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1 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD INTRODUÇÃO Doença infecciosa, febril aguda Agentes etiológicos- Plasmodium (Vivax, Falciparum, Malarie, Ovale) Transmitida ao homem através da picada do mosquito fêmea do gênero anófeles De acordo com a OMS, cerca de 90% dos países são afetados pela malária e 40% da população mundial vive em área de risco de contrair a infecção. Em regiões de clima tropical e subtropical que apresentam condições ambientais, socioeconômicas e culturais que favorecem a transmissão da doença Anualmente surgem de 300-500 milhões de novos casos, levando a morte 1,5 a 2 milhões de pessoas Problema de saúde pública a nível mundial No Brasil os maiores números de casos ocorrem na região amazônica, essa região é responsável por 99% dos casos aqui no pais Cerca de 560.000 casos anuais Maior índice: Rondônia: 64,4/1000 hab Amazonas: 46,3/1000 hab Pará: 17,6/1000 hab A região Nordeste não é uma região endêmica para a malária, no entanto, já foram descritos casos na região Os casos registrados, são casos importados, ou seja, são casos de pessoas que se infectaram em regiões endêmicas e que essas pessoas viajaram que migraram para a região nordeste, apresentando a sintomatologia e consequentemente sendo diagnosticado No ano de 2019 foram notificados na PB mais de 20 casos, foram casos autóctones, ou seja, casos onde os indivíduos infectados adquiriram a malária no próprio estado P. ovale (terçã benigna): NÃO OCORRE NO BRASIL P. vivax (terçã benigna): 79% P. falciparum (terçã maligna): 20% P. malariae (quartã benigna): 1% CLASSIFICAÇÃO Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoea Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Esse protozoário apresenta na sua estrutura um complexo apical, formado por estruturas como conoides, rockers, micronemas, e grânulos densos. Essas estruturas são responsáveis pelo reconhecimento das células hospedeiras, pela adesão e penetração do protozoário na célula hospedeira MORFOLOGIA O plasmódio assume diversas formas durante o ciclo evolutivo dependendo do hospedeiro no qual se encontra Forma extracelulares: esporozoitos e merozoitos ESPOROZOITOS: células alongadas, que medem cerca de 11m de comprimento por 1m de largura. Núcleo único e central; Apresenta o complexo apical formado por anéis polares. A membrana externa apresenta duas camadas. Formas parasitarias que são inoculadas no hospedeiro vertebrado pelo inseto vetor (fêmeas do gênero anopheles), são essas formas que o inseto vetor quando infectado apresentam as suas glândulas salivares MEROZOITOS: são arredondados e menores, medem de 1-5m de comprimento e 2m de largura. Núcleo único e centralizado. Membrana composta por 3 camadas. Invadem apenas os eritrócitos. Forma intracelulares: trofozoita e esquizonte TROFOZOITA: vai se apresentar inicialmente como jovem e posteriormente como maduro, que irá sofrer um processo de multiplicação ou seja de reprodução assexuada (esquizogonia) que ia da origem a outra forma parasitária, o ESQUIZONTE ESQUIZONTE: massa citoplasmática multinucleada. Final da esquizogonia ira se dividir e originar novos merozoitos MACROGAMETÓCITOS: são gametófitos femininos MICROGAMETÓCITOS: são gametófitos masculinos OBS: essas formas (macrogametocitos e microgametocitos) não vão mais evoluir no hospedeiro 50% DA TOTALIDADE DOS CASOS BRASIL 2 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD vertebrado, só irão evoluir se forem ingeridas pelos hospedeiros invertebrados que são os insetos fêmea. CICLO DO PASMODIUM SP. A transmissão se dá através da picada do inseto fêmea, quando esta apresenta- se infectada, pois ela mantém nas suas glândulas salivares as formas trofozoitas do plasmódio Essas formas são inoculadas no tecido subcutâneo do hospedeiro vertebrado e passam pouco tempo nesse tecido. Logo alcançam a circulação sanguínea linfática e em cerca de 30 min os esporozoitos já são encontrados no fígado, no interior dos hepatócitos. Através do sistema porta-hepático Quando os esporozoitos invadem os hepatócitos, eles irão sofrer transformações atingindo a forma de trofozoito (teciduais ou exo eritrocítico) Em seguida os trofozoitos irão sofrer um processo de multiplicação assexuada (esquizogonia), formando o esquizonte e esse se divide originando vários merozoitos teciduais Plasmodium vivax e ovale, alguns