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CAROLINA MARIA DE JESUS certo

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Escola Estadual “Embaixador José Bonifácio”
Curso Normal Nível Médio
Atividade sobre o PET 300
Professoras: Elaine e Kátia
Turma: 2º período- 2020/2021
ALUNAS: Tatiana Silva de Souza
		Fátima Oliveira de Faria
Atividades para o 2º período do Curso Normal em Nível Médio envolvendo as disciplinas das professoras Elaine e Kátia .
CAROLINA MARIA DE JESUS
 Carolina Maria de Jesus, nasceu em 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas Gerais, em uma comunidade rural, filha de pais analfabetos. Foi maltratada durante a infância, mas aos sete anos frequentou a escola, em pouco tempo, aprendeu a ler e escrever e desenvolveu o gosto pela leitura.
A jovem recebeu o incentivo e a ajuda de Maria Leite Monteiro de Barros – uma das freguesas de sua mãe – para frequentar a escola. Com sete anos, ingressou no colégio Alan Kardec, onde cursou a primeira e a segunda série do ensino fundamental.
Apesar de pouco tempo na escola, Carolina logo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita.
Em 1924, em busca de oportunidades, sua família mudou-se para Lageado, onde trabalharam como lavradores em uma fazenda. Em 1927, retornaram para Sacramento.
Em 1930 a família vai morar em Franca, São Paulo, onde Carolina trabalha como lavradora e, em seguida, como empregada doméstica. Com 23 anos, perde a sua mãe e vai para a capital onde emprega-se como faxineira na Santa Casa de Franca e, mais tarde, como empregada doméstica.
Em 1948 muda-se para a favela do Canindé. Nos anos seguintes, Carolina foi mãe de três filhos, todos de relacionamentos diferentes. 
Morando em uma favela, durante a noite trabalha como catadora de papel. Lê tudo que recolhe e guarda as revistas que encontra. Estava sempre escrevendo o seu dia a dia.
Em 1941, sonhando em ser escritora, vai até a redação do jornal Folha da Manhã com um poema que escreveu em louvor a Getúlio Vargas. No dia 24 de fevereiro, o seu poema e a sua foto são publicados no jornal. Carolina continuou levando regularmente os seus poemas para a redação do jornal. Por esse motivo acabou sendo apelidada de “A Poetisa Negra” e era cada vez mais admirada pelos leitores.
Em 1958, o repórter do jornal Folha da Noite, Audálio Dantas, foi designado para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé e, por acaso, uma das casas visitadas foi a de Carolina Maria de Jesus. Carolina lhe mostrou o seu diário, surpreendendo o repórter. Audálio ficou maravilhado com a história daquela mulher.
No dia 19 de maio de 1958, Audálio publicou parte do texto, que recebeu vários elogios. Em 1959, a revista O Cruzeiro também publica alguns trechos do diário.Somente em 1960 foi finalmente publicado o livro autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, com edição de Audálio Dantas. Com uma tiragem de dez mil exemplares, só durante a noite de autógrafos foram vendidos 600 livros.
Com o sucesso das vendas, Carolina deixa a favela e pouco depois compra uma casa no Alto de Santana.Recebe homenagem da Academia Paulista de Letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1961, a autora viaja para a Argentina onde é agraciada com a “Orden Caballero Del Tornillo”.
Nos anos seguintes, Carolina publica:
· Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-favelada (1961) 
· Pedaços da Fome (1963) 
· Provérbios (1965)
Apesar de ter um livro transformado em best seller, Carolina não se beneficiou com o sucesso e não demorou muito para voltar à condição de catadora de papel. Em 1969, mudou-se com os filhos para um sítio no bairro de Parelheiros, em São Paulo, época em que foi praticamente esquecida pelo mercado editorial. Carolina Maria de Jesus faleceu em São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante da realidade constatada na história de Carolina Maria de Jesus, acreditamos que ainda há um grande desafio a ser superado, uma vez que a literatura brasileira foi e ainda é um campo de privilégios. Dar voz aos sujeitos historicamente excluídos e invisibilizados no decorrer da história é essencial para a promoção de uma literatura sob outra perspectiva.
Carolina Maria de Jesus trouxe para a reflexão as dificuldades para a escrita feminina, através da dominação exercida pelo papéis de gênero que condiciona a mulher ao espaço doméstico e ao cuidado da casa e dos filhos, sem tempo para escrever, “cansada e confusa”, por não saber como romper com as correntes simbólicas que a prendem e violentam naquilo que tem de mais precioso, o seu trabalho de escrita.
A lei nº 10.639/2003, ampliada pela lei nº 11.645/2008, foi uma importante conquista, resultado de lutas históricas do movimento negro. A referida lei é uma fundamental ferramenta para que parte do desafio mencionado acima seja alcançada, pois por meio dela, é possível a formação de sujeitos com novos olhares, preparados para a leitura sob novos ângulos e a aceitação de outras histórias (MÜLLER; COELHO, 2013).
Sendo assim, compreender a força de sua escrita nos possibilita perceber que para além do fato de ter existido uma escritora negra e pobre como Carolina Maria de Jesus, significa trazer para a discussão a perspectiva de tantas mulheres negras e periféricas, fortes, batalhadoras, capazes de ocupar cada vez mais espaços no campo social, (e isso inclui todos os campos historicamente vedados a esse grupo, a começar pelo literário, mas também o acadêmico, artístico, científico, etc.), submetidas e condicionadas a um mundo, cujas regras ainda são dadas por outros, mas que persistem, ocupando esses espaços e fazendo ouvir a sua própria voz.
REFERÊNCIAS:
MULLER, T. M.P.; ROSA, S. Impactos sociais da escrita de Carolina Maria de Jesus na escola. v. 7, n. 26, 2018. Disponível em: file:///C:/Users/Crian%C3%A7a%20Feliz/Downloads/35299-118783-1-PB.pdf. Acesso em: 26 de novembro de 2020.
GAMA, Rinaldo. Despejados do mundo: a nova edição de Quarto de despe­jo recoloca em cena a trajetória de Carolina de Jesus e seus filhos. In: Veja, 19 maio 1993, p. 96-97.
LAJOLO, Marisa. A leitora no quarto dos fundos. Leitura: teoria e prática. Campinas, Mercado Aberto, ano 14, n. 25, p. 10-18, jun. 1995.

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