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Educação fisica adaptada unidade 1

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20/04/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/11
Educação Física Adaptada
Historicamente criamos padrões para tudo o que é considerado belo, bem sucedido, perfeito ou adequado. Qualquer coisa,
situação ou pessoa que não esteja neste padrão, é considerada “anormal” e acaba sendo estigmatizada pela sociedade.
Constantemente observamos este fato quando o assunto em questão é a pessoa com deficiência. Apesar de se falar muito
em inclusão, ainda é possível perceber que a desinformação e o preconceito fazem com que essas pessoas sejam tratadas
de maneira equivocada, geralmente subestimando seu potencial e não enxergando suas reais necessidades. 
 
Fonte: http://www.alunosonline.com.br/portugues/charge-cartum.html 
 
É importante lembrar que ANTES da deficiência, devemos enxergar a PESSOA. É por esse motivo que desde 2008, quando
aconteceu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU), o termo adequado a ser utilizado é Pessoa
com Deficiência. 
 
Não devemos dizer “pessoa portadora de deficiência” ou “portador de deficiência”. A pessoa não porta ou carrega a
deficiência, ela tem deficiência e antes de ter a deficiência, ela é uma pessoa como qualquer outra. Isso significa que ela terá
dificuldades e também apresentará potencialidades como qualquer pessoa. 
 
Infelizmente, muitas discussões que ocorreram nesta Convenção mantiveram-se apenas em um nível teórico e ainda pouco
refletiu no dia-a-dia das pessoas com deficiência. Por isso, na realidade ainda observamos frequentemente uma visão
estigmatizada e informações incorretas sobre as reais implicações da deficiência na vida de uma pessoa. 
 
Em função das recentes mudanças na legislação a respeito da inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares, os
profissionais de educação física têm se deparado com a necessidade de atuar com esta população. Há alguns anos atrás
atuar com pessoas com deficiência era uma “opção” distante, hoje é uma realidade bem próxima. 
 
Além das escolas, as academias, clubes e associações também têm recebido inúmeros alunos com algum tipo de deficiência
que buscam a prática de atividade física por motivos estéticos, diversão, melhora da condição física ou mesmo desempenho
de alto nível. 
 
É neste contexto que, cada vez mais, os profissionais de Educação Física têm buscado qualificação e conhecimento
na área de atividade física adaptada. 
20/04/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Um aluno nunca é igual ao outro, conhecer o potencial de cada um e conseguir atingir os objetivos com todos é um
trabalho árduo, que exige compromisso e competência do professor de educação física. 
 
Para chegar lá, além de estudar, se aprimorar e se atualizar sempre, é necessário saber ser flexível. Durante o
planejamento de suas aulas, você deve encontrar novas formas de ensinar. Essa tarefa, que por si só já é
importante, é imprescindível quando há um grupo com alunos que apresentem algum tipo de deficiência. 
 
Os principais aspectos a sofrerem adequações e flexibilização são: espaço, conteúdo, tempo e recursos. A inclusão
é possível, mas deve ser um trabalho contínuo de todos os envolvidos no sistema. 
 
Até chegarmos ao processo de inclusão que tanto ouvimos falar atualmente, passamos antes pelos processos de
exclusão, segregação e integração. 
 
* Exclusão: nesta fase, nenhuma atenção educacional foi proporcionada às pessoas com deficiência, eram
consideradas indignas da convivência social e educacional. 
 
* Segregação: por impossibilidade de acesso às escolas comuns por parte das crianças e jovens com deficiência,
foram criadas escolas especiais. Atualmente existem poucas escolas de educação especial. 
 
* Integração: crianças e jovens eram encaminhados às escolas comuns com classes especiais e salas de recursos.
Basicamente, o aluno teria que se adequar ao que a escola oferecia a ele. 
 
* Inclusão: todas as pessoas sãs incluídas nas salas comuns. O espaço físico e os procedimentos educativos são
adaptados para atender a diversidade do aluno. As escolas levam em consideração as necessidades de todos os
alunos e para isso, todos devem estar envolvidos neste processo: alunos com e sem deficiência, professores,
funcionários e dirigentes da escola. 
 
