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Bioquímica Fisiológica Equilíbrio Ácido-básico Tópicos 1: ● Importância da regulação do volume, da composição iônica e do pH dos fluidos biológicos; ● Potencial hidrogeniônico (pH) e de sistema tampão; ● Influência da variação de pH sobre as biomoléculas e as reações em nosso organismo; ● Mecanismos utilizados pelo nosso organismo para manter o pH dentro de seus limites; ● Sistema tampão bicarbonato (pKa= 6,1) como principal tampão do plasma sanguíneo; Composição Iônica dos Principais fluidos Corporais A concentração de cátions e ânions que estão presentes nos três principais fluidos corporais: ● Plasma - O sódio (Na+) representa o principal cátion, e o cloreto (Cl-) como o principal ânion, e em seguida o bicarbonato (HCO3-); ● Fluido Intersticial - Muito similar ao plasma, com as mesma características; ● Fluido intracelular - Distinto do plasma e do fluido intersticial, porque o principal cátion é o potássio (K+), e os principais ânions são representados por fosfato (PO4 3-) e proteínas; Introdução ● As atividades metabólicas normais dos organismo superiores exigem uma regulação rigorosa do volume, composição iônica e pH dos líquidos biológicos; ● Capacidade dos animais em manter a composição dos líquidos biológicos constante, sendo uma das mais importantes conquistas da evolução (independência das modificações do meio ambiente); Equilíbrio Iônico da água e potencial hidrogeniônico (pH) O pH está relacionado ao equilíbrio iônico da água, que por sua vez está relacionado a reação de ionização da água, onde ocorre a conversão de uma molécula de H2O nos seus íons, H+ (próton) e OH- (hidroxilas). E o produto iônico da água é igual 10-14 ([H+] [OH-] = 10-14) (x 1/x inverso) No logaritmo (Log) chega a uma equação: Ou seja, o pH sempre irá variar de 0 a 14, pois a soma do pH + pOH é igual a 14. Potencial hidrogeniônico (pH) O pH é definido como o log decimal do inverso da [H+] ou logaritmo negativo da [H+] em mol/L (mesma coisa). ● A [H+] de uma solução é quantificada em unidades de pH; ● [H+] entre 100 e 10-14, ou seja, varia de 0 a 14; pH - Função logarítmica e, portanto, mudanças aparentemente pequenas de pH correspondem a grandes variações da [H+]; Embora, algumas variações do pH possam parecer pequenas, no geral não é, muito pelo contrário, pequenas variações no pH, tem grandes mudanças. Ex.: Supor que o pH 7,4 diminuiu para pH 7,1, ou seja, uma variação de 0,3 unidades de pH, uma variação aparentemente pequena, no entanto a concentração de H+ no pH 7,1 é o dobro do que seria no pH 7,4. Como a escala é logarítmica do inverso da [H+], se o valor do ph muda em uma unidade, a concentração de H+ aumenta ou diminui em 10 vezes; Então, se houver um aumento da [H+] em uma unidade, a [H+] irá diminuir em 10x. E se houver uma diminuição da [H+] em 3 unidades, irá aumentar em 1000x. Importância Fisiológica do pH A conformação das biomoléculas é dependente do pH, ou seja, o pH interfere diretamente na conformidade das moléculas de uma maneira em geral, com destaque para as proteínas, e em especial para enzimas, como mostra o gráfico ao lado. Neste gráfico, observa-se a interferência do pH no percentual máximo da atividade enzimática. As três enzimas mostradas possuem picos de atividade máxima em diferentes valores de pH. Essa diferença ocorre devido a distinção conformacional e tridimensional de proteínas. A maioria das reações bioquímicas ocorre devido a interações iônicas, que são dependentes do pH do meio reacional. Pequenas alterações da [H+] em relação ao seu valor normal ocasionam alterações pronunciadas na velocidade das reações químicas nas células; Limites Fisiológicos e Patológicos do pH Embora, no metabolismo celular ocorra uma produção constante de CO2 e de diversos ácidos, o valor do pH sanguíneo em condições fisiológicas é de ~7,4, com faixa de variação entre 7,35 a 7,45. O pH intracelular na maioria das células é de ~7,0, porém nos eritrócitos é de ~7,2 ou um pouco acima. Limites patológicos de pH: ● pH do sangue < 7,35 - indivíduo está em acidose; ● pH do sangue > 7,45 - indivíduo está em alcalose; Limites extremo de pH compatíveis com a vida - 6,8 a 7,8, ou seja, valores abaixo de 6,8 e acima de 7,8, determinam a morte deste indivíduo; O pH do líquido extracelular é rigorosamente regulado/controlado. Regulação do pH - um dos aspectos mais importantes da homeostasia (manutenção das condições constantes, ou estáveis, do meio interno), de maneiro que possa garantir que as reações químicas ocorram em velocidades ideais. Regulação do pH = equilíbrio entre a entrada ou a produção de H+ e a livre remoção desses íons do organismo. Resumindo: Existe uma faixa de pH considerada normal, de maneira que valores abaixo de 7,35 ou acima de 7,45 determinam zonas