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1 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Aula 32- Profa Cibelle Introdução à Farmacocinética FARMACOCINÉTICA Movimento dos fármacos em determinados compartimentos Existe 4 fases: absorção, distribuição, metabolismo e eliminação Dependendo da via de administração o fármaco ele precisa ser absorvido, ultrapassar uma barreia, e vai se encontrar na circulação sistêmica na forma de fármaco livre Esse fármaco livre, pode uma parcela dele, pode se encontrar ligado a uma proteína São distribuídos a tecidos alvos e não alvos Fármacos livres se liga a alvos terapêuticos Esse fármaco livre pode ser distribuído para os mais diversos tecidos. Interagir com receptores, ativar receptores gerando uma ação farmacológica Vai voltar para a circulação sistêmica Pode se dirigir a reservatórios teciduais Pode sofrer o processo de metabolização, gerando metabolitos Pode ser excretado O fármaco não precisa passar por todas essas fases Administração VE de um fármaco, sua biodisponibilidade é de 100% ABSORÇÃO Para que os fármacos sejam absorvidos, eles ultrapassem essas barreiras biológicas e umas dessas barreiras é a membrana plasmática As formas que esses fármacos ultrapassam essas barreiras: Absorção: passagem do fármaco do seu local de administração para o plasma Os fármacos que atravessam os lipídeos, são aqueles que apresentam características lipofílicas Quanto mais lipofílico for o fármaco mais facilmente ele atravessa a membrana plasmática Moléculas que passam pelos canais aquosos, são aquelas mais hidrofílicas Moléculas menores hidrofílicas através dos canais transportador Coeficiente de participação (p): coeficiente para a substância distribuída entre a fase da membrana e ambiente aquoso Quanto maior o P maior a lipofilicidade da substância maior absorção Lipossolubilidade: a solubilidade de um fármaco é um dos determinantes mais importantes das características farmacocinéticas de um fármaco, pois permite prever diversas propriedades Taxa de absorção intestinal Penetração no cérebro e outros tecidos Grau de eliminação Quanto maior a lipossolubilidade da substância, maior a taxa de absorção Quanto maior a lipossolubilidade da substância, menor será o grau de eliminação 2 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD 1. Anfotericina b: Antifúngico Mal absorvida no trato GI Via oral eficaz apenas para fungos no lúmen do GI Via oral não deve ser empregado para doenças sistêmicas, porque o fator de absorção não contribui para sua biodisponibilidade 2. Entecavir: Hepatite B Biodisponibilidade- quase 100%, mas é reduzida com a presença de alimento 3. Itraconazol: Antifúngico A absorção é aumentada por alimentos ou pH gástrico baixo Baixa disponibilidade, embora potente ciclodextrano molécula transportadora aumenta a solubilidade e biodisponibilidade do itraconazol Esse ciclodextrano aumenta a capacidade de absorção do Itraconazol 4. Mebendazol: Anti-helmínticos Absorção aumentada com refeição rica em gordura 5. Foscarnete: Citomegalovírus Biodisponibilidade: oral é baixa e ocorrência de intolerância GI inviabilidade da administração oral PKa da substância: é um valor dado a substância que vai informar, se é uma substância ácida ou se é uma substância básica Substância com o pKa mais baixo, tende a ser mais ácidas Pka mais alto, significa que é uma substância mais básica Ph é relacionado com o meio; ph baixo o meio é mais ácido; ph alto o meio é mais básico Forma neutra será mais absorvida A substância quando se encontra na forma neutra é que tem mais facilidade de passar pela membrana Dependendo do pKa da substância, e dependendo do ph do meio, essa substância pode ter sua absorção facilitada ou não Substâncias ácidas, em meio ácido, tem sua absorção favorecida Para uma substancia básica, para que ela seja bem absorvida, o seu ph precisa ser básico também Fatores que afetam a absorção dos fármacos: Mecanismo de primeira passagem: Ocorre quando “o fígado tem a oportunidade de metabolizar os fármacos antes de alcançarem a circulação sistêmica e, portanto, antes de atingirem seus órgãos-alvo. ” (Golan, 2015) PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Proteínas plasmáticas: Albumina - Globulina Glicoproteína ácida Fatores que influenciam a ligação: ↑ Concentração do fármaco livre ↑ Afinidade pelos sítios de ligação ↑ Concentração de proteínas 3 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Ligação entre proteína plasmática e fármaco é saturável, visto que a quantidade de fármaco presente vai ser estável Ligação entre fármacos e proteínas plasmáticas: Ocorre entre interações hidrofóbicas, que varia de acordo com a estrutura química do fármaco e também da composição química do sitio de ligação da proteína plasmática Forças eletrostáticas, que são aquelas que estão baseadas nas diferenças de cargas Quanto maior a quantidade de fármacos livres no espaço vascular, maior será o número de fármacos ligados a esses receptores, maior será a eliminação A ligação às proteínas plasmáticas tende a: Reduzir a disponibilidade de um fármaco para difusão ou transporte no órgão-alvo Reduzir o transporte de fármacos em compartimentos não vasculares, como o tecido adiposo e o músculo A extensão da ligação proteica retarda a eliminação do fármaco A competição entre fármacos pela ligação proteica pode levar a interações medicamentosas Metronidazol: É quase completamente absorvido, quando administrado VO Apenas 20% do metronidazol se liga às proteínas plasmáticas Fármacos que não são lipossolúveis ficam confinados principalmente no plasma e no liquido intersticial. A maioria não penetra no cérebro após dose aguda Fármacos lipossolúveis chegam a todos os compartimentos, podendo acumular-se na gordura Barreira hematoencefálica O cérebro é inacessível para a maioria dos fármacos que são insuficientes lipossolúveis Anfotericina B Distribui-se amplamente na maioria dos tecidos Distribuição no LCE: 2 a 3% do nível sanguíneo terapia intratecal (no espaço subaracnóidea) para tipos de meningite fúngica PRÓ- FÁRMACOS São precursores inativos metabolizados em metabólicos ativos Zidovudina: Só é fosforilada em seu metabólito ativo em células que contem a apropriada transcriptase reversa, conferindo, assim, seletividade para as células infectadas com o HIV Vanciclovir e Fanciclovir: São pró-fármacos do aciclovir e do peniciclovir Suas biodisponibilidades são maiores do que o aciclorvir e peniciclovir LIPOSSOMAS São vesículas diminutas formadas por bicamadas concêntricas de fosfolipídios preenchidas por fármacos insolúveis em lipídeos, que ficam retidos até o lipossoma se rompa Em temperaturas altas faz com que o lipossoma se rompa Anfotericina B: Vantagem: menos nefrotóxica e mais tolerável que a forma convencional (IV) DISTRIBUIÇÃO Principais compartimentos líquidos do organismo expressos em porcentagem do peso corporal Dentro dos compartimentos aquosos, as moléculas dos fármacos podem ser encontradas: Livres em solução ou na forma ligada Na forma de mistura em equilíbrio (depende do pKa da substância e o Ph do meio) das formas com carga ou sem carga, sendo que a posição do equilíbrio depende do Ph São essas formas livres que vão conseguir ser transportadas para outros compartimentos 4 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD O padrão de equilíbrio de distribuição entre os diversos compartimentos depende da: Permeabilidade através das barreiras teciduais Ligação dentro dos compartimentos Partição pelo pH Partiçãoóleo: água Fármacos que não são lipossolúveis ficam confinados principalmente no plasma e no liquido intersticial. A maioria não penetra no cérebro após dose aguda Fármacos lipossolúveis chegam a todos os compartimentos, podendo acumular-se na gordura Distribuição e eliminação dos fármacos após administração intravenosa A medida que esse fármaco vai sendo distribuído para os tecidos, então a concentração plasmática desse fármaco vai diminuindo rapidamente A que esse fármaco começa a ser eliminado, esse processo acontece de forma mais lenta Imediatamente após a administração intravenosa de um fármaco, a sua concentração plasmática declina rapidamente, à medida que o fármaco presente no compartimento vascular se distribui para outros compartimentos do corpo Esse rápido declínio é seguido de um declínio mais lento à medida que o fármaco é metabolizado e excretado do corpo Barreira hematoencefálica: o cérebro é inacessível para a maioria dos