No processo de inclusão, todos são beneficiados: 
- Benefícios para os alunos: desenvolvimento de atitudes positivas com relação aos outros, ganhos nas habilidades
acadêmicas e sociais, preparação para a vida em comunidade (convivência com o “diferente”). 
 
- Benefícios para os professores: melhoria das habilidades profissionais e capacitação profissional. 
 
- Benefícios para a sociedade: valor social da igualdade, superação dos padrões do passado e mais informação para
todos. 
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Fonte: http://www.inclusive.org.br/?p=23371 
 
 
O profissional de Educação Física tem um papel fundamental no processo de inserção ou reinserção social através
da atividade física e/ou esporte. Para isso, é indispensável a constante formação e atualização deste profissional. A
boa vontade e o "querer ajudar" são importante, mas não bastam. O conhecimento é fundamental! 
 
 
Histórico da atividade física e esporte adaptado 
 
Antes de 1900 a educação física adaptada tinha orientação médica e era basicamente preventiva ou corretiva
(ginástica médica). 
 
Em 1840, nos Estados Unidos surgiu primeiro programa de educação física escolar para garotos cegos. 
 
Em 1924 aconteceu em Paris a primeira edição dos Jogos Internacionais do Silêncio, conhecido atualmente como
Surdolimpíadas. Esse é um evento apenas para atletas com deficiência auditiva. 
 
Em 1968 teve início o movimento conhecido como Special Olympics, uma iniciativa da família Kennedy. 
 
A partir de 1945, final da segunda guerra mundial, surgiram as primeiras associações específicas de esportes para
pessoas com deficiência. 
Muitos soldados voltaram para casa com as sequelas da guerra: amputados, lesados medulares, surdos e cegos e
para atendê-los surgiram as duas primeiras associações de esporte para pessoas com deficiência: 
 
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- Estado Unidos: PVA (Paralyzed Veterans of America), associação com enfoque mais competitivo.
- Inglaterra: Stoke Mandeville com enfoque principlamente terapêutico.
 
As duas primeiras associações brasileiras tiveram origem em 1958:
Em São Paulo, o Clube dos Paraplégicos de São Paulo (CPSP), fundada pelo Sr. Sérgio Del Grande. E no Rio de
Janeiro, o Clube do Otimismo, fundada pelo Sr. Robson Sampaio. 
 
Em Roma (1960) ocorreram os primeiros Jogos Paralímpicos. O Brasil teve a sua primeira participação apenas em
1972 (Alemanha). 
 
Os Jogos Paralímpicos acontecem alguns meses após os Jogos Olímpicos. Nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro
serão disputadas 27 modalidades, sendo duas delas estreantes nos Jogos. 
 
As modalidades são adaptadas em relação às regras, espaço e no que mais for necessário. A única modalidade que
não foi adaptada, mas criada é o Goalball, especialmente para os atletas com deficiência visual. 
 
Participam dos Jogos, atletas com deficiência física/motora, visual e intelectual. Todos os atletas, para serem
considerados elegíveis para as modalidades paralímpicas, devem passar por uma avaliação funcional que o
classifica de acordo com sua deficiência, limitações e possibilidades. Essa avaliação é realizada por classificadores
internacionais e cada modalidade tem a sua classificação funcional própria. O objetivo principal é o nivelamento dascapacidades físicas e competitivas, oportunizando uma competição mais dinâmica, competitiva e justa. 
 
Em 2012, o Brasil conquistou nas Paralimpíadas de Londres 43 medalhas e alcançou a 7º. colocação na
classificação geral, sendo reconhecido como uma potência paralímpica. 
 