de perigo. O pH = 7,4 ou fisiológico possui uma [H+] = 0,00000004 mol/L, onde qualquer alteração nesse pH sanguíneo, resulta em modificações do pH intracelular, assim, acarretando modificações no metabolismo. Então, a regulação da [H+] é uma garantia do metabolismo normal. Mecanismos Responsáveis pela Homeostasia Em animais superiores e complexos existem dois tipos de mecanismos para a manutenção da constância do pH de seus líquidos: 1. Mecanismos Físico-químicos - sistema tampões do meio extra ou intracelular; 2. Mecanismos fisiológicos - excreção pulmonar de CO2 e excreção renal de H+ e HCO3- (bicarbonato); Mecanismos de Defesa frente a um excesso de ácido Quando acontece um excesso de ácido, o organismo responde por mecanismos de defesa distintos e em momentos diferentes. ● 1º mecanismo de resposta: tamponamento extracelular - é um mecanismo instantâneo, tendo como principal tampão o sistema bicarbonato. ● 2º mecanismo de resposta: tamponamento respiratório - responde logo em seguida (minutos depois) ao tamponamento extracelular, onde o excesso H+ resulta no excesso de CO2, que posteriormente é exalado dos pulmões, sendo eliminados. ● 3º mecanismo de resposta: tamponamento intracelular - ocorre entre 2 - 4 horas após detectar o excesso de H+, e acontece uma difusão desse excesso de H+ para dentro das células, durante a troca por sódio e potássio. ● 4º mecanismo de resposta: tamponamento renal - ocorre após horas ou dias após a detecção desse aumento de ácido, onde esse excesso é excretado pelos rins por meio da urina. Sistemas Tampões ● São substâncias presentes em uma solução que são capazes de impedir grandes variações de pH pela adição de H+ ou OH-. ● São constituídos pela mistura, em solução aquosa, de um ácido fraco (pouco dissociado) e sua base forte conjugada (grande tendência a captar H+ do meio). Numa reação de ionização há sempre um par ácido-base conjugado, ou seja, para cada doador de próton (ácido) existe sempre um receptor (base). Nesta figura está representado: HA = ácido fraco, fórmula geral. Onde o ácido fraco em água, ocorre uma dissociação, formando o A-, o e H+ se combina/liga com a H2O (água), formando H3O+. Então, ácido fraco (a1) passa ser uma conjugado com a base (b1). E a água (b2) é base conjugada com H3O+ (a2), que é o ácido. Com isso, pode-se inferir que são pares conugados de ácido e base. Mecanismos de Ação dos Tampões Para entender o mecanismos de ação dos tampões, observe o exemplo: Tampão Acetato: onde o equilíbrio pode ser representado pela dissociação do Ácido Acético (CH₃COOH), ácido fraco, em Acetato, que é a base forte conjugada, e íons de H+. Na preparação de uma solução tampão acetato, basta misturar em H2O quantidades adequadas de ácido acético mais um sal de acetato, como exemplo, o acetato de sódio. 1- Adição de ácido ao tampão: Caso nesta solução Tampão Acetato seja adicionada um ácido, como o ácido clorídrico (HCl), a resposta dessa solução tampão é por meio da sua base forte (CH3COONa), que possui uma alta tendência a se ligar a H+, com isso, irá reagir com o ácido clorídrico (HCl), formando Acetato e NaCl (cloreto de sódio). O efeito disto no equilíbrio é que esse aumento da concentração de H+ provoca um deslocamento do equilíbrio para esquerda,ou seja, no sentido de formar Ácido Acético novamente. Então, com o excesso de íons H+, ocorre a captação de H+ pela base forte conjugada (A−), resultando no ácido fraco (HA) que se dissocia pouco. 2- Adição de base ao tampão: Caso nesta solução Tampão Acetato seja adicionada uma base, como Hidróxido de Sódio (NaOH), o resultado que pode-se obter é o Ácido Acético (CH₃COOH), que é fraco, e que se dissocia apenas o suficiente para neutralizar a hidroxila (OH) em excesso. Em linhas gerais, o ácido acético reage com hidróxido de sódio (NaOH), formando Acetato de Sódio (CH3COONa) e H2O (água). O efeito disto no equilíbrio é que a diminuição de H+, devido a presença da hidroxila (OH), força o equilíbrio para a direita, no sentido sentido de formar Acetato (CH3COO−). Então, com o excesso de íons OH, ocorre que uma fração do ácido fraco (HA) se dissocia APENAS para neutralizar o excesso de OH, resultando na base forte conjugada (A−) e H2O. Curva de Titulação de um ácido e Equação de Henderson-Hasselbach O comportamento de uma solução tampão foi observado durante uma titulação de um ácido fraco. A equação de Henderson-Hasselbach se ajusta à curva desse ácido que é formado. A fórmula de equilíbrio químico de um ácido fraco, de uma fórmula geral representado como HA, se dissocia na sua base forte conjugada, que é o A−, e em H+. A equação de Henderson-Hasselbach informa que pH de um solução tampão é igual ao valor do pKa da substância que compõe o tampão, mais o logarítmo da concentração da base forte conjugada, ou do sal ou