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ANATOMIA INTERNA O conhecimento da morfologia dos canais radiculares é um dos requisitos básicos para se atingir os objetivos do preparo químico-mecânico. A complexidade anatômica do sistema de canais radiculares continua a ser um fator limitante durante o preparo químico- mecânico, favorecendo a permanência de remanescentes teciduais e bacterianos em istmos, reentrâncias e ramificações. A anatomia do Sistema de Canais Radiculares (SCR) que ditará os parâmetros sob os quais o tratamento endodôntico deve ser realizado, tendo impacto direto sobre seu índice de sucesso. Os métodos complementares de diagnóstico disponíveis até o momento não possuem definição e acuidade suficientes para mostrar detalhes da complexa estrutura tridimensional dos dentes. As radiografias convencionais fornecem informações básicas, como número das raízes, severidade da curvatura radicular, presença de calcificações e reabsorções. ANATOMIA DA CAVIDADE PULPAR A cavidade pulpar pode ser definida como um espaço que abriga a polpa dentária, estando normalmente situada na porção central dos dentes. Didaticamente ela pode ser dividida em câmara pulpar e canal(is) radicular(es). A câmara pulpar corresponde a porção coronária da cavidade pulpar e os canais se localizam em sua porção radicular. CÂMARA PULPAR A câmara pulpar é uma cavidade única, geralmente volumosa, que aloja a polpa coronária e ocupa internamente o centro da coroa, assemelhando-se em forma à superfície externa do dente. Nos dentes anteriores, a câmara pulpar é contígua ao canal radicular, no entanto, em dentes posteriores, geralmente apresenta formato de um prisma quadrangular irregular de 6 lados. O teto da câmara pulpar tem forma côncava e está localizado abaixo da superfície oclusal, nos dentes posteriores, ou da margem incisal, nos dentes anteriores. O assoalho da câmara pulpar é a face oposta ao teto da câmara. Diminuição do volume da câmara pulpar de acordo com a progressão da idade. CANAL RADICULAR O canal é a parte da cavidade pulpar localizada na porção radicular do dente, ela se afunila progressivamente em Anatomia Interna Pré-Molares e Molares direção ao ápice, seguindo o contorno externo da raiz. O canal principal geralmente tem a forma cônica e é oval na sua secção transversal, apresentando diâmetro maior em seu orifício. Pode ser dividido em terço cervical, médio e apical. Geralmente são achatados ou ovais no sentido mesiodistal ou vestibulolingual, acompanhando a direção das raízes. CANAIS ACESSÓRIOS Dependendo do grupo dentário estudado, o canal radicular pode apresentar com frequência, ramificações diminutas que o comunicam à superfície externa da raiz, os chamados canais acessórios. Se o canal acessório estiver no terço cervical ou médio é denominado canal acessório lateral. Esses canais contem tecido conjuntivo e vasos. Clinicamente esses canais são significativos, pois servem de via de passagem de irritante, principalmente da polpa necrótica para o periodonto, sendo difíceis de acessar, limpar, descontaminar e obturar. ISTMOS O istmo é uma área estreita, em forma de fita, que conecta dois ou mais canais radiculares. CANAL RADICULAR APICAL Anatomicamente, esta região compreende a porção apical do canal principal, o forame apical e ramificações, como canais acessórios e delta apical. A porção apical do canal que apresenta menor diâmetro e que as vezes coincide com a zona de união entre a dentina e o cemento é chamada de constrição apical ou forame apical. INCLINAÇÃO DOS DENTES NOS ARCOS A inclinação é um deslocamento do eixo longitudinal da raiz em relação a coroa. A inclinação pode ocorrer em um sentido ao mesmo tempo que curvaturas ou angulações do canal radicular coexistem em outro. PRINCIPAIS ANOMALIAS COM IMPACTO NA PRÁTICA ENDODÔNTICA Fusão: dois germes dentários se unem parcial ou total formando um dente com dupla coroa, duas cavidades pulpares separadas e dois canais radiculares distintos. Geminação: o germe dentário sofre uma divisão por invaginação, dando origem a um dente com coroa dupla, cavidade pulpar única e canal radicular único. Canal em C: a forma da secção transversal da raiz e do canal radicular é similar a letra C. Taurodontismo: caracteriza-se pelo desenvolvimento avantajado da porção coronária da cavidade pulpar. Sulco radicular: depressão radicular que pode se iniciar na coroa, estendendo-se em direção apical. Dens in dente: anomalia de desenvolvimento resultante de invaginação na superfície da coroa do dente antes da calcificação ocorrer. ANATOMIA DOS DENTES: 1º PRÉ-MOLAR SUPERIOR Normalmente apresenta duas raízes (vestibular e palatina) e dois canais com forames independentes, normalmente localizados próximo ao ápice anatômico. Frequentemente apresentam concavidade radicular na porção mesial logo abaixo da câmara pulpar, o que aumenta o risco de perfuração lateral. A prevalência de sulcos radiculares no aspecto palatino da raiz vestibular é alta. Encontra-se próximo ao seio maxilar, exigindo cuidado durante os procedimentos paraendodônticos. 2º PRÉ-MOLAR SUPERIOR Em geral, morfologicamente, semelhante ao 1º pré-molar. Geralmente apresenta 1 raiz com um único canal de secção transversal ovalada. Presença de curvatura apical comum. Sua porção apical se encontra bem próxima ao assoalho do seio maxilar. 1º PRÉ-MOLAR INFERIOR Apresenta normalmente raiz única com um canal de seção transversal mais ampla na direção vestibulolingual. Sistema de canais pode apresentar diferentes configurações. O forame mentual pode estar localizado distalmente ou entre este e o segundo pré-molar. A seção transversal varia da forma oval na porção cervical tornando-se mais arredondada nos terços médio e apical. 2º PRÉ-MOLAR INFERIOR: Geralmente apresenta raiz única, quase sempre cônica, com um canal. Sistema de canais apresenta menos variações de configuração do que o primeiro. Secção transversal geralmente oval com seu maior diâmetro no sentido vestibulolingual. 1º MOLAR SUPERIOR É o mais volumoso dos molares superiores e geralmente apresenta 3 raizes divergentes (mesiovestibular, distovestibular e palatina) com um total de 3 ou 4 canais. A raiz palatina apresenta maior volume e oferece acesso mais fácil. A distovestibular frequentemente apresenta 2 canais que se conectam por meio de istmos. Proximidade com o seio maxilar, pode gerar infecções sinusais em decorrência de alterações patológicas pulpares. 2º MOLAR SUPERIOR: Morfologia externa semelhante ao 1ºM com a presença de 3 raízes com 3 ou 4 canais. Contudo, as raízes são mais curtas, menos divergentes e curvas. Geralmente há um canal em cada raiz. 1º MOLAR INFERIOR É o maior dos molares inferiores. Normalmente tem 2 raízes (mesial e distal). Ocasionalmente, pode haver 3 raízes, com 2 ou 3 canais na raiz mesial e 1,2 ou 3 na raiz distal. A raiz mesial geralmente é curva no sentido distal. O aspecto distal da raiz mesial e o mesial da raiz distal podem apresentar uma concavidade. 2º MOLAR INFERIOR Morfologia externa semelhante ao primeiro molar inferior, apresentando normalmente 2 raízes (mesial e distal) com 3 ou 4 canais, porém as raízes são mais curtas, com os ápices mais próximos e canais mais curvos, havendo alta prevalência de anomalias de desenvolvimento. Porção apical próxima ao canal mandibular, exigindo maior atenção no sentido de evitar trauma mecânico. Bianca Abreu
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