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SP 2.2 OBJETIVOS: 1) Descrever o processo de maturação do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal feminino. 2) Caracterizar as mudanças físicas e psicológicas da puberdade feminina. 3) Descrever os métodos clínicos utilizados para avaliação do desenvolvimento da puberdade feminina. 4) Descrever o processo de gametogênese feminina e relacioná-lo com o eixo hipotálamo- hipofisário-gonadal feminino. 5) Descrever o ciclo menstrual e relacioná-lo com a maturação do eixo hipotálamo-hipófise- gonadal. 6) Relacionar a influência dos aspectos religiosos, legais e éticos com o início da prática sexual e os fatores causais associados à gravidez na adolescência e suas consequências para a adolescente. 7) Descrever os métodos contraceptivos, identificando sua indicação e eficácia. 8) Citar as principais ISTs. 1- MATURAÇÃO EIXO HHG FEMININO O hipotálamo secreta GnRH em pulsos de 5 a 25 minutos de duração que ocorrem a cada 1 a 2 horas. A liberação pulsátil de GnRH também causa produção intermitente de LH a cada 90 minutos em média. Em pequenas quantidades, o estrogênio tem forte efeito de inibir a produção de LH e FSH. Além disso, quando existe progesterona disponível, o efeito inibidor do estrogênio é multiplicado, muito embora a progesterona, por si só, tenha pouco efeito. Lucas Souza Ferraz - Medicina A inibina é secretada em conjunto com hormônios esteroides sexuais pelas células da granulosa do corpo lútero ovariano. Esse hormônio tem o mesmo efeito em mulheres e homens (inibe a secreção de FSH e, em menor extensão, e de LH pela hipófise anterior). 2- MUDANÇAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS MUDANÇAS FÍSICAS Aumento das mamas e quadris, crescimento de pelos na região genital e axilar, afinamento da cintura, alteração da voz e aumento da estatura. MUDANÇAS PSICOLÓGICAS . Busca de si mesmo e da identidade adulta: elaboração dos três lutos do “quem sou eu” para a formação da sua identidade adulta, nós vamos ter aí o luto pela perda do corpo infantil, onde o corpo se modifica, independentemente de sua vontade, o que causa grande desconforto, mais facilmente percebido nas fases iniciais da adolescência, teremos o luto pela perda da identidade infantil, a sociedade e o próprio indivíduo passam a exigir um comportamento diferente daquele mostrado até o momento, com responsabilidades e deveres, e o terceiro que seria o luto pela perda dos pais da infância, aqui os pais deixam de ser vistos como ídolos infalíveis e passam a ser vistos como humanos, tão frágeis e capazes de errar como qualquer outro. . Tendência grupal: o adolescente pertence ao grupo mais que a família, ser aceito no grupo é prioritário; . Evolução sexual: descoberta do corpo e do prazer sexual, busca parcerias, jogos de conquista, amor romântico; . Contradições sucessivas de conduta: mudanças constantes de posicionamento devido a todas as mudanças físicas e emocionais; . Separação dos pais: incomoda a família que se sente perdendo o adolescente, mas isso é algo necessário para construção da identidade; . Necessidade de intelectualização, fantasia e saída do presente: mecanismo de defesa e de pensamento típico da idade, grandes planos são elaborados, a imaginação predomina; . Crises religiosas: desde misticismo, ateísmo, fanatismo religioso, chegando a experimentar vários deles; . Distemporalidade: algumas coisas são urgentes (comprar uma mala para uma viagem daqui uma semana) outras nem tanto (estudar para a prova hoje à tarde); . Atitude social reivindicatória: os absurdos sociais, divisões de classes injustas; . Flutuações do humor com predomínio depressivo: uma conquista pequena leva o jovem ao êxtase e um pequeno contratempo o leva a tristeza. 