da forma dissociada, sobre a concentração do ácido fraco ou da forma associada. Ka = constante de dissociação/ionização - mede a força de ionização de um ácido, ou seja, a facilidade desse ácido em se dissociar em meio aquoso. Essa equação acima é reescrita como pH menos pKa sendo igual ao logaritmo da concentração da base forte conjugada, ou do sal ou da forma dissociada, sobre a concentração do ácido fraco ou da forma associada. pKa = log 1/Ka Diminuição de pKa leva ao aumento da força de ionização do ácido. Quando a metade da quantidade de OH (hidroxila) é adicionada durante a titulação de um ácido fraco, a solução apresenta um valor de pH igual ao pKa do ácido. Então, na condição que pH = pKa, observa-se que pH menos pKa valerá zero, com isso, o logaritmo dessa equação é zero, de forma que a razão de [A−] sobre [HA] valerá 100 que é igual a 1. Então, nesta condição tem-se a mesma quantidade da forma associada (HA) da forma dissociada (A−). Desse modo, pode-se observar que valores de pH que estão próximos ao valor do pKa apresentam uma resistência a variação de pH, frente a uma adição de ácido ou de base, assim denominada Zona de Tamponamento, tendo valores de pH iguais a pKa +/- 0,5 (rigoroso) ou +/- 1,0 (flexível). Devido a essa zona de tamponamento, observa-se que o valor de pKa é igual ao valor do pKa, onde o ácido está 50% dissociado, ou seja, a concentração/quantidade de base/sal é igual ao da quantidade do ácido, e o poder de tamponamento é máximo. Quando os valores de pH são menores que o pKa, substituindo na equação de Henderson-Hasselbach, chega-se à conclusão que o valor de logaritmo é menor que zero. Dessa forma, a razão entre a forma dissociada e a forma associada é menor que 1, ou seja, a concentração de HA é maior que a concentração de A− ([HA] > [A−]). No entanto, no lado extremo esquerdo da curva, observa-se somente a concentração de HA. Quando os valores de pH são maiores que o pKa, substituindo na equação de Henderson-Hasselbach, chega-se à conclusão que o logaritmo da razão é maior que zero. Dessa forma, a razão entre a forma dissociada e a forma associada é maior que 1, ou seja, a concentração de HA é menor que a concentração de A− ([HA] < [A−]). No entanto, no lado extremo direito da curva, observa-se somente a concentração de A−. Tamponamento Extracelular (instantâneo) Sistemas Tampões nos Líquidos extra e intracelulares ● Existem vários sistemas tampões que atuam nos líquidos extra e intracelulares ● Principais Sistemas tampões no organismo humano: ○ Interior das células - proteínas (HProt → Prot- + H+); ○ Sangue - tampão bicarbonato; ○ Túbulos renais - tampão fosfato; ● Para manter o pH sanguíneo dentro da faixa estreita de 7,35 a 7,45, conta-se com participação de 4 principais tampões: ○ Tampão bicarbonato - 60%; ○ Hemoglobina - 27%; ○ Tampão fosfato - 6,7%; ○ Proteínas - 5,7%; Tampão Bicarbonato (HCO3-/H2CO3) O pKa do tampão bicarbonato é de 6,1, ou seja, distante do pH fisiológico, que é de 7,4. Sendo assim, como o tampão bicarbonato pode representar o principal tampão do plasma sanguíneo? Sistema Tampão Bicarbonato/CO2 é um sistema aberto Esse tampão funciona no organismo como um sistema aberto, onde a reação entre CO2 e H2O ocorre pela enzima anidrase carbônica, levando a formação do ácido carbônico (H2CO3), que posteriormente se dissocia espontaneamente em H+ e bicarbonato (HCO3-). Com isso, pode-se escrever a Equação de Henderson-Hasselbach como pH = pKa (que vale 6,1) + logaritmo (Log) da concentração da base, que é o bicarbonato, sobre a concentração de ácido, que pode ser o ácido carbônico (H2CO3) ou pelo dióxido de carbono. No entanto, devido o CO2 ser um gás, a sua concentração pode ser expressa em termos de pressão parcial de CO2, dessa forma, o pH vai ser proporcional à razão entre a concentração de bicarbonato e a pressão parcial de CO2. Adição de ácido forte: Quando se adiciona um ácido forte numa solução tampão bicarbonato, acontece um aumento de H+ que desloca o equilíbrio para a esquerda, de forma que o bicarbonato é consumido e o CO2 é formado. O excesso de CO2 pode ser exalado, de forma que a razão entre a concentração de bicarbonato e a pressão parcial de CO2 não mude drasticamente. Adição de base forte: Quando se adiciona uma base forte numa solução tampão bicarbonato, acontece um excesso de hidroxila (OH), que é neutralizado pelo H+. Então, ocorre uma diminuição de H+ no meio, assim, promovendo um deslocamento do equilíbrio para a direita, ou seja, ocorre um consumo maior de CO2 e mais bicarbonato é formado. Com o excesso de bicarbonato, o organismo responde com o aumento de CO2, ou seja, mais CO2 é gerado pelo metabolismo, de forma que a razão entre a concentração de bicarbonato e a pressão parcial de CO2 não sofre a alteração esperada. Fatores que evidenciam a importância do sistema tampão bicarbonato/ácido carbônico Existem 4 fatores que evidenciam a importância do sistema tampão bicarbonato-ácido carbônico (H2CO3): 1. Quantidade de bicarbonato (HCO3-) no líquido extracelular é maior do que qualquer outro tampão: Dessa forma, a relação da concentração entre o bicarbonato (HCO3-) e o ácido carbônico (H2CO3) é de 20:1 (20 para 1). ***A principal porção do CO2 total presente no plasma, na faixa de pH fisiológico, ocorre na forma de HCO3- (bicarbonato). 