 
Deficiência física/motora 
Refere-se aos problemas ósseos, musculares, ligamentares ou neurológicos, que afetam a estrutura ou função do
corpo, interferindo na motricidade. É caracterizada por um distúrbio na movimentação e/ou locomoção do indivíduo.
Pode, em alguns casos, estar associada a um distúrbio sensorial e cognitivo. A origem pode ser congênita ou
adquirida e ainda pode ser progressiva (sequelas se agravam com o passar do tempo) ou não progressiva
(apresentam as sequelas estabilizadas). 
É comum a utilização de próteses (equipamento que substitui um membro ou órgão, por exemplo, para substituir
uma perna amputada) ou órteses (equipamento que auxiliam o funcionamento de um membro ou órgão, por
exemplo, as muletas, cadeira de rodas, bengalas, andadores, entre outros) para auxiliar na locomoção e nas tarefas
do dia-a-dia. 
Nesta Unidade abordaremos as seguintes deficiências: lesão medular, poliomielite, paralisia cerebral, amputação,
nanismo e distrofia muscular de Duchenne. 
 
Lesão Medular: 
A medula espinhal, parte do sistema nervoso central, é uma coluna, que se encontra protegida ao longo do eixo
céfalo-caudal pela coluna vertebral. As principais funções da medula espinhal são prover um centro para ações
reflexas e atuar como um canal por onde os impulsos transitam, indo ou vindo do cérebro. Após uma lesão, a
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medula não se regenera e, por esse motivo, poderão ocorrer sequelas relacionadas à função motora, sensitiva e
autônoma. A medula espinhal é segmentada por sua extensão. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5
sacrais, e 4 ou 5 coccígeas (pode haver variação de indivíduo para indivíduo). 
 
De uma maneira geral, os segmentos cervicais controlam a sensibilidade e o movimento da região cervical e dos membros
superiores; os segmentos torácicos controlam o tórax, abdômen e parte dos membros superiores; os segmentos lombares
controlam os membros inferiores e os sacrais controlam uma parte dos membros inferiores, sensibilidade da região genital e
funcionamento do intestino e bexiga. 
 
As condições traumáticas são as principais causas de lesão na medula. Entre os traumas mais comuns estão os causados
por acidentes automobilísticos ou motociclísticos, lesões por arma de fogo e mergulho em águas rasas. A maior parte das
pessoas com trauma medular tem entre 10 e 29 anos. 
 
A medula também pode ser lesionada por causas não-traumáticas, como por exemplo tumores, hemorragias e infecções
virais e por causas congênitas (espinha bífida – mielomeningocele). 
 
Classificação:
De acordo com o local da lesão, elas podem ser completas ou incompletas. Nas lesões completas (utiliza-se o sufixo
“plegia”) não há movimento nem sensibilidade abaixo do nível da lesão e na incompleta (sufixo “paresia”), existe algum
movimento (voluntário) e/ou sensibilidade abaixo do nível da lesão. 
 
Ainda, de acordo com a altura da coluna vertebral onde ocorreu a lesão, podemos classificar a lesão como “tetra” (danos na
região cervical) ou “para” (danos da 1a. vértebra torácica para baixo). 
 
Desta forma, entendemos por exemplo, que uma pessoa que seja paraplégica apresenta uma lesão torácica ou lombar
completa, enquanto uma tetraparésica, apresenta uma lesão cervical incompleta. 
 
Características: 
Como a medula controla também funções neurovegetativas, além dos distúrbios de motricidade, a lesão medular
pode gerar outras sequelas: 
· Diminuição ou ausência de sensibilidade: geralmente nas lesões
completas
· Espasmos: desencadeado por ações reflexas do sistema nervoso, geralmente são causados por movimentos repentinos,
por brusca mudança de posição ou de temperatura (por exemplo, ao entrar em uma piscina fria).
· Redução da capacidade respiratória: como a musculatura do tronco está acometida, a expansão torácica é menor.
· Disfunção do sistema de regulação térmica: função do sistema autônomo que pode estar comprometida. A
transpiração/evaporação pode.não ocorrer perfeitamente e as ações musculares (tremores) também podem inexistir, desta
forma existe uma chance maior deste indivíduo desencadear um quadro de hipertermia (numa temperatura mais quente) ou
hipotermia (em temperaturas mais baixas). Por esse motivo, é extremamente importante que o aluno/atleta mantenha uma
boa hidratação e use roupas adequadas ao clima e temperatura ambiente.
· Úlceras de decúbito (escaras): são lesões da pele e tecido subcutâneo causadas pela pressão prolongada (muito tempo
sentado ou deitado). Diminuir a pressão algumas vezes a dia pode minimizar muito as chances de aparecimento de escaras.
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· Incontinência urinária e distúrbios de esfíncter retal: está presente na maior parte dos casos de lesão medular, entretanto,
em alguns casos de lesão incompleta pode ocorrer a recuperação total ou parcial desta função.
· Diminuição da massa óssea e muscular: ocorre pela ausência da ação muscular e em função da diminuição ou ausência do
impacto da marcha. 
· Prejuízos do retorno venoso: a ausência ou diminuição da capacidade de contração dos músculos dos membros inferiores
dificultam o retorno do sangue para o coração. Dessa forma, o aluno/atleta com lesão no sistema nervoso simpático (SNS)
apresenta um volume sistólico menor e como geralmente a FC repouso e a FC máxima são mais baixas, observamos o
débito cardíaco (de repouso e em exercício) diminuído. Para finalizar, a contratilidade cardíaca também pode estar diminuída,
prejudicando ainda mais o desempenho do sistema cardiovascular, especialmente em situações de exercício máximo.
· Disreflexia autonômica: situação clínica em que ocorre o aumento brusco da pressão arterial (lesão acima da sexta vértebra
torácica). Pode ser causada por estímulos que normalmente causariam dor na pessoa sem lesão, e que na pessoa que tem
prejuízo na sensibilidade a resposta acontece de maneira diferenciada. 
Espinha Bífida 
Má formação congênita de um ou mais arcos vertebrais que ocorre no 1o. trimestre de gestação. Existem três tipos
de espinha bífida: oculta, meningocele e mielomeningocele. 
 
O tipo mais grave e também mais comum é a mielomeningocele. Nesta situação, ocorre o extravasamento das meninges e
do sistema nervoso, comprometendo as funções neurológicas abaixo do nível da lesão. Normalmente ocorre na região
lombar ou torácica. 
 
Em alguns casos ocorrem a hidrocefalia (acúmulo de líquido céfalo-raquidiano, causando aumento da pressão intra-
craniana) que poderia gerar um atraso no desenvolvimento cognitivo. É importante um diagnóstico precoce para que esse
atraso não prejudique o desenvolvimento global da criança. 
 
Além disso, malformações ortopédicas (pés tortos, luxação de quadril, escoliose) geralmente estão presentes nos alunos
com esta deficiência. 
 
Para indivíduos com lesão medular (adquirida ou congênita), a prática de atividades físicas regulares pode ter impacto
altamente positivo também na autonomia e qualidade de vida. Para isso, aspectos como o fortalecimento muscular dos
membros superiores e do tronco, além do desenvolvimento da resistência cardiorrespiratória, devem ser levados em conta
na elaboração de programas por profissionais de educação física. Em função da possível fragilidade óssea abaixo do nível
da lesão, as transferências devem ser feitas de maneira cuidadosa, a fim de se evitar ferimentos. 
 
Os exercícios aeróbios, realizados na própria cadeira ou em cicloergômetro para os membros superiores, também são
altamente indicados,especialmente por fortalecer a musculatura respiratória remanescente e contribuir desta forma para a
melhor qualidade de vida. 
 
A prática de atividade física para essa população traz um aumento na autoestima e autoconfiança. A maior percepção de
competência traz impactos diretos na maneira como o indivíduo se relaciona consigo mesmo e com os outros. 
 
Poliomielite 
A poliomielite é popularmente conhecida como paralisia infantil pois a doença, em geral, manifesta-se nos primeiros
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anos de vida, e as seqüelas variam em cada caso, podendo muitas vezes inexistir. 
 
A vacina é responsável pela erradicação da doença na maioria dos países, no Brasil o último caso foi em 1986.
 
O vírus da poliomielite se instala no corno anterior da medula causando uma paralisia flácida com redução da força muscular
a aptidão aeróbia. 
 
A dependência da cadeira de rodas ocorre na menor patê dos casos, geralmente o aluno é capaz de caminhar de forma
independente com o auxílio de órteses, muletas ou andadores. 
 
O uso da órtese é muito importante pois na maior parte dos caso, a sequela da poliomielite é unilateral (apenas em uma das
pernas) e desta forma, evita-se o aparecimento ou agravamento da escoliose. 
 
Em alguns casos (cerca de 25%) pode ocorrer a Síndrome pós Pólio, que gera um agravamento da fraqueza muscular e
fadiga, além do aparecimento de dores articulares e musculares. 
 
Nestes casos, a prática de atividade física pode ser dificultada pela presença da dor ao realizar um movimento com a
articulação acometida. 
 
 
Paralisia Cerebral 
A paralisia cerebral é uma desordem motora causada por uma lesão não progressiva do cérebro em
desenvolvimento. Ocorrem disfunções motoras de tônus e reflexos medulares que causam perturbação no controle
da postura e do movimento interferindo na motricidade do indivíduo. 
 
É causada pela destruição (por hipóxia ou anóxia) ou ausência congênita dos neurônios motores superiores. Pode ocorrer no
período pré-natal, peri-natal ou pós-natal. 
 
A classificação da paralisia cerebral é realizada sob três aspectos: grau de acometimento, classificação topográfica e
fisiológica. 
 
* Grau de acometimento: De acordo com a relevância da área atingida e do tempo de hipóxia a que o indivíduo foi
submetido, as sequelas motoras poderão ser mais amenas ou mais severas, podendo gerar uma paralisia leve, moderada ou
grave. 
 
* Classificação Topográfica: 
· Monoplegia/monoparesia: Acomete um único membro. 
· Hemiplegia/hemiparesia: Acomete um lado do corpo. 
· Paraplegia/paraparesia: Acomete o tronco e os membros inferiores. 
· Diplegia/diparesia: Membros inferiores mais afetados que os superiores. 
· Quadriplegia/quadriparesia: Os quatro membros afetados de forma semelhante. 
· Dupla hemiplegia/dupla hemiparesia: Os quatro membros afetados, um lado mais comprometido. 
 
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* Classificação Fisiológica: 
· Espástica: maior parte dos casos, hipertonia da musculatura, encurtamento do tendão calcâneo, lesão cortical. 
· Atáxica: hipotonia muscular generalizada, distúrbios de equilíbrio, instabilidade, marcha cambaleante → lesão no cerebelo. 
· Atetóide: tônus muscular flutuante, que causam movimentos involuntários que se intensificam aos estímulos emocionais e
sensoriais→ lesão nos gânglios da base. 
 
Outras características podem estar associadas à paralisia cerebral e também devem ser alvo de atenção do professor de
educação física: 
 
· Dificuldade de deglutição: causada principalmente pela dificuldade de controle dos músculos da face e pescoço. 
· Sialorréia: salivação excessiva (ato de babar) geralmente causada pela dificuldade de deglutição. 
 
· Disartria: dificuldade na articulação ou pronúncia das palavras, causada principalmente pela disfunção no controle dos
músculos da face e pescoço. O professor deve se atentar para as formas alternativas de comunicação (gestos, cartões com
indicações de figuras ou letras). Essa dificuldade pode gerar, inclusive, equívocos quanto à capacidade cognitiva desse
aluno. 
 
· Distúrbios sensoriais (visão, audição): podem ocorrer por diversos motivos, mas quanto mais precocemente for
diagnosticada e realizada a intervenção, mais favorecido será o desenvolvimento desta criança. O estrabismo, por exemplo,
é relativamente comum devido a incoordenação da musculatura extraocular. 
 
