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Relatório Reflexivo Estágio

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Universidade Federal do Pará
Campus Universitário de Castanhal
Faculdade de Letras
Ana Paula Oliveira da Silva
Raíssa da Silva Miranda
RELATÓRIO REFLEXIVO
Castanhal-PA
2014
ANA PAULA OLIVEIRA DA SILVA
RAÍSSA DA SILVA MIRANDA
RELATÓRIO REFLEXIVO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho apresentado à disciplina Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental, ministrada pelas Profªs. Drªs. Márcia Cristina Greco Ohuschi e Zilda Laura Ramalho Paiva como requisito total de avaliação.
Castanhal-PA
2014
1 Introdução
Este relatório é fruto da disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental, ministrada pelas Profªs. Drªs. Márcia Cristina Greco Ohuschi e Zilda Laura Ramalho Paiva. Este tem, como finalidade, fazer uma reflexão acerca das observações feitas de algumas aulas de Língua Portuguesa, descrever um pouco sobre a realidade da escola que foi feita tais observações e, também, relatar sobre a nossa experiência durante o período de regência. 
O estágio foi realizado na escola pública municipal Madre Maria Viganó, na cidade de Castanhal, localizada em um bairro próximo a área central. Partindo disso, fomos a campo observar a estrutura física da escola, observar algumas aulas de Língua portuguesa e fazermos a regência. O período de realização do estágio ocorreu do dia 18 de março ao dia 3 de junho de 2014, no período vespertino, nas turmas do Ensino Fundamental, 7º e 6º anos, sendo uma parte destinada à observação das aulas e, outra, à aplicação da regência. 
O nível socioeconômico da região onde a escola está localizada é de classe média, sendo que, nas proximidades da escola, há supermercado, lanchonete, comércio, lan house, avenidas e ruas movimentadas, pontos de transporte coletivo e, também, uma igreja. 
Em relação à estrutura interna da escola, esta é bastante organizada e apresenta uma boa qualidade, proporcionando, assim, uma comodidade, tanto para o corpo docente, como também para o corpo discente. A escola apresenta 11 salas de aula todas com cadeiras, mesas, quadro magnético e vale frisar que todas as salas são climatizadas, para melhor receber seus alunos e, consequentemente, proporcionar um melhor desempenho no processo de ensino e aprendizagem. 
 A referida escola conta com 12 banheiros, 1 sala de vídeo, 1 sala de leitura (biblioteca), 1 sala de radiofonia (para o projeto mais educação), 1 sala de educação especial (bastante didática), 1 sala de computadores com 26 máquinas, uma lousa e um armário (esta sala é destinada à pesquisa, tanto para a comunidade escolar quanto para a comunidade extraescolar), 1 quadra poliesportiva, 1 cozinha, 2 salas destinadas à direção, 1 sala para os professores e 1 pátio, que serve tanto para a hora do intervalo, como também para outros fins. A escola conta com várias rampas destinadas às pessoas com necessidades especiais, o que facilita, assim, o melhor acesso para todas as áreas da escola.
O presente trabalho está organizado da seguinte forma: descrição das observações, realizadas na escola no período de 20 de março ao dia 2 de abril de 2014, em que apresentamos a teoria e prática adotada pelos docentes em sala de aula; descrição da regência, ocorrida no dia 28 de maio e no dia 3 de junho de 2014, etapa em que explicitamos a aplicação do conhecimento teórico-prático adquirido na graduação; reflexão, em que descrevemos algumas reflexões acerca da observação, da regência, da relação entre ambas, das possíveis falhas da estrutura do estágio e da dimensão interpessoal, criada entre os alunos e estagiárias; problematização, etapa em que elencamos um problema relacionado ao processo de ensino-aprendizagem e buscamos solucioná-los com algumas considerações; e, por fim, as considerações finais em que destacamos os principais pontos abordados em todo o relatório e sua contribuição para nossa formação docente.
2 Descrição das observações
1º dia de observação (20/3/2014)
As primeiras observações foram feitas na turma do 7º ano D. Neste primeiro dia, foram observadas 2 aulas nos 5º e 6º horários. A aula começou às 16h15 e seu término foi 17h45. A turma é formada por mais ou menos 40 alunos com faixa etária entre 12 a 16 anos. A professora, que é responsável por esta turma, é especialista em Língua Portuguesa e já atua como professora, na referida escola, há 14 anos e tem, em sua carga horária total em escolas do município, 230h. A docente mostrou-se bastante tranquila em relação à turma, trabalhou um exercício sobre acentuação gráfica, inserido no livro didático (doravante LD), e iniciou sua aula nos apresentando à turma e perguntando, aos alunos, se eles já haviam terminado de fazer o exercício da aula passada, da pag. 289. Logo após os alunos responderem que não, a professora pede para que eles terminem de copiar. Vale ressaltar que os alunos somente copiaram a 2ª questão, sendo que, no total eram 5 questões. 