2. Suprimento Ilimitado de CO2: Quando se aumenta o ritmo e a profundidade dos movimentos respiratórios, consegue-se eliminar mais CO2 do organismo, ou seja, exalar mais esse CO2, assim, promovendo uma diminuição do ácido carbônico (H2CO3), e consequentemente o aumento do pH. Entretanto, quando há diminuição do ritmo e da profundidade dos movimentos respiratórios, ocorre uma retenção maior de CO2 no organismo, assim, promovendo um aumento de ácido carbônico (H2CO3),e consequentemente uma diminuição do pH. 3. Mecanismos fisiológicos de controle da [HCO3-] ou [CO2] do líquido extracelular para manter o pH extracelular normal: Diz respeito à possibilidade da eliminação do excesso de CO2 por meio do sistema respiratório (respiração), e do excesso de bicarbonato (HCO3-) pela excreção renal, por intermédio da urina. 4. O sistema tampão bicarbonato (HCO3-)/ ácido carbônico (H2CO3) opera em conjunção com a Hb: Acontece quando o CO2, oriundo do metabolismo celular, pode ser transportado dissolvido no plasma, ou pode ser combinado com a Hb diretamente, formando o composto carbamino, ou pode entrar na hemácia, reage com a água por meio da enzimaanidrase carbônica, sofrendo, então, uma hidratação, assim, formando o ácido carbônico (H2CO3), que depois é dissociado em H+ e bicarbonato. O bicarbonato sai da hemácia, indo para o plasma, na troca pelo cloreto (Cl-), e o H+ se combina à Hb, assim, evitando uma mudança drástica de pH. Quando a hemácia chega aos pulmões, o CO2 dissolvido ou sob a forma de composto carbamino são retirados e exalados. Com isso, o bicarbonato retorna para o interior da hemácia, novamente pela troca do Cloreto (Cl-), ocorrendo a combinação com o H+ para formar o ácido carbônico (H2CO3), que sofrerá a reação inversa da anidrase carbônica novamente, formando CO2 e H2O, desse modo, esse CO2 também é exalado pelos pulmões. Tópicos 2: ● Tamponamento respiratório; ● Tamponamento intracelular; ● Tamponamento renal; ● Distúrbios ácido-base e mecanismos de compensação desses distúrbios; Tamponamento Respiratório (minutos) Componentes do Tampão Bicarbonato Pode-se considerar o pH sanguíneo como proporcional à razão entre a concentração de bicarbonato (HCO3-) e a pressão parcial do CO2. O bicarbonato (HCO3-) é considerado o tampão metabólico do tampão bicarbonato, sendo suas concentrações reguladas por meio dos rins. Já o CO2 é considerado um componente respiratório, com isso, sua concentração será regulada pela respiração pulmonar. Distúrbios ácido-base Esses distúrbios são decorrentes de alterações entre a relação da razão da concentração de bicarbonato (HCO3-) e a pressão parcial do CO2. 1. O bicarbonato (HCO3-), por ser um componente metabólico, tem sua concentração afetada pelos ácidos produzidos nos tecidos, e que o pH é proporcional a concentração de bicarbonato (HCO3-), de forma que, quanto menor a concentração de bicarbonato (HCO3-), menor será o pH, ou quanto maior a concentração de bicarbonato (HCO3-), maior será o pH. 2. O CO2, por ser um componente respiratório, tem sua pressão parcial dependente da frequência respiratória, e além disso, o pH é inversamente proporcional a pressão parcial de CO2, ou seja, quanto maior a pressão de CO2 (pCO2), menor será o valor de pH, ou quanto menor a pressão de CO2 (pCO2), maior será o pH. Dessa forma, conforme ilustra a figura ao lado, podem haver dois casos de acordo com a alteração ocorrida nas concentrações e na razão de bicarbonato (HCO3-) e CO2. ● Acidose: Ocorre quando o valor do pH é menor que 7,35, assim, podendo ser metabólica, quando a causa acontece devido a diminuição da concentração de bicarbonato (HCO3-), ou pode ser respiratória, quando acontece o aumento da pressão parcial do CO2 (pCO2). ● Alcalose: Ocorre quando o valor de pH é maior que 7,45, ocasionado pelo aumento da concentração de bicarbonato (HCO3-), sendo ,então, metabólica, ou pode ser respiratória, quando acontece uma diminuição da pressão parcial do CO2 (pCO2). Regulação Respiratória do pH Ressalva: a concentração do ácido carbônico (H2CO3) é determinada EXCLUSIVAMENTE pela pressão parcial do CO2 (pCO2) no ar alveolar em equilíbrio com o líquido extracelular. ● Os pulmões são órgãos encarregados pela manutenção da pCO2. ● Centro respiratórios (CR) e os Quimiorreceptores (QR): são