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RELAÇÃO ENTRE FENOMENOLOGIA E GESTALT-TERAPIA

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INSTITUTO DE TREINAMENTO E PESQUISA EM GESTALT TERAPIA 
ALESSANDRA IOVANOVICH DE PAULA OLIVEIRA - TURMA: 34 
PROFESSORA: NARA LEÃO 
DISCIPLINA: REFERENCIAIS FILOSÓFICOS 
 
RELAÇÃO ENTRE FENOMENOLOGIA E GESTALT-TERAPIA 
 
A Gestalt-terapia tem um de seus pressupostos a filosofia fenomenológica. A 
fenomenologia proporciona uma estrutura em princípios e premissas para uma melhor 
compreensão do humano em um processo gestalt-terapêutico, tendo esta filosofia como 
um modo de ver e se revelar no mundo. 
A fenomenologia busca nas próprias coisas concretas um significado 
incomparável, exclusivo, da essência das coisas, de eventos, de pessoas e etc.. Essa busca 
é uma das características da fenomenologia que está inserida na gestalt-terapia, onde 
absolutamente tudo, é resultante de experiências de vida e que nada deve ser 
desvalorizado. 
 A fenomenologia traz um método denominado de “redução fenomenológica”, 
onde deve ser suspendido julgamentos da nossa consciência para o outro, em direção a 
intencionalidade, que, após uma investigação fenomenológica, o encontro para a 
realidade objetiva, sua essência, acontece. A redução fenomenológica deve receber 
bastante atenção no olhar investigador, quando é sabido que nem sempre o que parece, é 
de sua essência. 
Um fenômeno não deve ser tratado simplesmente como um objeto presente na 
consciência, pois acaba impedindo de enxerga-lo em seu todo. O objetivo também, é 
investigar até que fidedignamente o fenômeno se apresente. Para isso, é necessário um 
método que tenha o foco para a essência, voltando então, às coisas mesmas. 
Um fenômeno puro, se mostra da forma em que aparece, em seu modo de ser mais 
originário, que fenomenologicamente, o “interpretar” polui este fenômeno, tornando-se 
uma maneira inadequada de intervir. Reforçando mais uma vez o que foi dito acima, a 
suspensão de valores deve ser imprescindível nesta relação. Deslocar de uma posição 
prévia de visão para buscar uma nova compreensão, já é um fazer fenomenológico e muito 
usado na Gestalt-terapia e denominado como: epoché. 
Fazendo um link com a importância da suspensão de valores, ressalta-se, portanto, 
o ser como único e singular, que não deve ser categorizado por um preconceito ou pré-
determinado à um diagnóstico. Porém, o método fenomenológico não ignora as hipóteses 
surgidas inicialmente, e sim, as suspende e as verifica posteriormente com as teorias. 
A fenomenologia ressalta a impossibilidade do Gestalt-terapeuta ter o foco na 
promoção e no controle de mudanças, ao passo que, o foco deve ser único e exclusivo, na 
compreensão deste comportamento, agindo com respeito a seus significados e de forma 
acolhedora. 
A Gestalt-terapia integrou da Fenomenologia o ato de “descrever” como mais 
significativo e concreto que o ato de explicar, onde essa vivência de “como”, pode ser 
melhor sentida, imaginada e percebida pelo indivíduo. 
A fenomenologia, portanto, tenta esclarecer a relação entre o objeto e a 
consciência e como é entendido pelo homem na sua consciência e no mundo. O objeto 
existe intencionalmente na consciência e consciência só existe para um objeto. A Gestalt-
terapia considera a intencionalidade como uma "visada de consciência", como aquilo que 
dá sentido ao homem e o seu modo de existir no mundo.

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