esporozoitos quando invadem os hepatócitos eles não evoluem, adquirem a forma de hipinozoitos, pois eles ficam latentes no interior dos hepatócitos Após a formação dos merozoitos, irão romper os hepatócitos e serão liberados. Eles alcançam o interstício e posteriormente a circulação sanguínea nos eritrócitos. Transformando- se em trofozoitos Esses trofozoitos irão sofrer multiplicação através da esquizogônica, ou seja, vão sofrer multiplicação do tipo assexuada por esquizogônica, dando origem ao esquizonte. Após a formação do esquizonte, em seguida vai haver a divisão originando merozoitos sanguíneos (formados no interior dos eritrócitos), promovendo em seguida a ruptura desse eritrócito e serão liberados Os merozoitos sanguíneos liberados irão invadir novos eritrócitos não parasitados e o ciclo continua. Depois que várias gerações de merozoitos ocorrem, esses merozoitos ao invadirem novos eritrócitos, não mais irão se transformar em trofozoitos jovens, vão se transformar em células parasitarias Após o parasito assumir a forma de macrogametocito e de microgametocito, essas formas parasitárias elas não mais irão evoluir no hospedeiro vertebrado, elas so irão evoluir quando forem ingeridas durante o hematofaguíssimo pelo vetor especifico da transmissão da malária, pelas insetos fêmeas do gênero anófeles. Após a ingestão das formas parasitarias dos macros e microgamatocitos, esse inseto vetor ele pode ingerir também eritrócitos contendo trofozoitos, eritrócitos contendo esquizontes e eritrócitos contendo os macros e microgametócitos. No entanto só os macro e micro gametocitos irão evoluir no interior desse inseto. As outras formas parasitarias ingeridas serão digeridas pelo inseto vetor Os gametocitos no intestino médio do inseto eles irão sofrer um processo, denominado de esflagelação, cada microgametocito ira da origem a oito microgametas e cada macrogamatocito ira da origem a 1 macrogameta. Cada microgameta ira fecunda 1 macrogameta, formando assim o ovo zigoto, ele é móvel e atinge a parede do intestino médio, se fixando na camada epitelial do órgão, passando a ser chamado de oocisto Inicia-se o processo de divisão esporogonico e após a ruptura do oocisto, os esporozoitos formados são liberados e atingem as células das glândulas salivares do mosquito Os esporozoitos irão se dirigir para as glândulas salivares do inseto, deixando esse inseto apto a infectar um novo hospedeiro 3 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD TRANSMISSÃO A transmissão via vetorial é o mecanismo de maior importância epidemiológica na transmissão da malária, é o mecanismo que leva ao maior número de casos da doença Essa transmissão vetorial se dá durante o hematofaguíssimo das fêmeas do mosquito do gênero anopheles. Sendo as principais espécies aplicadas (anopheles Darling e o anopheles aquasalis) Esses mosquitos quando infectados eles apresentam em suas glândulas salivares as formas esporozoitas e durante o hematofagismo, essas formas são inoculadas no tecido subcutâneo do hospedeiro determinando assim a infecção Transfusão sanguínea Transplante de órgãos Infecção Congênita PATOGENIA A passagem do parasito pelo fígado, ou seja, o ciclo exoeritrocítico/tecidual ele não é patogênico, portantonão leva a manifestação clinica Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelo surgimento dos sintomas. Durante o ciclo eritrocítico, ao final da esquizogonia ocorre a destruição dos eritrocitos, com consequente liberação dos parasitos e de seus metabólicos (hemozoina) na circulação sanguínea. Isso vai provocar uma resposta imunológica do hospedeiro, determinando alterações morfológicas e funcionais, o que leva ao aparecimento das manifestações clinicas MECANISMOS DETERMINANTES Destruição dos eritrócitos (anemia) Parasitados e não parasitados Aumento da fagocitose esplênica Participação de auto anticorpo Disfunção da médula óssea por citocinas Toxidades pela liberação de citocinas Febre e mal-estar Ruptura das hemácias Liberação de citocinas: TNF-, IL-1, 1L-6 e IL-8,atuam direta ou indiretamente sobre o parasito ↑ TNF- lesão endotelial pior prognostico da malária, pelas lesões endoteliais que essa citocina pode determinar, levando ao extravasamento de plasma para os espaços intersticiais de órgãos nobres, como os alvéolos e glomérulos, podendo produzir manifestações, portanto da malária grave pulmonar e renal Inibição das gliconeogênese