responsáveis pela amplitude e frequência dos movimentos respiratórios que determinam variações da pCO2. ○ Os quimiorreceptores respondem a baixas tensões/pressão de oxigênio (O2), promovendo, assim, um aumento na ventilação e, consequentemente, um aumento nos níveis de O2. ○ O centro respiratório é acionado quando há aumento de CO2 e/ou diminuição do pH, assim, estimulando uma maior ventilação pulmonar. Os pulmões COMPENSANDO um Desequilíbrio ácido-básico O tamponamento respiratório ocorre rapidamente, em ordem de minutos, devido a isso, vamos entender como os pulmões compensam o desequilíbrio ácido-básico: Relembrando: o pH é proporcional à concentração de bicarbonato (HCO3-) e, consequentemente, inversamente proporcional a pCO2 ou a concentração de ácido carbônico (H2CO3). 1- ↓ [HCO3-] → ↓ pH → Acidose metabólica ● Com a diminuição da concentração do bicarbonato (HCO3-), observa-se uma diminuição também no valor do pH, desse modo, levando a uma acidose metabólica. ● Essa acidose metabólica pode acontecer em pacientes com: ○ Diabetes com cetose, onde ocorre uma maior produção de ácidos acetoacético e β-hidroxibutírico; ○ Insuficiência renal; ○ Envenenamento com sal ácido; ○ Perda de líquido intestinal; Resposta do organismo: com a diminuição do pH, aciona o Centro Respiratório, que por sua vez estimula a começar uma hiperventilação, assim, facilitando a saída de CO2 do organismo, ou seja, uma diminuição da pCO2, dessa maneira, levando o aumento do pH novamente. 2- ↑ [HCO3-] → ↑ pH → Alcalose metabólica ● Com o aumento da concentração do bicarbonato (HCO3-), observa-se um aumento também no valor do pH, desse modo, levando a uma alcalose metabólica. ● Essa alcalose metabólica pode acontecer em pacientes com: ○ Ingestão elevada de base no tratamento de úlcera péptica; ○ Obstrução intestinal; ○ Vômito de teores ácidos do estômago; ○ Remoção de secreções gástricas (substituição de Cl- por HCO3-); Resposta do organismo: com o aumento do pH, ocorre uma inibição do Centro Respiratório, que leva a uma hipoventilação, desse modo, ocasionando um aumento na pCO2, ou seja, retém mais CO2 no organismo, assim, promovendo a diminuição do pH. Os pulmões CAUSANDO um Desequilíbrio ácido-básico 1- ↑ pCO2 → ↑ [H2CO3] (ácido carbônico) → Acidose Respiratória ● Com o aumento da pCO2, há um aumento na concentração de ácido carbônico (H2CO3), o que leva a uma diminuição do pH, assim, sendo caracterizado como um quadro de Acidose respiratória, porque a causa primária foi um aumento no componente respiratório (pCO2). ● Essa acidose respiratória pode acontecer em pacientes com: ○ Pneumonia; ○ Enfisema; ○ Asma; ■ Devido a essas enfermidades, observa-se a diminuição na excreção/remoção do CO2 do organismo, que acontece quando o indivíduo possui uma diminuição da ventilação (¼ do normal), dessa maneira, acarretando um aumento na pCO2, assim, levando a uma diminuição do pH de 7,4 para ~7,0. Narcóticos O uso de narcóticos pode levar a inibição do Centro Respiratório, dessa forma, ocorrendo uma hipoventilação, e ocasionando o aumento da pCO2 (retenção de CO2) e da concentração de ácido carbônico (H2CO3), e, consequentemente, leva a diminuição do pH sanguíneo. 2- ↓ pCO2 → ↓ [H2CO3] (ácido carbônico) → Alcalose Respiratória ● Com a diminuição da pCO2, há uma diminuição na concentração de ácido carbônico (H2CO3), o que leva a um aumento do pH, assim, sendo caracterizado como um quadro de Alcalose respiratória, porque a causa primária foi uma diminuição no componente respiratório (pCO2). ● Essa alcalose respiratória pode acontecer em pacientes com: ○ Hiperventilação forçada ou voluntária; ■ Devido a essas causas, observa-se o aumento na excreção/remoção do CO2 do organismo, que acontece quando o indivíduo possui um aumento da ventilação (2x mais a normal), dessa maneira, acarretando uma diminuição na pCO2, ou seja, eliminando muito CO2, assim, levando a um aumento do pH de 7,4 para ~7,6. Salicilatos A alcalose respiratória também pode ocorrer pelo uso de medicamentos, como os salicilatos, que estimula o Centro Respiratório, levando a uma hiperventilação, ou seja, uma maior saída de CO2 do organismo, resultando numa diminuição da pCO2 e a concentração de ácido carbônico (H2CO3), o que leva o aumento do pH sanguíneo. Tamponamento Intracelular (2 - 4 horas) Tampões Intracelulares O tamponamento intracelular ocorre mais lentamente, podendo levar de 2 a 4 horas para serem ativados. ● ACIDOSE ○ Em caso de acidose, os íons H+ saem do plasma, entram nas células durante a troca dos íons potássio (K+), ocasionando uma hipercalemia, ou seja, um aumento dos níveis plasmáticos de potássio. Os íons H+ no meio intracelular são tamponados por diversas proteínas e pelo tampão fosfato. ● ALCALOSE ○ Em caso de alcalose, os íons H+ saem das células para o