Para ajudar na resolução do exercício, a professora explicou sobre os encontros vocálicos e deu destaque para o ditongo, tritongo e hiato e, ainda, tomou como exemplo as palavras “leite”, “Paraguai” e “saúde” para explicar os três casos acima, respectivamente. Por meio dessa explicação, a docente deu suporte para a resolução da letra b do exercício, em que se pedia para os alunos apontarem em quais casos ocorria o hiato, entretanto a maioria da turma estava copiando as atividades em seus cadernos e não prestou atenção. Após terminar a explicação, a educadora andou por toda a sala, dando auxílios para seus alunos e chamando a atenção dos que não estavam fazendo a atividade. Após a docente ter andado por toda a sala, foi a vez dos alunos irem a sua mesa para tirarem as dúvidas acerca da atividade.
Em relação ao tempo, a professora não se preocupou em aproveitá-lo, em tomar medidas que fizessem com que os alunos não perdessem muito tempo para realizar tal exercício, pelo contrário, os alunos passaram a maioria do tempo copiando do livro para o caderno, uma vez que, os LD’s não são suficientes para a demanda da turma. Por esse motivo, não podem levá-los para sua casa. Após os alunos terminarem de copiar e responder ao exercício, a professora fez a chamada e os liberou. Logo, as duas aulas foram somente para copiar do livro para o caderno, intercaladas por uma breve explicação da professora sobre o conteúdo do exercício. A correção da atividade ficou para a próxima aula.
2º dia de observação (1/4/2014)
O segundo dia de observação foi feito na turma do 6º ano E, com cerca de 45 alunos entre 12 e 16 anos de idade. Foram observadas 3h/a e o assunto ministrado foi sobre acentuação gráfica. O professor, responsável pela turma, possui especialização em Língua Portuguesa e já atua como professor nesta escola há 1 ano e tem, em sua carga horária total em escolas do município, 315h. O docente começou sua aula nos apresentando à turma e, logo em seguida, escreveu no quadro os casos em que ocorre a acentuação gráfica (oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas, dentre outras regras) e mostrou total domínio para com o referido assunto. A aula foi expositiva, com explicação do conteúdo. 
O professor passou uma boa parte da aula explicando sobre o assunto e sempre buscava exemplos que fizessem parte da realidade de seus alunos, fazendo, assim, com que eles pudessem compreender e fixar melhor o assunto. Um dos exemplos que ele utilizou para explicar o que seria oxítona, paroxítona e proparoxítona, foi a posição das pessoas em sala de aula. Dessa forma, usou uma de nós para tomar como exemplo. O educando ressaltou que, para poder aprender o que seria os três casos citados, acima, os alunos teriam que saber o que é último, penúltimo e antepenúltimo. Partindo disso, teriam mais facilidade para compreender o conteúdo. 
Percebemos que docente mostrou um comprometimento para com a educação, fazendo com que, por meio de suas aulas, seus alunos pudessem interagir entre eles e, assim, promover uma boa relação entre aluno-aluno e aluno-professor. O docente se mostrou, também, dinâmico com turma que, por sua vez, é bastanteativa, comunicativa e inquieta. Embora os alunos fizessem muito barulho e consequentemente atrapalhassem a aula, pois volta e meia o professor tinha de parar sua explicação para chamar a atenção deles, eram bastante participativos, o que tornou uma aula boa e agradável. 
Após o término de sua explicação, o professor trabalhou um exercício contido no LD, mais precisamente na pag. 260, as questões 1, 2 e 3. A atividade foi desenvolvida em dupla e, preocupando-se com o tempo, o professor pediu para que os alunos copiassem somente as respostas e depois as socializassem com a turma. No momento utilizado para a correção do exercício, os alunos, talvez pela nossa presença em sala de aula, a priori, não queriam responder ou não sabiam a resposta. Dessa forma, ficou a cargo do professor resolver tais atividades juntamente com eles. Vale ressaltar que, o docente utilizou o LD, somente como suporte, visto que não se apropria das respostas tais como manda o livro. Pelo contrário, formula as respostas com a ajuda dos alunos e os estimula à leitura e à socialização de toda a atividade.
3º dia de observação (2/4/2014)
Neste dia, também observamos as aulas na turma do 6º ano E, com o mesmo professor do dia anterior, desta vez o assunto que fora trabalhado foi sobre língua e variação. Antes de começar a aula, o professor conversou com os estudantes a respeito do horário, chamando-lhes a atenção e pedindo-lhes para que entrassem em sala assim que ele entrasse também, para que não comprometesse o andamento de sua aula. 
Para inicializar a aula, o educador pediu a opinião de seus alunos, no que diz respeito ao conteúdo abordado, e exemplificou o uso da língua em diversas situações, como sexo, escolaridade, região e idade, sempre instigando a turma à participação e à interação em sala de aula, de forma dinâmica e interacionista. Porém, pudemos notar um ponto negativo em relação à postura do professor em tela, pois ele dificilmente chamava a atenção dos alunos, que em alguns momentos faziam muito barulho e não prestavam atenção em sua explicação.
Após ter feito uma explanação sobre o conteúdo, que diz respeito à variação linguística, o professor elucida a questão da norma padrão e não padrão. Ao finalizar a explicação de todo o conteúdo, trabalhou com a música intitulada Burguesinha, do músico Seu Jorge, com o intuito de tornar sua aula mais clara possível. Após os alunos ouvirem a música, fizeram uma relação com os conteúdos ministrados. 
