumento da hemorragia. Dor abdominal Persistência da dor entre as contrações no trabalho de parto (hipertonia) Sangramento genital de quantidade variável. História de hipertensão. QUADRO CLÍNICO DO DPP bianca Rocha Perda sanguínea (hemograma) --> hemorragias Função Renal (ureia, creatinina e potássio) --> necrose corticorrenal bilateral aguda na gravidez --> lesão renal no DPP e a oligúria temporária Coagulação na suspeita de CIVD (contagem plaquetária, coagulograma, fibrinogênio) --> a ocorrência de discrasia sanguínea esta relacionada à duração, assim, os casos de óbito fetal que evoluem por mais de 4 a 6 horas são propensos a apresentar distúrbios da coagulação sanguínea. Tipagem sanguínea ABO Rh A redução no fibrinogênio menor ou igual a 200 mg/dL com aumento na fibrina e/ou D-dímero faz o diagnóstico de CIVD aguda na DPP. Síndrome de Sheehan decorre com necrose hipofisária pós-parto pela hipovolemia grave EXAMES LABORATORIAIS Têm o objetivo de rastrear as complicações do DPP, a saber: anemia grave, choque hipovolêmico e discrasia sanguínea. Devem ser avaliados = CIVD (coagulação intravascular disseminada) = suspeitar o sangramento difuso por cateteres e acessos, petéquias, equimoses, plaquetas < 100.000/mm³, fibrinogênio < ou igual a 200 mg/dL. Pode colocar 10mL do sangue materno no tubo de ensaio e depois de 7 a 10 min: se não houver coágulo, está com coagulopatia. ABC da reanimação: vias aéreas pérvias, padrões de respiração e circulação. Sinais vitais: observar alterações posturais da pressão e/ou taquicardia. Exame obstétrico: medida da altura uterina, BCF, hipertonia uterina; contrações tetânicas à palpação uterina. À palpação uterina, notam-se contrações frequentes (taquissistolia) Se instabilidade hemodinâmica 2 acessos venosos calibrosos com 1.000 ml de solução cristaloide. Manter o débito urinário > 30 mL/h. Monitorização fetal: cardiotocografia, alterações na frequência cardíaca fetal--> as manifestações de sofrimento fetal agudo é relacionado com a extensão do descolamento da placenta > cerca de 70% EXAME FÍSICO NO DPP / CONDUTA EXAMES DE IMAGEM A USG pode ser realizada em casos onde há estabilidade hemodinâmica materna e vitalidade fetal preservada, quando há dúvida sobre a localização placentária e sobre a apresentação fetal. Os achados ultrassonográficos, se presentes, são: presença do coágulo retroplacentário, espessamento anormal da placenta e bordo placentário sem continuidade (borda "rasgada"). Tratamento Estabilização hemodinâmica materna + Reposição volêmica ੦ hemograma com contagem de plaquetas ੦ tipagem sanguínea ABO Rh; ੦ coagulograma ੦ exames de rotina para doença hipertensiva CONDUTA TERAPÊUTICA COM FETO VIVO se feto sem sinais de sofrimento se gestante estável Tratamento - parto -> Cesárea (via + rápida) Vaginal é possível: - Amniotomia precoce sob vigilância e a monitorização da Frequência Cardíaca Fetal (FCF). - Uterotônicos - Monitorização fetal contínua = “Parto taquitócito" CONDUTA TERAPÊUTICA COM FETO MORTO É importante salientar que a vida materna corre perigo - risco de CIVD! CONDUTA = Parto vaginal. É importante que o óbito fetal traduz um descolamento mais acentuado e implica em um maior risco de coagulopatia. Por esta razão, a interrupção da gestação deve ser realizada o mais rapidamente possível. O trabalho de parto em casos de DPP é até 6 horas e se exceder é cesárea. COMPLICAÇÕES Útero de Couvelaire e Hemorragia puerperal bianca Rocha Reduz a compressão da veia cava inferior; Melhora a hipertonia uterina; Coordena as contrações; Identifica o hemoâmnio pela exteriorização do sangue, que permite uma melhor avaliação da perda sanguínea; ↓ a pressão intrauterina pela descompressão do hematoma retroplacentário; ↓ o risco de coagulopatias, pela redução da passagem de tromboplastina para a circulação materna; Induz ou acelera o trabalho de parto. A amniotomia é conduta que sempre possível: A migração placentária termina em torno da 28a semana de gravidez. Nesse momento, o crescimento do útero pode sobrepujar o da placenta, transformando uma placenta prévia em placenta normalmente inserida. Isto explica porque somente após as 28 semanas é que se pode confirmar o diagnóstico. Ocorre pois a placenta tende-se deslocar p/ região + vascularizada e a porção planetária com menor fluxo, atrofia Placenta préviaPlacenta prévia Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero após 28 semanas de gestação. Baixa ou lateral: localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero A PP aumento muito o risco de sangramento, por isso as gestantes com esse diagnóstico