plasma, também na troca pelos íons potássio (K+), ocasionando uma hipocalemia,ou seja, uma diminuição dos níveis plasmáticos de potássio. Os íons H+ são provenientes/liberados de proteínas protonadas e do hidrogênio-fosfato (H2PO3-). Tamponamento Renal (horas/dias) Regulação Renal do pH Rins - São responsáveis pelo controle do pH por meio da regulação da concentração do bicarbonato (HCO3-) e excreção do H+ produzido pelo metabolismo endógeno. Compensação pulmonar - embora seja relativamente rápida (minutos), mas não é totalmente completa. Compensação renal - é lenta (horas e dias), mas resulta em restauração completa do pH fisiológico. Sistema Urinário Composto por: ● Rins - onde resíduos são filtrados do sangue e formam a urina; ● Ureter - ducto que liga os rins a bexiga, por onde passa a urina; ● Bexiga - órgão que armazena a urina, antes de ser expelida do corpo; ● Uretra - ducto que expele a urina do organismo; Os rins apresentam um conjunto de estruturas bastante complexas, chamadas de néfrons, que são as estruturas responsáveis pela filtração do sangue. Néfron É formado por uma cápsula de Bowman, onde se encontra o glomérulo, e por uma porção tubular (proximal, alça de henle, distal e coletor). A filtração do sangue ocorre efetivamente no glomérulo, e esse filtrado glomerular é encaminhado para a porção tubular do néfron, onde alguns componentes do sangue que se encontram no filtrado podem ser reabsorvidos de acordo com as necessidades do organismo. Existem 3 mecanismos pelos quais os rins regulam o equilíbrio ácido-básico do organismo: 1. Reabsorção de bicarbonato (HCO3-) e sódio (Na+) resultante da secreção de H+ no túbulo proximal; 2. Acidificação da urina pelo excesso de ácido titulável (pode ser quantificado) nos túbulos proximal e distal; 3. Excreção de amônia (NH3) no túbulo distal; 1- Reabsorção de bicarbonato (HCO3-) e sódio (Na+) nos rins Entre 80-90% da reabsorção do bicarbonato (HCO3-), que está condicionada à troca de H+ por Na+, ocorre ao nível do túbulo proximal. Esse bicarbonato (HCO3-) já se encontra na luz tubular, compondo o filtrado glomerular, e estando presente na forma de bicarbonato de sódio (NaHCO3), que se dissocia na forma de bicarbonato (HCO3-) e íon Na+. O Na+ é transportado da luz tubular para a célula do túbulo proximal, e isso ocorre a favor de um gradiente de concentração, sendo acoplado ao transporte do íon H+ em direção oposto. O íon H+ se associa ao bicarbonato (HCO3-), formando o ácido carbônico (H2CO3), que por sua vez sofre a ação da enzima anidrase carbônica, sendo convertido em CO2 e H2O. O CO2 é internalizado nas células do túbulo proximal e reage novamente com a H2O pela anidrase carbônica, formando ácido carbônico (H2CO3), que depois se dissocia em bicarbonato (HCO3-) e H+, sendo essa H+ que foi transportado para a luz tubular anteriormente na troca pelo íon Na+. Já o bicarbonato será reabsorvido e vai parar no sangue. O gradiente de concentração é mantido por Bombas Na+/K+ ATPase, que envolve um custo energético (transporte ativo), porém conseguem transportar o Na+ contra gradiente das células do túbulo proximal para o sangue, na troca pelo íon potássio (K+). Resultado líquido desse mecanismo: é que para cada íon de bicarbonato (HCO3-) filtrado, um íon bicarbonato é reabsorvido. Alcaloide: em presença de altas concentrações de bicarbonato (HCO3-), o excesso permanece na urina, que se torna alcalina. 2- Excreção de H+ pelos rins como ácido titulável Neste segundo mecanismo de excreção pelos rins ocorre a acidificação da urina, começando nos túbulos proximais, tornando-se completa nos túbulos distais e dutos coletores. Esse mecanismo envolve a excreção de íons H+ pelos rins sob a forma de um ácido titulável. A quantidade de ácidos tituláveis na urina é determinada pela quantidade de base forte (NaOH), que é necessária para tornar o pH da urina igual a 7,4. Então, esses ácidos surgem de diversos produtos dos metabolismos do organismo, e o ácido titulável presente na urina, mais importante, é o dihidrogenofosfato (H2PO4-), oriundo do metabolismo de fosfolipídeos. ● Produtos do Metabolismo: ○ H2SO4 (aa contendo S [enxofre]); ○ H2PO4 (fosfolipídeos); ○ HCl (aa contendo catiônicos); Na corrente sanguínea, parte desses ácidos é tamponada pelo bicarbonato (HCO3-) extracelular e filtrada no glomérulo e intitulada pelo H+. Na luz tubular, encontram-se, por exemplo, um sal (NaA [fórmula geral]), que pode se dissociar em Na+ e o íon do ácido, A− (base que compõe aquele ácido). Esse mecanismo se inicia com o transporte de CO2 no sangue para o interior das células dos túbulos proximal e distal, onde esse CO2 reage com H2O, sob a ação da anidrase carbônica, assim, formando o ácido carbônico (H2CO3), que depois se dissocia espontaneamente em H+ e bicarbonato (HCO3-). O íon