Sequestro dos eritrocitos parasitados na rede capilar Modificação na superfície do eritrócito parasitado Proteinas do parasito (PfEMP1) Adesão ao endotélio capilar e rosetas ICAM-1, CS-A e CD-36 Lesão capilar por imunocomplexos Deposição de imunocomplexos (Ag-Ac) Plasmodium malariae Lesoes teciduais Glomerulos (alterando a permeabilidade) Perda maciça de proteínas ASPECTOS CLÍNICOS Malária não complicada O período de incubação da doença geralmente varia de 7 a 14 dias, podendo chegar a vários meses dependendo da espécie O ataque agudo (acesso malárico), caracteriza- se por episódios de calafrio, febre, sudorese e prostração. São acompanhados de mal-estar, cefaleia, náuseas, vômitos e mialgia Após os primeiros paroxismos a febre pode passar a ser intermitente Malária grave ela pode pulsar com prostração, alteração da consciência, dispneia, convulsão, hipotensão arterial, edema pulmonar, hemorragias, hemoglobinúria, epilepsia, febre acima de 41ºC, oliguria O quadro clinico da malária ele pode ser leve, moderado ou grave, isso vai depender da espécie parasitaria, da carga parasitaria, ou seja, da parasitemia que o indivíduo apresenta o tempo da doença e do nível de imunidade adquirida pelo paciente A malária causada pelo Plasmodium falciparum, o acesso malárico geralmente ocorre a cada 48hrs, o diagnóstico da malária terçã maligna deve ser feito o mais precocemente possível, para ter o tratamento também seja feito de forma precoce evitando maiores consequências para esse indivíduo, inclusive a morte A malária causada pelo Plasmodium vivax, geralmente ocorre a cada 48hrs, as principais complicações da malária denominada de terçã benigna é a anemia e as alterações esplênicas Uma infecção causada pelo Plasmodium malarie, também chamada de quartã benigna o acesso ocorre a cada 72hrs, ocorre ao final da esquizogonia sanguínea, o ciclo eritrocítico ele é mais demorado. As principais complicações é a síndrome nefrotica e a anemia discreta 4 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD IMUNIDADE NA MALÁRIA Imunidade nata: ela independe de qualquer contato prévio com o parasita Anemia falciforme, os eritrócitos falciformes os níveis de potássio intracelular são baixos e isso ocorre em virtude da baixa afinidade HbS pelo oxigênio, o que causa a morte do parasita Imunidade adquirida: ela é especifica e estado especifica RN: IgG nos 3 meses de vida Hb fetal Idade adulta: reinfecções (semi-imines) Propensão as formas graves da malária Crianças: 4 meses aos 5 anos Gestantes Individuos de região não malarígena DIAGNÓSTICO Observar os sintomas da doença- diagnostico clinico Procedência da pessoa (onde mora, trabalha, ou veio de região endêmica) - diagnostico epidemiológico Fazer o exame de sangue- diagnostico laboratorial Métodos parasitológicos (gota espessa) e imunológicos Teste rápido (imunocromatografia): Ag Testes sorológicos (ELISA, IFI, HAI) PCR PROFILAXIA Tratamento imediato dos casos diagnosticados Busca de casos e investigação epidemiológica Orientação à população quanto à doença Uso de repelentes, mosquiteiros impregnados e roupas protetoras Uso de telas em portas e janelas Borrifação residual em todas as casas Aplicação especial de inseticidas nos horários de maior densidade vetorial Aplicação de larvacidas em criadouros do vetor TRATAMENTO P. vivax e P. ovale Cloroquina em 3 dias, Primaquina em 7 dias Cloroquina em 3 dias, Primaquina em 14 dias Do 4º dia em diante, usar apenas primaquina Cloroquina: comprimidos de 150 mg Primaquina infantil: comprimidos de 5mg Primaquina adulto: comprimidos de 15 mg P. malariae, P. vivax. P. ovale(gestantes e crianças ≤ 6 meses) Cloroquina em dias Cloquina: comprimidos de 150 mg P. falciparum Combinação fixa de artemeter + lumefantrina em 3 dias Comprimido: 20 mg de artemeter e 120 mg de lumefantrina Combinação fixa de artesunato + mefloquina em 3 dias Comprimido infantil: 25 mg de artesunato e 50 mg de mefloquina Comprimido adulto: 100mg de artesunato e 200 mg de mefloquina P. falciparum: 2º geração Quina em 3 dias, doxiclina em 5 dias e primarquina no 6º dia Sulfato de quinina: comprimidos de 500mg do sal Doxiclina: comprimidos de 100mg do sal Primaquina: comprimidos de 15 mg Malária na gravidez Cloroquina P. falciparum Quina + clidamicina (1ºtrimestre) Artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina 5 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD