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Distúrbios Hemodinâmicos Em nosso país, as doenças cardiovasculares são responsáveis pela maior causa de morbidade e mortalidade. Entre estes distúrbios, estão inclusas as doenças que afetam principalmente um dos três principais componentes do sistema cardiovascular: o coração, os vasos sanguíneos e o sangue. Edema: O movimento da água e dos solutos de baixo peso molecular entro os espaços intersticial e intravascular é controlado principalmente pelo efeito oposto da pressão hidrostática vascular e da pressão coloidosmótica plasmática. O aumento da pressão capilar ou a diminuição da pressão osmótica coloidal pode resultar em aumento de líquido intersticial. Se o movimento da água dentro dos tecidos excede a drenagem linfática, o líquido é acumulado. Um aumento anormal de líquido intersticial dentro dos tecidos é denominado edema, enquanto o acúmulo de líquidos em diversas cavidades corporais é designado de hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitônio. A anasarca é um edema generalizado e grave com um amplo aumento tecidual subcutâneo. Existem várias categorias fisiopatológicas de edema. O edema causado pelo aumento da pressão hidrostática ou redução das proteínas plasmáticas é normalmente um líquido pobre em proteínas chamado de transudato. O líquido neste tipo de edema é observado em pacientes acometidos por insuficiências cardíaca, renal, hepática e algumas formas de desnutrição. Em contraste, o edema inflamatório é um exsudato rico em proteínas, sendo o resultado do aumento da permeabilidade vascular. Aumento da pressão hidrostática: O aumento local da pressão hidrostática pode resultar de drenagem venosa focal deficiente. Deste modo, a trombose venosa profunda nas extremidades inferiores pode causar um edema localizado na perna afetada. Por outro lado, o aumento generalizado da pressão venosa, resultando em edema sistêmico, ocorre com maior frequência na insuficiência cardíaca congestiva, na qual o comprometimento da função ventricular direita leva a um acúmulo de sangue na circulação venosa. Redução da pressão osmótica plasmática: A pressão osmótica plasmática reduzida ocorre quando a albumina, a principal proteína plasmática, não é sintetizada em quantidades adequadas. A redução da pressão osmótica plasmática leva a um ganho no movimento do líquido para o tecido intersticial com subsequente contração do volume plasmático. A redução do volume intravascular leva à diminuição da perfusão renal, desencadeando um aumento da produção de renina, angiotensina e aldosterona, mas o sal e a água retidos não podem corrigir o déficit do volume plasmático devido a persistência do defeito primário de baixa proteínas séricas. Retenção de sódio e água: o aumento da retenção de sal, associado, obrigatoriamente à agua, provoca tanto o aumento da pressão hidrostática quanto a diminuição da pressão osmótica coloidal vascular. A retenção de sal ocorre sempre que a função renal está comprometida. Obstrução Linfática: A drenagem linfática deficiente resulta em linfedema que é normalmente localizado, suas causas incluem inflamação crônica com fibrose, tumores malignos invasivos, algumas ações físicas, danos por radiações e alguns agentes infecciosos. Morfologia →É facilmente reconhecido macroscopicamente; microscopicamente apresenta-se como clareamento e separação da matriz extracelular e um discreto aumento celular. É mais comumente observado nos tecidos subcutâneos, nos pulmões e no cérebro. O edema subcutâneo pode ser difuso ou pode ser mais evidente em regiões com alta pressão hidrostática. Na maioria dos casos, a distribuição é influenciada pela gravidade, sendo denominado de edema dependente. No edema pulmonar, o pulmão apresenta duas a três vezes o seu peso normal e o secionamento revelam um líquido espumoso, tingido de sangue. O edema cerebral pode ser localizado ou generalizado, dependendo da natureza e da extensão do processo patológico da lesão. O cérebro é excessivamente expandido no edema cerebral generalizado, com sulcos estreitados e giros distendidos. Consequências Clínicas: → A consequência do edema varia de uma condição apenas desagradável a rapidamente fatal. O edema de tecido subcutâneo é principalmente importante, pois sinaliza uma doença de base em potencial, mas