3- MÉTODOS CLÍNICOS ESCALA DE TANNER EM RELAÇÃO AS MAMAS M1 – Mama infantil, com elevação da papila (mamilo) M2 - Broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, papila e auréola se elevam, formando uma pequena saliência. Aumenta o diâmetro da aréola, e modifica-se sua textura. M3 - Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação de seus contornos. M4- Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta agora forma uma segunda saliência acima do contorno da mama. M5 - Mamas com aspecto adulto. O contorno areolar novo ente incorporado ao contorno da mama. EM RELAÇÃO AO ÓRGÃO GENITAL P1- Ausência de pelos / leve penugem. P2- Pelos longos e finos, pouco pigmentados, lisos ou pouco encaracolados na região dos grandes lábios. Lucas Souza Ferraz - Medicina P3- Maior quantidade de pelos, mais grossos, escuros e encaracolados, espalhados na sínfise púbica. P4- Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas. P5- Aspecto adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna das coxas. P6- Extensão dos pelos para cima da região púbica 4- PROCESSO DE OVOGENESE A gametogênese feminina, também conhecida como oogênese, ovulogênese ou ainda ovogênese, é o processo responsável pela formação dos óvulos, os gametas femininos, que se inicia antes do nascimento da mulher, durante o seu desenvolvimento embrionário, mais ou menos no terceiro mês de sua vida intrauterina. No início da fase fetal, as ovogônias (2n), células precursoras dos gametas femininos, sofrem mitoses, multiplicando-se. Após o nascimento, por volta do terceiro mês de vida, as ovogônias param de se dividir, crescem, duplicam seus cromossomos e entram na prófase I da meiose, quando passam a ser chamadas de ovócitos primários ou ovócitos I. Os ovócitos primários permanecem dessa forma até que a mulher atinja a puberdade. Ao nascer, a menina já tem seus ovócitos primários formados no interior de seus ovários, mas mais da metade deles se degenera ao longo da vida da mulher. Ao atingir a puberdade, a menina terá a sua primeira menstruação, chamada de menarca, e passará a apresentar ciclos menstruais que duram aproximadamente 28 dias. Em cada ciclo menstrual, um dos ovócitos primários entra no período de maturação, lembrando que esse processo se repetirá até a chegada da menopausa, que é quando cessam definitivamente os ciclos menstruais. Durante a maturação do ovócito primário, ocorre o término da divisão I da meiose, formando células de tamanhos diferentes, sendo uma delas grande, chamada de ovócito secundário ou ovócito II (n); e a outra pequena, chamada de corpúsculo polar I ou primeiro glóbulo polar, que se degenera logos após a sua formação. O ovócito secundário inicia a segunda fase da meiose, mas para na metáfase II, ocorrendo então o que chamamos de ovulação, na qual o ovócito secundário será liberado no ovário e encaminhado para a tuba uterina. Esse ovócito secundário que foi liberado é chamado de óvulo, e a sua meiose se completará somente se houver fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Quando o ovócito secundário (óvulo) não é fecundado, ele se degenera 24 horas após ser liberado. Mas quando ocorre fecundação por um espermatozoide, o ovócito secundário termina a segunda divisão da meiose, com a liberação do segundo glóbulo polar, também chamado de corpúsculo polar II. Assim como o corpúsculo polar I, o corpúsculo polar II também se degenera. Além de formar gametas, a ovulogênese também está associada a todas as modificações hormonais que preparam o útero da mulher para uma possível gravidez, e uma delas é o espessamento da parede uterina para receber o embrião. Caso o óvulo não seja fecundado por um espermatozoide, a ovulogênese não se completa, ocorrendo a descamação da parede uterina, que chamamos de menstruação. Se houver a fecundação do óvulo, não ocorrerá a menstruação, havendo então uma gravidez. 5- CICLO MENSTRUAL A concentração dos hormônios sexuais varia no decorrer do ciclo menstrual.Assim que termina a menstruação, tem início a produção de estrógeno, que atinge seu pico ao redor de 14º dia do ciclo, quando começa a cair e a aumentar a produção de progesterona. O nível desses dois hormônios, porém, praticamente chegam a zero. O ciclo menstrual, geralmente dura cerca de 28 dias (início no primeiro dia de menstruação e terminando quando a menstruação do mês seguinte se inicia) podendo ter uma variação entre 25 e 35 dias, e é dividido em 3 fases, de acordo com as Lucas Souza Ferraz - Medicina alterações hormonais que ocorrem no corpo da mulher durante o mês. FASE 1- FASE FOLICULAR É a primeira fase do ciclo; Inicia no primeiro dia da menstruação e, dura entre 5 a 12 dias; Nesta fase o cérebro aumenta a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH), que leva os ovários a amadurecer seus óvulos. Com esse amadurecimento, o ovário começa também a liberar maiores quantidades de estrogênio, que é o outro hormônio, responsável por tornar o