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Prevenção do câncer de colo uterino O papilomavírus humano (HPV) é considerado o agente da infecção viral sexualmente transmissível mais prevalente em todo o mundo. Para que ocorra o câncer do colo uterino, é necessário que tenha tido contato com algum tipo oncogênico do HPV. A maioria dos indivíduos sexualmente ativos (mais de 80%) se infectará em algum momento da vida. No entanto, as infecções serão predominantemente assintomáticas e serão clareadas em cerca de dois anos DNA vírus Família Papillomaviridae Risco oncogênico: depende do tipo de HPV e da lesão tecidual provocada pela infecção Transmitido por contato e não somente pelo sendo sexual Maioria das mulheres se infecta nos primeiros anos de atividade sexual, entre 15 e 25 anos Comportamento do vírus após infecção: eliminação após fase aguda, infecção latente e infecção ativa – progressiva e podendo evoluir pro câncer A integração do genoma vital com o genoma humano está associado à HPV de alto risco: controle do ciclo celular e população de células por ele infectadas Baixo risco oncogênico: 6, 11, 26, 42, 44, 54, 70, 73 Alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66 Os de baixo risco oncogênico são aquelas que vão provocar lesões verrucoides a nível vulvar ou vaginal. Câncer Caroline Pires – Medicina de colo uterino O papilomavírus humano (HPV) é considerado o agente da infecção viral sexualmente transmissível mais prevalente Para que ocorra o câncer do colo uterino, é necessário que tenha tido contato com algum tipo A maioria dos indivíduos sexualmente ativos (mais de 80%) se infectará em algum momento da vida. No entanto, as infecções serão predominantemente assintomáticas e serão depende do tipo de HPV e da lesão tecidual provocada pela Transmitido por contato e não somente Maioria das mulheres se infecta nos primeiros anos de atividade sexual, entre Comportamento do vírus após infecção: iminação após fase aguda, infecção progressiva e A integração do genoma vital com o genoma humano está associado à HPV de alto risco: controle do ciclo celular e população de células por ele infectadas. , 26, 42, 44, 54, 70, , 31, 33, 35, 39, 45, oncogênico são aquelas que vão provocar lesões verrucoides a nível São tipos menos prejudiciais a saúde são os tipos mais comuns). Os de alto risco oncogênico sendo o 16 e 18 os tipos mais comuns, são vírus que podem provocar e evoluir para um câncer. Os tipos 6, 11, 16 e 18, são os tipos de vírus que a vacina quadrivalente é protegida. A evolução das lesões depende do tipo de tecido/local acometido, carga viral, persistência da infecção, tabagismo, fatores nutricionais e genéticos, estado imunológico do paciente. Está presente na maior parte dos cânceres de colo de útero (99%) É um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer de colo uterino. Não é toda paciente que tem um vírus de alto risco oncogênico que vai evoluir para câncer âncer de colo uterino Medicina UNIFTC 2021.1 menos prejudiciais a saúde (6 e 11 oncogênico sendo o 16 e 18 os tipos mais comuns, são vírus que podem provocar e evoluir para um câncer. , são os tipos de vírus que quadrivalente é protegida. A evolução das lesões depende do tipo de tecido/local acometido, carga viral, persistência da infecção, tabagismo, fatores nutricionais e genéticos, estado imunológico do Está presente na maior parte dos cânceres de É um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer de colo uterino. Não é toda paciente que tem um vírus de alto risco oncogênico que vai evoluir para câncer Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Neoplasias intra-cervicais (NIC) Atipias celulares limitadas ao epitélio de revestimento da cervix, sem ruptura da membrana basal. nfecção pode ocorrer em células da camada basal do epitélio escamoso, células subcilíndricas de reserva, células reparativas e, mais recentemente, foi descrito um tipo específico de células originalmente da junção escamocolunar denominado de células juncionais. Dependendo da forma em que o vírus interaja com a célula e com o tipo celular, podem aparecer, ou não, lesões morfológicas diagnosticadas clinicamente ou por citologia ou biópsia. A maioria das infecções será identificada apenas por métodos de detecção do DNA viral (por biologia molecular), não havendo lesão morfologicamente detectável. São as infecções latentes. Tendem a desaparecer espontaneamente em cerca de dois anos Modificações intracelulares que são classificadas em: NIC I NIC II NIC III A história natural dessas neoplasias é um continuo progresso das lesões podendo levar ao câncer cervical. Sendo assim, o câncer não surge de maneira espontânea, há uma evolução de um epitélio que era normal, foi infectado pelo HPV, houve uma lesão de baixo grau (NIC I), numa minoria dos casos essa lesão vai evoluir para alto grau e com isso, pode evoluir para câncer. Os cofatores tem seu papel fundamental na transição da infecção viral para as neoplasias de colo uterino: Do hospedeiro ou do HPV (de tipo oncôgenico). Lesões pré-neoplásicas do epitélio escamoso Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL): NIC I Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL): NIC II e III Células escamosas atípicas (ASC) de significado indeterminado (ASC-US) ou células escamosas atípicas que não permitem excluir uma lesão intraepitelial escamosa de alto grau (ASC-H) Carcinomas escamosos in situ *Para diagnóstico dessas lesões, é feita pelo papanicolau, colhendo material pelo especulo. Com laudo feito pelo citologista. Lesões pré-neoplásicas do epitélio colunar AGC: Células glandulares atípicas de significado indeterminado AIS: Adenocarcinoma in situ Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Neoplasias intra-cervicais Características citológicas LIE-BG: Células com núcleo aumentado e hipercromático, cromatina bem