também pode predicar a cura de feridas ou a eliminação da infecção. O edema pulmonar é um problema clínico comum observado no cenário da insuficiência ventricular esquerda, podendo ocorrer também na insuficiência renal, na inflamação ou infecção pulmonar. O edema nos espaços alveolares não somente causa acúmulo do líquido nos septos alveolares em torno dos capilares e impede difusão de oxigênio, mas também cria um ambiente favorável à infecção bacteriana. O edema cerebral apresenta riscos de morte, se grave, a substância cerebral pode herniar através do forame magno ou comprimir o fornecimento vascular ao tronco cerebral. Hiperemia e Congestão Hiperemia e congestão decorrem de um aumento local do volume sanguíneo. A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar, levando a um aumento do volume sanguíneo. O tecido afetado torna-se vermelho (eritema) devido ao congestionamento dos vasos com sangue oxigenado. A congestão é um processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido, podendo ser sistêmica, como na insuficiência cardíaca, ou local, como na obstrução venosa isolada. Os tecidos com congestão apresentam uma cor que varia do vermelho escuro ao azul. Com frequência, a congestão leva ao edema, como resultado do aumento do volume e da pressão. Na congestão passiva crônica de longa duração, a ausência de fluxo sanguíneo causa hipóxia crônica, resultando em lesão tecidual isquêmica e cicatrização. Morfologia: A superfície de corte de tecidos com congestão mostra alteração da cor, devido à presença de altos níveis de sangue pouco oxigenado. Microscopicamente, a congestão pulmonar aguda apresenta capilares alveolares congestionados e, com frequência, edema septal alveolar e hemorragia intra-alveolar focal. Na congestão pulmonar crônica, os septos estão espessados e fibróticos e os alvéolos contêm, muitas vezes, numerosos macrófagos carregados de hemossiderine que são chamados de células de insuficiência cardíaca. Na congestão hepática aguda, a veia central e os sinusoides estão distendidos, os hepatócitos centrolobulares podem estar bastante isquêmicos, enquanto os hepatócitos periportais podem desenvolver apenas uma alteração gordurosa. Na congestão hepática passiva crônica, as regiões centrolobular apresentam uma cor intensa que varia do vermelho ao marrom e estão levemente deprimidas (morte celular), destacando-se das zonas circunjacentes do fígado não congestionado e com cor que varia do amarelo ao castanho. Hemorragia: A hemorragia é definida como o extravasamento de sangue no espaço extravascular. O sangramento capilar pode ocorrer sob condições de congestão crônica; uma tendência aumentada à hemorragia também ocorre em várias doenças clínicas que são coletivamente chamadas de diáteses hemorrágicas. A ruptura de uma grande artéria ou veia resulta em hemorragia grave e quase sempre é devido a uma lesão vascular, incluindo trauma, aterosclerose, ou erosão da parede do vaso por inflamação ou neoplasia. A hemorragia pode ocorrer com padrões distintos cada um com suas implicações clínicas próprias: A hemorragia pode ser externa ou estar confinada dentro de um tecido; qualquer acúmulo nos tecidos é chamado de hematoma. Hemorragias minúsculas na pele, nas membranas mucosas ou na superfícies serosas são chamadas de petéquias. Estas são mais comumente associadas ao aumento local da pressão intravascular, diminuição da contagem de plaquetas (trombocitopenia) ou efeitos na função plaquetária (uremia). Hemorragias levemente maiores (>3mm) são chamadas de púrpuras. Estaspodem estar associadas a mesmas doenças ou podem ser secundárias a trauma, inflamação vascular (vasculite) ou a aumento da fragilidade vascular (amiloidose). Hematomas subcutâneos maiores (>1 a 2cm) são chamados de equimoses. Os glóbulos vermelhos são degradados e fagocitados pelos macrófagos; a hemoglobina é então convertida enzimaticamente em bilirrubina e eventualmente em hemossiderina (marrom dourada), representando a mudança de cor dessas lesões. Dependendo da localização, um grande acúmulo de sangue em uma cavidade corporal é denominado de hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio ou hemartrose (em articulações). O significado clínico da hemorragia depende do volume e da taxa de sangramento. A perda rápida de até 20% do volume sanguíneo