Partindo disso, o professor anotou algumas questões no quadro, sobre a letra da música e, também, colocou-a para que os alunos pudessem ouvir e facilitar, assim, o trabalho no momento da atividade. Por fim, explicou cada estrofe. Após essas etapas, formulou, com a turma, as respostas, de acordo com a letra da música e sempre relacionando com os assuntos abordados. Eram ao todo três questões: 1) A partir da leitura da música “Burguesinha”, selecione algumas palavras que evidenciem o uso de gírias. Exemplifique o significado delas em cada parte da música; 2) Explique por que o título é burguesinha; 3) Na sua opinião, a música usa mais o português padrão ou o não padrão? Poe quê?
Diferentemente das aulas anteriores, os alunos já estavam mais à vontade com a nossa presença e foram mais participativos no momento das atividades. A maioria deles fez o exercício proposto pelo professor. Após uma longa pausa para a realização da atividade, o professor começou a corrigir no quadro e interagiu com a turma.
Terminada a correção da atividade, o professor pediu para os alunos abrirem o livro na pag. 199 para que respondessem uma atividade sobre variação. Enquanto eles tentavam responder, o professor passava de carteira em carteira para dar o visto da atividade anterior. Logo em seguida, fez chamada e liberou a turma.
4º dia de observação (8/4/2014)
No quarto dia de observação, continuamos a observar as aulas do 6º E, com o mesmo professor dos dias anteriores. A aula começou um pouco tarde, às 13h30, por conta da chuva. O docente deu início a sua aula dizendo que passaria um exercício para relembrar o assunto da aula passada e, também, para revisar a acentuação gráfica. Ele começou destacando, no quadro, alguns fatores que ocasionam a variação, tais como histórica-tempo; regional-lugar e sociocultural.
Após a explicação destes fatores, o professor pediu para que os alunos dessem exemplos de variação em que a faixa etária influenciasse. Eles estavam totalmente dispersos e não deram exemplos para o professor, o que ficou a cargo deste exemplificar com a seguinte frase: “arrudia o terreiro” e, em seguida, explicou que esta frase cabe mais à pessoas mais idosas. Assim, o educador foi seguindo com demais exemplos sobre variação de acordo com o sexo, escolaridade e fator sociocultural.
Dados os exemplos dos tipos de variação, o professor começou a explicar os tipos de linguagem: verbal, não verbal e mista. Em seguida, perguntou, para os alunos, onde podíamos encontrar a linguagem mista. Um dos alunos disse que a linguagem mista pode ser encontrada em um jogo, e o professor acrescentou que há vários tipos de suportes em que podemos encontrar a linguagem mista, como, por exemplo, em jornal, internet, revista etc.
Passado esse momento, o professor começou a explanar sobre as funções de linguagem, sempre exemplificando. Ele comentou que, para que haja comunicação, é preciso que tenha o emissor, mensagem-código-canal e o receptor. Após este esclarecimento, ele perguntou se os alunos estavam compreendendo e começou a reforçar sua fala, exemplificando cada caso.
Quando terminou de explicar tudo, pediu para que os alunos formassem duplas para fazer uma atividade. Sendo assim, distribuiu as cópias, para a realização da atividade, e deu 10min para os alunos terminarem de fazer o exercício, composto de 2 questões: a primeira com 5 alternativas de completar, em que os alunos teriam que dizer qual tipo de linguagem era empregada: verbal, não verbal ou mista. A segunda questão era composta por 6 alternativas para a turma identificar o tipo de variação.
Enquanto os alunos respondiam a atividade, o professor andava pela sala para esclarecer algumas dúvidas e, também, constatar se eles realmente estavam fazendo o exercício. Após um bom tempo, o docente distribuiu outra folha de exercício. Alguns alunos estavam fazendo, outros, estavam conversando. Mesmo o professor ressaltando que valia ponto para a prova, as conversas paralelas continuaram.
Depois de algum tempo, o educador deu início à explicação sobre o exercício e logo após o término da correção, explanou sobre os casos especiais em que ocorre a acentuação gráfica. Ao final deste momento, o professor pediu para que os alunos abrissem o livro e vissem, no sumário, a parte que exemplificava algumas questões para a atividade. Feito isto, o docente saiu da sala, por alguns minutos, e depois retornou, fazendo a chamada e encerrando a aula.
3 Descrição da regência
1º dia de regência (28/5/2014)
O primeiro dia de estágio de regência aconteceu no dia 28 de maio de 2014, entre os horários de 15h30 a 17h45[footnoteRef:1] na escola Madre Maria Viganó. A este dia foram destinadas algumas atividades, relacionadas aos momentos antes e durante a leitura do gênero que seria trabalhado (gênero poema), dentre as quais destacamos: i) dinâmica de apresentação, ii) discussão da temática, iii) exposição de um vídeo (que contempla a temática Amizade), iv) explanação a respeito deste mesmo vídeo, v) apresentação de perguntas que se direcionem ao texto que será lido, vi) momento de o aluno fazer a leitura do texto trabalhado, vii) momento de lermos o texto em voz alta com a devida entonação, viii) momento de diálogo: relacionar as ideias expostas no texto com o conhecimento prévio dos alunos, levantados na etapa anterior. [1: Foram três aulas, sucessivamente, durante um dia de estágio de regência. Por este motivo, finalizamo-lo em apenas dois dias.] 