distribuída ou granular e cavitação perinuclear (coilocitose). LIE-AG: Células imaturas isoladas, em placas ou sincícios com relação N/C aumentada. Presença de hipercromasia, núcleos com cromatina granular. Achados colposcópicos No epitélio aceto-branco, demonstra um colo que reagiu com ácido acético. Já o de Schiller positivo representa um colo que não corou com iodo. Diagnóstico Citologia: O exame citopatológico é um método de estudo morfológico de alterações celulares, em esfregaços, que, no caso do epitélio escamoso, podem ser classificadas conforme o tipo de lesão causada pelo HPV, como lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). A infecção, no entanto, pode ocorrer e o exame de citologia não ter alteração ou ter alterações ditas como equívocas e denominadas de células escamosas de significado indeterminado (ASC-US), células escamosas atípicas, em que não é possível afastar lesão de alto grau (ASC-H), e células glandulares endocervicais atípicas. O material é coletado pelo exame Papanicolau. Citopatologia de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL). Citopatologia de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). Colposcopia: A colposcopia é um método de magnificação que exige habilidade do examinador para determinar, em caso de anormalidade, o sítio adequado para a realização de biópsia, se indicada. Tem nomenclatura própria e define lesões de maior relação com HSIL no colo. Além disso, Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 a colposcopia tem sido útil para os outros sítios como vulva, vagina, pênis e ânus. Lesão induzida por HPV positiva na imunoistoquímica. Histopatologia: O exame histopatológico é considerado o padrão-ouro no diagnóstico das lesões induzidaspelo HPV, mas não do HPV. O padrão-ouro para diagnóstico da infecção é a biologia molecular, pesquisa do DNA do vírus. Conforme já discutido anteriormente, as lesões escamosas passaram a ter nomenclatura única e bimodal. O diagnóstico das lesões glandulares endocervicais (adenocarcinoma) não mudou em termos de nomenclatura, mantendo-se em dois estágios o adenocarcinoma in situ e o adenocarcinoma invasor. Biologia molecular: É importante entender que as técnicas de detecção do DNA-HPV diagnosticam a infecção, mas não a lesão. É um recurso que tem um custo, por isso deve ser usado apenas em situações com evidência de benefício para a paciente. Correntemente duas plataformas têm sido utilizadas: a captura híbrida de segunda geração e a técnica de PCR (reação de cadeia de polimerase). Esta última, considerada padrão-ouro, permite a genotipagem viral, embora em alguns casos apenas para os tipos 16 e 18. Tratamento Lesões de baixo grau (NIC I) Conduta expectante e acompanhamento. Lesões de alto grau Conização (cirurgia clássica e laser ou eletrocirurgia). O importante é que se retire completamente a área do colo que está comprometida para que seja investigada LSIL: pode ser expectante com seguimento até sua involução. Quadros persistentes podem ser tratados com métodos destrutivos, imunomodulação ou exérese dependendo da gravidade; HSIL: dependendo da idade pode ser seguimento (≤ 24 anos) ou tratamento (> 24 anos). Lesão clínica: pode ser por imunomodulação, exérese ou destruição conforme o sítio, número de lesões e experiência do especialista. Cancer de colo uterino Caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão (comprometimento e invasão da membrana basal). Dois tipos principais: Carcinoma epidermoide e Adenocarcinoma (epitélio granular) Disseminação: Continuidade e contiguidade dos tecidos adjacentes (comprometimento de vagina, reto, bexiga); embolização linfática (metástase a distância). Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Epidemiologia Em todo o mundo, a cada ano, meio milhão de mulheres são vitimas do câncer de colo uterino Terceiro tumor mais frequente na população feminina, e a quarta mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Maiores taxas de incidência: América do Sul, África Sub-Saárica, sul e sudeste da Ásia Fatores de risco Infecção genital persistente por HPV de alto risco; Tabagismo; Número elevado de parceiros sexuais – por aumentar o nível de exposição da paciente ao vírus; Doenças sexualmente transmissíveis – precisam ser investigadas para todas as DST’s; Imunodeficiência pelo vírus HIV ou de modo geral, pois vai comprometer a resposta imunológica do hospedeiro e favorecer a progressão das lesões de HPV. Quadro clínico Estágio inicial Assintomática e lesões subclínicas Estágio avançado Sangramento vaginal, dores abdominais, secreção vaginal anormal, problemas urinários e intestinais. Estágio avançado do câncer Prevenção Primária Relacionada a diminuição do risco de contágio pelo HPV; Uso de preservativos Vacinas A mulher que já teve HPV pode fazer uso da vacina, pois acredita-se que isso seja um reforço na imunidade contra o vírus, podendo ser algo benéfico. Secundária Diagnóstico precoce Rastreamento (coleta de materiais para análise e prevenção antes do desenvolvimento do câncer. Rastreamento O primeiro exame é clínico, feito no consultório; Exame de Papanicolau (coleta de material); Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Colposcopia (não necessariamente deve ser feita na primeira consulta Exame de Papanicolau Começa a ser realizado quando a mulher inicia sua vida sexual; Intervalo entre exames: Recomenda que seja feito anualmente. Após três exames anuais normais, repetir a cada 3 anos; É finalizado com mulheres na pós- menopausa com exames recentes normais (forma indivualizada para cada paciente); Considerar histórico da periodicidade e o resultado dos exames já realizados; Maior ou igual a 70 anos sem atividade sexual, com 3 exames normais na ultima década; Histerectomizadas (retirada do útero) por doença benigna;
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