ou perdas lentas de grandes quantidade podem ter pouco impacto em adultos saudáveis; contudo, perdas maiores podem causar choque hemorrágico. O local da hemorragia também é importante. Hemostasia e Trombose A hemostasia normal é uma consequência de u m processo altamente regulado que mantém o sangue em um estado líquido nos vasos normais, mas também permite a formação rápida de um tampão hemostático no local da lesão vascular. A contraparte patológica da hemostasia é a trombose, que envolve a formação de um coágulo sanguíneo dentro de vasos intactos. A hemostasia e a trombose envolvem três componentes: a parede vascular, as plaquetas e a cascata de coagulação. Hemostasia normal Após a lesão inicial existe um curto período de vasoconstrição arteriolar mediada por mecanismos neurogênicos reflexos e um acréscimo de fatores de secreção local → A lesão endotelial expõe a MEC subendotelial, altamente trombogênica, facilitando aderência e ativação plaquetária. Em minutos, forma-se um tampão hemostático - processo denominado hemostasia primária → O fator tecidual III ou tromboplastina também é exposto no local da lesão, gerando trombina. A trombina cliva o fibrinogênio circulante em fibrina insolúvel formando uma rede de fibrina e induz o recrutamento e ativação de plaquetas adicionais - sequência denominada hemostasia secundária. → A fibrina polimerizada e a agregação plaquetária formam um tampão permanente para prevenir qualquer hemorragia adicional. Nessa fase, os mecanismos contra-regulatórios são ativados para limitar o tampão ao local da lesão. Trombose Existe três principais alterações que levam à formação de um trombo (tríade de Virschow) - (1) lesão endotelial, (2) estase ou turbulência do fluxo sanguíneo, (3) hipercoagulabilidade sanguínea). A lesão endotelial é particularmente importante para formação de trombos no coração ou na circulação arterial (formação de trombos após lesão endocárdica de vido a infarto ou sobre placas ulceradas arteroscleróticas é uma grande consequência de uma lesão endotelial). Qualquer perturbação no equilíbrio dinâmico das atividades pró e antitrombótica do endotélio pode influenciar os eventos de coagulação local. Produção de mais fatores pró-coagulantes (fator tecidual, PAI) ou produção de menos efetivos anticoagulantes (trombomodulina, PGI2 e t-PA) pode gerar a formação do trombo. A turbulência contribui para a trombose arterial e cardíaca por causar lesão ou disfunção endotelial, assim como pela formação de bolsões contracorrentes e locais de estase. O fluxo sanguíneo normal é laminar, a turbulência e estásia permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio, previnem a limpeza e a diluição dos fatores de coagulação e promovem ativação endotelial. As placas ateroscleróticas não somente expoêm a MEC mas também causam turbulência. Os aneurismas também causam estase local. A hiperviscosidade (policitemia vera) aumenta a resistência do fluxo e causa estase de pequenos vasos. A hipercoagulabilidade (trombofilia) contribui com menos frequência para o trombo, mas é um importante componente no processo. È imprecisamente definida como qualquer alteração nas vias da coagulação que precede à trombose, podendo ser dividida em desordens primárias e secundárias (adquiridas). Morfologia Os trombos podem desenvolver-se em qualquer parte do sistema cardiovascular. Os trombos arteriais ou cardíacos tendem a crescer em uma direção retrógrada do ponto de ligação, enquanto os venosas estendem-se em direção ao fluxo sanguíneo (ambos se propagam ao coração). A parte propagadora está frequentemente pouco fixada e, portanto, propensa a fragmentação e embolização. Os trombos apresentam, macro e microscopicamente, laminações aparentes denominadas de linhas de Zahn, que representam depósitos pálidos de fibrina e plaquetas alternando-se com camadas escura cheias de glóbulos vermelhos. Os trombos que ocorrem nas câmaras cardíacas ou no lúmen da aorta são designados trombos murais. Os trombos arteriais são frequentemente oclusivos e consistem em malha friável de plaquetas, fibrina, glóbulos vermelhos e leucócitos degenerados. A trombose venosa (flebotrombose) é quase invariavelmente oclusiva, formando um longo trajeto no lúmen. Eles formam-se na circulação venosa lenta, e tendem a conter mais eritrócitos por