A partir disso, pudemos desenvolver um trabalho organizado com a turma. Primeiramente, apresentamo-nos aos alunos, explicamos a situaçãoa qual estávamos submetidas (momento de estágio da faculdade), explicitamos o que seria, de fato, proposto ao longo das três aulas (o gênero que seria trabalhado, a temática abordada) para, enfim, iniciarmos o conteúdo previsto. Após esse momento, iniciamos a discussão da temática, perguntando, aos discentes, o que seria amizade e o que significava um amigo na vida deles. Estes questionamentos nos levaram à exposição de um vídeo que carregava consigo as características de um amigo de verdade e o real sentido da amizade.
Esse recurso didático ofereceu um grande auxílio na aula, uma vez que conseguiu despertar o entusiasmo dos alunos e os fez ficarem mais atentos. Partindo disso, pudemos explanar o assunto do vídeo com mais exatidão e dispusemos de um momento de diálogo com os alunos, pois, após a exposição do vídeo, apresentamos mais algumas questões sobre a temática relacionada à Amizade. Para que o momento de exteriorização das respostas fosse mais dinâmico, sugerimos uma divisão da sala em grupos e cada grupo responderia as questões propostas. 
Nesse momento, os alunos começaram a se agitar: primeiro para formarem os grupos e, em segundo, porque queriam responder todos ao mesmo tempo. A maior dificuldade encontrada foi manter a turma em silêncio, pois, a todo instante, queriam responder às perguntas e também dar exemplos dos colegas da sala, tirando brincadeiras. Perguntas do tipo: O que é ser um amigo? A amizade pode acabar? Por quê? Provocaram risos e também reflexão dos alunos. Risos porque tiraram brincadeiras com os colegas e reflexão porque, posteriormente, conseguiram responder a pergunta de forma coerente. 
Após esse momento, pedimos para os alunos desfazerem os grupos e voltarem para os seus lugares. Então, começamos a explicitar as características do gênero poema. Primeiro resgatamos os conhecimentos prévios dos alunos para depois partirmos para a sistematização das características do poema. A começar, expomos e explicamos, por meio de slides, o conceito de poema, poesia e eu poético. Posteriormente, explicamos os outros elementos que compõem o poema: rimas, versos, repetição, ritmo, estrofes, paralelismo sintático, denotação, conotação e, por fim, as figuras de linguagem, dentre as quais destacamos a metáfora e a comparação, pois eram as que estavam no poema, sempre partindo de exemplos que garantissem um maior entendimento por parte da turma.
Nesse sentido, para que os alunos pudessem fixar o conteúdo, levamos um poema, intitulado Nossa Amizade, de André Luiz de Jesus Ituberá, e, por meio dele, conseguimos demonstrar as características expostas, destacando cada elemento mencionado acima. Terminado esse momento de exemplificação, fizemos algumas perguntas (sobre a temática) de forma que se direcionassem ao poema que seria trabalhado (Bons Amigos, de Machado de Assis), a fim de solidificar aquilo que os alunos já haviam aprendido.
O momento de sistematização das características foi o que mais deixou os alunos comportados e focados na explicação. Durante as três aulas, tínhamos sempre que chamar a atenção deles, pois, como em toda turma, houve dispersão e éramos obrigadas a pedir atenção. Mas, a partir do momento em que iniciamos a parte das características, a turma ficou totalmente em silêncio. 
Partindo disso, fizemos a distribuição dos textos, que iríamos trabalhar no dia seguinte, com o intuito de levar os alunos a um primeiro contato com o gênero e, também, para que fizessem uma leitura pausada e pudessem compreender o sentido do texto, reconhecer sua temática. Logo em seguida, fizemos uma leitura em voz alta, com a devida entonação. Ao finalizarmos a leitura, fizemos algumas indagações à turma quanto à estrutura, organização do poema: número de estrofes, número de versos, a ordem do título do poema (Bons Amigos), no qual pudemos ressaltar o sentido denotativo e conotativo, proporcionamos um momento de diálogo dos alunos com o texto etc.
	Após esta fase de diálogo com o texto e com a turma, encaminhamo-nos para o final da aula. Como havíamos preparado um painel e nele expomos algumas figuras de bonecos e, também, alguns poemas, convidamos, voluntariamente, alguns alunos para recitarem os poemas que estavam expostos. Com isso, pudemos propiciar uma dinâmica em sala a qual nos levou, ainda, a um diagnóstico do comportamento dos alunos durante a leitura em público. Após o término das recitações, deixamos os nossos agradecimentos à turma e os atentamos para o próximo dia de aula que seria na semana seguinte. A aula finalizou-se às 17h30. 
2º dia de regência (3/6/2014)
	O segundo dia de regência teve início às 13h do dia 3 de junho de 2014. Ao chegarmos à escola, fomos para a sala de aula e escrevemos, na lousa, o poema intitulado Bons Amigos, de Machado de Assis, escolhido para trabalharmos com os alunos. Iniciamos, retomando as principais características do gênero poema, pois, além de querermos preparar os alunos para o momento de leitura aprofundada do gênero, tínhamos a intenção de chamar a atenção deles para o que havíamos demonstrado na aula anterior.