fármacos que são insuficientemente lipossolúveis Anfotericina B: Distribui-se amplamente na maioria dos tecidos Distribuição no LCE: 2 a3% do nível sanguíneo terapia intratecal (espaço subaracnóidea) para tipos de meningite fúngica METABOLISMO Tem a finalidade de converter, através de enzimas lipofílicas em produtos mais polares, sendo eliminados na urina Metabolização de fármacos Fase I: Biotransformação Nessa fase o fármaco vai ganhar uma determinada porção estrutural, que vai facilitar que ele seja conjugado na fase 2 Reação de oxidação Reação de redução Reação de hidrólise Fase II: Conjugação Reação de glicuronidação Reação de sulfatação Reação com glicina Reação de acilação* Reação de metilação* Reação com glutationa ↓ Faz com que o fármaco seja mais polar OBS: * Quando o fármaco sofre essas duas reações, ele não vai aumentar sua polaridade, vai fazer com que o fármaco fique mais apolar Lipofílico Hidrofílico O fármaco não precisa necessariamente passar por todas as fases 5 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Metronidazol: Quando ele passa pela reação de fase 1, principalmente a reação de oxidação, ele vai gerar um metabólico hidroxilado, e 50% de sua ação se dá pelo metabolito hidroxilado do metronidazol Metabólito originado: hidroxilado apresenta 50% da atividade antitricomonas exibido pelo metronidazol Metabolismo de primeira passagem: Consiste na eliminação do fármaco antes de chegar à circulação sistêmica, reduzindo a biodisponibilidade do fármaco, mesmo quando ele é bem absorvido no intestino Valciclovir: Pró-fármaco Administração oral primeira passagem no fígado aciclovir Biodisponibilidade: 54-70%; Aciclovir: 15-20% Fanciclovir: Pró- fármaco Metabolismo de primeira passagem Penciclovir Biodisponibilidade: 70% Indução e inibição enzimática: Fármaco A: indutor de CIP450 Fármaco C: inibidor competitivo de CIP450 Fármaco I: inibidor irrevérssível de CIP450 Alguns fármacos eles são capazes de promover a indução enzimática da CIP450, e outros também podem promover a inibição enzimática Se tem um fármaco que promove essa indução enzimática, significa dizer que ele vai acelerar a metabolização do fármaco Quando se tem um fármaco que inibe essa ação enzimática, significa dizer que ela não vai ser capaz de promover processos de metabolização Indução: aumenta a expressão da CIP450 ↑ número de enzima, ↓ tempo de meia-vida do fármaco Consequencias da indução enzimática da CIP450: O fármaco pode aumentar o seu próprio metabolismo 6 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD Um fármaco pode aumentar o metabolismo de outro fármaco coadministrado pode resultar em diminuição das concentrações do fármaco abaixo dos seus níveis terapêuticos se forem administradas doses convencionais desses fármacos Indução das enzimas P450 ou algumas das outras enzimas de biotransformação pode resultar na produção de níveis tóxicos dos metabólitos reativos dos fármacos, resultado em lesão tecidual ou outros efeitos colaterais Consequência da inibição enzimática do CIP450: Redução do metabolismo do fármacos que são metabolizados pela enzima inibida os níveis do fármaco podem alcançar concentrações tóxicas e também pode prolongar a presença do fármaco ativo no corpo Fígado CIP450: responsáveis pela oxidação de fármaco Inibição e Indutores de P450 7 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD ELIMINAÇÃO Renal, biliar, fezes, suor, respiração, leite materno Principal via de eliminação é a via renal Os fármacos mais hidrofílicos eles tendem a ser liberados através da via renal A via biliar é mais para aos fármacos lipofílicos As fezes são para os fármacos administrados via oral 8 MARIA EDUARDA DE SÁ FARIAS-MAD EXCREÇÃO RENAL Fatores que afetam a excreção renal dos fármacos: Taxa de filtração glomerular Secreção tubular Reabsorção tubular Fatores que afetam a quantidade de fármacos à nível de glomérulo: Fluxo sanguíneo Taxa de filtração glomerular Ligação às proteínas plasmáticas Ph urinário: Ph ácido: favorece a reabsorção dos ácidos fracos Ph básico: favorece a reabsorção das bases fracas EXCREÇÃO BILIAR São excretados pela via biliar os fármacos Lipossolúveis De alto peso molecular
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