tem maior probabilidade de receber transfusão sanguínea ou histerectomia. - Idade materna avançada e cesárea anterior - Multiparidade - Cicatrizes uterinas prévias - Curetagens anteriores - Endometrite - Tabagismo: hipoxemia na interface materno-fetal - Técnicas de reprodução assistida - Gemelaridade - História pregressa de placenta prévia Recobre totalmente ou parcialmente o orifício interno do colo uterino Placenta de inserção baixa: A borda placentária está inserida no segmento inferior do útero em um raio de 2 cm do orifício interno, sem atingi-lo Pode ser classificada - Placenta prévia: Etiologia A razão da placenta se implantar no segmento inferior do útero ainda não é estabelecida. Implantação tópica: inserção da placenta em seu sítio habitual, no segmento corporal da cavidade uterina; Implantação heterotópica: inserção na matriz uterina, mas em local anômalo; Implantação ectópica: inserção fora do útero. TIPOS DE IMPLANTAÇÃO A implantação da placenta adequada é fundamental para o sucesso da gestação. Dividimos em 3 grupos: Pode-se concluir que: - Gestação intrauterina, é possível a placentação tópica ou heterotópica; - Gestação extrauterina a placentação é sempre ectópica. LOCALIZAÇÃO DA PLACENTA A) centrotal; B) centroparcial; C) marginal; D) lateral Fatores de Risco = bianca Rocha TratamentoFisiopatologia Decidualização inadequada acaba por forçar o embrião a buscar outras regiões para implantar. Em geral, a placenta se encontra no fundo uterino: + vascularizada Chamada de "Nidação tardia" Condições de hipóxia relativa, como no tabagismo, acontece hipertrofia compensatória das vilosidades coriônicas, que leva ao aumento da ocorrência de placenta prévia. Além disso, a anormalidade de implantação placentária se complica, com a acretização placentária e inserções heterotópicas do cordão umbilical. Quadro Clínico Sangramento genital indolor - sempre ("do nada") = caracterizada pelo estiramento das fibras miometriais que facilitam o descolamento Sem causa aparente Início e término súbito Coloração: vermelho vivo (rutilante) Tônus uterino normal Vitalidade fetal preservada Diagnóstico História clínica Exame especular NÃO realizar toque vaginal, se suspeita - pode desencadear sangramento intenso US transvaginal -> padrão ouro (Dopplerfluxometria) Ultrassonografia obstétrica (vemos a inserção da borda planetária e a relação com o orifício interno do colo) RNM - ñ tem relação com PS = Acretismo placentário Conduta ▪Idade gestacional ▪Estabilidade materna ▪Estabilidade fetal Internação e Estabilização materna e fetal Exames laboratoriais Investigação com exames de imagem Repouso Medidas para prematuridade (amadurecer pulmao) Interrupção na maturidade fetal: 37 semanas ❖ GESTAÇÕES PRÉ-TERMO COM SANGRAMENTO CONTROLÁVEL Placenta prévia completa ou centro total: Resolução com cesárea programada Radiologia intervencionista em caso de suspeita de Parto vaginal é possível desde que: ❖ FETO A TERMO (37 SEMANAS OU MAIS) acretismo - Bom controle de sangramento - Sala cirúrgica de fácil acesso - Amniotomia precoce Ocorre desde que a placenta fique sem contato total ou parcial com o orificio interno colo uterino ➥ Gestação menor que 37 semanas: sangramento sob controle e há estabilidade hemodinâmica + feto prematuro a conduta é expectante. Deve-se fazer internar a paciente, monitorar sinais vitais maternos e fetais; manter repouso e reposição de ferro ➥ Gestações a termo: ▪ Placenta de inserção baixa: parto normal preferencialmente com amniotomia imediata ▪ Placenta prévia: cesárea (feto vivo ou morto) Amniotomia na Placenta Prévia Marginal Nos casos em que se optar pelo parto vaginal, a amniotomia deverá ser sempre realizada, pois favorece a descida da apresentação (insinuação), a qual comprime mecanicamente a borda placentária (segmento inferior do útero) e diminui o sangramento. Complicações = ੦ apresentações fetais anômalas ੦ RCF ੦ RPMO ੦ sofrimento fetal ੦ hemorragia do 3 e 4 períodos (atonia uterina) ੦ ruptura prematura de membranas ovulares ੦ acretismo placentário ੦ mortalidade perinatal Acretismo Placentário É a aderência anormal da placenta na parede uterina, com ausência parcial ou total (todos os cotilédones) da decídua basal e penetração patológica no útero. FATORES DE RISCO: curetagem, idade avançada, cesárea anterior, multiparidade, aviação endométrio DIAGNÓSTICO: US transvaginal c/ Doppler e RNM; >> deve surgir adelgaçamento do miométrio, aumento da vascularização na interface entre serosa uterina e bexiga; "lagos placentários" bianca Rocha
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