	Nesse momento de retomada das características, os alunos se mostraram bastante atenciosos e conseguiram responder a algumas perguntas que fizemos quando estávamos explicando, como a) Quais os elementos constitutivos do gênero poema? b) O que há neste poema de Machado de Assis? Há rimas? Paralelismo sintático? Como o poema já estava na lousa, pudemos marcar as rimas com o pincel, destacando-as, o que tornou mais fácil a visualização e interação dos alunos conosco.
	A turma se agitava de maneira muito rápida. Isso poderia acontecer em virtude de seu grande número de alunos, os quais uns, em parte, dialogavam mais, e outros, menos. O nosso papel, como professoras estagiárias, era o de impor limites, impomo-los. Porém, isso tinha que acontecer constantemente, pois os educandos não ficavam em silêncio o tempo todo, tampouco prestavam atenção no que estávamos falando. Sempre era necessário pedir a atenção.
	Após esses questionamentos a respeito da estrutura do gênero, fizemos a distribuição dos textos em sala (mas somente para os que haviam faltado a aula passada), iniciamos, mais uma vez, sua leitura em voz alta e, posteriormente, demos início à leitura e à explicação das questões de conteúdo temático, construção composicional e leitura, em suas etapas de compreensão e interpretação, propostas para alunos, com o intuito de auxiliá-los no momento de responder a atividade.
	Enquanto explicávamos as questões do exercício, alguns alunos conversavam. Muitos deles optaram pela conversa paralela quase a aula toda, mas sempre chamávamos a atenção. Essa desatenção, em relação à explicação da atividade, culminou para a dificuldade ao responder as perguntas. Por esse motivo, não compreendiam o que estavam lendo, tampouco sabiam o que escrever. Alguns não precisaram de auxílio, outros nos chamavam a todo o momento para que esclarecêssemos o comando das questões. Portanto, durante a execução da atividade, estivemos presente em quase todas as carteiras, sanando as dúvidas dos educandos. 
Desse modo, as três aulas seguidas que ministramos consumiu mais tempo na resolução dos exercícios. Já estávamos nos encaminhando para o final da aula, a maioria da turma já havia finalizado as respostas do exercício. Então, decidimos ir para as correções das questões. Fizemos isso de maneira que todos pudessem proferir suas respostas e, assim, cada aluno poderia contribuir com a resposta do colega. 
A turma ficou com receio de ler suas respostas em voz alta, muitos a encaminharam para que nós fizéssemos a exposição. Embora eles tenham tido esse receio/resistência em participar da divulgação das respostas, foram bastante solícitos, uma vez que se disponibilizaram a participar de tudo que lhes fora proposto. A maioria da turma respondeu a todas as questões e tiraram suas dúvidas enquanto fazíamos as correções. 
Ao término da socialização das respostas, encaminhamo-nos para o final da aula e, nesta ocasião, pedimos para que os alunos recitassem algum poema, sendo desua autoria ou não. Dessa forma, Dois alunos se prontificaram como voluntários, para a recitação dos poemas. Nesse momento, pudemos orientá-los quanto à postura correta ao ler em público: com a cabeça não totalmente voltada para o papel e com tom de voz acentuado.
A turma ficou bastante agitada com a ida dos colegas para frente do quadro para a leitura e recitação dos poemas e, após esse momento, agitaram-se ainda mais porque levamos, para a sala, pirulitos e bombons a fim de gratificá-los por terem contribuído com o nosso trabalho, enquanto professoras estagiárias. A aula se encerrou com fotos. Levamos plaquinhas com palavras que remetiam à temática que trabalhamos (sobre Amizade) para que os alunos pudessem se animar ao tirarem as fotos. Tal foi o que aconteceu, pois a turma gostou muito e pudemos finalizar tudo com algo divertido e gratificante para todos.
4 Reflexão
As observações do estágio supervisionado do ensino fundamental deu-nos a oportunidade de assistir mais de perto a realidade das salas de aula das escolas públicas do município de Castanhal-PA. Desse modo, tais observações nos levaram a perceber algumas práticas docentes, arraigadas no tradicionalismo, que ainda perduram nas escolas, como a relevância de um ensino de gramática descontextualizado, exercícios de fixação, apresentados pela professora A, na turma 7º C. 
Essas práticas se remetem à segunda concepção de linguagem “linguagem como instrumento de comunicação”. Segundo Geraldi (1997, p. 41), esta concepção “está ligada à teoria da comunicação e vê a língua como um código (conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor certa mensagem”. Além de está presente a concepção de linguagem supracitada, há a presença da primeira concepção de linguagem “como expressão do pensamento”, a qual, conforme Geraldi (1997, p. 41), “essa concepção ilumina, basicamente, os estudos tradicionais” e os exercícios pertencentes a essa concepção são de classificar, identificar etc. 