revestimento do útero pronto para uma possível gravidez. FASE 2- FASE OVULATÓRIA Nesta fase, os níveis de estrogênio continuam aumentando e levam o corpo a produzir o hormônio luteinizante (LH), que é o responsável por selecionar o óvulo mais maduro e fazê-lo sair do ovário, que é quando ocorre a ovulação, geralmente, por volta do dia 14 do ciclo; Depois de liberado, o óvulo viaja pelas trompas até chegar ao útero. Normalmente, o óvulo sobrevive por 24 horas fora do ovário e, por isso, se entrar em contato com espermatozoides, pode ser fecundado. Uma vez que os espermatozoides podem durar até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível que se, a mulher tiver tido relações até 5 dias antes da ovulação, possa engravidar. FASE 3- FASE LÚTEA Esta fase acontece, em média, nos últimos 12 dias do ciclo e, durante esses dias, o folículo, deixado pelo óvulo dentro do ovário, começa a produzir progesterona em maior quantidade, para continuar preparando o revestimento do útero para o caso de uma possível gravidez. Além disso, também existe um aumento na produção de estrogênio e, por isso, algumas mulheres podem apresentar sensibilidade nos seios, mudanças de humor e até inchaço; Quando a fecundação não acontece, o folículo vai encolhendo dentro do ovário e, por isso, os níveis de estrogênio e progesterona vai diminuindo até que o revestimento do útero seja eliminado, dando início à menstruação e ao próximo ciclo menstrual. Já se existir fecundação, o óvulo fica grudado nas paredes do útero e o corpo começa a produzir HCG, um hormônio que mantem o folículo produzindo estrogênio e progesterona em níveis elevados para manter o revestimento o útero até à formação da placenta. 6 Segundo o Protocolo de Atenção à Saúde do Adolescente, a gestação na adolescência possui múltiplas causas: diminuição da idade da menarca, iniciação sexual cada vez mais precoce; falta ou inadequação das informações quanto à sexualidade e aos métodos contraceptivos; baixo acesso aos serviços de saúde; não utilização de métodos por receio que seus pais descubram que está tendo relações sexuais; busca de confirmação da fertilidade; pensamento mágico (isto nunca vai acontecer comigo); presença de um desejo, consciente ou inconsciente, de engravidar; ocorrência de gestação na adolescência em familiares e pessoas próximas como modelos sociais; história e presença de conflitos familiares; abuso de drogas; falta de uma comunicação aberta entre pais e filhos. As consequências terão maior ou menor gravidade de acordo com a idade, adesão ao pré-natal e fatores socioeconômicos e culturais. Existe diferença entre as meninas da classe social alta e baixo quanto ao quesito gravidez na adolescência. Para as adolescentes que possuem condições financeiras melhores, a gestação é um empecilho para seu futuro, enquanto que para as adolescentes mais pobres a adolescência é o único futuro. Como consequências biológicas relacionadas à gravidez precoce, a mãe poderá apresentar anemia, principalmente se possuir baixa renda, fato ligado diretamente a má alimentação e maior incidência de verminoses, menor ganho de peso, hipertensão arterial, doenças sexualmente transmissíveis, maior risco de desenvolver doenças e morte durante o Lucas Souza Ferraz - Medicina parto e puerpério, abortos e partos prematuros, má formação fetal, crescimento fetal alterado, desproporção feto-pélvico, hemorragia feto materna, problemas com a cavidade amniótica, recém-nascido com baixo peso, infecção puerperal, dentre outras, sendo que, as implicações obstétricas normalmente estão relacionadas à imaturidade física das futuras mães adolescentes. Além das consequências biológicas para a mãe e para o bebê, traz consequências sociais e psicológicas. Ocorrência de abortos provocados, dependência financeira dos adultos, abandono ou interrupção dos estudos, dificuldade de retorno à escola, profissionalização deficiente e dificuldade de inserção no mercado de trabalho com manutenção do ciclo de pobreza, falta de apoio e/ou isolamento social e familiar, maior risco de separação conjugal, ausência do pai durante a gestação e a vida da criança, sentimento de insegurança, maior risco de depressão e suicídio e maior risco de exploração sexual. A evasão escolar ou o rendimento escolar diminuído daquelas adolescentes que não pararam de estudar podem ser as consequências mais preocupantes citadas por todos os autores, pois a falta de formação profissional conduz a falta de emprego ou a empregos informais, perpetuando o ciclo de pobreza que é tido como uma das principais causas que leva as adolescentes a engravidarem, além de permanecerem dependentes financeiramente dos pais, muitas vezes sofrendo abuso familiar tanto à mãe quanto à criança. 7- MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos disponíveis para evitar uma gravidez indesejada e até mesmo infecções sexualmente transmissíveis (IST). MÉTODOS DE BARREIRA São removíveis, que evitam a entrada do esperma no útero. Esses contraceptivos são indicados às mulheres que não podem tomar algum tipo de hormônio ou que desejam proteção de ISTs. São eles: PRESERVATIVO MASCULINO Popularmente conhecido como camisinha, é um contraceptivo utilizado no pênis, para recolher o esperma, impedindo-o de entrar no corpo da mulher. A camisinha é descartável e o material do preservativo é composto por látex ou poliuretano. Além de prevenir uma gravidez indesejada, previne também contra doenças sexualmente transmissíveis. Quando usada de modo correto, a camisinha apresenta uma eficácia de 98% contra a gravidez. PRESERVATICO FEMININO Camisinha feminina, é um contraceptivo inserido na vagina antes da penetração do pênis, para impedir a entrada do esperma no útero. Esse método contraceptivo também reduz o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST), e fornece proteção adicional contra a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) e o herpes, ao recobrir a região dos lábios vaginais. É um dos métodos contraceptivos mais eficientes, taxa de 90-95% de eficácia na prevenção da transmissão de ISTs e gravidez. Deve ser utilizada em todas as relações sexuais (genital, oral e anal). É acessível a todas as pessoas e não tem contraindicação. DIAFRAGMA É um contraceptivo composto por uma membrana de silicone, em forma de cúpula, envolvido por um anel flexível. Inserido na vagina antes da relação sexual, impedindo a entrada do esperma no útero. Deve permanecer no lugar durante seis a oito horas depois do coito para poder evitar a gravidez, mas deve ser removido dentro de 24 horas. O diafragma é de eficácia média, de cada 100 mulheres que usam o diafragma em suas relações sexuais durante o período de um ano, entre 16 a 17 podem engravidar.Lucas Souza Ferraz - Medicina O uso desse contraceptivo é indicado para mulheres que já tiveram relações sexuais e não apresentam infecção no colo do útero, da vagina e urinária. Mulheres virgens, com alergia a látex ou que tenham problema no colo do útero não podem usar o diafragma. ESPERMICIDAS São substâncias químicas em forma de geleia, creme, comprimido, tablete ou espumas, que devem ser colocadas na vagina 15 minutos antes da relação sexual. Servem como barreira para impedir o contato dos espermatozoides com o útero. Usados isoladamente, os espermicidas não oferecem grande eficácia, mas associados a outros métodos de barreira, como o diafragma, são úteis e oferecem mais proteção. É pouco recomendado, pois sua eficiência é menor do que a da camisinha e não protege das ISTs, caso seja utilizado sozinho. Além de apresentar um alto índice de falha, pode causar irritação, ulceração cérvico-vaginal e peniana. DIU E DIU HORMONAL Constituído por um aparelho pequeno e flexível que é inserido dentro do útero. Ele só pode ser utilizado em pacientes saudáveis e que apresentem exames ginecológicos normais. A grande vantagem destes métodos é a comodidade e a alta eficácia, que pode proteger a mulher durante 5 a 10 anos, dependendo do produto. Ambos impedem a penetração e passagem dos espermatozoides, não permitindo seu encontro com o óvulo. A grande diferença é que o DIU é feito de cobre, um metal, e não possui nenhum tipo de hormônio, enquanto o DIU Hormonal libera um hormônio dentro do útero. Além do efeito contraceptivo, o hormônio pode apresentar outros efeitos, como reduzir o fluxo menstrual. A chance de falha dos dois métodos é extremamente baixa, no entanto possuem eficácia superior quando comparados aos métodos de curta ação, como as pílulas, injeções. MÉTODOS HORMONAIS Os métodos hormonais servem para controlar ou interromper a ovulação, evitando a gravidez, mas não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis (DST). PÍLULA CONTRACEPTIVA ORAL COMBINADA Seria a pílula anticoncepcional; Um método contraceptivo composto por diferentes tipos de hormônios, que servem para inibir a ovulação e evitar a gravidez. É a pílula indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez, porém, não é recomendado para mulheres fumantes, ou com pressão arterial elevada, histórico de câncer de mama, fígado, ou câncer endometrial. Seu índice de falha é de 0,1%. CONTRACEPTIVO HORMONAL INJETÁVEL Esse método contraceptivo é feito com uma injeção de hormônios, que é administrada uma vez por mês ou a cada três meses, dependendo do tipo de contraceptivo injetável. O contraceptivo injetável trimestral é indicado para as mulheres que não podem ou não desejam receber estrogênio, pois são compostos apenas de progestágeno. É um método contraceptivo muito eficaz, com apenas 0,1% a 0,6% de falha para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral. ANEL VAGINAL É um anel fino e flexível e deve ser colocado na vagina, durante três semanas. Na quarta semana, o anel vaginal deve ser removido e, assim, reinserir um novo anel depois de sete dias de pausa. O anel libera os hormônios etonogestrel (progestagênio) e etinilestradiol (estrogênio), que entram na corrente sanguínea e atuam inibindo a ovulação. Lucas Souza Ferraz - Medicina Não é indicado para mulheres com doenças no fígado, câncer de mama, risco de trombose, suspeita de gravidez, fumantes, hipertensão, cefaleias com alterações neurológicas, diabetes ou com alergia a um dos componentes. No período de amamentação não pode ser utilizado e deve ser substituído por outro. Sua eficácia é de 0,4 a 1,2% a cada 100 mulheres por ano. ADESIVOS CUTÂNEOS COM HORMÔNIOS São pequenos selos que contêm estrogênio e progesterona. Esses dois hormônios são absorvidos pela pele e vão diretamente para a circulação sistêmica. Os adesivos devem ser usados por 21 dias, seguido de pausa de sete dias. Os benefícios, eficácia e contraindicações são as mesmas para os anéis vaginais e as pílulas. 8- PRINCIPAIS IST’S As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. São alguns exemplos de IST: CLAMÍDIA É a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. O motivo de tantos casos da doença pelo mundo é que pessoas com clamídia assintomática se tornam agentes propagadores da doença sem saber. A transmissão da clamídia acontece por meio de relações sexuais desprotegidas e também pode ocorrer a transmissão da mãe para o filho na hora do parto normal, podendo levar ao parto prematuro. GONORREIA Também é uma infecção sexualmente transmissível muito comum, muitas vezes confundida com a clamídia por terem sintomas muito parecidos. A gonorreia pode passar da mãe para o bebê durante a gravidez ou na hora do parto normal. Nesses casos, a infecção atinge principalmente os olhos do recém-nascido, em uma forma grave de conjuntivite. SÍFILIS É transmitida através do contato íntimo sem uso da camisinha, por transfusão de sangue contaminado (raro, mas pode acontecer) ou a mãe infectada passa para o bebê durante a gestação ou o parto. Pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. HERPES GENITAL Considerada bastante perigosa, não pelos efeitos diretos que causa no organismo, mas pela sua sutileza, uma vez que o nosso organismo não consegue matar o agente patológico da doença. A herpes não tem cura, mas tem tratamento. HEPATITE B Como o vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. O principal órgão afetado pela doença é o fígado que pode desenvolver cirrose hepática ou câncer. As hepatites virais são silenciosas, as vezes a pessoa pode portar o vírus sem saber. O vírus da Hepatite B só podem ser detectado 60 dias após a infecção, pois os anticorpos demoram a reconhecê- lo. E os sintomas podem demorar até seis meses para se manifestar, o que prejudica o diagnóstico precoce da doença. CMV Para pessoas com o sistema imunológico saudável, a infecção pelo CMV é assintomática. Porém, se gestantes forem contaminadas durante a gravidez, as consequências são muito sérias para o bebê. Assim como pessoas imunocomprometidas – portadores do HIV / Aids e transplantados – as consequências também podem ser muito sérias, podendo até causar a morte desses pacientes. Lucas Souza Ferraz - Medicina Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte.
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