H+ é transportado para a luz tubular pelo transportador de membrana na troca pelo Na+ (transporte acoplado ao sódio), que acontece a favor de um gradiente de concentração, sendo mantido por Bombas Na+/K+ ATPase, que envolve um custo energético (transporte ativo), porém conseguem transportar o Na+ contra gradiente das células do túbulo proximal para o sangue, na troca pelo íon potássio (K+). Quando esse íon H+ chega na luz tubular se associa ao íon A−, que em geral é um monohidogenofosfato (HPO42-), desse modo, formando a fórmula ácida, dihidrogenofostado (H2PO4-) ou HA (fórmula geral), que pode ser quantificado/titulado, e depois é eliminado pela urina Já o bicarbonato (HCO3-),que também é gerado no interior das células dos túbulos, é transportado para o sangue, ou seja, um bicarbonato que não existia na corrente sanguínea (de novo) passa a circular. Resultado Líquido: é a secreção de um íon H+ na urina, e a formação “De Novo” do bicarbonato, que vai para o sangue. 3- Excreção de H+ pelos rins sob a forma de amônio (NH4+) A secreção de H+ pelos rins por meio dos ácidos tituláveis é limitada. A capacidade máxima de eliminação de ácido titulável na urina é determinada pelo limite mínimo do pH urinário, sendo de ~pH 4,5, que corresponde a 1000 x [H+] do plasma. Esse terceiro mecanismo de excreção, que ocorre nas células do túbulo distal, envolve o mecanismo adicional pelo qual o rim excreta uma sobrecarga de ácido consiste em formação de amônia (NH3) e subsequentemente amônio (NH4+). ***Os ácidos provenientes do metabolismo celular podem ser tamponados pelo bicarbonato extracelular, podendo aparecer no filtrado glomerular. Então, existem na luz tubular um sal (NaA [fórmula geral]), que pode se dissociar em Na+ e o íon do ácido, A− (base que compõe aquele ácido). A base do ácido (A−) pode se associar ao íon H+, formando um ácido titulável (HA), no entanto, quando a excreção do ácido titulável atinge o limite determinado pelo pH urinário, ocorre que a glutamina, que geralmente é endereçada ao fígado, passa a ser endereçada para os rins, nas células do túbulo distal, assim, no interior dessas células sofre ação (hidratação) da enzima glutaminase, sendo convertida em glutamato e amônia (NH3). O glutamato sofre ação da enzima glutamato desidrogenase sendo convertido em α-cetoglutarato e amônia (NH3). As amônias (NH3) geradas nestas reações podem passar para a luz tubular, pois a membrana é permeável a amônia (NH3), assim, ao chegar na luz tubular essa amônia pode reagir com o ácido titulável (HA), formando o íon amônio (NH4+), com isso, ocorre a liberação da base do ácido (A−). Então, a partir de um limite de pH da urina, a forma preferencialmente excretada do H+, é sobre a forma de íon amônio (NH4+). Diminuição no pH leva ao aumento da excreção de amônia; O pH na luz tubular fica menor que o pH nos outros líquidos; Importante A distribuição de amônia (NH3) entre os vários compartimentos líquidos (células, líquido tubular, líquido intersticial e sangue) depende de pH. ACIDOSE (↓ pH) Estimula a excreção de amônia (NH3) na luz tubular, que ao se combinar com o H+ forma amônio (NH4+), que é retido na urina devido à sua dificuldade de atravessar as membranas, sendo, então, excretado, desse modo eliminando o íon H+ que poderia estarcausando a diminuição do pH. ALCALOSE (↓ pH) Estimula a produção de uréia, porque a glutamina, em sua maioria, passa a ser endereçada para o fígado para acontecer a produção de uréia. Distúrbios do Equilíbrio Ácido-básico Alterações nos Componentes Respiratórios ácido carbônico [H2CO3] ou (pCO2) Essas alterações podem ocorrer tanto na concentração de ácido carbônico (H2CO3) quanto na pressão parcial de CO2. Além do seu papel compensatório, o sistema respiratório pode ser o causador de distúrbios do equilíbrio ácido-básico. Alcalose Respiratória: Devido a algumas causas, como meningite, grandes altitudes, o organismo hiperventila, o que resulta numa saída maior de CO2, assim, ocasionando uma diminuição da pCO2 da concentração de ácido carbônico (H2CO3), gerando um aumento no valor de pH, com isso, ocorrendo um caso de Alcalose respiratória. A forma que o organismo encontrou para compensar essa alteração nos componentes respiratórios é a excreção de urina alcalina, ou seja, excreção de poucos íons de H+. Acidose Respiratória: Devido a algumas causas, como enfisema, asma, pneumonia, entre outras, o organismo hipoventila, o que resulta numa retenção maior de CO2, ou seja, menor eliminação via pulmões. Com isso, essa hipoventilação ocasiona um aumento da pCO2 e da concentração de ácido carbônico (H2CO3), assim, resultando numa diminuição do pH. Trata-se de um caso de acidose respiratória porque as alterações atingem os componentes respiratórios. O organismo atua de forma a compensar esse distúrbio