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São Miguel do Guamá-Pa 2021 Amanda do Socorro Reis dos Santos Oziel Bastos Chaves Simara Francisco Da Conceição SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA A PRÁTICA DO HANDEBOL PARA PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3 2. DESENVOLVIMENTO .................................................................................. 4 2.1 Situação Problema 1 ................................................................................. 4 2.2 Situação Problema 2 ................................................................................. 7 3. CONCLUSÃO ............................................................................................... 9 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 10 3 1. INTRODUÇÃO O esporte pode desempenhar um papel fundamental e um impacto positivo na vida de pessoas com e sem deficiência, mas muitos desafios são enfrentados para se envolver no esporte, especialmente nos países em desenvolvimento (PAES; BALBINO, 2005). Em um nível individual, as pessoas com deficiência podem ter que enfrentar uma série de obstáculos adicionais para a participação no desporto em comparação com pessoas sem deficiência. Enquanto o desporto tem valor na vida de todos, é ainda mais importante na vida de uma pessoa com deficiência. Por conta do esporte ser uma influência de reabilitação e pode exercer bons resultados não só sobre o corpo físico, mas também na reabilitação de pessoas com deficiência na sociedade. (IBDD, 2008). O esporte ensina independência e, por isso, as pessoas com deficiência participam de atividades de alto desempenho, bem como no desporto de competição e de lazer. O handebol contribui de forma efetiva nas capacidades coordenativas dos seus praticantes, a percepção e conhecimento do seu próprio corpo, a percepção e estruturação espacial. Este esporte proporciona o desenvolvimento das habilidades de locomoção e de manipulação, o estímulo do padrão inicial e elementar. Além disso, o handebol possui características diferenciadas com relação aos outros esportes coletivos, uma vez que o mesmo já inclui, em suas regras, possibilidades reais da participação de todos os jogadores em todos os momentos do jogo. Assim sendo, essa pesquisa tem como objetivo geral abordar sobre o handebol para deficientes e não deficientes, tratando sobre o esporte em si e os benefícios trazidos por ele para os praticantes. Para atender esse objetivo, alguns objetivos específicos foram buscados, tais como: abordar sobre o esporte adaptado e não adaptado; descrever as características e relevância do handebol adaptado para cadeirantes; e finalmente apresentar os benefícios adquiridos para a melhoria da qualidade de vida dos praticantes deficientes e não deficientes. 4 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Situação Problema 1 A lesão medular (LM) é um acometimento gerado nas estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos nervosos através da medula, podendo acarretar perda de parte ou perda total da motricidade voluntária e/ou da sensibilidade (BRUNOZI et al, 2011). Silverthorn (2003) explica que a medula espinhal é o caminho principal das informações entre o encéfalo, a pele, articulações e o músculo do corpo. A medula contém redes neurais responsáveis pela locomoção, se a mesma é lesionada, irá existir perda de sensação proveniente da pele e músculo, e da capacidade de controlar voluntariamente o músculo conhecidos como paralisia. Conforme Defino (1999, p. 394), a definição de [...] lesão medular segundo a American Spinal Injury Association (ASIA) é a diminuição ou perda da função motora e/ou sensória e/ou anatômica, podendo ser uma lesão completa ou incompleta, devido ao comprometimento dos elementos neuronais dentro do canal vertebral. Para Stokes (apud SCUSSEL, 2011) a classificação do trauma só e completa ou incompleta quando é determinado a qual nível da coluna vertebral que foi lesionado, a lesão completa é quando toda região neural onde se encontra a lesão é interrompida, quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão. Nas lesões medulares completas há paralisia, perda de todas as modalidades sensitivas (tátil, dolorosa, para temperatura, pressão e localização de partes do corpo no espaço) abaixo da lesão e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal). A lesão é incompleta, quando há algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão. Nos casos de lesões medulares incompletas, as funções motora e sensitiva estão preservadas no nível do segmento sacral. Medola e outros (2009, p. 12) a lesão medular tem “[...] duas categorias para nível de lesão, pode ser classificada como paraplegia ou paraparesia, se a lesão for abaixo do nível medular T1, e tetraplegia ou tetraparesia, se for acima deste nível 1”. Segundo Forde e outros (apud BÜHLER et al., 2011), defini a paraplegia, como a privação da função motora ou sensorial na parte torácica, 5 lombar ou sacral que se ligava a medula espinhal. Na paraplegia a atividade da parte superior do corpo é preservada, entretanto, o tronco, os membros inferiores e os órgãos da região pélvica correm o risco de sofrerem privações. E Defino (1999, p. 394) diz que a tetraplegia refere-se à perda da função motora e/ou sensitiva nos segmentos cervicais da medula espinhal devido à lesão dos elementos neuronais no interior do canal vertebral. A tetraplegia resulta em alteração das funções dos membros superiores, tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos, não sendo incluídas nessa categoria de lesão, as lesões do plexo braquial e nervos periféricos fora do canal vertebral. Segundo Vilela (2013) a tetraplegia ocorre quando há uma paralisia da musculatura do tronco corporal, impossibilitando que haja a movimentação do sistema muscular a esquelético a partir do sistema nervoso voluntário, causando também deficiências no sistema nervoso autônomo como alterações e distúrbios respiratórios e neurológicos, sendo uma doença de grandes proporções. Sabe-se que as consequências da lesão medular são enormes, as principais são a perda da função motora, a propriocepção e os sentidos de vibração e toque. No lado oposto da lesão, há uma perda de sensações de dor e de temperatura. Observa-se que as principais alterações fisiológicas decorrentes da lesão medular são o choque medular, choque neurogênico, trombose venosa profunda, disrreflexia autônoma, bexiga neurogênica, intestino neurogênico, espasticidade, úlceras por pressão, pneumonias, alterações psicossociais e infecções. Já nas sequelas morfológicas, são compressão medular, listese, e danos ao ligamento da coluna. O exercício físico é uma forma de tratamento não farmacológica, que resulta em mudanças fisiológicas e morfológicas, seja em pessoas lesionadas ou não. Como já foi citado acima, existe níveis de lesão medular e é necessário que se tenha cuidado e responsabilidade ao prescrever exercício físico para pessoas com lesão medular respeitando o nível de lesão que o paciente se encontra, respeitando e seguindo o laudo médico, trabalhando sempre em conjunto com a equipe médica que acompanha o aluno. Os exercícios físicos 6 tem um papel fundamental na reabilitação, auxiliam na manutenção ou aumento dos movimentos articulares e na força muscular. Assim sendo, a prática de exercícios ultrapassa o campo de “cuidados” com a saúde, também envolve questões de caráter psicológico e social, pode ser afirmado através da fala de Noce et al. (2008, p.1) que diz “a prática regular de atividade física promove uma série de benefícios que vão além da esfera física”. É indispensável o acompanhamento deum profissional para auxiliar o paciente na execução dos exercícios físicos. 7 2.2 Situação Problema 2 De acordo com Morrow e colaboradores (1995), a avaliação é um processo de tomada de decisões que estabelece um julgamento de valor sobre a qualidade de algo que se tenha medido. Para tornar-se uma decisão em termos de avaliação é necessária uma perspectiva de referência, pois “avaliação” significa comparação: comparar os resultados com os próprios resultados anteriores ou de outros; comparar as medidas obtidas com a média do grupo em que os testes foram realizados; comparar as medidas obtidas com resultados de testes aplicados a outros grupos. Dessa forma, o ato de avaliar tem um significado maior, implica julgamento de valor, e quase sempre lança mão dos frutos da medida, ou seja, a avaliação interpreta o resultado de uma medida, sendo geralmente de caráter qualitativo. A avaliação física inicial é fundamental para averiguar as condições do aluno, suas necessidades, potencialidades e limitações. Somente com base nesses resultados, um programa de exercícios sérios e efetivos poderá ser planejado. Sem avaliação inicial, também não há como definir parâmetros, chave de qualquer treinamento como tipo predominante de atividade precisa, volume, intensidade e a sua periodicidade, além disso, a avaliação física tem o objetivo de identificar o nível de aptidão física atual do avaliado permitindo que os exercícios possam ser prescritos de acordo com suas necessidades e seus objetivos. Avaliações periódicas permitirão verificar as possíveis