Partindo disso, podemos caracterizar alguns exercícios sobre acentuação gráfica, propostos pela professora A, como “1) Observe as palavras do quadro a seguir. 
	pais
	país
	egoísta
	Sauipe
	jiboia
	doido
	doído
	sanduíche
	viúva
	ruim
	Coroinha
	ruína
	peixe
	Raul
	instruir
	rainha
	diurno
	Caixa
	cair
	ainda
	louro
	juiz
	baú
	fuinha
	Berimbau
	mais
	couro
	feiura
a) No caderno, separe as sílabas delas.
b) Em quais dessas palavras ocorre hiato?
c) E em quais delas o i ou o u foram acentuados?
d) Nessas palavras que foram acentuadas, as vogais i e u aparecem sozinhas ou acompanhadas de outras letras na sílaba?
e) Se essas palavras não fossem acentuadas, como poderiam ser lidas? O hiato permaneceria?”
Nesse tipo de atividade o aluno já precisa saber os conceitos de oxítona, paroxítona e proparoxítona. Neste caso, a professora trabalhou a gramática de forma descontextualizada, não desenvolvendo a capacidade crítica-reflexiva dos alunos, pelo contrário, favoreceu o exercício de identificação, de cópia e da memorização de modelos. Uma questão importante a ser relembrada é que, nesta aula, a docente pedia apenas para que os alunos copiassem as questões do livro para o caderno, sendo que isso demoraria a aula inteira. Esse tipo de atitude é bem presente nas salas: quando o professor já chega saturado, provavelmente vem de outras escolas, e então não tem mais ânimo para promover momentos diferenciados de aprendizagem, permanece tão-somente nas aulas expositivas. 
O LD, utilizado no momento da transposição de exercícios para o caderno, pode ser um bom “aliado” do professor, desde que não sirva como o único meio norteador nas aulas de língua portuguesa. Na verdade, foi isso que percebemos nesta primeira aula de observação. A professora fez uso apenas do livro e os alunos reclamavam porque tinham que copiar todas as questões no caderno e demorava o suficiente para eles não quererem respondê-las. 
Desse modo, o trabalho do professor se torna desagradável tanto para ele próprio quanto para a turma em que ele atua, pois não há momentos dinâmicos, que despertem o prazer dos alunos pela leitura ou pela escrita, não há debates, não há interação professor-aluno. Essa dificuldade encontrada ensinou-nos, enquanto professoras estagiárias, o quanto ainda precisa ser mudado na metodologia, os caminhos a serem percorridos no ambiente escolar. 
A professora A simplesmente explicava/relembrava um conteúdo que fora visto em sua aula passada e, em seguida, depositava, nos alunos, vários tipos de atividades com questões variadas do livro, como “1) No caderno, copie as palavras a seguir e as acentue corretamente. Se tiver dúvidas, consulte o dicionário”. Diante disso, podemos dizer que as questões abordadas pela professora contemplavam a concepção de gramática com foco no sistema, ou seja, na gramática normativa. De acordo com Travaglia (2005, 30) essa concepção:
É a que estuda apenas os fatos da língua padrão, da norma culta de uma língua, norma essa que se tornou oficial. Baseia-se, em geral, mais nos fatos da língua escrita e dá pouca importância à variedade oral da norma culta, que é vista, conscientemente ou não, como idêntica à escrita.
	Os exercícios visualizados nesta aula só nos permitiu afirmar a concepção de gramática e de linguagem supracitadas. Não houve momentos de leitura, tampouco de escrita que oportunizassem uma dinamicidade na sala. Por esse motivo, não é forçoso dizer que a forma como a professora trabalhou, nessas aulas, não contribuiu para a construção da cidadania dos alunos.
	Por outro lado, o trabalho do professor B se diferenciou pelos seguintes pontos: a) promoveu a interação na turma; b) propiciou atividades que despertaram a atenção dos alunos e c) abriu espaço para os alunos darem opinião no assunto abordado. Esses três pontos demarcam, visivelmente, os extremos que separam as práticas dos dois professores. 
	Nesse sentido, podemos dizer que as atividades, o modo de conceber a língua, do professor B, são marcados pela concepção de linguagem como forma de interação, visto que o docente conseguiu agir sobre a turma, não apenas exteriorizar o conteúdo proposto (TRAVAGLIA, 1996). Além disso, o professor lançou mão de instrumentos essenciais para tornar a aula interativa e diferenciada, como a utilização de um notebook e de umas caixinhas de som. A intenção era a de, por meio da canção, explicar um assunto relacionado à variação linguística. Então, levou para a sala a canção intitulada Burguesinha, do cantor Seu Jorge, e trabalhou, com os alunos, os tipos de variação. Por meio desta atividade percebemos o quanto o professor é preocupado com o aprendizado de seus alunos, uma vez que utiliza meios para chamar a atenção deles.
Dentre as questões implicadas no exercício, com base na música, destacamos 1) A partir da leitura da música “burguesinha”, selecione algumas palavras que evidenciam o uso de gírias. Explique o significado delas em cada parte da música; 2) Explique por que o título é burguesinha e 3) Na sua opinião, a música usa mais o português padrão ou o não padrão? Por quê? Diante disso, podemos dizer que a concepção de leitura que embasa essas questões é com foco no leitor e no texto, pois os comandos deixam claro que o que importará são as informações que o texto tem para dar, no caso da primeira questão, e, nas outras duas, o enfoque estará no leitor, é a opinião dele que é levada em consideração no momento da resolução da atividade.