isso, são conhecidos como trombos vermelhos ou de estase. O coágulo que ocorre pós óbito pode ser confundido com os trombos venosos. No entanto, os coágulos são gelatinosos com uma porção vermelho-escura pendente e uma porção superior amarela. Os trombos vermelhos são firmes e focalmente aderidos, e ao secciocamente, revelam as linhas de Zahn. Os trombos nas válvulas cardíacas são chamados de vegetações. Destino do trombo: se um paciente sobreviver à trombose inicial, os trombos são submetidos a alguma combinação dos quatros eventos: (1) propagação, onde os trombos acumulam plaquetas e fibrina adicionais; (2) embolização, onde os trombos desalojam-se e percorrem outros locais na vasculatura; (3) dissolução, que é o resultado da fibrinólise, que pode conduzir a uma rápida diminuição e desaparecimento total dos trombos recentes. Em contrapartida, a extensa deposição de fibrina e a ligação cruzada nos trombos mais velhos os tornam mais resistentes à lise; (4) Organização e recenalização, onde os trombos mais velhos tornam-se organizados pela entrada de células endoteliais, células do músculo liso e fibroblastos e formação de canas capilares, reestabelecendo em grau variável a continuídade do lúmen. Os trombos são significativamente clínicos, pois provocam a obstrução de artérias e veias e são fontes de êmbolos. Embolia Um êmbolo é uma massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem. De maneira inevitável, os êmbolos se alojam em vasos muito pequenos para permitir uma passagem adicional, causando oclusão vascular parcial ou total; uma consequência importante é a necrose isquêmica. Embolia Pulmonar: se origina de trombos venosos profundos da perna, que se fragmentam e saõ transportados através de canais progressivamente maiores para o lado direito do coração antes de colidir na vasculatura arterial pulmonar. Dependendo do tamanho do êmbolo, ele pode ocluir a árteria pulmonar principal. São clinicamente silenciosos pois são pequenos. Com o tempo, eles se tornam organizados e são incorporados à parede vascular. A morte súbita, a insuficiência cardiaca direita ou colapso cardiovascular ocorrem quando 60% ou mais da circulação pulmonar é obstruída. Tromboembolismo sistêmico: refere-se aos êmbolos na circulação arterial. A maioria surge a partir de trombos murais intracardíacos. Podem percorrer vários locais, e o seu ponte de parada dependerá da fonte e do volume relativo do fluxo sanguíneo aos tecidos. O principais locais são as extremidades inferiores e o cérebro. As consequências dependem da vulnerabilidade do tecido à esquemia, do calibre do vaso ocluído e de se existe um suprimento sanguíneo colateral; em geral, os êmbolosarteriais causam infarto dos tecidos afetados. Embolia Gordurosa e de medula óssea: glóbulos gordurosos microscópicos podem ser encontrados na circulação e ser impactados na vasculatura pulmonar após a fratura de ossos longos ou nos casos de trauma em tecidos moles e queimaduras. A gordura e as células associadas liberadas pela medula ou lesão do tecido adiposo podem entrar na circulação após a ruptura dos sinusoides vasculares medulares ou das vênulas. A síndrome da embolia gordurosa é caracterizada por insuficiência pulmonar, sintomas neurológicos, anemia e trombocitopenia, sendo fatal em cerca de 5% a 15% dos casos. Os microêmbolos gordurosos associados aos glóbulos vermelhos e à agregação plaquetária podem obstruir a microvasculatura pulmonar e cerebral. Embolia Gasosa: bolhas gasosas dentro da circulação podem coalescer para formar massas espumosas que obstruem o fluxo vascular. Um volume muito pequeno de ar aprisionado em uma artéria coronariana durante a cirurgia de bypass, por exemplo, pode obstruir o fluxo com consequências importantes. Uma forma particular de embolia gasosa, denominada doença da descompressão, ocorre quando os indivíduos são expostos a uma diminuição brusca da pressão atmosférica. Quando o ar é inalado em alta pressão, quantidades aumentadas de gás são dissolvidas no sangue e nos tecidos. Se há rapida despressurização o gás sai da sua forma diluída e forma bolhas. A rápida formação de bolhas gasosas no interior dos músculos esqueléticos e nos tecidos de suporte dentro e ao redor das articulações é responsável por uma condição dolorosa denominada encurvamento. Embolia de líquido amniótico: é uma complicação ameaçadora após o período de parto e pós-parto imediato. É caracterizada pelo aparecimento de dispneia grave súbita,cianose e choque, seguidos de alterações neurológicas que variam de dores de cabeça a convulsões e coma. A causa de base é a infusão de líquido amniótico ou tecidos fetais na circulação materna através de um rompimento das membranas placentárias ou pela ruptura das veias uterinas. As características incluem a presença de células escamosas destacadas da pele fetal, gordura do verniz caseoso e mucina derivados do trato respiratório e GI fetal que se deslocam para a microvasculatura pulmonar materna. Infarto Um infarto é uma área de necro isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa. Quase todos os infartos resultam da oclusão arterial trombótica ou embólica. Morfologia: Os infartos são classificados de acordo com a sua cor e apresença ou ausência de infecção; eles podem ser vermelhos (hemorrágicos) ou brancos (anêmicos) e podem ser sépticos ou assépticos). Infartos vermelhos: ocorrem (1) com oclusões venosas (ovário), (2) em tecidos frouxos (pulmão), onde o sangue pode acumular-se na zona infartada; (3) em tecidos com circulação dupla (pulmão e intestino delgado) que permite o fluxo sanguíneo de um vaso paralelo desobstrúido na zona necrótica, (4) em tecidos previamente congestionados pelo fluxo venoso lento e (5) quando o fluxo é restabelecido ao local prévio de oclusão e necrose arteriais (após angiplastia de uma obstrução arterial). Infarto brancos: ocorrem com oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulação arterial terminal (coração, baço e rim) e onde a densidade do tecido limita a penetração de sangue dos leitos capilares adjacentes para a área necrótica. Os infartos sépticos ocorrem quando vegetações em valva cardíaca infectadas embolizam ou quando micro-organismos se instalam no tecido necrótico. Nesses casos, o infarto é convertido em um abscesso. Os efeitos da oclusão vascular podem varir de nenhum ou mínimo efeito até serem a causa da morte de um tecido ou pessoa. Os determinantes principais desse eventual resultado são: (1) a natureza do suprimento vascular, (2) a taxa de desenvolvimento da oclusão, (3) a vulnerabilidade à hipoxia, e (4) o teor de oxigênio sanguíneo. 1. A disponibilidade de um suprimento sanguíneo alternativo é o fator mais importante para determinar se a oclusão dos vasos causárá danos. Os pulmões apresentam um duplo suprimento, que fornece proteção contra um infarto induzido por um tromboembolismo. Em contrapartida, a circulação renal e esplênica é arterial-termina, e a obstrução vascular, geralmente provoca a morte dos tecidos. 2. As oclusões de desenvolvimento lento apresentam uma menor probabilidade de causar um infarto, pois proporcionam tempo ao desenvolvimento de vias de perfusão alternativas. 3. Os neurônios sofrem danos irreversíveis quando privados do seu suprimento sanguíneo por apenas 3 a 4 minutos. Em contrapartida, os fibroblastos dentro do miocárdio permanecem viáveis mesmo após muitas horas de isquemia. 4. A obstrução parcial de um pequeno vaso que não apresentaria nenhum efeito em um indivíduo normal, pode causar um infarto em um paciente anêmico ou cianótico. Choque O choque é a via final comum para os vários eventos clínicos potencialmente letais, incluindo a hemorragia grave, os traumas extensos ou queimaduras, um amplo infarto do miocárdio, a embolia pulmonar grave e a sepse microbiana. É caracterizado por hipotensão sistêmica, devido à redução do débito cárdiaco ou pela redução efetiva do volume sanguíneo circulante. As consequências são a perfusão tecidual deficiente e a hipoxia celular. As causas do choque dividem-se em três categorias: Choque cardiogênico: resulta de um baixo débito cardiáco devido à falência da bomba do miocárdio, podendo ser causado por danos intrínsecos ao miocárdio, arritmias ventriculares, comprenssão extrínseca ou pela obstrução do fluxo. Choque hipovolêmico resulta de um débito cardíaco baixo devido à perda do volume sanguíneo ou plasmático, tal como ocorre na hemorragia grave. Choque séptico resulta da vasodilatação e do acúmulo sanguíneo periférico como um componente de uma reação imunológica sistêmica a uma infecção bacteriana ou fúngica.
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