· Epilepsia: crianças com paralisia cerebral podem apresentar epilepsia, as crises podem ser generalizadas ou parciais. É
indispensável o acompanhamento médico e a utilização de medicamentos anti-convulsivos é fundamental. 
 
· Atraso no desenvolvimento cognitivo: O déficit cognitivo é mais comum em crianças com paralisia cerebral grave,
entretanto isso não deve ser considerado uma regra. É necessário muito cuidado na avaliação da capacidade cognitiva
desses alunos. Muitas crianças com disartria, inicialmente consideradas intelectualmente deficientes, quando puderam
utilizar formas alternativas de comunicação, foram reconhecidas como capazes intelectualmente e, portanto não devem ser
tratados como “eternas crianças” ou como incapazes. 
 
· Distúrbios motores: persistência de reflexos primitivos, hiperreflexia, incoordenação muscular generalizada e dificuldade de
controle e manutenção postural interferem no desenvolvimento, aprendizagem e controle motor. Para minimizar esses
movimentos involuntários, o professor deve posicionar seu aluno de forma a inibir esses padrões reflexos. Além disso,
devemos lembrar que alguns sons ou movimentos bruscos podem desencadear padrões reflexos fortes. O professor, junto
com uma equipe multidisciplinar, deve realizar uma avalição do aluno para conhecer as adequações posturais e de
movimentos mais propícias para cada aluno. 
 
A espasticidade pode ser uma condição que traga restrições na amplitude de movimentos. Nesta situação, estratégias como
o alongamento (utilizando a facilitação neuro proprioceptiva) podem aumentar a amplitude articular. Atividades em água
aquecida também favorecem o relaxamento muscular. Outra sugestão é iniciar as atividades a partir dos movimentos
grosseiros para os mais refinados, incluindo, por exemplo, os que desenvolvam a coordenação motora-visual. 
 
Em função da dificuldade na manutenção postural e na realização e controle dos movimentos é fundamental que
sejam oferecidos estímulos contínuos que possam interferir de forma significativa na interação dessas crianças com
o mundo que as cerca. Desta forma, é possível influenciar no desempenho de habilidades motoras básicas (rolar,
sentar, engatinhar e andar), mas também de atividades de vida diária, como tomar banho, alimentar-se, vestir-se,
locomover-se em ambientes variados, entre outras possibilidades. 
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Amputação 
Amputação é definida como a ausência congênita ou retirada, parcial ou total de um ou mais membros. Pode ter
causa congênita (malformação no período gestacional) ou retirada por motivo de necrose tecidual, trauma, tumores
ou infecções. 
 
Quando a retirada é total, ocorre a desarticulação do membro e, portanto o encaixe da prótese é comprometido. Já nos
casos de amputação parcial, resta o coto, o que facilita o encaixe da prótese. Quanto maior for o coto, melhor a alavanca e
mais harmônico e eficiente será o movimento. 
 
As amputações podem ocorrer em um ou mais membros, podem ser nos membros inferiores ou superiores ou ainda
unilaterais ou bilaterais. 
O uso de prótese nos membros inferiores é especialmente importante para evitar desvios posturais, especialmente as
escolioses. Entretanto, para que isso ocorra é imprescindível que a prótesesacompanhem o crescimento, no caso de
amputações em crianças. 
 
A estimulação do coto deve ser realizada através de exercícios de fortalecimento e alongamento, mesmo que a força gerada
seja pequena, como nos casos dos cotos muito curtos. Quando o coto não é estimulado, podem ocorrer atrofias da
musculatura e alterações posturais. Além disso, um coto estimulado certamente será mais eficiente no trabalho de
movimentação junto à prótese. 
 
Para a estimulação do coto podem ser prescritos exercícios de alongamento muscular e fortalecimento utilizando-se faixas,
borracha, caneleiras e, quando possível, até mesmo os aparelhos de musculação. Além disso, exercícios para fortalecimento
dos músculos posturais também são muito importantes. 
 
Alguns alunos podem apresentar a chamada “dor ou sensação fantasma” que é a percepção de sensações, geralmente
dolorosas, em partes do membro que foram retiradas. Geralmente é necessário um tratamento psicológico e às vezes
medicamentoso. 
 
Alterações no débito cardíaco também podem ser observadas, basicamente em função de um retorno venoso diferenciado
em função da ausência de um ou mais membros. 
 
Por fim, não é incomum que a autoestima esteja comprometida, essa nova estrutura corporal pode levar muito
tempo para ser aceita pelo aluno, por isso, o professor deve evitar a exposição desnecessária quando perceber que
o aluno não se sente bem. 
 
Nanismo 
O nanismo é uma displasia esquelética que altera o crescimento e desenvolvimento do sistema esquelético levando
à baixa estatura em relação à idade cronológica. A acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo e tem causa
genética. 
 
As principais características do anão acondroplásico são os membros inferiores e superiores encurtados em relação ao
tronco, além disso, apresentam-se curvos, com os braços e coxas mais reduzidas do que os antebraços e pernas. 
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Em função dessa desproporção corporal, os anões podem apresentar: 
 
- lesões de menisco e tendência ao joelho varo 
- sobrecarga na coluna cervical e lombar 
- hiperlordose 
- desequilíbrio corporal 
 
Além disso, existe a possibilidade de má formação cardíaca e uma tendência ao sobrepeso/obesidade. 
 
Através da atividade física, o aluno com nanismo consegue fortalecer a musculatura e proteger/preservar as
articulações que sofrem com a sobrecarga devido à desproporção corporal. Justamente por esse motivo, as
atividades de impacto são contraindicadas para essa população. 
 
Distrofia Muscular de Duchenne 
A distrofia muscular de Duchenne é a miopatia infantil mais comum e infelizmente também a mais grave. É um
distúrbio genético e progressiva que atinge principalmente crianças do sexo masculino. 
 
É uma doença do sistema muscular, caracterizada por fraqueza e atrofia dos músculos do corpo. Essa fraqueza gera uma
sensação de cansaço com facilidade, alterações posturais e perda da destreza manual fina. 
 
Manifesta-se a partir aproximadamente dos 3 anos, afeta primeiro as grandes cinturas (escapular e pélvica) e progride para a
periferia. 
 
 
Inicialmente ocorre flexão constante dos quadris e joelhos. A fraqueza dos extensores de quadril e do joelho resulta no sinal
de Gowers, em que a criança escala suas pernas para levantar-se do chão. Nesta manobra, as crianças rolam até a posição
de joelhos, empurram o solo com os antebraços estendidos para elevar o quadril e endireitar as pernas, levam as mãos até
os joelhos e fazem força para cima até chegarem a uma posição ereta.
 
 
Figura: Sinal de Gowers 
Fonte: http://www.oapd.org.br/distrofias.htm 
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Por volta dos 9 aos 11 anos, a criança perde a capacidade de marcha e passa a utilizar a cadeira de rodas. Geralmente o
óbito ocorre antes do 20 anos. 
 
A atividade física não é capaz de impedir a progressão da distrofia, mas pode proporcionar uma melhora importante na
qualidade de vida desse aluno, especialmente no que tange aos aspectos emocionais e sociais.
 
Referências Bibliográficas: 
Básicas: 
GORGATTI, M.G.; COSTA, R.F. Atividade física adaptada – qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 3
ed. Barueri, Editora Manole, 2013.
TEIXEIRA, L. Atividade física adaptada e saúde. Barueri, Editora Manole, 2008
WINNICK, J.P. Educação física e esportes adaptados. Ed. Manole, 2003. 
 
Complementares:
FRONTERA, W. Exercício físico e reabilitação. Ed. ArtMed, 2001 
GREGUOL, M. Natação adaptada – em busca do movimento com autonomia. Barueri, Editora Manole, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SÚDE (OMS). Informe Mundial sobre a deficiência. Acesso em outubro de 2015. Disponível
em: http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/es/

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