 Segundo Menegassi (2010), a leitura é com foco no leitor quando este, com seu conhecimento de mundo, atribui sentido ao que está lendo, neste caso, respondendo. Por outro lado, a leitura é com foco no texto quando o próprio texto passa a ser o produto da decodificação, ou seja, nele estão contidas todas as informações necessárias para a resolução da atividade.
Por mais que as questões não tenham levado em consideração a interação autor-texto-leitor, pudemos observar o quanto o professor se empenhou em motivar os alunos, em torná-los pessoas capazes de se diferenciar no meio onde estão inseridos,torná-los melhor. Ele aproveitava o momento de inquietação deles para exemplificar algumas questões do exercício e os fazia ficarem comportados. Dessa forma, o conteúdo, além de ser o correto para a série, adequou-se ao andamento da aula e foi abordado de forma construtiva. 
Sendo assim, podemos dizer que o docente, em tela, desenvolveu um trabalho produtivo com a turma, considerando a concepção de linguagem por ele adotada: linguagem como forma de interação que, segundo Geraldi (1997), possibilita mais que uma transmissão de informações, é vista como um lugar de interação humana. Ademais, preocupou-se com os alunos e isso pode ser o primeiro passo para mudar uma realidade, pois, de acordo com Geraldi (1997), para que mudemos uma realidade não é preciso desfazer-se totalmente dela, mas criar caminhos para que ela mude, melhore. 
Partindo das observações das aulas dos professores mencionados, fomos para a regência, fase em que pudemos entrar em contado direto com a turma (neste caso, no 6º E, conduzida pelo professor B) e experienciar toda a teoria vista em sala de aula ao longo do curso. Nesse sentido, fomos confiantes para a escola, pois tínhamos a chance de contribuir para aprendizagem dos pequenos jovens. Para isso, organizamos três momentos diferentes para atuarmos na sala: antes da leitura, durante a leitura e após a leitura do texto que seria trabalhado. 
A partir disso, desenvolvemos atividades que contemplassem, desde a discussão da temática até as questões de leitura, em suas etapas de compreensão e interpretação. No primeiro dia de aula, encaramos os alunos como se fôssemos ‘amigas’ deles, de forma que pudemos pedir silêncio e atenção sem que eles olhassem pelo lado negativo, autoritário e, dessa maneira, seguimos nos dois dias de aula previstos. 
Desde as atividades de resgate do conhecimento prévio até as atividades sobre o poema (Bons Amigos) de Machado de Assis oportunizaram momentos de reflexão, uma vez que fizeram os alunos praticarem a arte de pensar, antes de dar a resposta solicitada. Com isso, pudemos verificar o grau de dificuldade encontrado nos alunos em relação à interpretação textual. Isto nos levou a destacar um ponto negativo que se traduz num grande problema enfrentado desde sempre na educação brasileira: deficiência na leitura e, consequentemente, na escrita, pois observamos que, mesmo os alunos estando no 6º ano do ensino fundamental (muitos sendo repetentes), o problema com a leitura e a escrita ainda é recorrente.
Por outro lado, destacamos, como ponto positivo, o respeito e consideração dos alunos para conosco. Mesmo eles tendo dificuldades para responder as questões, ainda assim tentavam e conseguiam dar respostas possíveis aos questionamentos, conseguiram terminar a atividade e, acima de tudo, esforçaram-se. 
A observação e a regência oportunizaram momentos únicos e nos fizeram refletir e perceber o quanto ainda falta para se alcançar a melhoria no ensino de língua portuguesa. Nas observações, deparamo-nos com posturas aceitas e não aceitas em sala de aula que nos fizeram parar para pensar e tentar visualizar possíveis mudanças para que se efetive, de fato, um avanço no ensino. Na regência, pudemos pôr em prática tudo que acreditamos ser importante no processo de ensino e aprendizagem da língua e pudemos fortalecer as aulas com o embasamento teórico que adquirimos no curso de letras, inclusive como se portar frente uma turma, pois sabemos que, em escolas públicas, as salas são, em sua maioria, superlotadas. 
Nesse sentido, o estágio, de maneira geral, contribuiu, de forma satisfatória, para o nosso desenvolvimento enquanto professorandas, acadêmicas do curso de licenciatura em letras, e nos trouxe a responsabilidade de ir em busca de um futuro diferente, pois o contato que tivemos com a turma do 6º ano E nos permitiu enxergar o que há de ruim e o que há de bom para que, futuramente, possamos melhorar. Portanto, fez-nos olhar para as necessidades de aprendizagem dos alunos como uma prioridade e a escola, como uma entidade maior, a principal responsável para que isso ocorra.
Como o tempo para a regência foi muito curto, tivemos que adaptar algumas atividades para que pudesse se encaixar no tempo preestabelecido. Isso se concretiza como uma pequena falha na estrutura do estágio, pois, para que pudéssemos desenvolver um trabalho, de fato, produtivo, precisaríamos ter passado por todas as etapas da sequência didática. Contudo, esse contratempo não comprometeu o andamento das atividades da regência e nem nos impossibilitou de realizar todo o cronograma previsto.