ácido-básico, que é pela excreção renal de H+ e, com isso, a reabsorção de bicarbonato renal para o sangue é aumentada, assim, indo fazer o tamponamento do excesso de H+. Alterações nos Componentes Metabólicos: Bicarbonato [HCO3-] Nestas alterações ocorrem alterações na concentração de bicarbonato (HCO3-). Alcalose Metabólica: O uso de diuréticos com perda de H+, a ingestão excessiva de base (tratamento de úlcera), entre outros, podem causar alcalose metabólica. O efeito causado é o aumento na concentração do bicarbonato (HCO3-), resultando num aumento de pH. Compensação: A compensação respiratória acontece por meio da hipoventilação, ou seja, aumentando a pCO2 e consequentemente, diminuindo o pH. A compensação renal acontece através da excreção de urina alcalina, ou seja, excreção de bicarbonato (HCO3-) pelos rins, e reabsorvendo mais H+. Os sistemas tampões intracelular atuam de forma a trocar a troca de íons de sódio (Na+) e/ou potássio (K+) do plasma por íon H+ do meio intracelular. Acidose Metabólica: Em casos de diarréia, vômito, uremia (doença renal), entre outros, pode ocorrer uma diminuição da concentração de bicarbonato (HCO3-), levando a diminuição do pH, assim, caracterizando um quadro de acidose metabólica. Compensação: A compensação do organismo acontece fazendo uma hiperventilação, ou seja, diminuindo a pCO2, consequentemente aumentando o pH (tamponamento respiratório). Outro mecanismo de compensação é o tamponamento renal (compensação renal), onde acontece a excreção de ácido titulável e amônio (NH4+) na urina, e a liberação de bicarbonato (HCO3-) de novo no líquido extracelular (sangue). Ou ainda, a compensação pode ser feita por sistemas tampões intracelulares, havendo, então, a troca de íon H+ do plasma por potássio (K+) ou sódio (Na+) do meio intracelular. Distúrbios Ácido-básicos Primário Quando o indivíduo apresenta algum sintoma associado a um distúrbio do equilíbrio ácido-básico é solicitado um exame laboratorial de Gasometria. Resultados: O indivíduo que não apresenta alteração equilíbrio ácido-básico possui alguns parâmetros chamados de normais, que são pH=7,4, [H+]=40 mEq/L, pCO2=40 mm Hg e [HCO3-]= 24 mEq/L. Se o indivíduo apresenta acidose respiratória, a causa primária é o aumento da pCO2, que resulta no aumento da concentração de H+, assim, ocorrendo a diminuição do pH. Devido a isso, o organismo compensa essa acidez do pH retendo e aumentando a concentração de bicarbonato (HCO3-) por intermédio do tamponamento renal, absorvendo o bicarbonato ou gerando um bicarbonato de novo, que será transportado das células do túbulo distal para o sangue. Se o indivíduo estiver com uma alcalose respiratória, a causa primária é a diminuição da pCO2, que resulta na diminuição da concentração de H+, assim, ocorrendo o aumento do pH. Devido a isso, o organismo compensa essa alcalose do pH exercitando o bicarbonato pela urina, gerando uma urina alcalina. Se o indivíduo estiver em uma acidose metabólica, a causa primária vai ser uma diminuição da concentração de bicarbonato (HCO3-), que leva ao aumento da concentração de H+, assim, na diminuição do pH. Devido a isso, o organismo compensa essa acidez do pH tentando diminuir a pCO2, levando a uma hiperventilação dos pulmões, desse modo, exalando mais quantidades de CO2. Se o indivíduo tem sintomas associados a Alcalose metabólica, a causa primária é o aumento da concentração de bicarbonato (HCO3-), que leva a diminuição da concentração de H+, assim, ocorrendo o aumento do pH. Devido a isso, o organismo compensa fazendo uma hipoventilação, ou seja, retendo mais CO2, resultando no aumento da pCO2. Fontes de H+ Decorrentes dos Processos Metabólicos Os diferentes processos metabólicos que ocorrem no organismo podem resultar na formação de ácidos que vão acarretar um aumento de íons H+. Esse excesso de H+ pode ser tamponado, por sistemas tampões existentes nos líquidos corporais ou pelo tamponamento respiratório, que envolve a remoção de CO2 dos líquidos extracelulares. Sendo, estes dois mecanismos rápidos, porém não são inteiramente eficazes, uma que regulam o pH, mas não conseguem corrigir a concentração de H+ no organismo. O tamponamento renal é mais lento, mas, no entanto, consegue resolver a alteração de H+ que foi promovida, por meio da reabsorção de bicarbonato (HCO3-) e a excreção de H+ (tampão fosfato ou NH4+) pela urina. Dessa forma, os rins regulam o pH de forma eficiente, assim, corrigindo a concentração de H+ no organismo. Conclusão Os sistemas tampões servem como uma primeira linha de defesa contra variações de pH. Entretanto, as concentrações de seus componentes devem ser regeneradas (tamponamento renal) para seus valores normais, de forma que continuem a funcionar como tampões.
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