alterações da aptidão física, decorrentes do programa de exercícios físicos. Uma avaliação física imprecisa poderá comprometer a eficácia do treinamento ou dificultar a avaliação do seu progresso. Avaliar a condição física inicial do aluno é de fundamental importância para a prescrição da atividade mais adequada a atender seus objetivos e necessidades, e é nessa situação que a “avaliação física” mostra-se um instrumento de trabalho indispensável para o professor (COSTA, 2007). Em se tratando de prática esportiva, o papel da avaliação física é ainda maior, já que o esforço executado pelo atleta exige mais ainda do corpo. Entre 8 os objetivos principais de uma avaliação física, podemos citar: Que a avaliação serve para: avaliar o estado do indivíduo ao iniciar um programa de atividade física; detectar deficiências, permitindo uma orientação no sentido de superá-la; auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivado possa desenvolver as suas aptidões; impedir que a atividade seja um fator de agressão; acompanhar o progresso do indivíduo. Uma boa avaliação física é importante, pois proporciona uma maior segurança para o avaliado e o avaliador, no que se refere ao treinamento físico em si, pois só através de dados claros é possível alcançar as metas planejadas e desejadas. 9 3. CONCLUSÃO A prática esportiva pode ser incentivo para a pessoa com deficiência física influenciando o desenvolvimento da atividade motora, afetiva, da motivação para tornarem-se participativos em sua comunidade através da intervenção adequada de um profissional de Educação Física. Possibilita o resgate da força para continuarem lutando, e assim, retomarem o sentido à vida, que muitas vezes fora perdido ou mesmo esquecido, após o sofrimento da perda de alguma funcionalidade do corpo, bem como, despertarem o desejo e possibilidade terem novamente uma vida ativa. Percebe-se que embora seja desafiador viver com a limitação física e sensorial que a lesão medular traz, é possível através da adesão a um programa de prática esportiva, desenvolver no indivíduo, capacidades que produzem inúmeros benefícios, desde o convívio social, questão de saúde, ou até mesmo melhoria de autoestima. A pessoa com lesão medular pode ter uma vida ativa, podendo praticar esporte. Por fim, deve-se oportunizar a vivência de atividades desportivas a pessoa que sofreu lesão medular e encontra-se em sua maioria desmotivado, sedentário, sentindo inutilizado e inerte e todas as iniciativas devem ser consideradas de caráter social e educativo para reintegrar esses sujeitos. 10 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUNOZI, A.E.; et al. Qualidade de Vida na Lesão Medular Traumática. Revista Neurociências. Goiânia, v. 19, n. 1, p. 139-144, 2011. BÜHLER, Marco Antônio; et al. Perfil Clínico E Epidemiológico Dos Pacientes Com Lesão Medular Atendidos No Centro De Atendimento À Deficiência (CAD). 2011. Disponível em: . Acesso em: 23 de fevereiro de 2021. COSTA, Roberto Fernandes da. “Avaliação fÍsica”: a melhor forma de você praticar exercícios físicos. São Paulo, 2007. DEFINO, Helton L. A. Trauma raquimedular. Simpósio: Trauma II, Capítulo II. Medicina, Ribeirão Preto, p. 388-400, 1999. Disponível em: < http://www.colunafragil.org.br/download/trauma_raquimedular.pdf> Acesso em: 22 de fev. de 2021. IBDD. Instituto Brasileiro dos Direitos de Pessoa com Deficiência. Inclusão social da pessoa com deficiência: medidas que fazem a diferença. Rio de Janeiro: IBDD, 2008. 312 p. disponível em: Acesso em: 20 de fevereiro de 2021. MEDOLA, Fausto O.; et al.. Avaliação do alcance funcional de indivíduos com Lesão medular espinhal usuários de cadeira de rodas. Revista Movimenta. Vol. 2, n. 1, p. 12-16, 2009. Disponível em: Acesso em: 22 de fevereiro de 2021. PAES, Roberto Rodrigues; BALBINO, Hermes. F. Processo de ensino aprendizagem no basquetebol: perspectivas pedagógicas. In: ROSE JR, Dante de; TRICOLI, Valmor. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática, Barueri, Manole, 2005. SCUSSEL, Monise Minatto. A fisioterapia na reabilitação sexual Em pacientes com lesão medular do município de Criciúma- sc. 2011 Disponível em:<http://repositorio.unesc.net/bitstream/handle/1/335/Monise%20Minatto%20 Scussel.p df?sequence=1> Acesso em: 22 de fevereiro de 2021. 11 SILVERTHORN, De Ungllaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. São Paulo: Thompson, 2003. VILELA, A. L. M. O sistema nervoso. V. 3. N. 5. Disponível em: < http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp > Acesso em 22 de fevereiro de 2021.
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