Na escola, sempre cabe ao professor a tarefa maior que é a de oportunizar momentos dinâmicos, interativos que tornem o aprendizado das crianças mais prazeroso. Dessa forma, nós, como futuras professoras, pudemos promover e experimentar um pouco esses momentos e, com isso, estreitamos alguns laços afetivos com a turma. Alguns alunos se sentiram muito felizes com nossa presença na sala. Na hora da atividade faziam questão de nos chamar para tirarem as dúvidas, conversar. 
No momento em que estávamos recolhendo as plaquinhas, que tínhamos produzido para as fotos no final da aula, um aluno nos perguntou se podia ficar com uma e nós dissemos que sim e, depois, ele disse que não a queria. Em seguida, veio até nós e disse que iria ficar com a plaquinha para lembrar-se de nós. Esse momento nos marcou, pois sentimos que todo o trabalho, todo o esforço para que tudo saísse como o planejado, valeu à pena. Eles propuseram mais momentos como esses, no entanto, tivemos que finalizar e agradecer pela acolhida. 
5 Problematização
	Dentre os problemas encontrados, na escola, relacionados ao processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa, destacamos as lacunas nas habilidades de leitura e de escrita dos alunos do 6º ano do ensino fundamental. Percebemos que a turma, no momento de responder às atividades, sentiu dificuldade não apenas na leitura, mas em passar para o caderno suas respostas. A maioria dela tem problema com a escrita: regras gramaticais, ortografia, concordância etc., o que se torna um fator preocupante. Além disso, é bastante heterogênea: alunos oriundos de bairros diferentes, com faixa etária também diferenciada, muitos repetentes etc. Alguns alunos repetentes têm um pouco mais de dificuldade do que os que estão estudando, normalmente, em sua série. 
Partindo disso, pudemos levantar algumas questões acerca dessa realidade: a) formação inicial do professor, que poderia impossibilitar ou não um trabalho minucioso com a leitura e a escrita; b) a metodologia adotada pelo professor pode não ser adequada; c) o descaso do docente, por falta de uma remuneração adequada as suas horas de trabalho, o que pode ocasionar um ensino superficial de leitura e de escrita; d) a falta de motivação dos alunos. Há que se considerar esses fatores como uma constante nas escolas públicas, que perpassam pelo ensino de língua por muitos anos, e procurar saná-los com algumas possíveis considerações.
Primeiramente, levando em consideração todas as questões levantadas, seria necessário um trabalho contínuo com a leitura e a escrita, tomando como base uma sequência didática (SD), pois nesta, está inclusa todas as práticas de linguagem (leitura, escrita e análise linguística) e elas podem ser trabalhadas de forma sistemática, por meio de atividades. No interior da SD, além das atividades trabalhadas em torno de um gênero, há, ainda, exercícios que resgatam todos os conhecimentos que os alunos já carregam consigo e os ajudam a construir um novo sentido àquilo que estão estudando.
Ademais, considerar, também, a formação do professor. O profissional que, por insuficiência teórica no decorrer de seu curso de graduação, deixa lacunas em sua prática, necessita do apoio escolar para buscar auxílio e este pode ser encontrado em projetos de formação continuada ou em cursos profissionalizantes que, consequentemente, ajudaram-no na metodologia em sala. Por fim, a necessidade de motivação dos alunos. Tendo em vista todo o trabalho de formaçãodo professor, trabalho com a SD e a mudança de metodologia, os alunos terão uma maior chance de se sentirem mais à vontade em sala de aula e terão a oportunidade de conhecer um ensino diferenciado, a partir da nova abordagem metodológica tomada pelo professor.
6 Considerações finais
Com as nossas experiências de observação das aulas e da regência, podemos concluir que a maneira como foi repassado o ensino de língua materna e os procedimentos que foram adotados pelos professores, foram de grande importância para um bom andamento de suas aulas, pois recorreram a varias atividades que puderam aumentar as habilidades e o aprendizado dos alunos. Esses procedimentos didáticos, somados à ótima estrutura da escola, fazem com que uma parte de seus alunos tenha mais facilidade no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que, o ambiente escolar influencia bastante nesse processo.
Nesse sentido, por meio da disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental, pudemos fazer algumas reflexões sobre os métodos que são utilizados para o ensino e, também, possibilitou-nos repensar no modo como queremos agir, na condição de docente. As experiências que vivemos serviram, ainda, para aprimorar nossos conhecimentos e juntaram-se com os conhecimentos já adquiridos durante as aulas no curso de letras. Portanto, serão de suma importância para nossa formação profissional, como futuras professoras. 
Dessa forma, notamos, na prática, que o papel do professor, vai além dos limites da sala de aula, pois precisa de apoio tanto interno (na escola) quanto externo, precisa superar as dificuldades, ter habilidades para se relacionar bem com os alunos. Enfim, precisa ter a capacidade de resolver problemas, quando necessário, e utilizar todas as suas experiências vividas e adquiridas para mudar a realidade que encontrar pela frente. 
7 Referências
GERALDI, J. W. (Org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.
MENEGASSI, R. J. Perguntas de leitura. In: MENEGASSI, R. J. Leitura e ensino. 2. ed. Maringá: Eduem, 2010.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.
8 Anexos

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